sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Artigo O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE E NA SUA OPINIÃO, COMO ESTÁ O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE?


e QUAL SUA OPINIÃO?! - NA SUA OPINIÃO, COMO ESTÁ O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE?

O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE

1 - NA SUA OPINIÃO, COMO ESTÁ O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE?

Depois de séculos de obscurantismo religioso e do dogmatismo imposto, consciências amadurecidas começam a despertar em busca de solução para os seus problemas transcendentes. Nos dias de hoje, vê-se um surto desenfreado de seitas e doutrinas que procuram atender aos Espíritos inquietos, sedentos de novas luzes. Há um inegável interesse pelo fenmeno, como res­posta a velhas questões filosóficas, sem qualquer consequência de ordem moral.

Nesse diapasão, vê-se um crescimento do espiritualismo no mundo, redescobrindo velhas práticas, com roupagem moderna. Presas ao imediatismo da vida material, as criaturas especulam em todos os campos possíveis, no encalço de fórmulas mágicas ou de revelações fantásticas que lhes atendam os anseios da curiosidade vã.

Quando se trata do comportamento humano e das suas consequências morais, o homem ainda se reserva o direito de não esmiuçá-lo, conservando-se como era (e como pretende continuar sendo), protegido pelos mecanismos de defesa da sua personalidade. A nova ordem de coisas custa a penetrar nos corações mais endurecidos.

O Espiritismo, porém, como o Consolador Prometido pelo Cristo, surge no horizonte humano como um oásis em meio ao universo da desinformação e da desesperança, oferecendo ao homem o conhecimento da verdade que liberta e eleva o Espírito.

Enquanto muitos ainda permanecem presos aos modismos, buscando soluções imediatistas para problemas enraizados na personalidade desde longa data, e aderindo a práticas místicas do passado, com roupagem moderna, "o Espiritismo, nos tempos modernos, é, sem dúvida, a revivescência do Cristianismo em seus mandamentos mais simples", como enfatiza Emmanuel.

Mostrando ao homem que ele é o interexistente, isto é, aquele que vive entre os dois mundos, oferece-lhe novas oportunidades de realização, por alterar-lhe o panorama das cogitações mentais. A sobrevivência além da morte já não encerra a criatura nos círculos intransponíveis do céu, inferno e purgatório. A pluralidade dos mundos habitados, da mesma forma não prende o Espírito nas teias incompreensíveis da mesquinha problemática planetária.
O diálogo entre vivos e mortos alarga o universo do conhecimento e preserva os laços afetivos bem formados. Os sofrimentos não são senão nódulos temporários na cadeia da evolução, dissolvidos pelo trabalho digno e pelo conhecimento de si mesmo, que levam o indivíduo a harmonizar-se definitivamente com os imperativos da lei divina. O princípio da reencarnação passa a ser entendido como a chave que abre as portas da existência a todos quantos desejem ardentemente atingir a perfeição a que todos estamos destinados pela Justiça e o Amor Divinos.

Hoje, encontramos na literatura espírita toda sorte de recursos para a renovação necessária, a começar pelas obras da Codificação. N'OEvangelho, o roteiro para a solidificação do comportamento fraterno cristão. Em O Livro dos Espíritos, os princí­pios filosóficos para a fortificação do pensamento icm formado. Em O Livro dos Médiuns, a prática mediúnica à luz da fenomenologia perispirítica.

Além disso, a obra de Francisco Cândido Xavier, com mais de 400 títulos, surge como um indispensável complemento para o conhecimento do Espírito imortal, mormente com as mensagens dos Espíritos André Luiz e Emmanuel. Da pena mediúnica, ainda, cumpre ressaltar a obra de Divaldo Pereira Franco, composta de muitos títulos e ditada por Joanna de Angelis, Bezerra de Menezes, Victor Hugo e muitos outros Espíritos.

Não bastasse todo esse manancial de bênçãos, há ainda o trabalho dos clássicos como Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion e Ernesto Bozzano, entre os mais notáveis. Autores contemporâneos devem ser lembrados também: Hernani Guimarães Andrade, Jorge Andréa, Hermínio C. Miranda, Richard Simonetti, Paulo Alves Godoy, José Herculano Pires, Manoel Pelicas São Marcos e outros.

Nos dias atuais, vê-se ainda o surgimento de novas práticas que se colocam dentro do vasto círculo da fenomenologia do espírito, entre as quais destacamos a TRVP (Terapia Regressiva a Vidas Passadas) e a TCI (Transcomunicação Instrumental), que auxiliam na elucidação de algumas questões da competência da Doutrina Consoladora. Todavia, "urge o estabelecimento de recursos para a ordenação justa das manifestações que dizem respeito à nova ordem de princípios que se instalam vitoriosos na mente de cada um ", adverte Emmanuel.

Hoje, sente-se a necessidade da unificação do Espiritismo, em torno do ideal do ensino espírita, do aprendizado da Doutrina, principalmente no que diz respeito ao Evangelho de Jesus, com a prática da caridade e do amor ao semelhante. Congressos mundiais ou internacionais vêm sendo organizados com essa finalidade, no Brasil e na Europa. É um fato histórico, de grande significado.

