sábado, 17 de maio de 2014

Europeus 'exportam' idosos para asilos na Tailândia

Europeus 'exportam' idosos para asilos na Tailândia

Anna Lacey e Imogen Foulkes
Da BBC Health Check
Mandar um parente idoso a uma casa de repouso costuma ser uma decisão difícil e carregada de emoção. E, então, se essa casa de repouso estiver em outro continente?
Sybille Wiedmer, de Zurique (Suíça), está fazendo as malas para uma viagem à Tailândia, mas não para passar férias.
Ela está indo visitar sua mãe, que mora em uma casa de repouso na cidade tailandesa de Chiang Mai.
"Muitas pessoas ficaram chocadas a princípio e me perguntaram: 'Como você pode fazer isso? Como você ousa? Você não poderá visitá-la'", lembra Wiedmer. "Eu respondia que, quando eu a visitava aqui, meia hora depois ela já não me reconhecia. Ela esquecia."
Elisabeth, a mãe de Sybille, tem 91 anos e sofre de demência, que lhe traz dificuldades em recordar eventos recentes. Ela vive há mais de quatro anos em uma casa de repouso tailandesa com outra dúzia de idosos alemães e suíços.
"Não estou aqui faz tempo. Mas me tratam bem. Faz quanto tempo que estou aqui?", Elisabeth pergunta. Ao ouvir a resposta, se espanta: "Quatro anos e meio? Estou velha."

Crise
Observando-se os dados, fica mais fácil entender por que algumas famílias europeias têm decidido buscar ajuda para seus idosos no exterior.
Os custos de cuidadores são significativamente mais baixos na Tailândia, onde o serviço também têm reputação muito boa.
No caso de Elisabeth, sua família escolheu o país asiático em parte porque ela havia passado parte de sua vida na Ásia, com seu marido (já falecido) - ou seja, o ambiente teria algo de familiar.
Mas o fator-chave, diz Sybille, foi o tipo de cuidado que sua mãe receberia.
"O tratamento é muito mais individualizado e, como posso dizer?, amoroso", opina.
Ao mesmo tempo, os custos de cuidados com idosos crescem na Europa, em ritmo maior do que a qualidade do serviço.
Em parte, esse problema se deve à demanda: como as pessoas vivem mais, crescem os problemas crônicos relacionados à idade.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que, até 2050, deve quadruplicar o número de pessoas com mais de 80 anos - idade a partir da qual estima-se que 1 a cada 6 pessoas desenvolva demência.
Além disso, um relatório da Sociedade do Alzheimer mostra que 80% dos atuais moradores das casas de repouso têm problemas severos de memória. Claramente a necessidade por serviço especializado vai aumentar.

Custos e cuidados
Mas, num momento em que os europeus tentam cortar gastos, arcar com as contas de uma boa casa de repouso está fora de cogitação para muitos.
Na Suíça, esses custos mensais variam entre US$ 5 mil e US$ 10 mil (R$ 11,8 mil a R$ 47,5 mil). Na Tailândia, porém, caem para US$ 3 mil por mês (perto de R$ 7 mil), com uma oferta maior de serviços.
Episódios recentes de maus-tratos de idosos vistos em países como a Grã-Bretanha também têm estimulado europeus a mandarem seus parentes mais velhos ao exterior.
"Percebemos que o abuso é o maior temor (entre as famílias que internam seus idosos)", diz Chris Quincy, conselheiro na Sociedade de Alzheimer.

Cultura tailandesa
Já a Tailândia, por sua vez, tem o cuidado com idosos enraizado em sua cultura.
O suíço Martin Woodtli, diretor de uma casa de repouso em Chang Mai, diz que seus pacientes recebem tratamento com melhor relação custo-benefício do que teriam na Europa.
"Podemos ter três ou quatro cuidadores para uma pessoa durante 24 horas. Isso não seria possível na Europa", argumenta.
Mesmo assim, a cuidadora La, que cuida diariamente de Elisabeth, não acha que essa seria uma opção para sua própria família.
"Acho que nós (tailandeses) não precisamos vir para cá. Se você tem uma filha, ela cuidará de você em casa, morando junto", diz La.

