sábado, 2 de março de 2013

Tatuagens são relacionadas a hepatite C, diz estudo

Tatuagens são relacionadas a hepatite C, diz estudo

Reuters
Quem quer fazer uma tatuagem deve ser exigente com o local escolhido, disseram pesquisadores norte-americanos na sequência de um estudo que relacionou a arte corporal à hepatite C, a principal causa de câncer no fígado.
Segundo o estudo publicado na revista Hepatology, pessoas com o vírus da hepatite C, que é transmitido pelo sangue, eram quase quatro vezes mais propensas a relatar que tinham uma tatuagem, mesmo quando eram levados em conta outros fatores de risco importantes.
"A tatuagem em si pode representar um risco para essa doença que pode permanecer silencionsa por muitos, muitos anos", disse o coautor do estudo, Fritz François, do Centro Médico Langone da Universidade de Nova York, embora ele tenha advertido que o estudo não pôde produzir uma causa e efeito direta.
Cerca de 3,2 milhões de pessoas nos Estados Unidos têm hepatite C, e muitas não sabem disso porque não se sentem doentes, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA.
A hepatite C é a principal causa do câncer de fígado e o motivo mais comum para transplantes de fígado nos EUA. Cerca de 70 por cento das pessoas infectadas vão desenvolver doença de fígado crônica, e até 5 por cento vão morrer de cirrose ou câncer de fígado.
Para o estudo atual, os pesquisadores perguntaram a quase 2.000 pessoas sobre suas tatuagens e status de hepatite, entre outras questões, em clínicas externas em três hospitais da região de Nova York entre 2004 e 2006.
Descobriram que 34 por cento das pessoas com hepatite C tinham uma tatuagem, em comparação com 12 por cento das pessoas sem a infecção.
As rotas mais comuns de infecção para a hepatite C são através da transfusão de sangue antes de 1992 ou um histórico de uso de drogas injetáveis.
O uso de drogas injetáveis é responsável por 60 por cento dos novos casos de hepatite por ano, mas 20 por cento não têm um histórico de uso de drogas injetáveis nem outra exposição, segundo o CDC.
François e seus colegas só incluíram pessoas com hepatite C que não contraíram a doença dessas duas outras origens comuns.
Após a contabilização para outros fatores de risco, a diferença entre pessoas com e sem hepatite C foi ainda maior, com quatro vezes mais tatuados no grupo infectado do que no grupo não infectado.
"Isso não é uma grande surpresa para mim", disse John Levey, clínico chefe de gastroenterologia da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts, em Worcester. Estudos anteriores tinham descoberto uma ligação, mas eram pequenos e não tinham levado em conta outros fatores de risco como fez o novo estudo.
Mas Scott Holmberg, do CDC, disse que a relação pode não ser tão forte como as descobertas sugerem, porque algumas pessoas que usaram drogas ilegais provavelmente não admitem isso, mesmo em um questionário anônimo.
E eles não descartaram as pessoas que contraíram a hepatite C antes de fazer suas tatuagens.
Holmberg recomenda que as pessoas apenas façam tatuagens ou coloquem piercings com profissionais treinados, observando que não houve relatos de casos de hepatite C ligados a estúdios de tatuagens profissionais nos Estados Unidos.
(Reportagem de de Kathryn Doyle, da Reuters Health)
Notícia publicada no estadao.com.br, em 25 de janeiro de 2013.