Se o Espiritismo começou com a curiosidade (causada pela estranheza dos fenômenos) e passou para a fase do raciocínio e da filosofia, é chegado o terceiro momento: da aplicação e das consequências. Já superamos a etapa da fé cega e chegamos ao porto seguro da fé raciocinada, sob as claridades inegáveis de um novo tempo. Não basta conhecer o Evangelho; é preciso praticá-lo. Não é suficiente ter os exemplos de Jesus na memória; é imprescindível inscrevê-los no coração e segui-Lo, além dos limites do tempo...


(fonte: http://www.acasadoespiritismo.com.br/perguntasresp/o%20espiritismo%20na%20atualidade.htm)

Artigo: Atualidade do Espiritismo

Atualidade do Espiritismo

O Espiritismo é uma doutrina livre de preconceitos, rituais, paramentos e de qualquer manifestação dogmática.
Como ciência, filosofia e religião, representa a síntese dos princípios naturais existentes desde todos os tempos, que serão gradativamente assimilados pela inteligência humana e integrarão a crença comum, independentemente de rótulos. Questões importantes como a existência de Deus, a imortalidade da alma, a mediunidade, a lei de causa e efeito e a reencarnação apresentam conteúdos indispensáveis ao entendimento do homem sobre a sua origem, o seu papel no mundo e o seu destino futuro após a morte do corpo físico.
A principal mensagem do Espiritismo é a de que a morte não existe. Continuamos vivos após essa vida! E o que encontraremos do outro lado, no Mundo Espiritual, será o resultado do que fizermos ou deixarmos de fazer na atual encarnação. Isso implica numa mudança de filosofia de existência em que o princípio da imortalidade associado à responsabilidade individual passa a fazer parte do cotidiano das pessoas. Esse conhecimento deve ser expandido e alcançar o maior público possível, tendo em vista os benefícios proporcionados à saúde integral de todos que dele usufruírem. Gradativamente, as virtudes irão sobrepujar os vícios. O egoísmo cederá lugar à caridade; o orgulho à humildade; o apego à renúncia; o ódio ao amor; a guerra à paz; o mal ao bem. Seremos, assim, senão integralmente bons, ao menos disciplinados, no constante esforço de conquistar atitudes renovadas para a construção de um mundo melhor.
Esses são momentos importantíssimos na divulgação do bem para a instalação do Mundo de Regeneração na Terra. Essa nova morada se inicia com a renovação de nós mesmos, quando o Reino de Deus é instaurado na intimidade de cada um. O Espiritismo, assim como todas as demais religiões, filosofias, ciências e iniciativas de conteúdo elevado, – que transcendem a materialidade objetiva do plano físico, projetam a sustentabilidade das ações humanas em consonância com o respeito à Natureza e suas manifestações divinas, buscam o equilíbrio nas relações sociais e em todas as suas decorrências – são alavancas que impulsionam o progresso da humanidade e merecem nosso respeito, incentivo e engajamento.



quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Menina de 11 anos que sobreviveu a câncer no cérebro se mata por sofrer bullying na escola

Americana Bethany Thompson, do estado de Ohio, estava na sexta série

Por Crescer online

Bethany Thompson era uma criança como qualquer outra, a não ser por um fato incrível: lutou contra um câncer no cérebro quando tinha apenas 3 anos de idade e sobreviveu. A cirurgia que retirou o tumor foi um sucesso, mas deixou uma pequena sequela em seu rosto: a boca ficou levemente repuxada para a direita.
Isso foi suficiente para ela se tornar alvo de comentários maldosos de outras crianças na escola. Em entrevista à revista americana Time, a mãe, Wendy Feucht, contou que a filha sofreu um bullying implacável durante o ano todo. “Havia garotos na escola que eram incansáveis. Faziam de tudo para deixá-la fora de si. Ela costumava reagir, embora ficasse triste. Mas chegou a um ponto em que não conseguiu mais ignorar e fez o que fez”, relata a mulher. Bethany tirou a própria vida com um tiro no último dia 19. Até agora, não se conhece a origem da arma.
O fato, chocante e triste, traz dois alertas a todos os pais e mães: o primeiro deles é estar atento às mudanças de comportamento dos filhos e buscar ajuda profissional sempre que necessário. Se você reparar que a criança começou a apresentar alterações bruscas de humor, está distante, calada e triste, tente conversar para entender o que ela está sentindo. Se os pais notam que não estão conseguindo ajudar, é válido contar com um psicólogo.
O segundo alerta é igualmente importante: desde sempre, fale com o seu filho sobre o respeito às diferenças. Ensine sobre diversidade e tolerância. Essas lições, quando assimiladas desde cedo, formam pessoas mais empáticas e sensíveis à dor do outro – além, é claro, de evitar comportamentos agressivos, como o bullying.
Notícia publicada na Revista Crescer, em 2 de novembro de 2016.

