sábado, 27 de junho de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE– Cap. X – Itens 14 e 15
Tema:   Perdão das ofensas
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A - Texto de Apoio:

Perdão das ofensas

14. Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre. Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar frequentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas?

Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita.

Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte dAquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo, faz dezoito séculos. Perdoai aos vossos irmãos, como precisais que se vos perdoe. Se seus atos pessoalmente vos prejudicaram, mais um motivo aí tendes para serdes indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.

Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. Simeão. (Bordéus, 1862.)

15. Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. Perdoai, pois, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, porquanto, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se usardes de rigor até por uma ofensa leve, como querereis que Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tendes de indulgência? Oh! ai daquele que diz: "Nunca perdoarei", pois pronuncia a sua própria condenação. Quem sabe, aliás, se, descendo ao fundo de vós mesmos, não reconhecereis que fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por uma alfinetada e acaba por uma ruptura, não fostes quem atirou o primeiro golpe, se vos não escapou alguma palavra injuriosa, se não procedestes com toda a moderação necessária? Sem dúvida, o vosso adversário andou mal em se mostrar excessivamente suscetível; razão de mais para serdes indulgentes e para não vos tomardes merecedores da invectiva que lhe lançastes. Admitamos que, em dada circunstância, fostes realmente ofendido: quem dirá que não envenenastes as coisas por meio de represálias e que não fizestes degenerasse em querela grave o que houvera podido cair facilmente no olvido? Se de vós dependia impedir as consequências do fato e não as impedistes, sois culpados. Admitamos, finalmente, que de nenhuma censura vos reconheceis merecedores: mostrai-vos dementes e com isso só fareis que o vosso mérito cresça.

Mas, há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem, com referência ao seu adversário: "Eu lhe perdoo", mas, interiormente, alegram-se com o mal que lhe advém, comentando que ele tem o que merece. Quantos não dizem: "Perdoo" e acrescentam. "mas, não me reconciliarei nunca; não quero tornar a vê-lo em toda a minha vida." Será esse o perdão, segundo o Evangelho? Não; o perdão verdadeiro, o perdão cristão é aquele que lança um véu sobre o passado; esse o único que vos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras. - Paulo, apóstolo. (Lião, 1861.)

 B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Cite benefícios de se perdoar os “inimigos”.

2 – Diferencie o perdão dos lábios do perdão do coração.

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Vídeo: Eu, eu mesma e eu espírita

 

ASSISTA AQUI:

EU, EU MESMA E EU ESPÍRITA (Humor e Espiritismo)

Fonte: Rede Amigo Espírita -  http://www.redeamigoespirita.com.br/video/eu-eu-mesma-e-eu-esp-rita-humor-e-espiritismo

Sabe quando a gente é uma pessoa com os amigos, outra no trabalho, outra no centro/igreja/templo e outra completamente diferente em casa? Conheça Renata. Ela muda tanto que acabou tendo que fazer uma reunião com as outras "Renatas" pra não pirar de vez!
É natural adequarmos nosso comportamento ao ambiente, mas nunca querendo se passar pelo que não somos. Pode até ser fácil enganar os outros, mas é impossível enganar a própria consciência.
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Mural reflexivo: CASTELOS DE AREIA

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CASTELOS DE AREIA


    Sol a pino. Maresia. Ondas ritmadas. Na praia está um menino.
    Ajoelhado, ele cava a areia com uma pá de plástico e a joga dentro de um balde vermelho. Em seguida, vira o balde sobre a superfície e o levanta.
    Encantado, o pequeno arquiteto vê surgir diante de si um castelo de areia.
    Ele continuará a trabalhar a tarde inteira. Cavando os fossos. Modelando as paredes.
    As rolhas de garrafa serão as sentinelas. Os palitos de sorvete serão as pontes. E um castelo de areia será construído.
* * *
    Cidade grande. Ruas movimentadas. Ronco dos motores dos automóveis.
    Um homem está no escritório. Em sua escrivaninha, ele organiza pilhas de papel e distribui tarefas. Coloca o fone no ombro e faz uma chamada.
    Como que num passe de mágica, contratos são assinados e, para grande felicidade do homem, foram fechados grandes negócios.
    Ele trabalhará a vida inteira. Formulando planos. Prevendo o futuro.
    As rendas anuais serão as sentinelas. Os ganhos de capital serão as pontes. Um império será construído.
* * *
    Dois construtores de dois castelos. Ambos têm muita coisa em comum: fazem grandezas com pequeninos grãos...
    Constroem algo do nada. São diligentes e determinados. E, para ambos a maré subirá, e tudo terminará.
    Contudo, é aqui que as semelhanças terminam. Porque o menino vê o fim, ao passo que o homem o ignora.
    Observe o menino na hora do crepúsculo.
    Quando as ondas se aproximam, o menino sábio pula e bate palmas.
    Não há tristeza. Nem medo. Nem arrependimento. Ele sabia que isso aconteceria. Não se surpreende.
    E, quando a enorme onda bate em seu castelo e sua obra-prima é arrastada para o mar, ele sorri...
    Sorri, recolhe a pá, o balde, segura a mão do pai e vai para casa.
    O adulto, contudo, não é tão sábio assim. Quando a onda dos anos desmorona seu castelo, ele se atemoriza...
    Cerca seu monumento de areia, a fim de protegê-lo.
    Tenta impedir que as ondas alcancem as paredes. Encharcado de água salgada e tremendo de frio, ele resmunga para a próxima onda.
    “É o meu castelo” diz em tom de afronta.
    O mar não precisa responder. Ambos sabem a quem a areia pertence...
    Talvez você não saiba muito sobre castelos de areia. Mas as crianças sabem.
    Observe-as e aprenda. Vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança.
    Quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda.
    Aplauda o processo da vida, segure a mão do pai e vá para casa.
* * *
    A vida tem sua dinâmica própria, e obedece a leis transcendentes que nem sempre conseguimos compreender totalmente...
    Mas o certo é que a roda da vida gira e nos oferece lições importantes para serem apreendidas e vividas.
    Resta-nos conhecer e confiar. Observar e aprender.
    Por isso, vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança.
    E quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda.
    Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa.

