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EESE – Cap. XXIV – Itens 1 a 5
Tema: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará
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A - Texto de Apoio:
1. Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e
se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que
bata à porta, abrir-se-á.
Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede
pão? - Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? -Ora, se, sendo maus como
sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais
forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos
pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)
2. Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e
achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o
céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e,
por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é
filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata
do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos
seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo
incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos
meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao
aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe
falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe
depura. As necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento
material, precisa ele do alimento espiritual. E assim que o homem passa da
selvageria à civilização.
Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número
deles, o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como
poderia então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da
alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade
se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo,
de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse
hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada
nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário,
voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa
a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização
material e desta à civilização moral. (Vede: cap. IV,
nº 17.)
3. Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus
membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da
inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto
animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura
e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas
obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas
feito.
4. Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a
poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a
ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que
tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para
apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia
enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se
atribuírem o mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm
isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe
cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e
chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te
daremos a força necessária, se a quiseres empregar. (O Livro dos Médiuns,
2ª Parte, cap. XXVI, nº 291 e seguintes.)
5. Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam:
Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para
resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles
virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos
e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá;
mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com
humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias
forças e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho.
Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e
abrir-se-vos-á.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - O que Jesus nos ensinava, quando assim se referia?
2 - Dessa forma, será mesmo necessário pedir a Deus o que
necessitamos, uma vez que é pelo trabalho que se consegue as coisas?
3 - E como é que o "céu" nos ajuda?
4 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais
gostou e justifique.
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