sexta-feira, 25 de maio de 2012

Notícia: "Aluna de 10 anos morre após briga 'por causa de garoto' nos EUA."

Uma menina de dez anos de Long Beach, Califórnia (EUA), morreu após uma briga com uma colega de escola da mesma idade, na última sexta-feira.

A polícia ainda investiga as causas da morte e da disputa entre as duas garotas, mas testemunhas ouvidas pela imprensa local dizem que a briga foi por causa de um garoto.


O caso foi classificado nesta segunda-feira como um homicídio, causado por um "forte trauma" na cabeça da vítima.

Joanna Ramos, 10, e sua colega brigaram após as aulas de sexta-feira à tarde. A polícia acredita que nenhuma arma tenha sido usada e que o confronto tenha durado apenas um minuto. As duas garotas saíram caminhando, sem nenhum sinal visível de trauma em seus corpos.

Porém, mais tarde, Joanna passou mal e foi levada por seus parentes ao hospital. Chegou lá inconsciente e sem respirar, foi operada (aparentemente para a retirada de um coágulo no cérebro), mas não resistiu. Morreu na mesma noite. (...).

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Comentário:


As notícias sobre episódios violentos envolvendo crianças e adolescentes proliferam nas televisões, jornais e internet. Este facto tem contribuído para alimentar algumas generalizações de que toda a juventude se encontra perdida e sem rumo. No entanto, não podemos ignorar que hoje existe uma maior divulgação das atitudes violentas. Se todos os dias sair uma notícia de uma ato violento praticado por uma criança em qualquer lugar do mundo, se não tomarmos cuidado iremos interiorizar que as crianças de hoje são violentas e agressivas. É uma generalização falsa e perigosa.

Numa coisa precisamos estar de acordo: Existe violência e agressividade em excesso nas crianças e adolescentes. A agressividade das crianças e adolescentes a determinados níveis, mesmo quando enquadrada num difícil e conflituoso processo de transição para a vida adulta, não pode ser admitida. A escola é um local privilegiado, não apenas para as aprendizagens cognitivas, mas também para a aquisição de capacidades ao nível do relacionamento interpessoal e comportamento social. As situações de conflito, discórdia e desentendimento multiplicam-se e permitem às crianças e adolescentes, se devidamente acompanhados e orientados, adquirirem a experiência necessária nestas questões para que estejam melhor preparados para lidar com os conflitos no futuro. (...).





Uma menina de dez anos de Long Beach, Califórnia (EUA), morreu após uma briga com uma colega de escola da mesma idade, na última sexta-feira.

A polícia ainda investiga as causas da morte e da disputa entre as duas garotas, mas testemunhas ouvidas pela imprensa local dizem que a briga foi por causa de um garoto.

O caso foi classificado nesta segunda-feira como um homicídio, causado por um "forte trauma" na cabeça da vítima.

Joanna Ramos, 10, e sua colega brigaram após as aulas de sexta-feira à tarde. A polícia acredita que nenhuma arma tenha sido usada e que o confronto tenha durado apenas um minuto. As duas garotas saíram caminhando, sem nenhum sinal visível de trauma em seus corpos.

Porém, mais tarde, Joanna passou mal e foi levada por seus parentes ao hospital. Chegou lá inconsciente e sem respirar, foi operada (aparentemente para a retirada de um coágulo no cérebro), mas não resistiu. Morreu na mesma noite.


'Saber o que aconteceu'

"Minha filha começou a se queixar de que não se sentia bem. (...) Levamos ela ao hospital, mas era tarde demais. Ela estava em coma", disse à emissora Fox a mãe de Joanna, Cecilia Villanueva. "Quero saber o que aconteceu."

Uma tia da garota disse ao jornal Long Beach Press-Telegram que acreditava que mais de uma garota poderia ter se chocado com sua sobrinha.

A polícia interrogou a outra menina envolvida na briga, mas não deu mais detalhes sobre o caso.

Há relatos de que a briga já tivesse sido marcada pelas meninas - ou seja, de que não tenha sido espontânea. Mas autoridades ligadas à escola disseram não saber da rivalidade entre as duas.

De acordo com o Long Beach Press-Telegram e a emissora local KTLA, havia relatos de bullying na escola, mas nenhum aluno interrogado disse que Joanna era um alvo de gozações.

"Ainda estamos tentando colocar as peças desse quebra-cabeça no lugar", disse à imprensa o vice-chefe da polícia local, Robert Luna.

Até a noite de segunda-feira, ninguém havia sido detido por conta do caso.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/02/120227_briga_eua_pai.shtml

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Comentário:

As notícias sobre episódios violentos envolvendo crianças e adolescentes proliferam nas televisões, jornais e internet. Este facto tem contribuído para alimentar algumas generalizações de que toda a juventude se encontra perdida e sem rumo. No entanto, não podemos ignorar que hoje existe uma maior divulgação das atitudes violentas. Se todos os dias sair uma notícia de uma ato violento praticado por uma criança em qualquer lugar do mundo, se não tomarmos cuidado iremos interiorizar que as crianças de hoje são violentas e agressivas. É uma generalização falsa e perigosa.