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto homônimo, de Max Lucado, do livro Histórias para aquecer o coração2, organizado por Alice Gray, ed, United Press)

(http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1369&let=C&stat=0 ) 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Seminario Litero Musical com Haroldo Dutra – RS

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ESTUDO DA METODOLOGIA DE EVANGELIZAÇÃO DE ESPIRITOS – Americana/SP

ESTUDO DA METODOLOGIA DE EVANGELIZAÇÃO DE ESPIRITOS

Estudo da Metodologia de Evangelização de Espíritos.
Estes encontros acontecem 1 vez por mês, sempre aos domingos.


Local: Associação Espírita de Americana - AEA
Rua Olavo Bilac, 303 - Vila Jones, Americana, SP...
Fone secretaria: 3461-8078


Anotem as datas de todos os encontros, que acontecem sempre das 8h30 as 11h30.


01/03 - 12/04 - 17/05 - 14/06 - 05/07 - 02/08 - 13/09 - 04/10 - 25/10 - 06/12

O estudo é baseado no livro: "O que é Evangelização de Espíritos"
http://www.candeia.com/que-e-evangelizacao-de-espiritos-o/p

Teremos exemplares a venda no mesmo dia a 22 reais.


Inscrições (isentas de taxas), entrem em contato com aea.secretaria@gmail.com
Esperamos por vocês!

Oficina de Música – julho/2015 – Espírito Santo

Junior Vidal - Pedindo a ajudado dos amigos na divulgação COMPARTILHANDO o evento.  Ao realizar inscrição o evangelizador recebe o kit da oficina.
Local: Geak Guarapari ES. ...
Realização 11 CRE / FEEES.
Apoio IDEG. Ver mais

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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A002 – Exórdio - 2ª parte

Exórdio - 2ª parte

Este livro deveria ter sido escrito faz muito tempo...

Todos os fatos nele narrados aconteceram entre os anos de 1937 e 1938, em Salvador, na Bahia, quando da nossa jornada carnal, na Terra. Algumas das personagens aqui aparecem discretamente resguardadas por pseudônimo, considerando que algumas delas e seus familiares se encontram ainda reencarnados...

Como nos impressionassem as técnicas da obsessão utilizadas pelos Espíritos perseguidores e as técnicas da desobsessão aplicadas pelos Instrutores Desencarnados, reunimos dados, fizemos verificação, e hoje apresentamos o resultado das averiguações ao leitor interessado em informações do Mundo Espiritual sobre o palpitante problema das perseguições espirituais.

Estes fatos transcorrem entre os dois mundos: o dos encarnados e o dos desencarnados. Estes dois mundos se interpenetram, já que não há barreiras que os separem nem fronteiras reais, definidas, entre ambos.

Grande parte das instruções, orientações e socorros procederam do Mundo Espiritual, durante as sessões realizadas com a participação de diversos membros da União Espírita Baiana, quando presidida por José Petitinga, o amigo incondicional do Cristo.

Diversos companheiros encarnados e nós participávamos, em desdobramento parcial pelo sono, das atividades da desobsessão e das incursões no Mundo Espiritual sob o comando de Abnegados Mentores que nos sustentavam e conduziam, adestrando-nos nas realidades da vida extracorpórea.

