Viver é a melhor opção
Este livro foi escrito com uma única convicção: as informações reunidas nele podem salvar vidas. Não se enquadra, porém, na categoria “autoajuda”. Pelo contrário, mostra o que podemos fazer pelos outros, ou seja, pelas pessoas que estão ao nosso redor, atravessando uma etapa tão difícil da existência a ponto de, em momentos de extrema fragilidade, terem a pretensão de sumir, desaparecer.
O suicídio atinge gente de todas as idades, credos, nível de renda ou escolaridade. A boa notícia é que ele é prevenível em 90% dos casos. Mas para que se reduzam as estatísticas de autoextermínio (mais de oitocentos mil casos por ano no mundo) é preciso informação, planejamento e, acima de tudo, a coragem de se retirar o véu que há séculos encobre esse tema.
O autor, André Trigueiro, é jornalista, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC-Rio. É repórter da TV Globo, editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News e comentarista da rádio CBN.
Sua pesquisa a respeito do suicídio data de 1999, envolvendo o fenômeno em si e as diferentes estratégias de prevenção. Segundo o próprio autor, foi instigado a buscar informações sobre esse problema por uma comunicação recebida através de uma médium, do Espírito Marcelo Ribeiro, que chegou a ter algumas de suas mensagens publicadas por Divaldo Pereira Franco e que, no mundo espiritual, participa ativamente de um grupo de socorro a suicidas.
O livro é a culminância de um trabalho que envolveu palestras em centros espíritas, artigos para jornais e revistas, abordagem sobre o tema em rádio e TV.
Lançado pela Editora Espírita Correio Fraterno, de São Bernardo do Campo, SP, o livro teve a totalidade dos direitos autorais destinados ao Centro de Valorização da Vida (www.cvv.org.br), associação filantrópica sem vinculações políticas ou religiosas que, desde 1962, realiza um serviço voluntário, gratuito, vinte e quatro horas por dia, de apoio emocional e prevenção do suicídio.
Na primeira parte, o jornalista compartilha dados, estatísticas e conhecimentos científicos que emergem da Academia e dos trabalhos de campo na área da suicidologia.
Na segunda parte, André seleciona um precioso estoque de informações que têm origem na doutrina dos espíritos, que ele segue e estuda há trinta anos, ampliando os horizontes de investigação para a melhor compreensão de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, as razões da dor e do sofrimento, e porque o suicídio não representa em nenhuma hipótese alívio ou libertação.
Em entrevista a Eliana Haddad, do Jornal Correio Fraterno do ABC, edição de maio/junho 2015, André Trigueiro alerta: O espiritismo oferece um precioso estoque de informações que não deixa dúvidas sobre o equívoco do ato suicida. É preciso deixar isso bem claro sempre.
Pelo menos uma vez por ano, recomenda-se que a prevenção do suicídio seja tema de pelo menos um seminário ou palestra pública na instituição. A casa espírita tem a função-escola, de promoção do estudo e da instrução de quem se interessa pela doutrina.
Embora no livro, o autor mostre a visão espírita do assunto, diz ele: Todas as grandes religiões e tradições espiritualistas do Ocidente e do Oriente se manifestam claramente contra o suicídio.
Há o entendimento de que o autoextermínio afronta as leis de Deus e que não temos o direito de violentar abruptamente as condições que determinam a existência física.
O espiritismo, entretanto, vai além. Há uma profusão de informações, dados e relatos que reportam a realidade do suicida no plano espiritual – porque em nenhuma hipótese o autoextermínio propicia alívio ou solução para os problemas, muito pelo contrário, os impactos desse ato violento sobre as encarnações futuras, o sentido da dor e do sofrimento, e, principalmente, a confiança em Deus e na Providência Divina.
Com a primeira impressão esgotada, o livro recebeu o reconhecimento de suicidólogos, psicólogos, psiquiatras, que destacam o talento do jornalista para escrever sobre tão delicado tema.
O livro merece ser lido pela comunidade espírita com atenção. Ele traz novas questões e abordagens ao que já conhecemos e lemos a respeito na literatura espírita.
O psicólogo e doutor em administração Jader Sampaio sugere que o livro seja estudado e discutido pelas equipes de atendimento fraterno ou acolhimento da Casa Espírita, considerando o número de pessoas com pensamentos ou tendências suicidas, que a procuram diariamente.
São cento e noventa páginas de um texto suave, informativo e reflexivo. Um grande alerta, ao apresentar o Brasil ocupando o oitavo lugar no ranking mundial com onze mil, oitocentos e vinte e um óbitos por suicídio/ano, o que dá uma média de trinta e dois casos por dia.
A obra revela, enfim, o quanto é necessário abrir espaço para se falar sobre o assunto, sempre aludindo à prevenção.
(Fonte: Jornal Mundo Espírita-FEP)
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