Jorge Hessen* comenta

Como vimos na reportagem, Bethany Thompson lutou contra um câncer no cérebro quando tinha apenas 3 anos de idade e sobreviveu. A cirurgia que retirou o tumor foi um sucesso, mas deixou uma pequena sequela em seu rosto: a boca ficou levemente repuxada para a direita. Por causa disso, Bethany, com 11 anos de idade, sofria bullying implacável na escola, até que chegou a um ponto em que não suportou mais e tirou a própria vida com um tiro. Caso semelhante ocorreu no Colégio Holy Angels Catholic Academy, em Nova York, Estados Unidos. Aí estudava Daniel Fitzpatrick, um aluno de 13 anos, que estava sofrendo bullying. Resultado! Daniel acabou se suicidando. Deixou uma carta de despedida e dentre outros bramidos de dor moral escreveu: "Eu desisto"! Disse ainda que os seus colegas da escola o atormentavam há muito tempo e a direção do colégio não fazia nada a respeito, mesmo após ele e os seus pais terem feito uma reclamação formal. A resposta do Holy Angels teria sido: "Calma! tudo vai ficar bem. É só uma fase, vai passar."
Como esquecermos a chacina na Escola Municipal Tasso da Silveira, de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, em que meninos e meninas ficaram irmanados num trágico destino! Suas vidas foram prematuramente ceifadas num episódio de insonhável bestialidade. O assassino, Wellington Menezes de Oliveira, embora com a mente arruinada e razão obliterada, fez sua opção de atirar contra os alunos que o incomodavam. Numa fita gravada, Wellington alegou ter sofrido bullying, anos antes, na mesma escola; neste caso, houve uma reação violentíssima.
O bullying é uma epidemia psicossocial e pode ter consequências graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo, pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade.
Os fatos, chocantes e tristes, trazem dois alertas a todos os pais e mães: o primeiro deles é estar atento às mudanças de comportamento dos filhos e buscar ajuda profissional sempre que necessário. O segundo alerta é falar com o filho sobre o respeito às diferenças. Ensinar sobre diversidade e tolerância. Essas lições, quando assimiladas desde cedo, formam pessoas mais empáticas e sensíveis à dor do outro – além, é claro, de evitar comportamentos agressivos, como o bullying.
Urge estabelecer limites aos nossos filhos. Desde os primeiros anos, devemos ensiná-los a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. Os filhos, quando crianças, registram em seu psiquismo todas as atitudes dos pais, tanto as boas quanto as más, manifestadas na intimidade do lar. Por esta razão, os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um diálogo franco com os filhos, sobretudo amando-os, independentemente de como se situam na escala evolutiva.
Crianças as quais são criadas dentro de padrões de liberalidade excessiva, sem limites, sem noções de responsabilidade, sem disciplina, sem religião e muitas vezes sem amor serão aquelas com maior tendência aos comportamentos agressivos, tais como o bullying, pois foram mal-acostumadas e por isso esperam que todos façam as suas vontades e atendam sempre às suas ordens.
Por isso mesmo, importa  ensinar à criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois a infância é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. A criança livre é a semente do malfeitor. A própria reencarnação se constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados

Conexão Jovem Espírita- Arte Jovem - Arte e mediunidade


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Conexão Jovem Espírita – especial Conbraje (o que rolou por lá...)

PARTE 01

PARTE 02



LIVE - Minha Nada Mole Encarnação - Notícias Falsas (Fake News)


Diretrizes Para Ações da Juventude Espírita do Brasil - YEAH! Especial


"Neste vídeo, Thiago e Natália contam com um convidado super especial que vai ajudá-los a falar um pouco sobre as Diretrizes Para Ações da Juventude Espírita do Brasil. Esse documento, construído com idéias de todo o Brasil nos ajuda a entender um pouco mais como o jovem pode atuar em níveis estaduais, regionais e nacionais.
Vem conferir! O documento encontra-se no endereço:
ou

"



Minha Nada Mole Encarnação - Selfie


E, aí!Já leu?!



Transplante de Amor
 
De Eurípedes Kühl
Espírito: Roboels
Editora: EVOC
Editora Virtual O Consolador

O livro ora publicado no formato digital pela EVOC – Editora Virtual O Consolador, recebido mediunicamente pelo confrade Eurípedes Kühl, ditado pelo espírito Roboels, traz uma história com muitas observações ratificando o que sempre será importante, independente da dimensão.
Bem se sabe que o espírito, por sua eternidade, desde a criação, tem apenas um objetivo, mesmo não percebido ainda em muitos casos, que é o de sentir-se pleno com a paz que os espíritos puros já podem vivenciar e, consequentemente, amparar os irmãos na caminhada. No entanto, tanto há a aprender, a lapidar, a conhecer e a conhecer-se até que surjam esses raios de luz tão abençoados.
Na vida, nada está em lugar errado e nem o acaso existe. Tudo está de acordo com o andamento de sucessivas existências. As pessoas tanto do grupo familiar e do convívio comum e pessoal são sabiamente distribuídas para a ordenação visando a dirimir os sentimentos de intemperança, intolerância, crueldade e oportunizando o início do amor entre elas.  Tudo rege a maestria necessária para o desenvolvimento e progresso dentro da evolução.
Este enredo, sensivelmente, traz seus personagens desejando preencher seus corações, porém, tantas vezes, essa busca direciona-se a infelizes prazeres que atrasam o progresso e enchem o coração de sofrimento e cegueira momentânea.
Entretanto, se o espírito está fadado à evolução e o amor de Deus é incomparável e incontestável, os missionários do bem estão sempre de plantão a ajudarem os que, de uma forma ou outra, rogam por luz ao caminho que ainda se encontra na escuridão.
Estas páginas vão reforçar que o coração busca realmente o amor em todas as suas maneiras.
A capa do livro foi gentilmente concebida e elaborada pela artista plástica Cláudia Rezende Barbeiro.