Dilema moral
Sybille tentou cuidar da mãe por conta própria, mas - como em muitos casos de pessoas com demência - a tarefa se tornou impossível.
"Ela ficava muito agressiva. Isso tornava a situação muito difícil, muito ruim", lembra.
Ainda que muitos parentes sofram de imensa culpa por enviar seus parentes a casas de repouso, Quince, da Sociedade de Alzheimer, diz que muitas vezes esse é o caminho certo.
"Muitos gostariam de continuar a cuidar (de seus idosos) em casa, mas não conseguem", disse à BBC. "Às vezes, não há escolha senão a casa de repouso, (pelo risco) de um acidente ou uma doença."
Apesar da distância, Sybille fala com Elisabeth via Skype quase todos os dias e vai à Tailândia ao menos duas vezes por ano.
Mas Markus Leser, da Associação de Casas de Repouso da Suíça, não está convencido de que enviar os idosos ao exterior seja a melhor solução.
"A mudança da própria casa à casa de repouso é um grande passo. O passo de ir à Tailândia é muito maior por causa da língua e da provável separação da família", defende. "Claro que é mais barato. Mas se a decisão é sobre meu pai ou minha mãe, não deve focar apenas em custos."
De qualquer forma, ante uma geração que, aos 40 ou 50 anos, vivencia uma crise financeira ao mesmo tempo em que cuida tanto dos filhos como dos pais idosos, é bem possível que muitas pessoas como Elisabeth acabem recebendo seu tratamento bem longe de casa.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 7 de janeiro de 2014.

Sonia Maria Ferreira da Rocha* comenta
“Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XIV – Piedade filial.)
Esse capítulo do Evangelho mostra o dever que devemos ter com os nossos pais, principalmente quando em idade mais avançada ou quando precisa de mais cuidados além dos carinhos cotidianos.
Essa noticia retrata a nossa triste realidade, onde hoje em dia só temos tempo para ganhar e gastar o vil metal. Cada vez mais só queremos gastar o nosso tempo para as coisas que nos dão prazer. Estamos cada vez mais e mais egoístas, só queremos ser servidos e muito pouco servir.
Atualmente, os pais estão preocupados com a educação intelectual de seus filhos esquecendo, também, da importância da educação moral e espiritual. É o que retrata essa noticia, mostrando essa terrível consequência de filhos que não foram evangelizados e que ,agora, abandonam seus pais. O que será de uma geração que não se preocupa com o dever de amar e respeitar seus pais? Que sociedade que irão formar?
O Cap. V de O Evangelho Segundo o Espiritismo nos mostra claramente a nossa responsabilidades com nossos filhos e suas consequências:
“Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os gérmens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.”
Se hoje nos queixamos das atitudes dos nossos filhos, devemos, antes de lhes culparem, refletir sobre aquilo que plantamos no passado e no que hoje estamos colhendo.
Por isso, meus irmãos, não nos cabe julgar a decisão tomada por essa ou aquela pessoa. Muitos sãos os motivos escondidos nessa aparente secura sentimental. Não podemos esquecer  da Lei de Causa e Efeito que sempre rege o nosso presente e o nosso futuro, consequência do passado.
O que nos cabe é nos conscientizarmos, hoje, de transformar o presente para um futuro melhor.
“Evangelizar uma criança é como honrar o mundo com grandeza dos deveres maiores, adornando o futuro de gemas valiosas.” (Emmanuel)
* Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

15ª Minijornada da Família aborda "Novo modelo de família à luz do Espiritismo"


"Novo modelo de família à luz do Espiritismo" será o tema da 15ª Minijornada da Família



O evento, promovido pela equipe de trabalhadores do portal Espiritismo.Net, será realizado no dia 18 de maio de 2014, das 14h55min às 18h, no programa de áudio-conferência Paltalk, na Sala Espiritismo Net Brasil, Categoria Central & South America, Sub-categoria Brazil.
Na programação, serão abordados os seguintes assuntos: "Os desafios atuais da família na sociedade moderna", "Família: o que é?", "Família: Importância no processo evolutivo do espírito", "Família: hereditariedade, educação e desenvolvimento moral", "A família e a influência do meio", "Família: tipos e estilos", "A família velha e a família nova: há diferença no resultado final na evolução do ser?" e "O mais importante é viver em família".
Os expositores já confirmados são Silvia Lima, Janaina Bittencourt, Míriam Nascimento, Fernanda Lima e Lúcio Flávio.
Conheça mais sobre as atividades do Espiritismo.net no Paltalk, incluindo informações sobre download, instalação e configuração do programa, no endereço www.espiritismo.net/paltalk.
O trabalho da Minijornada da Família, incluindo as versões anteriores, pode ser acessado em http://www.espiritismo.net/familia/.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Revista Espírita: Poder do ridículo

