sábado, 18 de agosto de 2018

Espiritirinha - Sem e com perdão


E, aí! Já leu?!


Espiritirinha - ontem e hoje - materiais


Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo


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EESE – Cap. XXVIII – Item 1
Tema: Preâmbulo
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A - Texto de Apoio:

Preâmbulo

1. Os Espíritos hão dito sempre: "A forma nada vale, o pensamento é tudo. Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o coração."

Os Espíritos jamais prescreveram qualquer fórmula absoluta de preces. Quando dão alguma, é apenas para fixar as ideias e, sobretudo, para chamar a atenção sobre certos princípios da Doutrina Espírita. Fazem-no também com o fim de auxiliar os que sentem embaraço para externar suas ideias, pois alguns há que não acreditariam ter orado realmente, desde que não formulassem seus pensamentos.

A coletânea de preces, que este capítulo encerra, representa uma escolha feita entre muitas que os Espíritos ditaram em várias circunstâncias. Eles, sem dúvida, podem ter ditado outras e em termos diversos, apropriadas a certas idéias ou a casos especiais; mas, pouco importa a forma, se o pensamento é essencialmente o mesmo. O objetivo da prece consiste em elevar nossa alma a Deus; a diversidade das fórmulas nenhuma diferença deve criar entre os que nele crêem, nem, ainda menos, entre os adeptos do Espiritismo, porquanto Deus as aceita todas quando sinceras.

Não há, pois, considerar esta coletânea como um formulário absoluto e único, mas, apenas, uma variedade no conjunto das instruções que os Espíritos ministram. E uma aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvidos neste livro, um complemento aos ditados deles, relativos aos deveres para com Deus e o próximo, complemento em que são lembrados todos os princípios da Doutrina.

O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente. Nenhuma impõe, nem reprova nenhuma. Deus, segundo ele, é sumamente grande para repelir a voz que lhe suplica ou lhe entoa louvores, porque o faz de um modo e não de outro. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus. Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade.

Condição essencial à prece, segundo S. Paulo (cap. XXVII, nº 16), é que seja inteligível, a fim de que nos possa falar ao espírito. Para isso, não basta seja dita numa língua que aquele que ora compreenda. Há preces em língua vulgar que não dizem ao pensamento muito mais do que se fossem proferidas em língua estrangeira, e que, por isso mesmo, não chegam ao coração. As raras ideias que elas contêm ficam, as mais das vezes, abafadas pela superabundância das palavras e pelo misticismo da linguagem.

A qualidade principal da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que são meros adornos de lentejoulas. Cada palavra deve ter alcance próprio, despertar uma ideia, pôr em vibração uma fibra da alma. Numa palavra: deve fazer refletir. Somente sob essa condição pode a prece alcançar o seu objetivo; de outro modo, não passa de ruído. Entretanto, notai com que ar distraído e com que volubilidade elas são ditas na maioria dos casos. Veem-se lábios a mover-se; mas, pela expressão da fisionomia, pelo som mesmo da voz, verifica-se que ali apenas há um ato maquinal, puramente exterior, ao qual se conserva indiferente a alma.

Estão divididas em cinco categorias as preces constantes nesta coletânea; 1ª) Preces gerais; 2ª) Preces por aquele mesmo que ora; 3ª) Preces pelos vivos; 4ª) Preces pelos mortos; 5ª) Preces especiais pelos enfermos e pelos obsidiados.

Com o propósito de chamar, de maneira especial, a atenção sobre o objeto de cada prece e de lhe tornar mais compreensível o alcance, vão todas precedidas de uma instrução preliminar, de uma espécie de exposição de motivos, sob o titulo de prefácio.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Por que dizem os Espíritos: “A forma nada vale, o pensamento é tudo”?

2 - Qual deve ser a qualidade principal da prece? Explique.

3 - Quais são as categorias de preces contidas nesse capítulo?

4 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo


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EESE – Cap. XXVIII – Item 1
Tema: Preâmbulo
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A - Texto de Apoio:

Preâmbulo

1. Os Espíritos hão dito sempre: "A forma nada vale, o pensamento é tudo. Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o coração."

Os Espíritos jamais prescreveram qualquer fórmula absoluta de preces. Quando dão alguma, é apenas para fixar as ideias e, sobretudo, para chamar a atenção sobre certos princípios da Doutrina Espírita. Fazem-no também com o fim de auxiliar os que sentem embaraço para externar suas ideias, pois alguns há que não acreditariam ter orado realmente, desde que não formulassem seus pensamentos.