Pergunta Feita - O que é livre-arbítrio?

O Espiritismo responde

(fonte: O Consolador Revista Semanal de Divulgação Espírita)
por Astolfo O. de Oliveira Filho

Em mensagem publicada na seção de Cartas desta edição, o leitor Aparecido Paulo escreveu-nos o seguinte:

O que é o livre-arbítrio? Nós o possuímos na sua plenitude ou essa condição é apenas concedida aos Espíritos puros?

O livre-arbítrio pode ser definido como sendo a faculdade que tem o indivíduo de, entre duas ou mais opções, determinar sua própria conduta, ou seja, a possibilidade que ele tem de escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.
O tema é tratado na obra de Allan Kardec em inúmeros momentos. Em sua primeira e principal obra, O Livro dos Espíritos, o assunto é focalizado, entre outras, nas questões 843 a 850.
Indagou Kardec: - Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?
Os instrutores espirituais responderam: “Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” (L.E., 843)
Segundo os ensinos espíritas, nas primeiras fases da vida quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. “O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo” – eis a lição constante da questão 122 d´O Livro dos Espíritos.
Em face dessa informação, é lícito pensar que só os Espíritos puros é que teriam o gozo do livre-arbítrio em sua plenitude. Em todos os demais Espíritos, ele seria sempre relativo e proporcional ao grau evolutivo da pessoa.
Finalizando estas explicações, achamos que é importante lembrar as considerações feitas por Kardec no item 872 d´O Livro dos Espíritos, em que ele, procurando esmiuçar o assunto, escreveu:

“A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim:
O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir.
Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.
Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisto, como temos dito, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Esta liberdade, a encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos. (337)
Sem o livre-arbítrio, o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito em praticar o bem. E isto a tal ponto está reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à vontade. Ora, quem diz vontade diz liberdade. Nenhuma desculpa poderá, portanto, o homem buscar, para os seus delitos, na sua organização física, sem abdicar da razão e da sua condição de ser humano, para se equiparar ao bruto. Se fora assim quanto ao mal, assim não poderia deixar de ser relativamente ao bem. Mas, quando o homem pratica o bem, tem grande cuidado de averbar o fato à sua conta, como mérito, e não cogita de por ele gratificar os seus órgãos, o que prova que, por instinto, não renuncia, mau grado à opinião de alguns sistemáticos, ao mais belo privilégio de sua espécie: a liberdade de pensar.” (O Livro dos Espíritos, item 872.)

Esperamos que as informações acima satisfaçam à expectativa do leitor e de todos que se interessem pelo assunto.

(fonte: O Consolador Revista Semanal de Divulgação Espírita)

Arara da felicidade - É mostra de...


Cidadania (4)


terça-feira, 28 de novembro de 2017

Arara da felicidade - Conceber bem a vida é ter clara a ideia...


Cidadania (3)



Arara da felicidade - Ponha a funcionar a mente e o ...


Cidadania (2)



Arara da felicidade - Quanto mais sorri ...


Cidadania (1)










Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XXIII – Itens 9 a 18
Tema: Não vim trazer a paz, mas, a divisão
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A - Texto de Apoio:

Não vim trazer a paz, mas, a divisão

9. Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; - porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; - e o homem terá por inimigos os de sua própria casa. (S. MATEUS, cap. X, vv. 34 a 36.)

10. Vim para lançar fogo à Terra; e que é o que desejo senão que ele se acenda? -Tenho de ser batizado com um batismo e quanto me sinto desejoso de que ele se cumpra!
Julgais que eu tenha vindo trazer paz à Terra? Não, eu vos afirmo; ao contrário, vim trazer a divisão; - pois, doravante, se se acharem numa casa cinco pessoas, estarão elas divididas umas contra as outras: três contra duas e duas contra três. - O pai estará em divisão com o filho e o filho com o pai, a mãe com a filha e a filha com a mãe, a sogra com a nora e a nora com a sogra. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 49 a 53.)

