sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vídeo: Julgar precitadamente é...

Vejamos o vídeo de uma campanha publicitária alemã sobre o quanto somos apressados nos nosso julgamentos... Qual a reflexao que se nos faz necessaria?

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Julgamentos precipitados


Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco.
Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
Os amigos disseram ao velho:
Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!
E o velho respondeu:
Calma, não cheguem a tanto.
Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira.
O resto é julgamento de vocês.
As pessoas riram do velho.
Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou.
Ele tinha fugido para a floresta. Na volta, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele.
As pessoas se reuniram de novo e disseram:
Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção.
E o velho disse:
Vocês estão se precipitando de novo.
Quem pode dizer se é uma benção ou não?
Apenas digam que o cavalo está de volta…
O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens.
Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas.
As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar:
E não é que você tinha razão, velho?
Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.
E o velho disse:
Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein?
Não se adiantem tanto.
Digam apenas que meu filho fraturou as pernas.
Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção…
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho.
E os que foram para a guerra, morreram…
Quem é obcecado por julgar cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação.
E isso leva a conclusões precipitadas.
Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa.
Quando uma porta se fecha, outra se abre…
Às vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a benção que ela nos traz…

Encontro r\egional Luiz Sérgio - João Pessoa/PB


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Revista Espírita - quinto ano - 1862 - Junho: Suicídio

Revista Espírita
 
 
 
Quinto Ano – 1862
 
 
 
Junho
 
 
 
Revista Espírita, julho de 1862
 
 
 
Examinemos agora o suicídio de um outro ponto de vista. Dizemos que, quaisquer que sejam os motivos particulares, tem sempre por causa um descontentamento; ora, aquele que está certo de não ser infeliz senão um dia e ser melhor os dias seguintes, facilmente tem paciência; não se desespera senão se não vê o fim de seus sofrimentos. O que é, pois, a vida humana com relação à eternidade, senão menos que um dia? Mas para aquele que não crê na eternidade, que crê que tudo acaba nele com a vida, e se é acabrunhado pelo desgosto e pelo infortúnio, não lhe vê o fim senão na morte; nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar seus sofrimentos pelo suicídio.
 
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores excitantes ao suicídio: elas dão a covardia moral. E quando se vêem homens de ciência se apoiarem sobre a autoridade de seu saber para se esforçarem em provar, aos seus ouvintes ou aos seus leitores, que não têm nada a esperar depois da
 
morte, não é conduzi-los a esta conseqüência de que são infelizes, não têm nada de melhor a fazer do que se matarem? Que poderíamos lhes dizer para disso afastá-los? Que compensação poderiam lhes oferecer? Que esperanças podem lhes dar? Nenhuma outra coisa senão o nada; de onde é "preciso concluir que se o nada é o remédio heróico, a única perspectiva, vale mais nele cair logo em seguida do que mais tarde, e assim sofrer por menos tempo. A propagação das idéias materialistas é, pois, o veneno que inocula, num grande número o pensamento do suicídio, e aqueles que se fazem disso os apóstolos, seguramente, têm sobre si uma terrível responsabilidade.
 
A isso objetar-se-á, sem dúvida, que todos os suicidas não são materialistas, uma vez que há pessoas que se matam para irem mais depressa para o céu, e outras para se juntar mais cedo àqueles que amaram. Isto é verdade, mas incontestavelmente é o menor número, e do qual não se convenceria se se tivesse uma estatística conscienciosamente feita das causas íntimas de todos os suicídios. Seja como for, se as pessoas que cedem a este pensamento crêem na vida futura, é evidente que fazem dela uma idéia inteiramente falsa, e a maneira com a qual ela é apresentada, em geral, não é quase nada própria para dar-lhe uma idéia mais justa. O Espiritismo vem não somente confirmar a teoria da vida futura, mas a prova pelos fatos mais patentes que são possíveis ter: o testemunho daqueles mesmos que ali estão; faz mais, no-la mostra sob cores tão racionais, tão lógicas, que o raciocínio vem em apoio da fé. Não sendo mais permitida a dúvida, o aspecto da vida muda; sua importância diminui em razão da certeza, que se adquire, de um futuro mais próspero; para o crente, a vida se prolonga indefinidamente além do túmulo; daí a paciência e a resignação que afastam muito naturalmente do pensamento do suicídio; daí, em uma palavra, a coragem moral.
O Espiritismo tem ainda, sob esse aspecto, um outro resultado igualmente positivo, e talvez mais determinante. A religião diz bem que se suicidar é um pecado mortal do qual se é punido; mas como? pelas chamas eternas nas quais não se crê mais. O Espiritismo nos mostra os próprios suicidas vindo dar conta de sua posição infeliz, mas com esta diferença de que as penas variam segundo as circunstâncias agravantes ou atenuantes, o que é mais conforme a justiça de Deus; que, em lugar de serem uniformes, elas são a consequência tão natural da causa que provocou a falta, que não se pode impedir de nelas ver uma soberana justiça eqüitativamente distribuída. Entre os suicidas, há os que cujo sofrimento, por não ser senão temporário em lugar de eterno, não é menos terrível e de natureza a dar a refletir a quem estivesse tentado a partir daqui antes da ordem de Deus. O Espírita tem, pois, por contrapeso ao pensamento do suicídio, vários motivos: a certeza de uma vida futura, na qual sabe que será tanto mais feliz quanto houver sido mais infeliz e mais resignado sobre a Terra; a certeza de que, abreviando a vida, chega justamente a um resultado diferente daquele que espera alcançar; que se livra de um mal para tê-lo um pior, mais longo e mais terrível, que não reverá, no outro mundo, os objetos de sua afeição, que queria ir reencontrar; de onde a conseqüência de que o suicídio está contra os seus próprios interesses. Também o número de suicídios impedidos pelo Espiritismo é considerável, e se pode disso concluir que quando todo o mundo for Espírita, não haverá mais suicídios voluntários, e isso chegará mais cedo do que se crê. Comparando, pois, os resultados das doutrinas materialista e espírita, sob o único ponto de vista do suicídio, acha-se que a lógica de uma a ele conduz, ao passo que a lógica da outra dele desvia, o que está confirmado pela experiência

