sábado, 19 de janeiro de 2013

Mural reflexivo: Enquanto houver amizade

Enquanto houver amizade
Um professor perguntou, certa vez, a um de seus alunos qual era o significado da palavra amigo.
O menino não soube, de pronto, responder.
Ficou, por alguns momentos, em silêncio e, por fim, repetiu a palavra amigo separando devagar as sílabas
O professor, porém, insistiu: Vamos! Responda-me. Que significa a palavra amigo?
Ao fim de dois ou três minutos, então, o jovem respondeu:
- Penso que amigo é uma pessoa que nos conhece perfeitamente, sabe da nossa vida e, apesar de tudo, ainda nos quer muito bem!
- Bravo! – exclamou o mestre – eis uma resposta que me parece simples e perfeita! Um dos tesouros mais preciosos na vida é a boa amizade! – terminou dizendo ele com vibração.
“A amizade redobra as alegrias e reparte as penas em duas metades.
A amizade é um raio de sol que ilumina a vida. Não há rosto por mais imperfeito, nem espírito por mais sofredor, que um relâmpago da verdadeira amizade não possa tornar encantador.
A amizade é um sentimento raro; só são capazes de senti-lo aqueles que são capazes de inspirá-lo.”
Eis as palavras do escritor Malba Tahan, elevando à sublimidade este laço bendito que nos une ao próximo.
Talvez apenas a arte, tocada pelo condão da espiritualidade, consiga trazer em versos pronunciáveis, o que a amizade significa para o espírito.
Eis um poema de autor desconhecido:
“Pode ser que um dia deixemos de nos falar.
Mas enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas, se a amizade permanecer,
Um do outro há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de uma forma diferente,
Sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos, e nos lembraremos para sempre.”
***
A dádiva de um coração amigo é sempre acolhida com benevolência.
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.
A amizade pura é uma flor que nunca fenece.
Talvez tenha sido por isso que o filósofo francês Voltaire disse:
Todas as glórias deste mundo não valem um amigo fiel.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. “Amigo”, do livro Lendas do Céu e da Terra de Malba Tahan e no Poema “Enquanto houver amizade” de autor desconhecido.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Você sabia?!

""Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem e não constitui, um privilégio exclusivo.” Entretanto, este termo é usualmente utilizado somente para aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, ostensivos, de certa intensidade."

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pergunta feita: Influencia de energia negativa...

Gostaria de saber se, no caso de duas pessoas muito bem protegidas espiritualmente, que mantêm um relacionamento amoroso, mas possuem histórico suicida de pessoas próximas a elas, se a energia negativa criada ao redor pode atingir familiares a ponto de induzí-los também ao suicídio ou a acidentes. Ou seja, a energia negativa que não recai sobre a pessoa pode atingir alguém próximo a ponto de causar um acidente ou um suicídio ?

 Allan Kardec, em "A Gênese", explica que não há espaço vazio no Universo. Onde imaginamos que nada existe, o espaço é ocupado pelo fluido cósmico universal, em suas múltiplas variações. Estamos, pois, mergulhados num mar de fluidos, como peixes num oceano. Esses fluidos funcionam como veículo do pensamento, propagando-o através do espaço. O pensamento, por sua vez, pode modificar as propriedades dos fluidos, impregnando-os de qualidades boas ou más, conforme a sua natureza.

O homem, espírito encarnado, é um ser tripartite: espírito, períspirito e matéria. O períspirito é um organismo fluídico- -material que se irradia pelo espaço, emitindo e captando energias do mundo espiritual. É de natureza idêntica aos fluidos espirituais, daí por que ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Vive, assim, o homem, uma parcela da vida espiritual. É pelo pensamento que ele atua sobre os fluidos espirituais, irradiando e recebendo energias, que serão sempre da mesma natureza das que predominam no ambiente, pois os fluidos combinam pela sua semelhança. Os semelhantes se agregam; os diferentes se repelem mutuamente.

