sábado, 24 de dezembro de 2016

Mensagem de Natal - O Brilho do Natal


O Brilho do Natal

 

Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!

A manjedoura, a estrela, os pastores felizes.

Chega o Mestre trazendo novas diretrizes,

Enaltecendo o bem, o trabalho e o amor,

Ensina, cura e canta o subido valor

Do sal que à Terra empresta sabor profundo.

 

Brilha um novo Natal com seus novos matizes,

E a busca de Jesus pelo agasalho humano

Incansável prossegue, ainda que seja um pano

Como a mais sincera oferta dos corações.

Busca alcançar as almas, famílias, nações,

Onde a ventura possa, então, deitar raízes.

 

Brilha agora o Natal com pujante vigor,

Esparzindo esperanças na vida da gente,

Quando claudica a fé e a dor é renitente.

Convoca-nos, Jesus, à coragem sem jaça,

A mostrar que na Terra toda angústia passa

Para quem forja a fé nos empenhos do amor.

 

É que, esplêndido, o Natal brilha ano após ano,

Como sempre inspirando-nos benevolência,

Ao mesmo tempo a lhaneza e a doce paciência,

Para que junto ao lar ou no trabalho diário,

Noss'alma seja qual precioso relicário

Das blandícias do Céu em prol do ser humano.

 

Brilha o Natal, cada vez mais aconchegante,

A nos propor novos caminhos de prudência

Ante as mais graves decisões e, sem violência,

Tudo possamos resolver na luz do bem,

Seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém,

Bem junto à vibração de Jesus abençoante.

 

Brilha o Natal no imo da mais tosca choupana,

Como brilha no paço mais rico do mundo,

Para ensinar-nos, em verdade, que, no fundo,

Tem pouca importância a riqueza exterior,

Quando seguimos vinculados ao Senhor,

Cuja aura sublime todo o planeta irmana.

 

Ave, Senhor, ante o Teu berço recordado!

Ante Tua saga proclamada como um marco,

Diante do poderio humano, ingênuo e parco,

Que não resiste do tempo à força e à voragem.

Que o Teu augusto coração dê-nos coragem

De viver Teu Natal de íntimo renovado.

 

Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!

A manjedoura, a estrela e novas esperanças

De que aqui se implemente as sonhadas mudanças.

A Terra roga a Deus equilíbrio, equidade,

P'ra viver sob a luz do amor e da verdade,

Cada dia, com Cristo, o Natal mais fecundo.

 

Raul Teixeira. Pelo Espírito Ivan de Albuquerque.

Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 22.9.2004,

na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Mural reflexivo: Natal comercial?


Natal comercial?

      Quando nos convidaram a nos engajarmos na campanha dos Correios que, pelo Natal, objetiva brindar crianças carentes com presentes, não imaginamos que seria tão gratificante.

     Primeiro foram as emocionantes cartas. Escritas por crianças das escolas públicas da capital paranaense, traduziam o sonho de cada uma.

     Os pedidos variavam de bonecas a bolas e bicicletas. Houve um menino, de onze anos, que não pediu presente para si mas para o irmãozinho, que desejava muito um boneco Patati-Patatá.

     Em cada cartinha, a alma da criança desnudando-se, como a da menina que afirmava ser muito bagunceira. Mas tinha certeza que podia melhorar.

     A mãe lhe dissera que ela não merecia ganhar nada, mas ela, em nome do seu esforço de melhoria, pedia se seria possível ganhar uma boneca.

     As crianças menores desenharam. Algumas somente rabiscaram o impresso com linhas indecisas. A professora, com letra caprichada, traduzia o que representava.

     Um carro da Barbie com a Barbie dentro. Uma bola de futebol. Uma casa de bonecas.

     Se as cartas foram emocionantes, a recepção dos presentes foi ainda mais.

     Embalagens belíssimas, laços gigantes, coloridos, cartões-resposta às cartinhas e desejos de um Feliz Natal.

     Permitimos que as lágrimas nos umedecessem os olhos, enquanto o coração nos parecia saltar do peito.

     Perceber o carinho de cada pessoa, o esmero em atender o desejo expresso pela criança nos mostrava o amor se expressando.

     Houve quem encomendasse o brinquedo pela internet porque não o encontrara nas várias lojas da capital.

     Houve quem achasse que o pedido era singelo em demasia e acrescentou, por conta própria, algo mais.

