Pessoas
que nos surpreendem
Numa época em que ouvimos falar tanto de vazio existencial, de desassossego
íntimo; numa época em que nunca houve tanta busca e tanta oferta de livros de
autoajuda;
numa época em que as pessoas se mostram desalentadas e sem esperança, é de nos
perguntarmos:
O
que está acontecendo com esta Humanidade? O que ocorre com tanta gente, que se
diz insatisfeita, que procura algo que lhe preencha a vida sem parecer
encontrar?
Alguns apontarão naturalmente, de imediato, a falta de Deus nas vidas humanas.
E isso é verdade.
A
falta de fé, de esperança em dias melhores, da visão de um mundo à frente, que
se delineia, entre as brumas de um mundo que agoniza: um mundo de corrupção, de
guerras, de violência.
Um
mundo que tenta, em vão, mostrar que tem força, enquanto estabelece seus
últimos combates sobre a face de uma Terra, que anseia por paz, tranquilidade
para todos os cidadãos.
Uma Terra de menos desigualdades sociais, de mais solidariedade. Onde bandeiras
que já foram agitadas e continuam a ser carregadas pelos corações idealistas
ainda mostram suas cores vivas: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Ordem e
Progresso.
Uma Terra renovada...
Contudo, ao lado desses itens de importância, algo mais sobressai: a vontade do
homem de lutar e vencer, apesar de todas as circunstâncias em contrário.
São para lições dessa natureza que devemos voltar os nossos olhos.
Recordamos de Maurício Tchopi Dumbo, vinte e cinco anos de idade, deficiente
visual.
Alfabetizado somente aos onze anos, ao chegar ao Brasil, graças a um financiamento
do governo de Angola. O pai, soldado que lutava na guerra civil de seu país,
morreu.
Maurício deixou para trás mãe e cinco irmãos e veio ao Brasil, começando do
zero.
Concluiu a graduação em Direito e iniciou um curso de Pós-Graduação em Direito
Processual Civil.
Ao
ser suspenso o suporte financeiro, ele teria que retornar para o país de
origem.
Não desistiu. Conseguiu uma bolsa em uma Universidade particular e ingressou
como estagiário no Tribunal de Justiça do Paraná.
Naturalizado
brasileiro, foi convocado para integrar a seleção brasileira de futebol de
salão, nas Paralimpíadas do Rio 2016.
Foi eleito o melhor jogador do Brasileirão 2015 de futebol de salão para
pessoas com deficiência visual.
Exemplo de superação, entre outros desafios, Maurício faz diariamente, sozinho,
quatro viagens de ônibus para o deslocamento entre sua casa, o estágio e a
faculdade.
Para as aulas e a atividade profissional, utiliza um programa de computador
para transformar em áudio o material escrito.
Para ele, não há dias sombrios. Sua face estampa sempre um sorriso.
E
continua sonhando alto. Deseja ser juiz e pretende trazer sua mãe, que trabalha
como diarista em Angola, para Curitiba.
Para lhe dar uma vida melhor, afirma ele.
Maurício é um exemplo de vontade, de perseverança, de luta.
Um
exemplo que nos diz que além de Deus, o que precisa o homem para viver, para
espantar as suas sombras, é sonhar e com vontade perseguir a concretização dos
seus sonhos.
Redação do Momento Espírita, com dados colhidos no site www.tjpr.jus.br
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