Sendo assim, quando praticamos bons pensamentos, bons sentimentos e boas ações, irradiamos energias saudáveis e, consequentemente, assimilamos energias da mesma natureza, fortalecendo-nos; quando ocorre o contrário, recebemos energias malsãs e, em consequência, enfraquecemos nosso organismo espiritual. Desse modo, as energias negativas a que se refere a pergunta somente podem atingir aqueles que o permitirem, por se sintonizarem com elas através dasações, pensamentos ou sentimentos que praticam. Se não houver sintonia, não há captação de energia.

Com relação à possibilidade de suicídio, ainda que possa ser sugerida por espíritos sofredores e captadas se a sintonia da pessoa for a mesma desses espíritos, a sua ocorrência ou não dependerá sempre do uso que fizer de seu livre-arbítrio. Não há energia negativa que obrigue alguém a fazer algo que não deseje. As energias negativas, apenas, conduzem o pensamento de espíritos que com ela se sintonizam.

(Fonte: CVDEE)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Como ensinar adolescentes diferença entre sexo real e pornográfico?


Vanessa Barford & Nomia Iqbal
BBC News Magazine
A abundância de conteúdo pornográfico de fácil acesso na internet permite que adolescentes sejam expostos regularmente à pornografia e pode criar nos jovens uma visão distorcida sobre sexo e relacionamentos.
Não há estatísticas sobre quantas crianças e adolescentes acessam pornografia pela internet, ou com que regularidade. Também não existem provas conclusivas de que o comportamento sexual dos adolescentes esteja mudando.
No entanto, pesquisas nos últimos anos indicam que um número expressivo de crianças e adolescentes têm acesso à pornografia frequentemente por meio de novas tecnologias.
Um levantamento na União Europeia (UE), por exemplo, concluiu que 25% dos jovens com idades entre 9 e 16 anos já tinham visto imagens de cunho sexual. E em 2010, uma pesquisa na Grã-Bretanha revelou que quase um terço dos jovens com idades entre 16 e 18 anos havia visto fotos de natureza sexual em celulares, na escola, mais de uma vez por mês.
A National Association of Head Teachers (Associação Nacional de Diretores de Escolas) da Grã-Bretanha está fazendo uma campanha sobre o impacto da pornografia com o objetivo que crianças e adolescentes sejam educados de maneira apropriada à idade.
A ideia é que o currículo escolar nacional para alunos com dez anos de idade inclua aulas sobre como usar a internet de forma segura e alertas sobre conteúdos não apropriados. Adolescentes estudariam o assunto de forma mais aprofundada.
"As crianças estão crescendo em um mundo abertamente sexual e isso inclui acesso fácil à pornografia na internet, então, elas precisam de recursos para lidar com isso", disse um consultor em políticas educacionais, Sion Humphreys.
O que preocupa os educadores é a possibilidade de que os jovens sejam influenciados, na adolescência e na vida adulta, pela pornografia que viram.
A publicitária e empresária Cindy Gallop criou um site que compara "o mundo pornográfico" com "o mundo real" do sexo.
Gallop, que em 2009 fez uma palestra para uma série de conferências sobre o tema, disse que "a presença por toda parte e a liberdade de acesso à pornografia na internet, aliada à uma sociedade que reluta em falar sobre sexo" resultou no seguinte: "Pornografia tornou-se a educação sexual padrão, por falta de uma outra opção".

Ponto de Referência
Em entrevista à BBC, a adolescente Rebecca, de 17 anos, disse que a pornografia muda as expectativas dos meninos em relação à aparência das meninas. "Cabelo comprido, peito grande, bumbum grande", citou.
Um colega da classe de Rebecca, Femi, disse que a pornografia também preocupa os meninos.
"Talvez você não esteja alcançando fisicamente aquele padrão que a pornografia te apresenta", disse.
Karan, hoje com 20 anos, disse que, quando tinha 16, seu namorado assistia a pornografia com os amigos "como se fosse um hobby". Ela contou que, frequentemente, ele assistia a pornografia na presença dela, imitando o que via.
"Eu achava que tinha alguma coisa errada comigo porque não gostava".