     Para um menino que somente pedira um tênis, a resposta foi acrescida de uma bola de futebol.

     *   *   *

     Ante a montanha de pacotes, ficamos a pensar naquelas pessoas que dizem que não apreciam o Natal porque é tudo um grande comércio.

     Particularmente acreditamos que quem assim se expressa talvez tenha medo ou dificuldade para amar.

     Natal é o evento máximo no mundo. É a data em que comemoramos o aniversário do Ser Maior que a Terra já recebeu.

     Tão grande que não coube na própria História do planeta, e a dividiu entre antes e depois dEle.

     O Rei Solar que se fez menino, para nos lecionar o amor. Em comemoração à data especial, durante todo o mês de dezembro, há uma vibração diferente no ar.

     As pessoas se indagam como podem fazer feliz a alguém. Doentes, idosos, mendigos, crianças carentes, todos são lembrados.

     Há comércio? Desde que não se desça aos exageros, bendito comércio que propicia que aqueles que detenham melhores condições possam alegrar uma noite, a cada ano, a vida do seu irmão.

     Possa fazer feliz uma criança com uma bola, uma boneca, um carro de bombeiros com uma sirene barulhenta.

     Uma avó que não sabe como comprar um brinquedo para a netinha que está sob sua guarda e é surpreendida com uma enorme caixa de boneca. E se emociona e chora.

     Pode haver felicidade maior do que fazer alguém feliz?

     Isso se chama Natal. Isso se chama Amor.

     E tudo por causa de um Menino, nascido num estábulo, numa noite em que cantaram os anjos e surgiu uma estrela diferente nos céus.

      

     Redação do Momento Espírita.

 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

No Japão, alunos limpam até banheiro da escola para aprender a valorizar patrimônio

No Japão, alunos limpam até banheiro da escola para aprender a valorizar patrimônio


Ewerthon Tobace
De Tóquio para a BBC Brasil

Enquanto no Brasil escolas que "obrigam" alunos a ajudar na limpeza das salas são denunciadas por pais e levantam debate sobre abuso, no Japão, atividades como varrer e passar pano no chão, lavar o banheiro e servir a merenda fazem parte da rotina escolar dos estudantes do ensino fundamental ao médio.

"Na escola, o aluno não estuda apenas as matérias, mas aprende também a cuidar do que é público e a ser um cidadão mais consciente", explica o professor Toshinori Saito. "Ninguém reclama porque sempre foi assim."

Nas escolas japonesas também não existem refeitórios. Os estudantes comem na própria sala de aula e são eles mesmos que organizam tudo e servem os colegas.

Depois da merenda, é hora de limpar a escola. Os alunos são divididos em grupos, e cada um é responsável por lavar o que foi usado na refeição e pela limpeza da sala de aula, dos corredores, das escadas e dos banheiros num sistema de rodízio coordenado pelos professores.

"Também ajudei a cuidar da escola, assim como meus pais e avós, e nos sentimos felizes ao receber a tarefa, porque estamos ganhando uma responsabilidade", diz Saito.

Michie Afuso, presidente da ABC Japan, organização sem fins lucrativos que ajuda na integração de estrangeiros e japoneses, diz ainda que a obrigação faz com que as crianças entendam a importância de se limpar o que sujou.

Um reflexo disso pôde ser visto durante a Copa do Mundo no Brasil, quando a torcida japonesa chamou atenção por limpar as arquibancadas durante os jogos e também nas ruas das cidades japonesas, que são conhecidas mundialmente por sua limpeza quase sempre impecável.

"Isso mostra o nível de organização do povo japonês, que aprende desde pequeno a cuidar de um patrimônio público que será útil para as próximas gerações", opina.


Estrangeiros

Para que os estrangeiros e seus filhos entendam como funcionam as tradições na escola japonesa, muitas prefeituras contratam auxiliares bilíngues. A brasileira Emilia Mie Tamada, de 57 anos, trabalha na província de Nara há 15 e atua como voluntária há mais de 20.

"Neste período, não me lembro de nenhum pai que tenha questionado a participação do filho na limpeza da escola", conta ela.

Michie Afuso diz que, aos olhos de quem não é do país, o sistema educacional japonês pode parecer rígido, "mas educação é um assunto levado muito à sério pelos japoneses", defende.

Recentemente no Brasil, um vídeo no qual uma estudante agride a diretora da escola por ela ter lhe confiscado o telefone celular se tornou viral na internet e abriu uma série de discussões sobre violência na escola.