A coletânea de preces, que este capítulo encerra, representa uma escolha feita entre muitas que os Espíritos ditaram em várias circunstâncias. Eles, sem dúvida, podem ter ditado outras e em termos diversos, apropriadas a certas idéias ou a casos especiais; mas, pouco importa a forma, se o pensamento é essencialmente o mesmo. O objetivo da prece consiste em elevar nossa alma a Deus; a diversidade das fórmulas nenhuma diferença deve criar entre os que nele crêem, nem, ainda menos, entre os adeptos do Espiritismo, porquanto Deus as aceita todas quando sinceras.

Não há, pois, considerar esta coletânea como um formulário absoluto e único, mas, apenas, uma variedade no conjunto das instruções que os Espíritos ministram. E uma aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvidos neste livro, um complemento aos ditados deles, relativos aos deveres para com Deus e o próximo, complemento em que são lembrados todos os princípios da Doutrina.

O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente. Nenhuma impõe, nem reprova nenhuma. Deus, segundo ele, é sumamente grande para repelir a voz que lhe suplica ou lhe entoa louvores, porque o faz de um modo e não de outro. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus. Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade.

Condição essencial à prece, segundo S. Paulo (cap. XXVII, nº 16), é que seja inteligível, a fim de que nos possa falar ao espírito. Para isso, não basta seja dita numa língua que aquele que ora compreenda. Há preces em língua vulgar que não dizem ao pensamento muito mais do que se fossem proferidas em língua estrangeira, e que, por isso mesmo, não chegam ao coração. As raras ideias que elas contêm ficam, as mais das vezes, abafadas pela superabundância das palavras e pelo misticismo da linguagem.

A qualidade principal da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que são meros adornos de lentejoulas. Cada palavra deve ter alcance próprio, despertar uma ideia, pôr em vibração uma fibra da alma. Numa palavra: deve fazer refletir. Somente sob essa condição pode a prece alcançar o seu objetivo; de outro modo, não passa de ruído. Entretanto, notai com que ar distraído e com que volubilidade elas são ditas na maioria dos casos. Veem-se lábios a mover-se; mas, pela expressão da fisionomia, pelo som mesmo da voz, verifica-se que ali apenas há um ato maquinal, puramente exterior, ao qual se conserva indiferente a alma.

Estão divididas em cinco categorias as preces constantes nesta coletânea; 1ª) Preces gerais; 2ª) Preces por aquele mesmo que ora; 3ª) Preces pelos vivos; 4ª) Preces pelos mortos; 5ª) Preces especiais pelos enfermos e pelos obsidiados.

Com o propósito de chamar, de maneira especial, a atenção sobre o objeto de cada prece e de lhe tornar mais compreensível o alcance, vão todas precedidas de uma instrução preliminar, de uma espécie de exposição de motivos, sob o titulo de prefácio.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Por que dizem os Espíritos: “A forma nada vale, o pensamento é tudo”?

2 - Qual deve ser a qualidade principal da prece? Explique.

3 - Quais são as categorias de preces contidas nesse capítulo?

4 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Vozes interiores reflexões - A alegria que sentimos quando...


Já garantiu a sua inscrição - restam poucas vagas - Associação Medico-espírita de SP - Os cinquenta anos do ideal Médico-Espírita

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: AME-SP 
Data: 16 de agosto de 2018 11:29
Assunto: Já garantiu a sua inscrição - restam poucas vagas !😉




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Vai ficar de fora ?
 
Olá Lu,

Neste fim de semana (18 e 19 de agosto) será o Congresso Comemorativo de 50 anos da Associação Médico Espírita de São Paulo.

Além de ser um evento histórico em que poderemos nos reencontrar com muitos amigos que compartilham com o ideal médico espírita, será uma oportunidade fantástica para se aprofundar em temas sobre Saúde e Espiritualidade.

As inscrições online já estão encerradas mas ainda restam algumas vagas disponíveis para você se inscrever no dia do evento.

O investimento especial será de R$ 170,00 para as pessoas que
 levarem uma lata de leite em pó no dia 17/08 para finalizarem a inscrição.

Convide os seus amigos para aproveitarem estes dois dias de aprofundamento em temas extremamente importantes para o nosso autoconhecimento e crescimento espiritual !

Para conferir a programação completa do congresso clique aqui !