Fevereiro, 1869

Lendo um jornal, encontramos esta frase proverbial: Na Franca o ridículo sempre mata. Isto nos sugeriu as seguintes reflexões:
Porque na Franca, antes que alhures? É que aqui, mais que alhures, o espírito, ao mesmo tempo fino, caustico e jovial, apreende logo de saída o lado alegre ou ridículo das coisas; busca-o por instinto, sente-o, adivinha-o, por assim dizer fareja-o; descobre-o onde os outros não o percebiam e o põe em relevo com habilidade. Mas o espírito francês quer, antes de tudo, o bom gosto, a urbanidade ate na troça; ri de boa vontade de uma pilheria fina, delicada, sobretudo espirituosa, ao passo que as troças sem sal, a critica pesada, grosseira, causticante, semelhante à pata de urso ou ao soco do rústico, lhe repugnam, porque tem uma repulsa instintiva pela trivialidade.
Talvez digam que certos sucessos modernos parecem desmentir essas qualidades. Haveria muito a dizer sobre as causas desta desvio, que não deixa de ser muito real, mas que É apenas parcial, e não pode prevalecer sobre o fundo do caráter nacional, como demonstraremos qualquer dia. Apenas diremos, de passagem, que esses sucessos que admiram as pessoas de bom gosto, em grande parte são devidos à curiosidade muito vivaz, também, no caráter francês. Mas escutai a multidão à saída de certas exibições; o julgamento que domina, mesmo na boca do povo, resume-se nestas palavras: É desagradável! contudo a gente veio unicamente para poder dizer que viu uma excentricidade. Lá não voltam, mas, esperando que a multidão de curiosos tenha desfilado, o sucesso esta feito, e é tudo o que pedem. Dá-se o mesmo em certos sucessos supostamente literários.
A aptidão do espírito francês para captar o lado cômico das coisas faz do ridículo uma verdadeira potencia, maior na Franca do que em outros paises: mas É certo dizer que sempre mata?
Ha que distinguir o que se pode chamar o ridículo intrínseco, isto É, inerente à coisa mesma e o ridículo extrínseco, vindo de fora e derramado sobre uma coisa. Sem duvida, este ultimo pode ser lançado sobre tudo, mas só fere o que É vulnerável; quando ataca as coisas que não dão margem, desliza sem alcançá-las. A mais grotesca caricatura de uma estatua irrepreensível nada tira de seu mérito e não a faz decair na opinião, pois cada um pode apreciá-la.
O ridículo não tem forca senão quando fere com precisão, quando ressalta com espírito e finura os caprichos reais: É então que mata; mas quando cai no falso, absolutamente não mata, ou antes ele se mata. Para que o adágio acima seja completamente verdadeiro, seria preciso dizer: "Na Franca o ridículo sempre mata o que É ridículo". O que realmente É verdadeiro, bom e belo jamais É ridículo. Se se leva à troça uma personalidade notoriamente respeitável, como, por exemplo, o cura Viannet, inspira-se desgosto, mesmo aos incrédulos, tanto que É verdade que o que É respeitável em si É sempre respeitado pela opinião publica.
Como nem todos tem o mesmo gosto, nem a mesma maneira de ver, o que É verdadeiro, bom e belo para uns, pode não o ser para outros. Então quem será o juiz? O ser coletivo que se chama todo o mundo, e contra cujas decisões em vão protestam as opiniões isoladas. Algumas individualidades podem ser momentaneamente desviadas pela critica ignorante, malévola ou inconsciente, mas não as massas, cujas opiniões sempre acabam triunfando. Se a maioria dos convivas num banquete acha um prato a seu gosto, por mais que digais que É ruim, não impedireis que o comam, ou pelo menos que o provem.
Isto nos explica porque o ridículo, derramado em profusão sobre o Espiritismo, não o matou. Se ele não sucumbiu, não É por não ter sido revirado em todos os sentidos, transfigurado, desnaturado, grotescamente ridicularizado por seus antagonistas. E contudo, apos dez anos de encarnecida agressão, ele esta mais forte do que nunca. É porque ele É como a estatua de que falamos ha pouco.
Em definitivo, sobre o que se exerceu particularmente o sarcasmo, a propósito do Espiritismo? Em que realmente apresenta o flanco à critica: os abusos, as excentricidades, as exibições, as explorações, o charlatanismo sob todos os aspectos, as praticas absurdas que são apenas a sua parodia, de que o Espiritismo serio jamais tomou a defesa, mas que ao contrario, tem sempre desautorizado. Assim, o ridículo não feriu, e não pode morder senão o que era ridículo na maneira por que certas pessoas pouco esclarecidas concebem o Espiritismo. Se ainda não matou inteiramente esses abusos, deu-lhes um golpe mortal, e era de justiça.
Então o Espiritismo verdadeiro não pode senão ganhar em se desembaraçar da chaga de seus parasitas, e foram os seus inimigos que disso se encarregaram. Quanto à Doutrina propriamente dita, É de notar que quase sempre ela ficou fora de debate. E, contudo, É a parte principal, a alma da causa. Seus adversários bem compreenderam que o ridículo não poderia atingi-lo; sentiram que a fina lamina da troça,a espirituosa deslizava sobre a couraça, por isso a atacaram com o tacape da injuria grosseira e o soco rústico, mas com tão pouco sucesso.