Jorge Hessen* comenta
Médicos pesquisadores norte-americanos arrolam a tatuagem (arte corporal) à hepatite e como importante agente cancerígeno do fígado. Considerando que na pesquisa não houve relatos de casos de infestação bacteriana ou viral vinculados a estúdios de tatuagens profissionais nos Estados Unidos, os estudiosos recomendam que as pessoas apenas façam tatuagens ou coloquem piercings com profissionais habilitados.(1)
O que é tatuagem? É a introdução de pigmentos(2) insolúveis, coloridos ou não, sob a pele. As granulações microscópicas formam imagens, desenhos e palavras, permanecendo definitivamente na camada subcutânea. Para infiltração dos pigmentos são utilizados instrumentos pontiagudos especiais na epiderme. Durante o procedimento a pele é perfurada de 80 a 150 vezes por segundo para a introjeção das substâncias(3), processo esse que pode representar perigo de contaminações, e dentre os riscos relacionados, apontados em pesquisas, incluem reações alérgicas, HIV, hepatite B e C, infecção de fungos e bactérias, além de outros riscos associados até mesmo com a excisão (remoção) das tatuagens.
Sob a percepção histórica, a tatuagem é uma técnica ancestral que se esvai na memória cultural das civilizações. Surgiu, segundo alguns, como forma de expressão da personalidade, há mais de 3500 anos. Não compartilhamos da tese de que a tatuagem reflita, na essência, o caráter de alguém. Na era Cristã, na clandestinidade, sob o jugo do poder pagão, os primeiros cristãos se distinguiam por uma série de símbolos tatuados, como cruzes, as letras IHS, o peixe e as letras gregas.(4)
Atualmente existem as “tattoos” 3D, que dizem ser mais realistas do que os desenhos tradicionais e dão a impressão de que o desenho está saindo da pele. Essas insígnias servem para assinalar o corpo de componentes de gangues, grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo), "beatniks" (movimento sociocultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que subscreveram um estilo de vida antimaterialista, na sequência da 2ª Guerra Mundial), hippies, roqueiros e bastante presente entre os jovens comuns e prosaicos dos dias de hoje.
O que informa a Codificação sobre as tatuagens e piercings? Nada! O Espiritismo, a princípio, não proíbe coisa nenhuma, todavia adverte e orienta. Sim, O Espiritismo oferece-nos elementos para avaliação, a fim de que deliberemos conscientemente sobre o que, como, quando, onde fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
Mesmo que expressemos aqui simples opinião, não deslembremos que Jesus nos convida ao aprimoramento moral, a prudência do comportamento e a meditação no notável “orai e vigiai”(5). Embora Kardec não tenha comentado o tema, animamos alvitrar sobre qual a atitude mais criteriosa para o espírita, visando fugir dos ressaibos amargosos de futuro. Porém, aceitar ou não nossas reflexões fica DE MODO ÓBVIO sob a prerrogativa da liberdade de consciência de cada leitor.
Considerando que conhecemos muito pouco sobre a estrutura funcional do perispírito, seria atraente saber se haveria mutilação perispiritual por ensejo do uso desses implementos (tatuagens e piercings). Quem sabe, sim! Possivelmente, não! Contudo, uma coisa compreendemos de sobejo: o psicossoma é danificado no desvio moral, no desequilíbrio emocional, nos vícios físicos e psicológicos, no ódio, no pessimismo, na cobiça, na arrogância, na luxúria.
Sim! Lesamos o corpo espiritual quando prejudicamos alguém através da maledicência (fofoca), da agressividade, da bestialidade, da deslealdade. Assim, analisado por esse ângulo, os adornos (arte corporal) comprometem bem menos o corpo perispirítico. Principalmente porque na atualidade alguns desses adereços podem ser revertidos, já na atual encarnação, e naturalmente não ecoará no envoltório do além do túmulo.
Na jurisdição do além, os espíritos podem fluidicamente moldar mental e automaticamente os vestuários e artefatos de uso e vontade pessoal. Desse modo é possível, conquanto lamuriemos que um desencarnado se conserve dependente dos modismos e tantas outras ocorrências fúteis da coletividade terrena.
Por outro lado, quais sãos os anseios, os sonhos, as crenças dos que cobrem quase que completamente seus corpos com tatuagens e piercings? Avaliá-los importa alcançar se estão mutilados psíquica, emocional e espiritualmente. Há essas ocorrências extremadas. O que conduz certas pessoas a destroçar a barreira da ponderação e do juízo? Por que atentam contra si submetendo-se a dores e sofrimentos inexplicáveis?
Obsessão? Transtorno mental?
Com a palavra, os espíritas conscienciosos e os psiquiatras.


Referências:


(2) Os pigmentos têm origem mineral;

(3) Atualmente são utilizadas máquinas elétricas. Elas são compostas de uma ponteira de aço inox cirúrgico e/ou descartáveis. Avisam os especialistas que essas ponteiras devem ser limpas por ultrassom e esterilizadas com estufa durante 3 horas, pelo menos, a uma temperatura maior ou igual a 170 ºC;

(4) Disponível em <http://whiplash.net/materias/biografias/000117.html#ixzz2LYoEo8UZ>, acessado em 22/02/2013;

(5) Mc, 14:38.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Frase rápida, reflexão nem tanto...

"Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos.
Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós."
 
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Caminhos)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Artigo: O Espírita e o Escândalo -- E, aí... qual sua opinião?!

 O Espírita e o Escândalo

 
Data de postagem: 25 de fevereiro de 2013

 
Em artigo anterior Espiritismo na Sapucaí tratamos da postura adotada por muitos espíritas quando diante de algo que tenha sido veiculado na mídia.

Muitas vezes, por não sabermos o que seria adequado ou por nos deixar levar pelo comportamento exagerado tão em voga atualmente, adotamos posturas contrárias aos ensinamentos apresentados na Codificação.

Recentemente um representante de outra vertente de pensamento foi entrevistado em programa de televisão no qual apresentou sua opinião sobre um tema específico. Não importa ressaltar aqui qual seria esta vertente nem, tampouco, o tema e o que foi dito, pois viemos tratar da postura espírita.

Vimos, nas redes sociais e por toda a internet, uma enxurrada de comentários desfavoráveis e, como se não bastasse, este comentários apresentavam o link para o vídeo no youtube para que todos pudessem constatar pessoalmente o que se passara.

A manifestação e o número de acessos ao vídeo foi tão grande que teve ampla divulgação, atingindo muita gente que não teria, sequer, tomado conhecimento. Eu mesmo sou um exemplo, pois não assisto ao programa em que a entrevista foi apresentada e recebi vários dos comentários mencionados acima. Portanto, assim como eu não saberia o que ocorreu, muitas outras pessoas também não.

Um ponto importante a considerar é que este alarido pode: a) fortalecer os que pensam igual aquele que foi entrevistado; b) convencer aqueles que não têm opinião formada e; c) mudar a opinião de muitos.

Este seria um bom exemplo do ensinamento de não divulgar o mal que não tenha efeito sobre outros e, quando o fizer, não basta divulgar dizendo que é mal, mas contrapor as ideias.

Estamos, agora, diante de outro fenômeno não menos estranho.

Uma cantora foi hostilizada em redes sociais por se declarar espírita, ela mesma argumentou e, pelo que dizem, já recebeu vários pedidos de desculpas.

Isto não é estranho, o estranho é que agora espíritas divulgam listas de “celebridades” e artistas que se dizem espíritas como se isto avalizasse o Espiritismo, tratando como um modismo e, além disso, não deixam o tempo apagar a lembrança das faltas cometidas.

Apenas para lembrar o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X - Bem-aventurados os que são misericordiosos, item 9:

Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? - Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? - Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)

(Cláudio C. Conti - http://www.ccconti.com/)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Você sabia?!


"Jesus afirmou que enviaria a humanidade um outro Consolador para explicar e desenvolver seus ensinamentos que não foram bem compreendidos pelas pessoas. O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus."