Sócrates e Platão, precursores da ideia cristã e do
Espiritismo (Estudo 4 de 135)
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EESE004b - Introdução - Item IV
Tema: Sócrates e Platão, precursores da ideia crista
e do Espiritismo
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A - Questão para estudo e dialogo virtual:
1 - Sendo Jesus um espirito de tão grande envergadura, por
que haveria de enviar Sócrates e Platão para serem seus precursores?
B - Texto de Apoio:
* Do fato de haver Jesus conhecido a seita dos essênios, fora
errôneo concluir-se que a sua doutrina hauriu-a ele na dessa seita e que, se
houvera vivido noutro meio, teria professado outros princípios. As grandes
ideias jamais irrompem de súbito. As que assentam sobre a verdade sempre tem
precursores que lhes preparam parcialmente os caminhos.
* Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou, pelo menos,
nenhum escrito deixou. Como o Cristo, teve a morte dos criminosos, vitima do
fanatismo, por haver atacado as crenças que encontrara e colocado a virtude real
acima da hipocrisia e do simulacro das formas; por haver, numa palavra,
combatido os preconceitos religiosos.
* A doutrina de Sócrates só temos conhecimento pelos escritos
de seu discípulo Platão.
* Resumo da doutrina de Sócrates e de Platão:
I. O homem e uma alma encarnada.
II.A alma se transvia e perturba, quando se serve do corpo
para considerar qualquer objeto; tem vertigem, como se estivesse ébria, porque
se prende a coisas que estão, por sua natureza, sujeitas a mudanças; ao passo
que, quando contempla a sua própria essência, dirige-se para o que e puro,
eterno, imortal, e, sendo ela desta natureza, permanece ai ligada, por tanto
tempo quanto passa.
III. Enquanto tivermos o nosso corpo e a alma se achar
mergulhado nessa corrupção, nunca possuiremos o objeto dos nossos desejos: a
verdade.
IV. A alma impura, nesse estado, se encontra oprimida e se ve
de novo arrastado para o mundo visível, pelo horror do que e invisível e
imaterial.
V. Apos a nossa morte, o gênio (daimon, demônio), que nos
fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que
tem de ser conduzidas ao Hades, para serem julgados. As almas, depois de haverem
estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e
longos períodos.
VI. Os demônios ocupam o espaço que separa o céu da Terra;
constituem o laço que une o Grande Todo a si mesmo. Não entrando nunca a
divindade em comunicação direta com o homem, e por intermédio dos demônios que
os deuses entram em comércio e se entretém com ele, quer durante a vigília, quer
durante o sono.
Obs.: A palavra daimon designava tanto seres malfazejos
quanto todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos
superiores, chamados deuses, e os menos elevados, ou demônios propriamente
ditos, que comunicavam diretamente com os homens.
VII. A preocupação constante do filosofo (tal como o
compreendiam Sócrates e Platão) e, a de tomar o maior cuidado com a alma, menos
pelo que respeita a esta vida, que não dura mais que um instante, do que tendo
em vista a eternidade.
VII. Se a alma e imaterial, tem de passar, apos essa vida, a
um mundo igualmente invisível e imaterial, do mesmo modo que o corpo,
decompondo-se, volta a matéria.
IX. Se a morte fosse a dissolução completa do homem, muito
ganhariam com a morte os maus, pois se veriam livres, ao mesmo tempo, do corpo,
da alma e dos vícios. Aquele que guarnecer a alma, não de ornatos estranhos, mas
com os que lhe são próprios, só esse poderá aguardar tranquilamente a hora da
sua partida para o outro mundo.
X. O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cuidados
de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Da-se o mesmo com a alma.
XI. De duas uma: ou a morte e uma destruição absoluta, ou e
passagem da alma para outro lugar. Se tudo tem de extinguir-se, a morte será
como uma dessas raras noites que passamos sem sonho e sem nenhuma consciência de
nos mesmos. Todavia, se a morte e apenas uma mudança de morada, a passagem para
o lugar onde os mortos se tem de reunir, que felicidade a de encontrarmos lá
aqueles a quem conhecemos!
XII.Nunca se deve retribuir com outra uma injustiça, nem
fazer mal a ninguém, seja qual for o dano que nos hajam causado.
XIII. E pelos frutos que se conhece a arvore. Toda ação deve
ser qualificada pelo que produz: qualifica-lá de má, quando dela provenha mal;
de boa, quando de origem ao bem.
XIV. A riqueza e um grande perigo. Todo homem que ama a
riqueza não ama a si mesmo, nem ao que e seu; ama a uma coisa que lhe e ainda
mais estranha do que o que lhe pertence.
XV. As mais belas preces e os mais belos sacrifícios prazem
menos a Divindade do que uma alma virtuosa que faz esforços por se lhe
assemelhar.
XVI. Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que mais ama o
corpo do que a alma.
XVII. A virtude não pode ser ensinada; vem por dom de Deus
aos que a possuem.
XVIII. E disposição natural em todos nos a de nos
apercebermos muito menos dos nossos defeitos, do que dos de outrem.
XIX. Se os médicos são malsucedidos, tratando da maior parte
das moléstias, e que tratam do corpo, sem tratarem da alma.
XX. Todos os homens, a partir da infância, muito mais fazem
de mal, do que de bem.
XXI. Ajuizado serás, não supondo que sabes o que
ignoras.
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