        Enviado por: Joel Silva

terça-feira, 24 de maio de 2016

E, aí! Já assistiu?!

SUGESTÃO DE FILME do Centro Espírita Vicente Rodrigues Alves

“QUANDO OS ANJOS FALAM” (1991) - Peter O'Fallon

Sinopse:
Um garoto, James Neubauer (Trevor Morgan), é atormentado pela lembrança de um acidente de carro, que provocou a morte da sua mãe, alguns anos antes. O pai dele, Nathan (Ray Liotta), lhe dá pouca atenção e James nutre um profundo ódio, sem motivo, pela sua madrasta, Mary (Catherine McCormack). James se sente cada vez mais ...só e não tem muito prazer em passar as férias de verão na casa de praia deles, principalmente por não ter a companhia de alguém da sua idade. Assim, passa o tempo explorando as praias próximas. Numa destas excursões, quando já tinha anoitecido, ele chega na casa da idosa e reclusa Maddy Bennett (Vanessa Redgrave), que tinha fama de ser excêntrica. A presença de Maddy com espingarda em punho o assusta e ele acaba quebrando a cerca dela. Maddy vai procurá-lo e James se compromete em consertar sua cerca. Enquanto trabalha, ele e Maddy criam uma profunda amizade. Quando a família dele descobre sua ligação com Maddy, eles erradamente a culpam de inventar histórias, que prejudicam James, e o proíbem de ter contato com ela. Esta atitude afetará toda a família.

Porque assistir:
"O filme mostra todos esses aspectos espirituais de forma muito natural e sem precisar exibi-los, o que torna o roteiro ainda mais inteligente e conduz o espectador a uma reflexão sobre a vida no além.
Infelizmente, esse filme não teve a repercussão que deveria, mas é sem dúvida uma ótima opção para se assistir com toda a família. Mesmo para aqueles que, porventura, não crêem na vida após a morte e na comunicabilidade entre encarnados e desencarnados vai ser muito difícil não se deixar encantar e se emocionar com este filme..." (http://www.redeamigoespirita.com.br/group/filmesespritaseespiritualistas/forum/topics/quando-os-anjos-falam)

Onde encontrar:
https://www.youtube.com/watch?v=YRPrMyWZMOE

domingo, 22 de maio de 2016

Tolerância é uma Palavra Feia

Tolerância é uma Palavra Feia

Marcus Braga

Tolerância é uma palavra feia...Lembra algo do tipo “aceito por que não tem jeito, né”. Prefiro a palavra respeito, que lembra convivência pacífica e compreensão da pluralidade, como é a nossa sociedade, de pessoas, povos e ideias diferentes. Basta olharmos o mundo e a história dos homens encarnados e veremos isso.  Jesus, em sua mensagem, pregava o amor, o sentimento mais universalizante possível, pois é acessível a todos em todas as eras, sem segregações.
De forma depressiva termina o mês de janeiro de 2016, pleno Século XXI, com o homem pensando em colonizar Marte, pois presenciamos no Jornal o incêndio com indícios criminosos em mais uma Casa espírita, agora em uma área carente de Sobradinho, na Capital federal. Não se trata de fato isolado, com reportes de ocorrências recentes, envolvendo espíritas e nossos irmãos de cultos afro-brasileiros, relembrando os tempos pouco democráticos na história de nosso país, na qual espíritas tinham suas reuniões monitoradas e eram fichados na polícia. Me pergunto se alguém acha que numericamente ou ideologicamente pertencemos, como espíritas, a crença hegemônica? Kardec foi um contestador de paradigmas vigentes!

