terça-feira, 12 de outubro de 2010

Notícia: Palavras dos sábios: especialistas definem sabedoria.

Redação do Diário da Saúde

O que é sabedoria?

Compaixão. Autocompreensão. Moralidade. Estabilidade emocional.

Estas palavras parecem descrever pelo menos algumas das características universais atribuídas à sabedoria, cada uma delas amplamente reconhecida e valorizada.

Mas, a rigor, não existe uma definição persistente e coerente do que significa exatamente ser sábio.


Questão de hardware

A sabedoria é uma virtude muito desejada, mas essencialmente inexplicada, um tema atemporal que só agora começa a atrair o escrutínio rigoroso dos cientistas.

Em 2009, Dilip V. Jeste e Thomas W. Meeks, ambos professores do departamento de psiquiatria da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicaram um artigo propondo que a sagacidade - uma forma "mais acadêmica" de nomear a sabedoria - pode ter uma base neurobiológica.

Em outras palavras, eles propuseram que a sabedoria tem bases fisiológicas.

Sabedoria, inteligência e espiritualidade

Na edição de junho da revista The Gerontologist, Jeste e Meeks tentam ir um pouco além, tentando identificar os elementos centrais e unificadores que definem a sabedoria.

Juntamente com colegas de outras quatro universidades, Jeste e Meeks pediram a um grupo internacional de especialistas para caracterizar os traços da sabedoria, da inteligência e da espiritualidade - e medir como cada traço é semelhante ou diferente dos outros.

"Há várias definições de sabedoria, mas nenhuma definição que, sozinha, abarque todos os aspectos importantes da sabedoria," disse Jeste. "Inteligência e espiritualidade compartilham características com a sabedoria, mas não são a mesma coisa. Alguém pode ser inteligente, mas lhe faltar conhecimento prático. A espiritualidade é frequentemente associada com a idade, como a sabedoria, mas a maioria dos pesquisadores tende a definir a sabedoria em termos seculares, não espirituais."

Especialistas em sabedoria

A pesquisa consistiu em um levantamento em duas partes e um questionário composto de 53 afirmações relacionadas aos conceitos de sabedoria, inteligência e espiritualidade. Cinquenta e sete especialistas foram identificados e contactados por e-mail; 30 deles responderam e participaram da pesquisa.

A pesquisa foi realizada usando o método Delphi, desenvolvido pela RAND Corporation na década de 1950 e baseado no princípio de que as previsões de um grupo estruturado de especialistas são mais precisas do que as previsões de grupos ou indivíduos não-estruturados.

Estudando a sabedoria

A fase 1 do estudo revelou diferenças significativas entre os conceitos em 49 das 53 afirmações. A sabedoria foi diferenciada da inteligência em 46 dos 49 itens, e da espiritualidade em 31 itens.

Na Fase 2, a definição de sabedoria foi ainda mais refinada, centrando-se em 12 itens dos resultados da Fase 1.

A pesquisa pediu aos especialistas que classificassem a pertinência e importância de seis afirmações (como, por exemplo, "O conceito pode ser aplicado aos seres humanos."), com base em seu conhecimento de evidências empíricas, para os conceitos de inteligência, sabedoria e espiritualidade.

A escala de avaliação variava de 1 (definitivamente não) a 9 (definitivamente sim).

A seguir, os especialistas avaliaram a importância de 47 componentes - tais como o altruísmo, habilidades para a vida prática, o senso de humor, realismo, a disposição para perdoar os outros e a auto-estima - para os conceitos de sabedoria, inteligência e espiritualidade.

Definição de sabedoria

A maioria dos especialistas, afirmam Jeste e Meeks, concordou que a sabedoria pode ser caracterizada da seguinte forma:

É exclusivamente humana.
É uma forma avançada de desenvolvimento cognitivo e emocional alimentado pela experiência.
É uma qualidade pessoal e rara.
Ela pode ser aprendida, aumenta com a idade e pode ser medida.
Ela provavelmente não é reforçada pelo uso de medicação.

"Uma única pesquisa, evidentemente, não pode definir a sabedoria total e completamente," diz Jeste. "O valor aqui é que houve uma concordância considerável entre os especialistas de que a sabedoria é de fato uma entidade distinta, com uma série de qualidades características. Os dados da nossa pesquisa devem ajudar a projetar futuros estudos empíricos sobre a sabedoria."

Notícia publicada no Diário da Saúde, em 17 de maio de 2010.

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Comentário:

Parar conceituar sabedoria, vamos recorrer ao dicionário para lhe dar uma definição geral.

Sabedoria: Grande soma de conhecimentos; erudição, saber, ciência. Qualidade de sábio. Grande circunspeção e prudência; juízo, bom senso, razão, retidão. Teologicamente falando, é o conhecimento inspirado das coisas divinas e humanas.

Quanto ao artigo, vamos ficar com a conclusão, que nos parece não ser definitiva, aguardando novas pesquisas.

Na conclusão, então vemos sabedoria como sendo:

• Exclusivamente humana.
• Uma forma avançada de desenvolvimento cognitivo e emocional alimentado pela experiência.
• Uma qualidade pessoal e rara.
• Ela pode ser aprendida, aumenta com a idade e pode ser medida.
• Ela provavelmente não é reforçada pelo uso de medicação.