Na escola e em casa
Uma pesquisa entre jovens com idades entre 16 e 24 anos feita pela University of Plymouth e pela entidade UK Safer Internet Centre - que trabalha para tornar a internet mais segura - revelou que um em três entrevistados admitiu que a pornografia afetou seus relacionamentos.
E dados do serviço telefônico dedicado às crianças britânicas, ChildLine, mostram que, no ano passado, houve um aumento de 34% no número de ligações feitas por adolescentes afetados por imagens sexuais que haviam visto na internet.
Apesar desses indícios, profissionais e pais não conseguem chegar a um acordo sobre como resolver o problema.
Leonie Hodge, da ONG Family Lives - que já deu aulas a 7 mil estudantes sobre o tema -, disse estar convencida de que crianças precisam aprender a diferença entre pornografia e realidade.
"Adolescentes são bombardeados com pornografia desde pequenos, você não consegue escapar disso. É uma arrogância acharmos que eles não são capazes de lidar com isso".
Nos cursos da ONG, jovens discutem como reagiriam ao receber imagens indecentes e como se sentiriam se entrassem em contato com material pornográfico.
A National Union of Teachers, no entanto, acha que falar sobre pornografia nas aulas é ir longe demais - a não ser que os próprios alunos toquem no assunto.
Outros, como a publicitária Gallop, advogam a importância do papel dos pais.
"O segredo é não ficar com vergonha, ou dizer coisas do tipo 'meninas de família não fazem isso'", disse. "E não importa se a criança não der ouvidos, o importante é manter os canais de comunicação abertos".
A fundadora do site Netmums, de apoio a mães, concorda com Gallop, mas argumenta que a questão não é tão simples.
Siobhan Freegard disse que muitas mães entram em pânico quando encontram pornografia no computador dos filhos.
"Esse pode ser um campo minado", explicou. "Muitos não sabem o que fazer ou o que dizer. Por exemplo, uma mãe solteira pode ter dificuldade em conversar com filhos adolescentes, pais solteiros podem ter dificuldade em abordar o tema com as filhas. Em casas mais tradicionais, talvez sexo sequer seja discutido".
"A solução ideal é que escolas e pais trabalhem juntos", propõe.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 7 de novembro de 2012.