Outros casos de agressão contra professores foram destaques de jornais pelo Brasil nos últimos meses, como da diretora que foi alvo de socos e golpes de caneta em Sergipe e da professora do Rio Grande do Sul que foi espancada por uma aluna e seus familiares durante uma festa junina.

No Japão, este tipo de abuso dentro da escola é raro. "Desde os tempos antigos, escola e professores são respeitados. Os alunos aprendem a cultivar o sentimento de amor e agradecimento à escola", diz Emilia.


Violência

No ano passado, durante as eleições, a BBC Brasil publicou uma série de reportagens sobre a violência de alunos contra professores no Brasil. As matérias revelaram casos de professores que chegaram a tentar suicídio após agressões consecutivas e apontaram algumas das soluções encontradas por colégios públicos para conter a violência – da militarização à disseminação de uma cultura de paz entre escolas e comunidade.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ouviu mais de 100 mil professores e diretores de escola em 34 países, o Brasil ocupa o topo de um ranking de violência em escolas – 12,5% dos professores ouvidos disseram ser vítimas de agressões verbais ou intimidação pelo menos uma vez por semana.

"Assim como o Brasil tem um programa de intercâmbio com a polícia japonesa, poderíamos ter um na área educacional", propõe Michie, da ABC Japan, ao se referir ao sistema de policiamento comunitário do Japão que foi implantado em algumas cidades do Brasil.

A brasileira lembra que a celebração dos 120 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão seria uma ótima oportunidade para incrementar o intercâmbio na área social e não apenas na comercial.

"Dessa forma, os professores poderiam levar algumas ideias do sistema de ensino japonês para melhorar as escolas no Brasil", sugere Michie.

Notícia publicada na BBC Brasil, em 11 de novembro de 2015.


Claudia Abreu* comenta

Gostei muito da matéria e da atitude dos Japoneses. Dá para perceber que nas questões que se referem a educação e ao sentimento de responsabilidade de cada um como cidadão, eles estão bem a frente. O Brasil, infelizmente, não tem essa cultura, muitos acham que se o seu filho limpar o chão da escola, do banheiro etc, será uma humilhação. Não conseguimos, muitas vezes, visualizar a grandeza que tem essa atitude dos japoneses e nem a preocupação que eles têm com o coletivo. Para nossa reflexão, devemos nos perguntar: Será que eles ensinam seus filhos erroneamente e são rigorosos demais? Ou nós que estamos equivocados em achar que não temos responsabilidades em cuidar e proteger do que é de todos?

O Brasil não tem essa cultura de cuidar do que é público e de limpar o que sujou, achamos que sempre tem um responsável para esses serviços e que não precisamos nos preocupar. E acreditamos que a criança deva ir para a escola apenas para ganhar conhecimento intelectual e amanhã ser um profissional bem sucedido materialmente.  Mas esquecemos o quanto é importante passar para elas a responsabilidade que devemos ter com as coisas e o cuidado que devemos ter com as pessoas.

É preciso que haja uma boa parceria entre a família e a escola, para que não falte o respeito e os ensinos para um cidadão mais consciente e responsável. Ainda temos muitas dificuldades para entender que precisamos trabalhar sempre em prol da coletividade e do bem ao próximo.

