O Mundo Atual
De um lado, a
riqueza cultural e intelectual, as conquistas valiosas da ciência e da
tecnologia que modificaram totalmente a face do Planeta, ampliando os
horizontes cósmicos e os tornando compreensíveis ao pensamento, enquanto que
pandemias terríveis vêm sendo varridas do orbe lentamente.
A contribuição
inestimável das vacinas, a relativa e lúcida facilidade de diagnóstico de
muitas enfermidades, os produtos farmacêuticos de extraordinário valor, as
medidas preventivas a muitos males, a vigência de hábitos alimentares
saudáveis, de exercícios físicos e contato com a natureza, os notáveis recursos
cirúrgicos, os de transplantes de órgãos e de próteses constituem bênçãos
jamais sonhadas antes, tornando a existência humana mais amena e saudável.
As ciências
psicológicas facultam a compreensão dos conflitos humanos e dos transtornos que
se ampliam com altos índices de depressão, de loucura, de desvios de
comportamento...
Sob outro aspecto,
porém, os valores ético-morais, imprescindíveis ao equilíbrio mente-corpo,
demonstram que a evolução espiritual tem sido menos ampla do que aquela de
natureza intelectual.
Simultaneamente, o
espectro da fome, da miséria sob diferentes aspectos, a drogadição, a volúpia
do prazer exacerbado, como se a função do corpo fosse direcionada apenas para o
gozo, as fugas espetaculares para os vícios de toda ordem e a violência
perversa dominam as criaturas que, aturdidas, não sabem qual rumo a seguir.
Valiosos estudiosos
do comportamento e da economia apelam para o comedimento, para a liberdade
responsável, enquanto outros, que se encontram alucinados, proclamam a
necessidade da liberação do aborto, da eutanásia, da discriminação da maconha e
de outras substâncias alucinógenas com excessiva liberdade para os seus
usuários, sem a preocupação de educá-los preventivamente ou de tratá-los após o
tombo nas suas armadilhas soezes.
Mulheres e homens
infelizes proclamam a excelência do suicídio ante os insucessos, as doenças
incuráveis, os problemas afligentes, as situações embaraçosas, exteriorizando
os tormentos que os caracterizam e que desejam transformar em condutas
normais...
Uma onda de
desespero cresce no mundo ante expectativas dolorosas em relação às culturas
religiosas do Oriente assim como as do Ocidente e vice-versa, ao mesmo tempo,
em um período em que os direitos humanos são proclamados e reconhecidos, o
fanatismo de diversas condutas e o radicalismo ameaçam a paz entre os povos
dominados pelas paixões primitivas disfarçadas de civilização...
Há, em toda parte,
a busca desenfreada por algo que complete o ser, facultando-lhe as fugas
terríveis para os esportes radicais, para as experiências aberrantes, para as
condutas extravagantes, para a formação de tribos e de clãs agressivos que
facilitam a vigência do ódio e da crueldade, em uma época em que os mesmos já
deveriam ter sido substituídos pela compreensão, pela fraternidade, pela
compaixão...
Infelizmente, não
tem havido lugar na sociedade imediatista para o amor e a paz, para os ideais
de enobrecimento e de solidariedade que não encontram espaço na grande mídia,
conforme desfrutam a sexolatria, os crimes hediondos e as futilidades rotuladas
de condutas ideais.
A família,
desagregada, cede lugar a um grupamento de pessoas vinculadas pela
consanguinidade e separadas pelos sentimentos de amizade e de dever, facultando
os desvios para os sites e blogs da convivência virtual que facilitam o
intercâmbio doentio e cruel, com psicopatas e atormentados, que se ocultam
atrás da tela dos computadores, assim como de outros instrumentos de
comunicação do mesmo gênero...
Em consequência, a
deserção moral é volumosa e profundamente lamentável, permitindo todos os tipos
de condutas desastradas com graves prejuízos para o indivíduo em si mesmo e
para a sociedade em geral.
Há abundância de
conforto e de diversões para alguns e escassez absoluta de quase tudo para a
maioria das criaturas terrestres.
São inevitáveis as
interrogações: Que se fazer ante tantos paradoxos? Como se viver corretamente
sem alienação? Existe alguma diretriz para o encontro com o equilíbrio e a
harmonia interior?
A resposta é
simples e talvez contundente: A diretriz e a conduta a se vivenciar podem ser
enunciadas no conceito: evitar-se o mal ou dele libertar-se, caso já se lhe
encontre instalado.
Pensando na grande
problemática referida acima em alguns dos seus mais graves aspectos elaboramos,
ao longo dos últimos meses, estudos espíritas em torno de trinta temas,
convidando os interessados à conquista da paz, da saúde e da alegria de viver,
à luta pela própria felicidade.
Baseando-nos nas
vigorosas lições de Jesus e nas sábias diretrizes do Espiritismo, procuramos
atualizar os seus conteúdos em linguagem própria para estes dias, oferecendo
sugestões oportunas e fáceis para a conquista da harmonia pessoal e para a
cooperação com as demais pessoas.
Reconhecemos não
trazerem estas páginas novidades muito do agrado de grande número de leitores,
mas sabemos que um dos requisitos essenciais para a aprendizagem é a
metodologia da repetição, a fim de que se fixem nos painéis da memória e nos
delicados tecidos dos sentimentos as informações que se devem transformar em
recurso para a sua vivência.
Tudo quanto
anotamos já tem sido apresentado por estudiosos sérios e interessados nos
comportamentos felizes, assim como por sociólogos e psicólogos, religiosos e
cidadãos afeiçoados ao Bem.
O nosso trabalho
encontra-se, porém, enraizado nos textos do Evangelho de Jesus e nas seguras
orientações que os Espíritos trouxeram ao mundo desde o dia do surgimento de O
Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, a 18 de abril de 1857 e as obras que
foram publicadas depois pelo insigne codificador.
São o resultado da
nossa própria experiência, assim como da experiência de milhões de indivíduos
que optaram pelo Bem em luta incessante para a libertação do mal, que ainda
vige no íntimo de todos os seres humanos, como herança doentia do processo
grandioso da evolução antropológica e psicológica através das sucessivas
reencarnações.
Com este modesto
contributo, esperamos cooperar com as pessoas sinceras e afeiçoadas ao amor e à
verdade, a fim de que não desanimem nunca no afã da edificação e da vivência do
amor, conforme o Mestre de Nazaré nos ensinou, em todas e quaisquer situações
em que se encontre.
...E o amor
solucionará todos os problemas, por mais intrincados se apresentem.
Joanna de Ângelis
Salvador, (BA), 21
de setembro de 2011.
Autor: Joanna de
Ângelis
Psicografia de
Divaldo Franco. Livro: Liberta-te do Mal
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