À luz da Doutrina Espírita, poderíamos ver estas conclusões da seguinte forma:

- Exclusivamente humana?
Sim, pois para ser-se sábio é preciso ter-se os atributos descritos pelo dicionário, como erudição, saber, circunspeção, prudência, bom senso, razão, retidão e, finalmente, conhecimento das coisas divinas e humanas. Essas qualidades somente podem ser atribuídas ao princípio inteligente individualizado no Espírito.

- Uma forma avançada de desenvolvimento cognitivo e emocional alimentado pela experiência?
Certamente a Doutrina concorda com esta colocação, pois que atribui às experiências múltiplas, vivenciadas numa infinidade de reencarnações, a oportunidade de adquirir-se todas as qualidades atribuídas àquele Espírito ao qual poder-se-á classificar como sábio e que pertencerá à ordem dos Bons Espíritos ou a dos Espíritos Puros.

- Uma qualidade pessoal e rara.
No estágio de Espíritos afins com mundos de provas e expiações, certamente é a sabedoria uma qualidade rara e que se encontra descrita na quarta classe da segunda ordem da Escala Espírita, classe esta justamente denominada de “Espíritos Sábios”. Por isso, ainda é rara em nosso mundo.

- Ela pode ser aprendida, aumenta com a idade e pode ser medida.
Na Questão 909, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta aos instrutores espirituais se o homem, pelos seus esforços, sempre poderia vencer as suas más inclinações, e os Espíritos respondem que sim e que, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Então, com pequenos esforços, poderíamos ir aprendendo a ser sábios, adquirindo aos poucos as características da sabedoria e com estes mesmos esforços ir aumentando em quantidade e intensidade essas características. A idade entra nesse processo como auxílio do tempo no amadurecimento espiritual. A melhor medida para o quantum de sabedoria não é a que os homens de Ciência podem utilizar, mas é aquela dada pela própria consciência, pois é lá que se acha inserida as Leis Divinas, que são os parâmetros com os quais melhor se medirá a sabedoria.

- Ela provavelmente não é reforçada pelo uso de medicação.
Para a Doutrina Espírita, a sabedoria não é fisiológica, é aquisição espiritual e, como tal, o único remédio que a favorece é a vontade fortalecida.

Por: Leila Henriques, espírita e colabora na divulgação da Doutrina Espírita na Internet.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mural Reflexivo: "A Vontade".

As causas da felicidade não se acham em lugares determinados do espaço.

Elas estão em nós, nas profundezas da alma.

“O reino dos céus está dentro de vós”, disse o Cristo.

Tal premissa é confirmada por várias outras doutrinas.

É na vida íntima, no desabrochar de nossas faculdades, de nossas virtudes, que está o manancial das felicidades futuras.

Olhemos atentamente para o fundo de nós mesmos.

Fechemos, por alguns instantes, nosso entendimento às coisas externas.

Depois de havermos habituado nossos sentidos ao silêncio, seremos capazes de ouvir vozes fortificantes e consoladoras.

As vozes de nossas próprias consciências.

Há poucos homens que sabem ouvir seus próprios pensamentos.

Raros são aqueles capazes de reconhecer e explorar os próprios potenciais.

Geralmente alguns de nós gastamos a vida em coisas banais, improdutivas.

Percorremos o caminho da existência sem nada saber a respeito de nós mesmos, de nossas riquezas íntimas.

E então nos perguntamos: como poderemos nos valer das nossas capacidades, orientado-as para um ideal elevado?

Pela vontade!

É através dela que dirigimos nossos pensamentos para um alvo determinado.

Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam sem cessar.

Sua mobilidade constante e sua variedade infinita oferecem pequeno acesso às influências superiores.

É preciso saber concentrar-se, colocando o pensamento em sintonia com o pensamento divino.

Só assim a alma humana poderá ser envolvida pelo espírito divino, tornando-a, dessa forma, apta para realizar nobres tarefas.

A vontade é a maior de todas as potências e seu poder é ilimitado.

Sua ação é comparável a de um ímã.

O homem, consciente de si mesmo e de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços que desenvolve em determinado sentido.

Sabe que, tudo o que de bem e bom desejar há de mais cedo ou mais tarde realizar-se, nesta ou em existência futuras, quando seu pensamento estiver de acordo com as leis divinas.

* * *

Como é belo e consolador poder dizer: Conheço a grandeza e a força que habitam em mim.

Elas hão de ser meu amparo e minha certeza, em todos os instantes de minha vida.

Com o auxílio de Deus e dos benfeitores espirituais, hei de elevar-me acima de todas as dificuldades.

Vencerei o mal que ainda há em mim.

Abrirei mão de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras deste mundo, para levantar vôo em direção de estágios mais felizes.

Vejo claramente o longo caminho a ser percorrido.

Nada, porém, poderá me impedir de prosseguir nessa estrada.

Tenho um guia seguro que é a vontade de enobrecer-me e elevar-me.

Hei de conservar-me firme e inabalável, sempre em frente.

Com minha vontade conquistarei a plenitude da existência.

Farei de mim uma criatura melhor.

Para isso, basta que eu queira alcançar toda essa ventura com energia e com constância.

E diga, para mim mesmo, conclamando-me à elevação e à marcha, apressando-me, assim, para a conquista de meu próprio destino: a felicidade verdadeira.

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na terceira parte, item XX, do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor de Léon Denis. www.momento.com.br - http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1141&let=V&stat=0) .