Desde vários anos, percebêramos a facilidade com que nos libertávamos parcialmente dos liames carnais, em estado de lucidez, amealhando, desde então, incomparáveis recursos para utilização oportuna. Quando nos aconteceram as primeiras experiências dessa ordem, no labor mediúnico em grupo, retornamos ao corpo conservando intactas as lembranças, o mesmo acontecendo a diversos membros daquelas atividades. Como se tornassem cada vez mais complexas as tarefas em curso, a bondade dos Amigos Espirituais procedeu a conveniente censura das lembranças, de modo a que a nossa vida material não fosse afetada pelas recordações de tais realizações.

Em confabulações com Petitinga, quando ainda no plano físico, conseguíamos, de certo modo, acompanhar as disposições socorristas dedicadas aos membros envolvidos nas tramas da obsessão de que nos ocupamos nestas páginas.

Foi, todavia, em cá chegando, após a libertação dos liames fisiológicos pela desencarnação, que pudemos reunir todos os apontamentos de que tínhamos necessidade, contando, também, com a valiosa cooperação do venerando amigo Petitinga e das Entidades Superiores, que nos ajudaram naquele tentame, então coroado de êxito, mercê da Divina Misericórdia.

*

Alguns dos subitens que constituem os Prolegômenos desta Obra apareceram oportunamente em alguns periódicos espíritas. Aqui se encontram por nós próprios refundidos para melhor entrosamento no conjunto.

Reconhecemos a singeleza deste trabalho. Com ele, todavia, objetivamos cooperar de alguma forma com os nobres lidadores da mediunidade, os infatigáveis servidores das tarefas da desobsessão, que se dedicam confiantes e joviais aos trabalhos de socorro aos irmãos atribulados deste lado de cá e do lado de lá, cooperando com o Cristo na implantação do Mundo Melhor a que todos aspiramos.

Nada traz de novo, que já não tenha sido dito. Repete, fiel à técnica educacional de que o exercício é um dos mais eficientes métodos da aprendizagem, muitas lições conhecidas. Longe de ser um tratado sobre obsessão e desobsessão, é um ligeiro estudo prático, através de uma família anatematizada pelas perturbações de além-túmulo.

Imenso e fértil campo a joeirar, a obsessão continua aguardando os estudiosos mais bem adestrados e mais capazes para mais amplos esclarecimentos e mais eficazes elucidações.

O nosso pálido esforço tem o escopo de chamar a atenção para o problema. Que outros, como já tem sido feito por muitos, realizem a parte mais nobre e complexa da questão.

Reconhecidos e sensibilizados pelo auxílio recebido do Alto, que nunca nos tem faltado com o seu socorro, exoramos as bênçãos do Senhor para todos nós, servo incompetente que reconhecemos ser, na Sua Vinha de Luz e Amor.

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

Salvador, 12 de junho de 1970.

QUESTÕES PARA ESTUDO

01 – Qual foi o objetivo com que o autor escreveu este livro? Em que período e lugar ocorreram os fatos narrados e qual a forma como trabalhou, até a conclusão da obra?

02 - “Diversos companheiros encarnados e nós participávamos (...) das atividades da desobsessão e das incursões no Mundo Espiritual sob o comando de Abnegados Mentores que nos sustentavam e conduziam (...)” De que maneira os trabalhadores encarnados poderiam trabalhar nestas incursões no Mundo Espiritual? E por que conservavam as lembranças de certos acontecimentos e de outros não?

03 – Quem foi o abnegado José Petitinga?

domingo, 21 de junho de 2015

Luz no lixo

Luz no lixo

O fotógrafo alemão Micha Ende retrata como a vida dos catadores de lixões do Rio de Janeiro se transformou radicalmente após a extinção dos aterros a céu aberto da cidade

por Carlos Turdera

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, determina que os aterros a céu aberto não podem mais existir no Brasil. Desde 2 de agosto de 2014, os municípios ficaram obrigados a executar diversas ações ambientalmente responsáveis, como a reciclagem, o reúso, a compostagem, o tratamento e a coleta seletiva dos materiais descartados. O não cumprimento da lei pode acarretar multas de até R$ 50 milhões. Não foram só os lixões os afetados, os catadores também tiveram de se enquadrar na nova realidade.
No Rio de Janeiro, o lixão de Gericinó, em Bangu, é o último ícone daquele modelo de despejo que a lei hoje procura deixar para trás. Embora oficialmente já esteja desativado, seu nome continua a designar um território concreto e simbólico de grande peso para a cidade e para as famílias que tiravam de lá o seu sustento. Dos 246 catadores que foram cadastrados durante o processo de adequação do vazadouro, hoje apenas 85 permanecem vinculados ao novo projeto. Todos eles, mesmo os que não ficaram, receberam uma indenização de R$ 14 mil. Após cursos de qualificação organizados pela Comlurb e a prefeitura, eles se integraram em seis cooperativas.
A temática dos lixões ganhou destaque no cinema com Vik Muniz, autor de uma obra que revalorizou aquilo que até então era descartado sem contemplação: objetos, mas também pessoas. O fotógrafo alemão Micha Ende, radicado no Brasil desde 1985, passou oito meses em Gericinó (de setembro de 2013 até a extinção oficial, em 4 de abril de 2014) para retratar os “caçadores de tesouros”. “Não queria reproduzir o estereótipo depressivo nem estilizar a miséria, mas sim mostrar as pessoas, íntegras”, disse ele a GALILEU. O registro faz parte de seu projeto Vizinhos distantes, que abrange aspectos socioculturais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os Brics.

Matéria publicada na Revista Galileu, em 19 de fevereiro de 2015.

André Henrique de Siqueira* comenta
716. A Natureza não traçou o limite do necessário em nossa própria organização?
— Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou limites de suas necessidades na sua organização, mas os vícios alteraram a sua constituição e criaram para ele necessidades artificiais.(1)
Um dos principais problemas da modernidade é o modo de tratar o planeta. Em um interessante estudo em 1993, a pesquisadora Faith Popcorn identifica que nos próximos anos uma das tendências do mercado seria a emergência de uma preocupação com o meio-ambiente. Neste cenário, o lixo seria, ao mesmo tempo, um grave problema e uma excelente oportunidade para negócios.(2)
O lixo possui duas dimensões que devem ser consideradas. O primeiro é que ele é um resíduo de processos de produção ao de consumo e como tal pode vir a ser reciclado. O segundo é que ele pode se tornar um problema contra o meio-ambiente se não for adequadamente tratado.
Um excelente estudo sobre o Espiritismo e a Ecologia pode ser encontrado no trabalho de André Trigueiro. Em resposta a uma entrevista da Folha Espírita, o jornalista carioca, nos traz um excelente material para reflexão:
FE: Qual a responsabilidade do espírita para com o planeta? Trigueiro – O espírita precisa se dar conta de que, quando o planeta adoece, nosso projeto evolutivo fica comprometido. Emmanuel, em O Consolador, diz que o meio ambiente influi no espírito. Aos espíritas que mantém uma atitude comodista diante desse cenário, escorados talvez na premissa determinista de que tudo se resolverá quando se completar a transição da Terra (de mundo de expiações e de provas para o mundo de regeneração), é bom lembrar do que disse Santo Agostinho, no capítulo III, de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ao descrever o mundo de regeneração, Santo Agostinho afirma que, mesmo livre das paixões desordenadas, num clima de calma e repouso, a humanidade ainda estará sujeita às vicissitudes de que não estão isentos senão os seres completamente desmaterializados; há ainda provas a suportar (...) e que ‘nesses mundos, o homem ainda é falível, e o espírito do mal não perdeu, ali, completamente o seu império. Não avançar é recuar e se não está firme no caminho do bem, pode voltar a cair nos mundos de expiação, onde o esperam novas e terríveis provas’. Ou seja, não há mágica no processo evolutivo: nós já somos os construtores do mundo de regeneração.(3)
Allan Kardec, refletindo sobre o necessário e o supérfluo,(1) também nos dá um bom material para reflexão:
717. Que pensar dos que açambarcam os bens da Terra para se proporcionarem o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário?
— Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas privações que ocasionarem.
Comentário de Kardec: O limite entre o necessário e o supérfluo nada tem de absoluto. A civilização criou necessidades que não existem no estado de selvageria, e os Espíritos que ditaram esses preceitos não querem que o homem civilizado viva como selvagem. Tudo é relativo e cabe à razão colocar cada coisa em seu lugar. A civilização desenvolve o senso moral e ao mesmo tempo o sentimento de caridade que leva os homens a se apoiarem mutuamente. Os que vivem à custa das privações alheias exploram os benefícios da civilização em proveito próprio; não têm de civilizados mais do que o verniz, como há pessoas que não possuem da religião mais do que a aparência.(1)
Vemos que o problema não é apenas de reciclagem. Enquanto não nos conscientizarmos sobre a importância de corrigir a nossa relação com o Universo, não estaremos prontos para o exercício da cidadania delineada por Jesus, quando nos declarou herdeiros do Reino dos Céus, o qual não é uma utopia religiosa, mas uma necessária adequação de nossas almas às sublimes leis que regem o Universo.
Referências
(1) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Ed. FEB. Rio de Janeiro;
(2) POPCORN, Faith. O Relatório Popcorn: Centenas de Ideias de Novos Produtos, Empreendimentos e Novos Mercados. Rio de Janeiro: Elsevier, 1993;
(3) SANTOS, Cláudia. Ecologia e Espiritismo. On Line. Disponível em , acessado em 10/04/2015.

* André Henrique de Siqueira é bacharel em ciência da computação, professor e espírita.