Não alimentemos essa doce ilusão. Da caixinha que sai essa chamada intolerância religiosa, brotam as agressões de cunho racial, a violência por conta de orientação sexual, os linchamentos, a invisibilidade dos deficientes, os preconceitos de classe social, as piadas de aparência, o antissemitismo e toda sorte de manifestações que nos afastam do sentimento humanista e de fraternidade universal, que anda ladeado com a ideia de pluralidade e respeito. Mais que tolerar, respeitar é um ato de amor.

Para entender esse cenário, precisamos mergulhar no pandemônio em que nos vemos inseridos atualmente. Vivemos em um período recente de pluralização do acesso a informação e mais, dos produtores de conteúdo, em um mundo que viveu algumas décadas de relativa estabilidade e de acréscimo de consumo as vidas cotidianas, após as tensões de conflitos e da guerra fria. No início de 2010, com acenos de crises mundiais e arranjos geopolíticos, o mundo começou a se agitar de novo, como épocas que havíamos esquecido.

Essa agitação, seguida de em um clima de liberdade no chamado pós modernismo, no qual crenças e hábitos são rapidamente desconstituídos, em um mundo que se torna irreconhecível em menos de uma geração, gerou nas pessoas o medo, um pai zeloso do ódio. Surgem agitações, ao som de pandeiros, na busca por direitos, na contestação frente as dificuldades e problemas, como é habitual da vida política e toda essa agitação movimenta energias, de cá e de lá, causando choques, bandeiras e manipulação, em jogos de manutenção de poder, de luta por mudanças, apimentado pela falta de confiança no homem, santo de pé de barro que vê seu lado pior mostrado nos shows dos telejornais.

Nesse contexto, de medo e de desconfiança, emerge da carteira das soluções imediatas movimentos ligados a chamada pauta conservadora, na qual essa profusão anterior de mudanças e quebra de paradigmas é vista como ofensa e causa da ordem estabelecida, personificando grupos e pessoas como causa de nossas mazelas, de um mundo que adolesce e não se entende em conflito. Daí, materializam-se cenas de ódio e agressão no cotidiano, temperado pela facilidade das chamadas redes sociais, em ações orquestradas e conexas, ainda que oriundas de diferentes agentes.

Confundimos meritocracia com falta de compaixão, justiça com ódio, diferenças com ofensa, colhendo as fraturas da globalização que foi mais econômica do que cultural. Com isso abrem-se caixas de pandora, que espalham a loucura em nossas manchetes, com a paranoia e a síndrome de perseguição alimentando relações desumanizadas, em explosões de ódio, tiros e surras.

Por isso, não nos espantemos de agressão a grupos de religiões minoritárias como a nossa. Não fiquemos estarrecidos por esse sentimento antipanrreligioso que domina as pessoas, pois dentro desse contexto, é plenamente explicável o que está acontecendo. É tudo uma decorrência de uma grande agitação, desse grande pandemônio, que não se restringe ao Brasil e que vem sendo gestado por força de nossas imperfeições e de interesses de toda natureza.

O falso moralismo, a hipocrisia, a forma sobre o conteúdo, o burocratismo, a opressão, a busca do discurso em relação a ação, apresentam-se todos esses  como porto seguro diante desse mundo em mudança acentuada e visível. Buscamos um inimigo, um lúcifer para descarregar nossas mazelas de espírito encarnado, como um narciso cego, que se admira e se oculta e que rechaça tudo aquilo que é diferente ou que não entende.

Diante dessa agitação, dessas guerras santas, vale relembrar a lição evangélica da outra face, e do amor que cobre a multidão de pecados. Insta a nós espíritas não jogarmos mais querosene nesse incêndio, personificando situações na multiplicação do ódio. Para curar o ódio, só o amor, e seus irmãos, o respeito e a compreensão.

Nos pautamos por um pedagogo que teve seus livros queimados e por um crucificado, e como espíritas já fomos xingados, objeto de piadas e somente em tempos recentes passamos a ser vistos com outros olhos nas falas, figurando em telenovelas com destaque. Não caiamos nas balelas de coisas sagradas ou povos eleitos, pois como disse Leon Denis, o Espiritismo será a religião do futuro ou o futuro das religiões, ou seja, influenciaremos positivamente a religião e para isso não precisamos entrar em disputas por espaços políticos ou na sanha de obter adeptos pelo proselitismo.

Esse frenesi deve ser olhado por espíritas como espíritas, com a nossa fé raciocinada, percebendo que postura nos é demandada nesse momento. Queremos o incentivo a intolerância ou o cultivo, de forma integral em nossa vida, ao respeito? A religião, na sua prática atual, necessita dar as mãos ao humanismo.
2 de Fevereiro de 2016