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EESE – Cap. XXI – Itens 10 e 11
Tema: Os falsos profetas da erraticidade
Jeremias e os falsos profetas
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EESE – Cap. XXI – Itens 10 e 11
Tema: Os falsos profetas da erraticidade
Jeremias e os falsos profetas
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A - Texto de Apoio:
Os falsos profetas da
erraticidade
10. Os falsos profetas não se
encontram unicamente entre os encarnados. Há-os também, e em muito maior
número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam
a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe de
través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os
aceitem. E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem
mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito
respeito os homens pronunciam.
São eles que espalham o fermento
dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e
a olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois,
procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas
pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro
embuste.
Mas, há muitos outros meios de
serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de
ser não só muito bons, como também eminentemente racionais. Pois bem:
passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que
restará. Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica,
como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua
transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas;
quando formula um sistema que as mais rudimentares noções da Ciência
contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso.
Por outro lado, crede que, se nem
sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada sempre pelo bom senso
das massas, constituindo isso mais um critério. Se dois princípios se
contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual
dos dois encontra mais ecos e simpatias. Fora, com efeito, ilógico
admitir-se que uma doutrina cujo número de adeptos diminua progressivamente
seja mais verdadeira do que outra que veja o dos seus em continuo
aumento. Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num
círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a
parte a luz esteja ao lado das trevas.
Repeli sem condescendência todos
esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a
separação e o insulamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que
procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados
louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados. São, geralmente,
Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando
vivos, ainda querem vitimas para tiranizar depois de terem morrido. Em
geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de
singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há
sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição.
Estai certos, igualmente, de que
quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, é, por assim dizer,
comunicada instantaneamente a todos os grupos sérios, que dispõem de médiuns
também sérios, e não a tais ou quais, com exclusão dos outros. Nenhum médium é
perfeito, se está obsidiado; e há manifesta obsessão quando um médium só é apto
a receber comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure
colocar-se. Conseguintemente, todo médium e todo grupo que considerem
privilégio seu receber as comunicações que obtêm e que, por outro lado, se
submetem a práticas que tendem para a superstição, indubitavelmente se acham
presas de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador
se pavoneia com um nome que todos, encarnados e desencarnados, devem honrar e
respeitar e não permitir seja declinado a todo propósito.
É incontestável que, submetendo
ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos
Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro, Pode um médium ser
fascinado, e iludido um grupo; mas, a verificação severa a que procedam os
outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores de
grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de
lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses
ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos
mistificadores ou maus. - Erasto, discípulo de São Paulo.
(Paris, 1862,)
(Veja-se, na
"Introdução", o parágrafo II: Verificação universal do ensino
dos Espíritos. - O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII, Da obsessão.)
11. Eis o que diz o
Senhor dos Exércitos: Não escuteis as palavras dos profetas que vos profetizam
e que vos enganam. Eles publicam as visões de seus corações e não o que
aprenderam da boca do Senhor. - Dizem aos que de mim blasfemam: O Senhor o
disse, tereis paz; e a todos os que andam na corrupção de seus corações: Nenhum
mal vos acontecerá. - Mas, qual dentre eles assistiu ao conselho de Deus? Qual
o que o viu e escutou o que ele disse? - Eu não enviava esses profetas; eles corriam
por si mesmos; eu absolutamente não lhes falava; eles profetizavam de suas
cabeças. - Eu ouvi o que disseram esses profetas que profetizavam a mentira em
meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. - Até quando essa imaginação estará no
coração dos que profetizam a mentira e cujas profecias não são senão as
seduções do coração deles? Se, pois, este povo, ou um profeta, ou um sacerdote
vos interrogar e disser: Qual o fardo do Senhor? dir-lhe-eis: vós mesmos sois o
fardo e eu vos lançarei bem longe de mim, diz o Senhor. (JEREMIAS, cap. XXIII,
vv. 16 a 18, 21, 25, 26 e 33.)
É dessa passagem do profeta
Jeremias que quero tratar convosco, meus amigos. Falando pela sua boca, diz
Deus: "É a visão do coração deles que os faz falar." Essas palavras
claramente indicam que, já naquela época, os charlatães e os exaltados abusavam
do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, por conseguinte, da fé simples e
quase cega do povo, predizendo, por dinheiro, coisas boas e
agradáveis. Muito generalizada se achava essa espécie de fraude na nação judia,
e fácil é de compreender-se que o pobre povo, em sua ignorância, nenhuma
possibilidade tinha de distinguir os bons dos maus, sendo sempre mais ou menos
ludibriado pelos pseudoprofetas, que não passavam de impostores ou fanáticos.
Nada há de mais significativo do que estas palavras: "Eu não enviei esses
profetas e eles correram por si mesmos; não lhes falei e eles
profetizaram." Mais adiante, diz: "Eu ouvi esses profetas que
profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei." Indicava
assim um dos meios que eles empregavam para explorar a confiança de que eram
objeto. A multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade
dos sonhos, ou das visões; achava isso muito natural e constantemente os
convidava a falar.
Após as palavras do profeta,
escutai os sábios conselhos do apóstolo S. João, quando diz: "Não
acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus",
porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes
depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam
bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que
muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes
isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois,
antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez,
não vos tornardes falsos profetas. - Luiz,Espírito Protetor.
(Carlsruhe, 1861.)
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Por que devemos repelir sem
condescendência os Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos,
pregando a separação e o insulamento?
2 - Na máxima: "Não
acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus",
como podemos experimentar se os Espíritos são de Deus?
3 - Extraia do texto acima a
frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.
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