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EESE – Cap. XXI – Itens 8 e 9
Tema: Os falsos profetas
Caracteres de verdadeiro profeta
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EESE – Cap. XXI – Itens 8 e 9
Tema: Os falsos profetas
Caracteres de verdadeiro profeta
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A - Texto de Apoio:
Os falsos
profetas
8. Se vos disserem: "O
Cristo está aqui", não vades; ao contrário, tende-vos em guarda, porquanto
numerosos serão os falsos profetas. Não vedes que as folhas da figueira começam
a branquear; não vedes os seus múltiplos rebentos aguardando a época da
floração; e não vos disse o Cristo: Conhece-se a árvore pelo fruto? Se, pois,
são amargos os frutos, já sabeis que má é a árvore; se, porém, são doces e
saudáveis, direis: "Nada que seja puro pode provir de fonte má."
É assim, meus irmãos, que deveis
julgar; são as obras que deveis examinar. Se os que se dizem investidos de
poder divino revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se
possuem no mais alto grau as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a
indulgência, a bondade que concilia os corações; se, em apoio das palavras,
apresentam os atos, podereis então dizer: Estes são realmente enviados de Deus.
Desconfiai, porém, das palavras
melífluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus que oram nas praças públicas,
vestidos de longas túnicas. Desconfiai dos que pretendem ter o monopólio da
verdade!
Não, não, o Cristo não está entre
esses, porquanto os que ele envia para propagar a sua santa doutrina e
regenerar o seu povo serão, acima de tudo, seguindo-lhe o exemplo, brandos e
humildes de coração; os que hajam, com os exemplos e conselhos que
prodigalizem, de salvar a humanidade, que corre para a perdição e pervaga por
caminhos tortuosos, serão essencialmente modestos e humildes. De tudo o que
revele um átomo de orgulho, fugi, como de uma lepra contagiosa, que corrompe
tudo em que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas
principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade.
Ide, portanto, meus filhos
bem-amados, caminhai sem tergiversações, sem pensamentos ocultos, na rota
bendita que tomastes. Ide, ide sempre, sem temor; afastai, cuidadosamente, tudo
o que vos possa entravar a marcha para o objetivo eterno. Viajores, só por
pouco tempo mais estareis nas trevas e nas dores da provação, se abrirdes o vosso
coração a essa suave doutrina que vos vem revelar as leis eternas e satisfazer
a todas as aspirações de vossa alma acerca do desconhecido. Já podeis dar corpo
a esses silfos ligeiros que vedes passar nos vossos sonhos e que, efêmeros,
apenas vos encantavam o espírito, sem coisa alguma dizerem ao vosso coração.
Agora, meus amados, a morte desapareceu, dando lugar ao anjo radioso que
conheceis, o anjo do novo encontro e da reunião! Agora, vós que bem
desempenhado haveis a tarefa que o Criador confia às suas criaturas, nada mais
tendes de temer da sua justiça, pois ele é pai e perdoa sempre aos filhos
transviados que clamam por misericórdia. Continuai, portanto, avançai
incessantemente. Seja vossa divisa a do progresso, do progresso contínuo em
todas as coisas, até que, finalmente, chegueis ao termo feliz da jornada, onde
vos esperam todos os que vos precederam. - Luís. (Bordéus,
1861.)
9. Desconfiai dos falsos
profetas. É útil em todos os tempos essa recomendação, mas, sobretudo,
nos momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação
da Humanidade, porque, então, uma multidão de ambiciosos e intrigantes se
arvoram em reformadores e messias. E contra esses impostores que se deve estar
em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar.
Perguntareis, sem dúvida, como reconhecê-los. Aqui tendes o que os assinala:
Somente a um hábil general, capaz
de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos
prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes
aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos
pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as
coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a
Humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores
em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre
escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras
existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm da atuar,
nula lhes resultaria a ação.
Isto posto, haveis de concluir
que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade,
pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência
moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta
outra consequência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua
inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da
personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo
estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.
Outra consideração: os
verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte;
desempenham a missão a que foram chamados pela força do gênio que possuem,
secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem
desígnio premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam
por seus atos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles
próprios, como enviados de Deus. O primeiro é humilde e modesto; o
segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como todos os mendazes,
parece sempre temeroso de que não lhe deem crédito.
Alguns desses impostores têm havido,
pretendendo passar por apóstolos do Cristo, outros pelo próprio Cristo, e, para
vergonha da Humanidade, hão encontrado pessoas assaz crédulas que lhes creem
nas torpezas. Entretanto, uma ponderação bem simples seria bastante a abrir os
olhos do mais cego, a de que se o Cristo reencarnasse na Terra, viria com todo
o seu poder e todas as suas virtudes, a menos se admitisse, o que fora absurdo,
que houvesse degenerado. Ora, do mesmo modo que, se tirardes a Deus um só de
seus atributos, já não tereis Deus, se tirardes uma só de suas virtudes ao
Cristo, já não mais o tereis. Possuem todas as suas virtudes os que se dão como
sendo o Cristo? Essa a questão. Observai-os, perscrutai-lhes as ideias e os
atos e reconhecereis que, acima de tudo, lhes faltam as qualidades distintivas
do Cristo; a humildade e a caridade, sobejando-lhes as que o Cristo não tinha:
a cupidez e o orgulho. Notai, ao demais, que neste momento há, em vários
países, muitos pretensos Cristos, como há muitos pretensos Elias, muitos S.
João ou S. Pedro e que não é absolutamente possível sejam verdadeiros todos,
Tende como certo que são apenas criaturas que exploram a credulidade dos outros
e acham cômodo viver à custa dos que lhes prestam ouvidos.
Desconfiai, pois, dos falsos
profetas, máxime numa época de renovação, qual a presente, porque muitos
impostores se dirão enviados de Deus. Eles procuram satisfazer na Terra à sua
vaidade; mas uma terrível justiça os espera, podeis estar certos. - Erasto. (Paris,
1862.)
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Em que situação podemos dizer que alguém é realmente um
enviado de Deus?
2 - Cite alguns caracteres do verdadeiro profeta, segundo o
segundo texto (Erasto).
3 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais
gostou e justifique.
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