Um fraterno abraço,

Time EAD da AME-SP

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

SEGUNDA ENQUETE - 22 Mini Jornada da Família - Tema Central: Suicídio

Vamos colaborar e participar?! ;-)
O formulário NÃO pede identificação.


Este é um convite para você preencher o formulário:
SEGUNDA enquete 22 Mini Jornada da Família

Tema central: Suicídio

CLIQUE AQUI >> Preencher formulário 


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Superando Desafios - Programa 034



O Pensamento de Léon Denis - Depois da Morte

Entre A Terra E O Céu - Programa 020


Memórias De Um Suicida - Programa 044


Parábolas E Ensinos De Jesus - Programa 044


O Problema Do Ser E Do Destino - Programa 044


domingo, 12 de agosto de 2018

Por que decidi ter o filho do meu estuprador

Catherine*, que vive no Reino Unido, ficou grávida depois de ser estuprada por um homem que ela considerava seu amigo. Neste texto, ela explica porque decidiu ter o bebê - e conta como é difícil olhar nos olhos do filho.
Eu era uma mãe solteira com dois filhos. Eu o conhecia (o estuprador). Éramos amigos há cerca de dois anos - nos conhecemos por meio de um amigo em comum e começamos uma amizade. Só uma amizade normal, nada além disso.
Eu fui bastante clara com ele a respeito do fato de que eu não estava buscando um novo relacionamento - queria ficar sozinha - e estava satisfeita em sermos apenas amigos.
Eu estava na casa dele, e foi como se uma ficha caísse. Eu senti ele se aproximar demais, de um jeito desconfortável. Me afastei e tentei empurrar ele para longe. Foi tudo muito rápido.
Me senti dominar completamente, e simplesmente congelei. Num dado momento, parei de lutar. Travei, em vez de lutar contra ele.
Ele não disse nada. Ele literalmente se levantou, entrou no carro e saiu, sem dizer nada.
Eu fui andando para casa. Estava ferida - e só percebi o quanto tinha me machucado depois, pois na hora que ocorre é como se você estivesse no piloto automático. Queria ir para o meu próprio espaço.
Acho que, se você estiver em condições físicas de andar, você vai. Você vai querer estar em um lugar onde se sinta em casa.
Na época, eu costumava deixar meus filhos com um amigo que morava perto de mim. Quando cheguei, minha casa estava vazia e os meus filhos estavam dormindo no vizinho. O que foi... um alívio. Não disse nada a ninguém. Senti que seria julgada e que as pessoas iriam me culpar por ter me colocado naquela situação, e que era tudo culpa minha.
Eu senti que, como eu o conhecia, aquilo não podia realmente ser considerado um estupro, como seria se eu tivesse sido atacada no meio da rua por alguém. Não contei nada à polícia por causa disso.
No dia seguinte, quis perguntar a ele o porquê daquilo, o que provavelmente soa bizarro. Ele disse que tinha tido um "apagão". Não negou o que aconteceu, mas disse que não se lembrava por ter apagado. Mas nunca disse que não era verdade.
E eu nem reagi. Sempre fui muito focada nos meus filhos, e acho que acabei voltando minha atenção para eles.