11. Será mesmo possível que Jesus, a personificação da doçura e da bondade, Jesus, que não cessou de pregar o amor do próximo, haja dito: "Não vim trazer a paz, mas a espada; vim separar do pai o filho, do esposo a esposa; vim lançar fogo à Terra e tenho pressa de que ele se acenda"? Não estarão essas palavras em contradição flagrante com os seus ensinos? Não haverá blasfêmia em lhe atribuírem a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não, não há blasfêmia, nem contradição nessas palavras, pois foi mesmo ele quem as pronunciou, e elas dão testemunho da sua alta sabedoria. Apenas, um pouco equivoca, a forma não lhe exprime com exatidão o pensamento, o que deu lugar a que se enganassem relativamente ao verdadeiro sentido delas. Tomadas à letra, tenderiam a transformar a sua missão, toda de paz, noutra de perturbação e discórdia, consequência absurda, que o bom-senso repele, porquanto Jesus não podia desmentir-se. (Cap. XIV, nº 6.)

12. Toda ideia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que se implante sem lutas. Ora, nesses casos, a resistência é sempre proporcional à importância dos resultados previstos, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos são os interesses que fere. Se for notoriamente falsa, se a julgam isenta de consequências, ninguém se alarma; deixam-na todos passar, certos de que lhe falta vitalidade. Se, porém, é verdadeira, se assenta em sólida base, se lhe preveem futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que constitui uni perigo para eles e para a ordem de coisas em cuja manutenção se empenham. Atiram-se, então, contra ela e contra os seus adeptos.
Assim, pois, a medida da importância e dos resultados de uma ideia nova se encontra na emoção que o seu aparecimento causa, na violência da oposição que provoca, bem como no grau e na persistência da ira de seus adversários.

13. Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pela base os abusos de que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a ideia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira; engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus e, nascida num pequeno e obscuro burgo da Judéia, foi plantar o seu estandarte na capital mesma do mundo pagão, à face dos seus mais encarniçados inimigos, daqueles que mais porfiavam em combatê-la, porque subvertia crenças seculares a que eles se apegavam muito mais por interesse do que por convicção. Lutas das mais terríveis esperavam aí pelos seus apóstolos; foram inumeráveis as vítimas; a ideia, no entanto, avolumou-se sempre e triunfou, porque, como verdade, sobrelevava as que a precederam.

14. É de notar-se que o Cristianismo surgiu quando o Paganismo já entrara em declínio e se debatia contra as luzes da razão. Ainda era praticado pro forma; a crença, porém, desaparecera; apenas o interesse pessoal o sustentava. Ora, é tenaz o interesse; jamais cede à evidência; irrita-se tanto mais quanto mais peremptórios e demonstrativos de seu erro são os argumentos que se lhe opõem. Sabe ele muito bem que está errado, mas isso não o abala, porquanto a verdadeira fé não lhe está na alma. O que mais teme é a luz, que dá vista aos cegos. É-lhe proveitoso o erro; ele se lhe agarra e o defende.
Sócrates, também, não ensinara uma doutrina até certo ponto análoga à do Cristo? Por que não prevaleceu naquela época a sua doutrina, no seio de um dos povos mais inteligentes da Terra? É que ainda não chegara o tempo. Ele semeou numa terra não lavrada; o Paganismo ainda se não achava gasto. O Cristo recebeu em propício tempo a sua missão. Muito faltava, é certo, para que todos os homens da sua época estivessem à altura das ideias cristãs, mas havia entre eles uma aptidão mais geral para as assimilar, pois que já se começava a sentir o vazio que as crenças vulgares deixavam na alma. Sócrates e Platão haviam aberto o caminho e predisposto os espíritos. (Veja-se, na "Introdução", o § IV: Sócrates e Platão, precursores da ideia cristã e do Espiritismo.)

15. Infelizmente, os adeptos da nova doutrina não se entenderam quanto à interpretação das palavras do Mestre, veladas, as mais das vezes, pela alegoria e pelas figuras da linguagem. Daí o nascerem, sem demora, numerosas seitas, pretendendo todas possuir, exclusivamente, a verdade e o não bastarem dezoito séculos para pô-las de acordo. Olvidando o mais importante dos preceitos divinos, o que Jesus colocou por pedra angular do seu edifício e como condição expressa da salvação: a caridade, a fraternidade e o amor do próximo, aquelas seitas lançaram anátema umas sobre as outras, e umas contra as outras se atiraram, as mais fortes esmagando as mais fracas, afogando-as em sangue, aniquilando-as nas torturas e nas chamas das fogueiras. Vencedores do Paganismo, os cristãos, de perseguidos que eram, fizeram-se perseguidores. A ferro e fogo foi que se puseram a plantar a cruz do Cordeiro sem mácula nos dois mundos. E fato constante que as guerras de religião foram as mais cruéis, mais vítimas causaram do que as guerras políticas; em nenhumas outras se praticaram tantos atos de atrocidade e de barbárie.
Cabe a culpa à doutrina do Cristo? Não, decerto, que ela formalmente condena toda violência. Disse ele alguma vez a seus discípulos: Ide, matai, massacrai, queimai os que não crerem como vós? Não; o que, ao contrário, lhes disse, foi: Todos os homens são irmãos e Deus é soberanamente misericordioso; amai o vosso próximo; amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos persigam. Disse-lhes, outrossim: Quem matar com a espada pela espada perecerá. A responsabilidade, portanto, não pertence à doutrina de Jesus, mas aos que a interpretaram falsamente e a transformaram em instrumento próprio a lhes satisfazer às paixões; pertence aos que desprezaram estas palavras: "Meu reino não é deste mundo."
Em sua profunda sabedoria, ele tinha a previdência do que aconteceria. Mas, essas coisas eram inevitáveis, porque inerentes à inferioridade da natureza humana, que não podia transformar-se repentinamente. Cumpria que o Cristianismo passasse por essa longa e cruel prova de dezoito séculos, para mostrar toda a sua força, visto que, mau grado a todo o mal cometido em seu nome, ele saiu dela puro. Jamais esteve em causa. As invectivas sempre recaíram sobre os que dele abusaram. A cada ato de intolerância, sempre se disse: Se o Cristianismo fosse mais bem compreendido e mais bem praticado, isso não se daria.