Desde o principio, o Espiritismo pareceu a certas pessoas, à cata de expedientes, uma fecunda mina a explorar por sua novidade; alguns, menos tocados pela pureza de sua moral do que pelas chances que ai entreviam, meteram-se sob a égide de seu nome, com a esperança de fazer dele um meio. São os que podem ser chamados espíritas de circunstancia.
Que teria acontecido a esta doutrina se ela tivesse usado toda a sua influencia para frustrar e desacreditar as manobras da exploração? Ter-se-iam visto os charlatões pululando de todos os lados, fazendo uma aliança sacrílega daquilo que ha de mais sagrado: o respeito aos mortos com a suposta arte dos feiticeiros, adivinhos, tiradores de cartas, ledores da sorte, suprindo os Espíritos pela fraude, quando estes não vem. Logo ter-se-iam visto manifestações levadas para os palcos, truncadas pelos passes de escamoteação; gabinetes de consultas espíritas anunciados publicamente e revendidos, como agencias de emprego, conforme a importância da clientela, como se a faculdade mediúnica pudesse transmitir-se, à maneira de um fundo de comercio.
Por seu silencio, que teria sido uma aprovação tácita, a doutrina ter-se-ia tornado solidária com esses abusos, diremos mais: cúmplice deles. Então a critica teria feito um belo jogo, porque com todo o direito, poderia ter tomado o partido da doutrina, que por sua tolerância, teria assumido a responsabilidade do ridículo e, por conseguinte, da justa reprovação lançada sobre os abusos; talvez tivesse ela levado mais de um século para erguer-se desse choque. Seria preciso não compreender o caráter do Espiritismo e, ainda menos, seus verdadeiros interesses, para crer que tais auxiliares possam ser úteis à sua propagação e sejam próprios para o fazer considerar como uma coisa santa e respeitável
Estigmatizando a exploração, como temos feito, temos a certeza de haver preservado a doutrina de um verdadeiro perigo, perigo maior que a má vontade de seus antagonistas confessos, porque ela lhes teria apresentado um lado vulnerável, ao passo que eles se detiveram ante a pureza de seus princípios. Não ignoramos que contra nos suscitamos a animosidade dos exploradores e que nos afastamos de seus partidários. Mas que importa? Nosso dever É tomar em mãos a causa da doutrina e não os interesses deles; e esse dever nos cumpriremos com perseverança e firmeza, atÉ o fim.
Não era insignificante lutar contra a invasão do charlatanismo, num século como este, sobretudo um charlatanismo acompanhado, por vezes suscitado pelos mais implacáveis inimigos do Espiritismo. Porque, depois de haver fracassado pelos argumentos, bem compreendiam que o que lhes poderia ser mais fatal era o ridículo. Por isso o mais seguro meio seria fazê-lo explorar pelo charlatanismo, a fim de desacreditá-lo na opinião publica.
Todos os espíritas sinceros compreenderam o perigo assinalado e nos acompanharam em nossos esforços, reagindo por seu lado contra as tendências que ameaçavam desenvolver-se. Não são alguns casos de manifestações, supondo-os reais, dados como espetáculo, como aperitivo à minoria, que dão verdadeiros prosélitos ao Espiritismo porque, em tais condições, eles autorizam a suspeita. Os próprios incrédulos são os primeiros a dizer que, se os Espíritos realmente se comunicam, não será para servirem de comparsas ou parceiros a tanto por sessão; por isso riem deles; acham ridículo que nessas cenas se misturem nomes respeitáveis, e estão cem vezes com a razão. Para uma pessoa que seja levada ao Espiritismo por essa via, sempre supondo um fato real, haverá cem que serão desviadas, sem mais querer ouvir dele falar. A impressão será outra nos meios onde nada de equivoco pode fazer suspeitar da sinceridade, da boa-fé e de desinteresse, onde a notória honorabilidade das pessoas impõe respeito. Se dai não se sai convencido, pelo menos não se leva a idéia de uma charlatanice.
Assim, o Espiritismo nada tem a ganhar, e só poderia perder, apoiando- se na exploração, ao passo que os exploradores É que se beneficiariam de seu credito. Seu futuro não esta na crença de um individuo por tal ou qual caso de manifestação: esta inteirinho no ascendente que conquistar pela moralidade. Foi por ai que triunfou e triunfara ainda das manobras dos adversários. Sua forca esta no seu caráter moral, e é o que lhe não poderão tirar.
O Espiritismo entra numa fase solene, mas na qual ainda terá que sustentar grandes lutas. É necessário, pois, que seja forte por si mesmo e, para ser forte, É preciso que seja respeitável. Cabe aos seus adeptos dedicados fazê-lo respeitar, inicialmente. pregando pela palavra e pelo exemplo; depois, em nome da doutrina, desaprovando tudo quanto possa prejudicar a consideração de que deve ser rodeado. É assim que poderá desafiar as intrigas, a troça,a e o ridículo. 

Allan Kardec.