Quando Catherine descobriu que estava grávida, contou ao estuprador

Eu disse que estava grávida e disse que o filho era dele. Esperava que ele dissesse: "não é, não". Não esperava que ele reconhecesse o filho. Ele nunca reconheceu as circunstâncias da concepção (o estupro), mas também nunca negou que o filho fosse dele.
Eu nunca considerei a possibilidade de abortar. Eu sabia que era uma opção. Nunca fui anti-aborto ou "pró-vida". Acho que é uma escolha de cada uma. Mas, pessoalmente, achei que o ato de tirar o bebê fosse na realidade piorar as coisas. Senti que seria mais difícil viver com o aborto do que com as dificuldades provocadas por mais um filho que eu não estava esperando, mesmo que eu já tivesse outras duas crianças para cuidar.
É bastante egoísta, na realidade. Não estava pensando na vida do bebê. Não foi uma consideração moral de não matar a criança. Levei em conta o que faria mais mal para mim. Seria mais difícil continuar vivendo com o estupro e com o aborto em seguida do que com um estupro e um bebê.
Eu não tenho família vivendo perto de mim. No parquinho, onde levo as crianças para brincar, as pessoas me julgavam quando perceberam que eu estava grávida de novo, mesmo sendo solteira, sem dar qualquer explicação de como tinha ficado grávida.
Dava para perceber as pessoas me encarando e falando pelas minhas costas. Meu vizinho tinha filhos da mesma idade que eu, e ouvia as conversas na escola deles. Foi muito difícil não contar para as pessoas que eu tinha sido estuprada.
Ao mesmo tempo, a outra opção era um encontro casual, algo com o qual eu também não queria ser associada - mas era o mal menor. Pode-se dizer que era a opção mais fácil: deixar as pessoas acreditar no que elas quisessem.
Também não queria que os meus filhos fossem pré-julgados, que tivessem essa marca associada a eles. Se as pessoas soubessem (do estupro), isto poderia afetar a forma como elas interagiam com os meus filhos.
O que me permitiu lidar com isto foi o fato de que eu sempre protegi meu filho. Se não fosse por isto, seria impossível de lidar. Ele foi a única coisa positiva que resultou do que ocorreu.
Quando eu o peguei no colo pela primeira vez, a coisa mais chocante pra mim é que ele tinha os olhos do pai. Foi um choque. E ainda é a coisa mais difícil de lidar até hoje.
Conforme ele crescia, os olhos ficavam ainda mais parecidos (com os do pai). E uma das coisas que eu mais me lembro do estupro - não acho que seja incomum - eram os olhos. Ambos (pai e filho) tem um olhar muito forte. É uma característica bem marcante.
Posso jurar que não teve nenhum impacto na minha ligação com o meu filho a forma como ele foi concebido. Certamente não de forma consciente. A única coisa que eu tenho que repetir para mim mesma é que o meu filho não tem nada a ver com o estupro, quando eu olho nos olhos dele ou noto algum maneirismo típico do pai. E isso funciona como um gatilho, às vezes. A reação é física.
Eu amo meu filho, desde o momento em que ele nasceu.
Ele não costuma perguntar sobre o pai. O assunto já apareceu quando a escola resolveu fazer uma atividade sobre as famílias dos alunos. Pediram a ele que trouxesse fotografias do pai - e é claro que eu não posso fazer isso. Nesse tipo de ocasião eu tive que explicar a ele o que aconteceu.
Só comecei a contar para as pessoas o que aconteceu nos últimos anos. Fiquei sem falar sobre isto durante muitos anos. Só falo para pessoas que eu já conheço, que já têm uma relação com o meu filho, e que não vão ser influenciadas por isso.

Catherine diz que nunca se arrependeu de ter tido o filho

Seria desafiador de qualquer forma. Coloque o filho para adoção, e vai ficar pensando nisso pelo resto da vida. Sua vida também será impactada se você decidir interromper a gravidez. Se decidir ter a criança, também haverá impacto. Sempre será um dano, um dano imenso. E como reduzir isso?
Depende de você e do seu filho. Seria muito ruim se eu tivesse tido a criança e não tivesse tido condições de lidar com ela e com esse passado. Se eu não tivesse tido condições de dar o amor, a proteção e o sustento que ele precisa. Seria um segundo erro.
Às vezes é muito solitário, é muito difícil. Mas a coisa mais importante, da minha perspectiva, é que eu consegui transformar algo negativo (o estupro) em algo positivo, que é o meu filho.
Qualquer uma das três opções seria muito difícil. Mas pelo menos eu consegui algo incrível para mim. Funcionou para mim. Para mim. Não quer dizer que vá funcionar para todo mundo.
*O nome foi mudado para proteger a identidade da entrevistada. Catherine não é brasileira e o crime não ocorreu no Brasil. Aqui, a legislação e a jurisprudência garantem o direito ao aborto em casos de estupro, riscos de morte para a mulher ou anencefalia do feto.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 23 de novembro de 2017.

