O tamanho de um
ideal
Quão grande pode ser um ideal? Que extensão podem
ter nossos sonhos?
Quem
visse Tereza de Calcutá, no início de sua jornada, pedindo comida para dar aos
pobres, dificilmente imaginaria aquela mulher como fundadora de mais de
quatrocentas casas em nome do amor ao próximo.
Quem
analisasse Michelangelo, exímio escultor, se aventurando no campo da pintura,
jamais diria que ele iria legar para a Humanidade uma joia como o teto da Capela
Sistina.
Quem
percebesse Saulo de Tarso às portas de Damasco, cego e aturdido, não
conseguiria perceber ali o grande Apóstolo do Cristianismo nascente.
Toda
jornada nasce nos primeiros passos, modestos, anônimos, não raro, solitários.
Grandes
caminhadas não se concluem se o primeiro passo não for dado.
Porém,
da iniciativa se faz indispensável a perseverança para a continuidade.
Se o
primeiro passo é desafiador, se a coragem para sair da inércia é meritória, ela
se esgotará em si mesma se não houver a disciplina da continuidade no intento.
E se o
primeiro passo nasce da coragem, a caminhada se fará tão longa quanto a medida
do ideal daquele que caminha.
Ao
idealista não se deve somar a ilusão das facilidades que não existem, ou da
leveza de um caminhar que não tem preço.
Fernando Pessoa, o
poeta, descreve isso dizendo que um ideal vale a pena desde que caiba
no tamanho da alma.
*
* *
Assim
somos todos nós.
Nossos
sonhos, nossos ideais são do tamanho que comporta nossa própria alma.
Dessa
forma, nenhum de nós tem o direito de sabotar o ideal de outrem.
Talvez
aquele propósito não caiba em nós, porém desconhecemos a dimensão da alma
daquele a quem aconselhamos.
Não
importa a grandeza do ideal. O importante é que o tenhamos na alma.
Serão
sempre os sonhos, os ideais, o combustível da caminhada.
Serão
eles a fonte de energia que nos dará condições de vencer as dificuldades e
desafios naturais que surjam na jornada.
Alguns
constroem planos para melhorar seu bairro ou seu ambiente de trabalho.
Outros
sonham em modificar a sociedade, as instituições.
Há os
que alimentam o ideal de se tornarem excelentes profissionais, a fim de
beneficiar aqueles com quem mantenham contato.
Por
que não podemos concretizar o ideal de iniciar um pequeno trabalho voluntário
em nossa comunidade?
Talvez
consigamos aliviar a dor ou a solidão de alguém, por algumas horas, em nossa
semana.
Não
importa qual seja o nosso ideal.
Importante
é que percebamos que podemos, na medida de nossa capacidade, contribuir para
transformar o mundo.
Pequenas
atitudes, desde que carregadas de grande significado, são capazes de, somadas,
alterar paisagens sociais.
Alguns
poderão dizer que tudo isso não passa de bobagem.
Esses
apenas demonstram que desistiram de si mesmos, e abandonaram seus sonhos, em
algum ponto da estrada.
Portanto,
continuemos, perseverantes em nossos propósitos. Talvez, um dia, possamos
convencer alguém, pelas nossas atitudes, de que sempre é a hora certa de
retomar os sonhos e ideais.
Redação do Momento Espírita
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