Breno Henrique de Sousa* comenta
Banalização do Sexo
Os movimentos pela liberação sexual, ocorridos a partir da década de 1960, foram uma reação a séculos de repressão sexual, sobretudo pela repressão à sexualidade da mulher. Sexo sempre foi tabu e continua sendo. Paradoxalmente, as reações de liberação levaram ao extremo da vulgaridade e banalização. O festival musical de Woodstock que aconteceu em 1969 nos Estados Unidos foi também um símbolo da liberdade sexual e influenciou a juventude no mundo, formando uma geração que se libertaria das amarras moralistas que enclausuravam o sexo.
A repressão nunca foi um instrumento eficaz para educar o ser humano. Ela pode reprimir e inibir o ser humano, mas nunca educá-lo e transformá-lo realmente. Ainda pior é o fato de que a repressão gera uma espécie de atração mórbida pelo objeto proibido. É da natureza humana projetar seus anseios e insatisfações em coisas inalcançáveis, é uma forma que o inconsciente encontra de sabotar a própria felicidade pondo-a em lugar indisponível e tirando a atenção para as coisas que proporcionariam resultados perenes. Mas por que a mente nos engana? Simplesmente porque as atitudes que nos dão uma real satisfação e plenitude exigem de nós esforços que não estamos dispostos a pagar. Exigem o sacrifício do ego, dos nossos orgulhos e de nossas vaidades. É um processo doloroso. É mais fácil buscar um prazer imediato que disfarce nossa infelicidade. Prazeres fugazes oferecem resultado imediato, mas que se esvaem rapidamente sem deixar conteúdo nenhum. A reforma íntima traz resultados permanentes, mas é demorada e os resultados demoram a vir. O ego é imediatista e não está disposto a se sacrificar.
A repressão sexual foi colocada como causa da infelicidade humana e se tornou, por isso, o objeto da cobiça humana. A repressão erotizou o sexo e o retirou de seu lugar de direito, fixando-o permanentemente na cabeça do homem. Todos só pensam em sexo, de tal maneira que Freud reconheceu a importância desse departamento como elemento central da psicologia humana. Chamou a energia sexual de libido e demonstrou como muitos dos nossos traumas e repressões estão relacionados com problemas em torno da sexualidade reprimida. Pensam em sexo aqueles que estão reprimidos porque não podem usá-lo, pois ainda existe a repressão sexual em nossos costumes e religiões; assim como pensa em sexo os que têm vida promíscua, porque chegam à exaustão, mas nunca a satisfação plena de seus anseios mais profundos. A repressão alimenta o erotismo e a pornografia, eles parecem inimigos, mas no fundo são do mesmo esquema. Sem a repressão as pessoas vivenciariam o sexo naturalmente, falariam sobre sexo naturalmente e não haveria espaço para o imaginário erótico e pervertido. Não confie em um moralista repressor, ele tem qualquer coisa de pervertido.
Quem ganha com esse jogo de repressão / liberação sexual? Ganham aqueles que descobriram nesse jogo um poderoso instrumento de adormecimento da consciência. Enquanto o ser humano consome sua energia e atenção desvirtuando as poderosas energias do sexo, ele permanece letárgico com relação ao seu despertar espiritual e consciência crítica. O sexo é o mais poderoso instrumento de manipulação usado pelo mercado consumidor. Pessoas ansiosas por sexo e inconscientes são consumidores perfeitos que podem ser facilmente ludibriados com a publicidade que abusa das imagens eróticas e apelativas, que anunciam que aquele produto é tão bom quanto sexo.
Os pais e as escolas devem urgentemente falar com seus filhos aberta e sinceramente sobre SEXO. Desmistificá-lo, deserotizá-lo, explicar que o sexo foi feito para o ser humano, mas o ser humano não foi feito apenas para o sexo. Revelar todo esse jogo de repressão e banalização. Não são os filtros de controle familiar que vão impedir seus filhos de verem imagens eróticas no computador. Eles verão e já estão vendo na escola, nos celulares, na TV aberta, em todas as partes. Não há como criar uma bolha para salvar os filhos da exposição erótica, o caminho é desmistificar o nu, despertar a reflexão crítica sobre as questões sexuais, dizer que sexo é bom e sagrado, tão bom e sagrado que é através dele que Deus possibilita a coisa mais sagrada que é a vida. Sexo é vida. Em toda a natureza existe o sexo como uma ação natural de manifestação da vida e por isso deve ser tratado como um departamento sagrado da existência humana, que deve ser tratado com respeito, dignidade e privacidade.
Tratar abertamente sobre sexo não significa tratar do assunto de maneira vulgar, expondo os filhos propositadamente a imagens eróticas. Existem pais que mostram aos seus filhos homens imagens eróticas com medo de que se tornem homossexuais; outros decidem iniciar a vida sexual de seus filhos homens levando-os a prostíbulos logo que atingem à puberdade. Atitudes irrefletidas que sempre levam à erotização ou mesmo geram traumas. O Espiritismo trata do assunto de maneira aberta e respeitosa, muitos livros e conferências no meio espírita abordam esse assunto de maneira lúcida e esclarecedora. Sobretudo os pais espíritas e evangelizadores devem munir-se desse conhecimento a fim de atender às demandas do mundo atual para que as próximas gerações não se encontrem reprimidas ou escravas desse desequilíbrio.
* Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.