Numa coisa precisamos estar de acordo: Existe violência e agressividade em excesso nas crianças e adolescentes. A agressividade das crianças e adolescentes a determinados níveis, mesmo quando enquadrada num difícil e conflituoso processo de transição para a vida adulta, não pode ser admitida. A escola é um local privilegiado, não apenas para as aprendizagens cognitivas, mas também para a aquisição de capacidades ao nível do relacionamento interpessoal e comportamento social. As situações de conflito, discórdia e desentendimento multiplicam-se e permitem às crianças e adolescentes, se devidamente acompanhados e orientados, adquirirem a experiência necessária nestas questões para que estejam melhor preparados para lidar com os conflitos no futuro. No entanto, existem alguns fenómenos que tem vindo a aumentar e que merecem uma atenção especial dos pais e educadores: O Bullying, fenómeno da violência gratuita, por vezes com contornos de enorme brutalidade. Esse tipo de violência, não só física mas também emocional e sexual, fazendo muitas vezes uso das modernas ferramentas tecnológicas, é muitas vezes persecutória e personalizada, com graves consequências emocionais e psicológicas para as vítimas.

Herança de um passado recheado de ódio, guerra e brutalidade, existe ainda a tendência inata para resolver os conflitos através da violência, como se o poder do mais forte ou daquele que consegue causar maior prejuízo ao outro se pudesse sobrepor à razão e à verdade. Porquê tudo isso? Porque é que alguns jovens ainda revelam comportamentos tão cruéis e desumanos? Precisamos compreender que esta questão não é exclusiva dos jovens e que muitos dos seus comportamentos são copiados do que eles vêm à sua volta. Sendo certo que nos encontramos mergulhados num mundo de provas e expiações que proporciona a convivência entre espíritos de diferentes condições evolutivas e onde os mais rebeldes e audaciosos normalmente subjugam os outros, existem outras causas que não podemos ignorar e que temos ferramentas para corrigir. A principal delas, segundo os especialistas, é a convivência diária das crianças e jovens com a violência. Existe uma banalização da violência. As crianças, desde a mais tenra idade, vibram através da televisão e internet com lutas de Wrestling, desenhos animados violentos, episódios de pancadaria, agressões físicas, imagens grosseiras de atividades sexuais explícitas e assassínios brutais. Os videogames violentos, em que o jogador se coloca na pele de um carrasco, soldado ou assassino, inundam os tops de vendas e cativam adolescentes e até adultos.

Alvos fáceis da indústria publicitária, os jovens vão assimilando a normalidade da violência, convivem diariamente com a banalização e o desprezo pela dor alheia que do outro lado do ecrã não compreendem de modo algum. É possível que alguns adolescentes transportem essa insensibilidade para a realidade, e em casos de predisposição emocional e espiritual, sejam responsáveis pela violência gratuita que invade as escolas ou, num cenário mais grave, pelas tragédias conhecidas em estabelecimentos de ensino do Estados Unidos da América e da Europa.

A estes dados precisamos acrescentar o argumento espiritual. Sabemos que os nossos pensamentos e atitudes atraem Espíritos vinculados com o tipo de comportamentos que cultivamos, que passam então ter uma influência crescente sobre nossa forma de agir e de nos comportar. Ao focalizarmos as nossas energias em jogos violentos, páginas de internet, filmes ou programas de televisão que cultivam essa temática, estaremos a ligar-nos mentalmente a Espíritos ainda mergulhados nas malhas subversivas dos instintos primitivos, do crime e do ódio, e que estreitando a proximidade das sensações procuram arrastar-nos para comportamentos similares.

Como sempre, quando falamos de transformação e correção do comportamento humano, a educação é a pedra basilar. Exaustos da vida moderna que pressiona cada vez mais os pais, parece mais fácil colocar o filho em frente à televisão ou ao computador para que não incomode. Não existe muitas vezes a preocupação sobre o que eles estão a assistir, logo que fiquem calados e sossegados. É necessário que os pais invistam mais tempo nos seus filhos, qualquer que seja a sua idade. É a sua maior responsabilidade como pais. Através do diálogo, incentivando ao conhecimento próprio será possível orientá-los no entendimento das suas próprias emoções, mesmo as mais sombrias, ajudando-os também a compreender os fenómenos violentos que os cercam, separando os reais dos virtuais, aqueles em que são vítimas ou dos que são verdadeiros algozes.

Comentário por: Carlos Miguel Pereira. Trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.

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