16. Quando Jesus declara: "Não creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, a divisão", seu pensamento era este:
"Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão querido compreender. Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungi-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a verdade. A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida. Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Verdade, que virá restabelecer todas as coisas, isto é, que, dando a conhecer o sentido verdadeiro das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo a luta fratricida que desune os filhos do mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem resultado, que consigo traz unicamente a desolação e a perturbação até ao seio das famílias, reconhecerão os homens onde estão seus verdadeiros interesses, com relação a este mundo e ao outro. Verão de que lado estão os amigos e os inimigos da tranquilidade deles. Todos então se porão sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, de acordo com a verdade e os princípios que vos tenho ensinado."

17. O Espiritismo vem realizar, na época prevista, as promessas do Cristo. Entretanto, não o pode fazer sem destruir os abusos. Como Jesus, ele topa com o orgulho, o egoísmo, a ambição, a cupidez, o fanatismo cego, os quais, levados às suas últimas trincheiras, tentam barrar-lhe o caminho e lhe suscitam entraves e perseguições. Também ele, portanto, tem de combater; mas, o tempo das lutas e das perseguições sanguinolentas passou; são todas de ordem moral as que terá de sofrer e próximo lhes está o termo. As primeiras duraram séculos; estas durarão apenas alguns anos, porque a luz, em vez de partir de um único foco, irrompe de todos os pontos do Globo e abrirá mais de pronto os olhos aos cegos.

18. Essas palavras de Jesus devem, pois, entender-se com referência às cóleras que a sua doutrina provocaria, aos conflitos momentâneos a que ia dar causa, às lutas que teria de sustentar antes de se firmar, como aconteceu aos hebreus antes de entrarem na Terra Prometida, e não como decorrentes de um desígnio premeditado de sua parte de semear a desordem e a confusão. O mal viria dos homens e não dele, que era como o médico que se apresenta para curar, mas cujos remédios provocam uma crise salutar, atacando os maus humores do doente.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Qual o pensamento de Jesus ao afirmar: "Não creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, a divisão"?
2 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique. 

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Superando Desafios - Programa 013

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Libertação - Programa 021

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Memórias De Um Suicida - Programa 021

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domingo, 26 de novembro de 2017

Livro em estudo: Grilhões Partidos - B007 – Capítulo 4 – Angústias da Obsessão

Livro em estudo: Grilhões Partidos – Editora LEAL - 1974
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