Valerie Nascimento** comenta

“Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos (…).”(1)
Numa rápida pesquisa pela Internet, encontramos uma infinidade de artigos, teses, opiniões de especialistas no campo médico, ético, jurídico, religioso, de direitos humanos que tanto acrescentam às discussões sobre um tema tão polêmico e terrível: a agressão sexual.
Mas aqui somente faremos uma tentativa de reflexão da vivência dessa mulher que conseguiu transformar em amor as feridas que a violência sexual abriu em sua alma.
O Espírito Emmanuel(2) nos explica, numa de suas mensagens, porque qualquer definição de Deus nos escapa. Espíritos ainda obscurecidos pela matéria, nos falta percepção e compreensão para dEle fazermos uma ideia mais justa, embora incompleta. Por isso, Jesus, sabedor de nossas limitações, utilizou uma única palavra, carregada de significado e força para nos apresentá-Lo: Deus é Pai.
E o benfeitor Emmanuel(2) segue: “A mais elevada concepção de Deus que podemos abrigar no santuário do espírito é aquela que Jesus nos apresentou, em no-LO revelando Pai amoroso e justo.”
Impossível conceber que Deus permita a injustiça sob qualquer justificativa. Sua Leis, misericordiosas, justas e soberanas, abarcam a tudo e todos que existem no Universo infinito. Sob essa premissa, por muito comprometido que esteja com as Leis da vida, nenhum Espírito precisa que outro seja instrumento da sua própria libertação. Para tanto, a Divindade possui mecanismos especiais que dispensam o concurso de Espíritos infelizes e comprometidos com o mal. Mas se, por opção, por mal uso do livre-arbítrio, o mal é praticado, Deus o permite para que também aí se executem propostas de progresso.
“É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque, imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo.”(3)
A Justiça Divina não age com precipitação, não age com violência. Ela usa o tempo para regerar o agressor e sublimar o agredido.
Que somos Espíritos endividados com as Leis de Deus, não resta dúvida. As condições em que vivemos, felizes ou infelizes, guardam sempre relação com os atos cometidos. “Urge, porém, saber como facear construtivamente as necessidades e problemas do mundo íntimo. Reconhecemo-nos falhos, em nos referindo aos valores da alma, ante a Vida Superior, mas abstenhamo-nos de chorar inutilmente no beco da autopiedade. Ao invés disso, trabalhemos na edificação do bem de todos.”(4)
Quando chega o sofrimento, nós temos duas reações: retribuir na mesma moeda, gerando ciclos de escravidão espiritual, ou entrar no ciclo progressivo do perdão, nos elevando acima dos agressores.
Há sistemas superiores em andamento quando alguém consegue penetrar em nosso espaço pessoal e nos agredir. Quando, por alguma circunstância, uma pessoa cruza nosso destino e nos deixa uma marca de ferida, também aí existem propostas de assessão espiritual, talvez incompreensíveis para nós dado nosso estágio evolutivo, mas que seguramente nos conduzem pela única via efetiva de se lidar com o mal: a do amor.
A violência, sob qualquer forma, deixa marcas profundas em quem a sofre, porém, o abuso sexual vai além. A relação com a própria imagem, a autoestima e as relações afetivas também são afetadas negativamente, o que limita a qualidade de vida.
Sim, o aborto legal é permitido em muitos países, entre outras situações, a de violência sexual, com a proposta de minimizar esses danos, assim não obrigando a mulher a gerar o filho do seu agressor. Contudo, sob a ótica espírita, esta não seria uma opção, a menos que haja risco de vida para a mulher.
Ao levar adiante a gravidez, intuitivamente até, Catherine optou por romper um ciclo de violência que lhe traria sofrimentos maiores. “Seria mais difícil continuar vivendo com o estupro e com o aborto em seguida do que com um estupro e um bebê (…).”
O amor maternal faz parte das Leis que regem a vida, é um sentimento instintivo. Contudo, como é na família que espíritos se reúnem em convivência compulsória para realinharem-se, nem sempre a relação mãe-filho é harmoniosa desde seu início.
“Concepção, gravidez, parto e devoção afetiva representam estações difíceis e belas de um ministério sempre divino.”(5) Que comprometimentos ligam esses três espíritos – pai, mãe e filho – não importa especularmos. Embora concebido num ato de extrema traição e violência, sem dúvida o filho de Catherine chegou aos seus braços com propósito de redenção pelo amor que os guiassem para Deus. Proposta que ela aceitou com alma, mente e coração, enfrentando adversidades, traumas, saídas “fáceis” e agigantando-se em espírito na missão da maternidade.
“Eu amo meu filho, desde o momento em que ele nasceu.” - Catherine

Referências:

(1) “O Profeta”, poema “O Amor”, Gibran Khalil Gibran;
(2) “Pão nosso”, de Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Emmanuel;
(3) “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Allan Kardec, Cap. 8, item 13;
(4) “Rumo Certo”, de Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Emmanuel;
(5) Walter Barcelos, Jornal “A Flama Espírita” – nov/dez 2014 – Uberaba, MG;
(6) Ciclo de palestras de Haroldo Dutra.
** Valerie Nascimento é espírita e colaboradora do Espiritismo.net