B007 – Capítulo 4 – Angústias da Obsessão

Capítulo 4
Angústias da Obsessão

Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, já por estrangulação, já atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega se a excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa”. “A GÊNESE” — Capítulo 14º — Item 48.
Os meses amontoavam-se, lúgubres, sem que Ester recobrasse a razão. Os olhos garços, brilhantes doutrora, possuíam agora expressão asselvajada num rosto pálido-cinéreo sem vida, despido da auréola dos cabelos, então cortados à escovinha, transmudada num verdadeiro espectro que sobrevive, quizilento, animado por ignota vitalidade.
O desvario tornara-se-lhe condição normal. Relegada aos maus tratos de funcionários inescrupulosos, que se diziam cansados, como se não houvessem elegido na profissão de que se desincumbiam a penates de arrogância, inépcia e indiferença, as velutíneas mãos da misericórdia, da paciência e da compaixão para se utilizarem delas no momento próprio. Porque agressiva, não poucas vezes, tais servidores selecionados mais pela força física do que por qualquer outra condição, no suposto de que iriam lutar contra feras, feras também que se sentiam, escorraçavam-na com bordoadas homéricas, com que supunham acalmá-la, mais ainda enfraquecendo-a. As equimoses e a falta de alguns dentes, decorrência natural das repetidas cenas de pugilato, mais a caracterizavam megera.
Impedida a família de visitá-la, pela impossibilidade de qualquer diálogo e porque mais se lhe exaçerbava o delírio, especialmente quando de referência ao pai, fora rotulada como “incurável” e propositalmente esquecida, por ser mais trabalhosa.
De Casas de Saúde que tais a dignidade profissional e a humana se evadiram desde há muito e, ao fazê-lo, a ética arrastou consigo os sentimentos do amor, da piedade, do dever, da caridade... Mantêm-se ali pacientes pelo que representam na receita orçamentária, e quando liberam alguns clientes semi-hebetados pela compulsão, hoje, de drogas condicionantes, sabe-se que voltarão, logo mais, piorados, num círculo vicioso sem limite. Extorquem, sem dar quase nada ou preocupar-se ao menos em dar.
Quem se locupleta, todavia, com tais mercantilismos da saúde, da vida e da alma humana, volverá aos mesmos sítios, a expiar nas suas celas, regougando impropérios, esgrouvinhado, em aturdimento inominável.
Todavia, terapêutica indispensável em qualquer tratamento, o amor consegue, não raro, o que muitos medicamentos não produzem, ajudando a visualizar causas e efeitos, doando segurança, melhorando comportamentos e reações em toda a gama necessária aos resultados eficazes. Raros procuram a inspiração divina ante a nebulosa das enfermidades complexas, quer pela oração, ou pela sintonia mental com Deus. Diz-se, porém, que nos tratados médicos não existem as palavras Deus, oração e, todavia, Seu providencial socorro é que liberta e encaminha os padecentes da amargura para as trilhas da saúde, da paz...
Quando a sombra mais se adensa e as esperanças são flébeis, um raio jalne de luz rompe tudo e brilha nos escaninhos do horror, modificando a estrutura da área desolada, por impositivo divino.
Rosângela, igualmente jovem, recém-admitida na condição de auxiliar de enfermagem, na primeira visita pelo pavilhão dos desesperados, sentiu-se tocada por Ester, atirada a recanto lôbrego, atada à camisa-de-força, no desvario habitual. Automaticamente se interessou pela esquálida paciente, inscrevendo-a na mente, como daquelas a quem daria maior dose de assistência e carinho.
Estava sendo introduzida para tratamento psiquiátrico a Rawfolvia serpentina, difundida como Serpasil, que não tinha os inconvenientes dos barbitúricos em geral, possuindo excelentes qualidades tranqüilizantes (*) Embora estudada há mais de 40 anos, somente, então, estava sendo usada para terapêutica psíquica.
Rosângela, que ouvira ardentes opiniões sobre a nova droga, pensou em examinar o prontuário da demente, calculando fazer alguma coisa por ela.
(*) Segundo se acredita, a substância atua sobre o tálamo, realizando uma lobotomia de natureza química, por meio da qual diminui a capacidade emocional da usina elétrica ali sediada. procedendo a vitalização do cérebro com produto químico de que este se ressente para a manutenção do equilíbrio mental. Nota do Autor espiritual.
*
Ester, no entanto, caminhando pelo insidioso corredor estreito e fantasmagórico da loucura, padecia incalculáveis aflições, que sequer conseguia exteriorizar. Impossibilitada de controlar a casa mental, que já apresentava os primeiros distúrbios de funcionamento, após a constrição demorada do fluído morbífico do Espírito que a subjugava, era dominada por agonias inenarráveis.
Ela própria não se dera conta do sucesso que a acometera. Experimentara superlativa angústia, seguida de álgido suor e a sensação de que fora arrojada num abismo sem fundo, caindo sem cessar... O coração deslocara-se do lugar, pulsando em descompasso; todas as fibras do corpo, adormentadas, produziam dores lancinantes, e a cabeça, em redemoinho, impedia que o cérebro raciocinasse com a lucidez capaz de coordenar idéias. Gritou por socorro e surpreendeu-se com as cordas vocais em turgimento, espocando palavras chocantes que não podia controlar. Ouvia-se a distância, confusa, no som de sua voz alterada e era uma emoção odienta que não a sua.
Chorava em contorções, mas as lágrimas queimavam-se nas pupilas dilatadas e, sentindo febre, tremia em arrebatamentos de louca.
Via-se fora do corpo e, ao mesmo tempo, via-o agitado, num estado dúplice, sem anotar os circunstantes, chocados, na sua festa de apresentação social..
Após esse período, foi a luta em que se empenhou e continuava sem termo contra o gigante que a submetia. Estava expulsa do organismo físico sem dele estar liberta.
A princípio sofria impressões confusas que a perturbavam. Vezes outras deparava-se com o estranho possessor, furibundo, em esgares de demente... Agredida por ele, procurava tornar à realidade anterior, como se perseguida em pesadelo soez desejasse acordar para dele livrar-se.
Todavia, não atingia o ponto ideal, porqüanto era impedida no intento, logo se renovando os paroxismos. À mente alcançavam as idéias vertidas pelo cérebro e ali aninhadas, mortificando-a por não serem esses os seus pensamentos; quando se esforçava por emitir os desejos, estavam os centros de registro bloqueados tenaz-mente...
Os sentimentos da afetividade estraçalharam-se no pélago do abandono e da solidão, na batalha impossível que travava, enquanto o pavor hórrido, crescente, não tinha lenitivo, em considerando auxílio algum.
Durante o tratamento face à convulsão produzida pelo uso do eletrochoque, impossível seria avaliar o insuportável que a estertorava em mil contorções até o desfalecimento. Ao despertar, fruindo o calor orgânico, defrontava-o, asqueroso, senhorial, e fugia, aparvalhada, cedendo-lhe o lugar...
Minado o corpo pelo desgaste de largo porte, sucessivos desmaios expulsavam o usurpador que se deleitava, então, ameaçando-a, grosseiro, arrebatando-a para lugares povoados por espectros impossíveis de descritos.
Nesses sítios, onde nenhuma claridade lucila, a asfixia pastosa domina; impossibilitada de qualquer ação, tornava-se mais fácil presa, arrastada aos trambolhões. Supunha-se, nessas situações, encontrava-se em cemitério infinito, de sepulturas abertas e cadáveres exumados ante a contemplação dos furiosos mortos-vivos, desejosos uns de os reconduzirem aos movimentos, deles reapossando-se; lamentosos, outros, por havê-los perdido irremissivelmente; lutadores diversos, a defenderem as vestes apodrecidas de animais que nelas se locupletavam; e o sem-número dos tristes, chorosos, em procissão intérmina... Sempre noite, lamentos, exacerbações, gritos ensurdecedores — o inferno!
Não suportando o vexame que se repetia com freqüência, perdia os sentidos ou desvairava, para depois despertar sem forças no çorpo mortificado.
À pausa cedia lugar a nova e intensa disputa em que pelejava com axe na alma lúrida, exausta.
Com as reservas de forças físicas e as resistências psíquicas esgotadas, o tumulto que sofria em espírito dementava-a a pouco e pouco, produzindo-lhe não menor martírio, uma vez que lutava menos e atoleimava-se mais.
Onde o amor dos pais, sua proteção e socorro! — Gritava até a perda das resistências. Gargalhadas zombeteiras e agressões obscenas eram as respostas que lhe chegavam aos ouvidos, através de rostos patibulares uns e deformados, agressivos, outros.
Exorava o socorro de Deus, mas, ao fazê-lo, tal era a desdita que a excruciava, perdia a concatenação, a ordem das súplicas, o que não impedia chegar-lhe a resposta divina, à semelhança de brisa refrescante, em aragem amena, vertida sobre a ardência das febres.
Recordava os mestres, as amigas, as famílias queridas que a cercavam de mimos e quinquilharias, agora, tredas, a distância.
— Estás morta ou quase morta — ouvia, aturdida, em blasfema acusação.
— Logo mais culminarei este processo de vingança, extorquindo-te a vida, desforçando-me dele. Morrerás, como eu morri, a fim de que ele morra, também. Cá o espero.
— Deliro, Deus meu! — exclamava, apavorada. Mãe Santíssima. Sou inocente e sofro nas geenas infernais.
Lágrimas pungentes rasgavam os canalículos e escorriam como chuva abundante em terra escaldante, sem o milagre de refrigerar as ardências íntimas.
— Sim, és inocente em relação a mim, no entanto, odeio-te, por odiá-lo, desgraço-te para desgraçá-lo, venço-te para vencê-lo.
— Quem és, demônio destruidor? Compadece-te de mim. Sou uma adolescente, piedade!
— Sou o demônio da justiça, não o anjo da compaixão. — Arrematava, sardônico. — Encerremos a discussão inútil e passemos àguerra...
Aplausos e doestos sucediam-se, intempestivos, em pandemônio macabro. Recomeçavam os torpes desforços, e o Espírito encarnado, menina no corpo, experimentava incríveis dilacerações morais... E era Inocente! tão-só na atual reencarnação...
A família cuidara-lhe da educação, instruindo-a, aformoseando-a, porém, não a preparando para as verdades espirituais. O Catolicismo, viciado pelas fórmulas e cultos extravagantes, desertara do Cristianismo, tornando-se pedagogo incapaz para a preparação espiritual das criaturas, por haver banido a revelação das suas lições, supondo-se os seus clérigos capazes de conceder céus e paraísos, através de inócuas palavras e atitudes vãs.
Em decorrência disso, muitos pais supõem, mesmo hoje, em cômoda atitude moral, que as dissertações sobre a vida no além-túmulo não devem ser ministradas aos filhos, que os têm como imaturos para os ministérios superiores, para as reflexões da verdade, não, porém, para as paixões dissolventes, os arremedos de masculinidade ou feminilidade em que, espezinhando o amor, se convertem em vasos de sensações sexuais de teor primitivo e descambam para as aventuras do domínio pelo egoísmo, pelo orgulho ou pela astúcia com que os armam e de que eles logo se apropriam, com facilidade espantosa. Para as imperecíveis mensagens morais do espírito imortal, os jovens sempre lhes parecem jovens demais... Juventude que, aliás, devera ser melhor aproveitada, com vistas à maturidade digna e à velhice feliz...
Ester, assim subjugada pelo possessor em comburência - de ódio, sucumbia, inerme, lentamente, quase vencida.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Como estava a situação de Ester internada na clínica? Como estava sendo tratada pelos profissionais da clínica, pelo espírito obsessor e pela sua família?
2 – Como foi a educação de Ester em relação à religião? E como o autor espiritual aconselha a educação dos filhos em relação a isso?

Bom estudo a todos!!

Equipe Manoel Philomeno