* Claudia Abreu é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016


Vítima de boato em redes sociais, homem tem medo de sair de casa

Pedro Zuazo
 
Há duas semanas, o serralheiro Carlos Luiz Batista, de 39 anos, tem medo de sair de casa. Ele passou a receber ameaças depois que uma foto sua viralizou na internet com a informação de que ele seria estuprador e sequestrador de crianças. Nas mensagens, o nome de Carlos não é citado. Ele é identificado como morador de Mesquita, na Baixada Fluminense, e dono de um carro Fox de cor preta. O serralheiro, no entanto, mora em Cosmo, na Zona Oeste do Rio, e dirige um Corsa verde.
— Estão acabando com a minha vida. Não sei quem inventou essa mentira, mas minha família toda está ameaçada por causa de uma calúnia — desespera-se Carlos.
Assustado com a repercussão, ele registrou uma queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), no último dia 22. As mensagens, no entanto, continuaram a ser compartilhadas, então Carlos decidiu publicar um vídeo na internet para implorar que não repassem o boato.
Na gravação, ele aparece reunido com toda a família e exibe o registro de ocorrência feito na polícia. As imagens foram gravadas na sexta-feira e, ontem à tarde, já tinham sido assistidas por mais de um milhão de internautas.
As mensagens começaram a circular em grupos de WhatsApp, depois foram compartilhadas também no Facebook. O administrador da página “Plantão Notícias 24 horas”, que publica notícias na rede social, contou ao EXTRA que foi procurado por uma internauta para reproduzir a informação, mas não o fez por falta de provas contra Carlos.
As acusações chegaram a ser divulgadas em perfis de usuários e páginas da rede social, mas foram tiradas do ar após a divulgação do vídeo. Nos grupos de WhatsApp, no entanto, a mensagem continua a ser compartilhada.
O caso de Carlos está sendo investigado pela DRCI. De acordo com a delegada Fernanda Fernandes, a Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público um pedido de quebra de sigilo de IP — um protocolo interno do computador — para obter os dados de um perfil do Facebook que pode ter dado origem à calúnia. A apreciação, no entanto, pode levar de 6 a 8 meses. Há uma fila grande de pedidos, porque praticamente todos os casos investigados pela DRCI exigem a quebra de IP.

Morte em 2014
A cada dia, Carlos recebe de amigos e parentes gravações de áudio, compartilhadas por telefone, nas quais ele é citado em ameaças. Pessoas que dizem ser moradores de comunidades do Rio, como Vila Kennedy e Senador Camará, e da Baixada, como Parque União, avisam que ele será morto se for visto na rua.
Histórias semelhantes a de Carlos ocorreram em abril deste ano, em Pernambuco, em abril do ano passado, em Manaus, e em janeiro de 2014, em Lagarto. Nos três casos, homens tiveram suas fotos compartilhadas sob a acusação de estupro.
Em maio de 2014, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus foi espancada e morta depois de ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças que praticava rituais de magia negra em Guarujá, no litoral de São Paulo. A confusão começou quando uma página do Facebook publicou o retrato falado da suspeita. A informação chegou até moradores da cidade da dona de casa, que a agrediram.
Notícia publicada no Jornal Extra, em 4 de outubro de 2016.

Marcia Leal Jek* comenta
 
Lendo essa matéria, e sem conhecimento, acaba se tornando bem desgastante, como é o caso do Carlos Luiz Batista.
Sabemos que Deus não castiga ninguém e o sofrimento pelo qual estamos sendo infligidos é fruto dos nossos próprios erros.
Todos nós cometemos erros no passado. Esse é o motivo de não nos lembrarmos de nossas existências passadas e é providencial. É claro que há uma barreira vibratória que nos impede de acessarmos dados que não estão vinculados ao nosso cérebro físico, mas isso é apenas um aspecto. O fato é que não podemos lembrar de outras existências. Se lembrássemos de tudo o que fizemos de mal, com a consciência que temos hoje, provavelmente enlouqueceríamos.
Allan Kardec(1) nos ensina que a reencarnação está para os Espíritos assim como a morte está para os encarnados: é um processo incontestável, tão certo quanto o desencarne o é para os homens.(2)
A encarnação é uma necessidade evolutiva, porque somente ao contato com a matéria física consegue o Espírito elementos necessários ao seu progresso.
É interessante perceber que muitas vezes o que nos acontece de forma desagradável não deve ser visto por nós como armadilhas, como essa notícia, mas sim como oportunidades de aprendermos a lidar com essas mesmas situações.
Mas qual a finalidade da encarnação?(3)
“— Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea; nisto é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a matéria essencial do mesmo, afim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progredir”.
Ensina-nos ainda que, para o nosso progresso, é da Lei Divina que cada um de nós viva o resultado das próprias escolhas e ações, na mesma existência ou em outras, não escapando nunca às consequências de suas faltas.
Allan Kardec nos esclarece que “os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. (...) Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto, não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis consequências, mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras”.(4)
Podemos então concluir que quanto maior a nossa dificuldade, maior a nossa necessidade de progresso.

Bibliografia:
(2) O Livro dos Espíritos - questão 330;
(3) O Livro dos Espíritos – questão 132;
(4) O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. V, itens 5-7.
 
* Marcia Leal Jek é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XVI – Itens de 14 e 15
Tema: Desprendimento dos bens terrenos
          Transmissão de riqueza
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A - Texto de Apoio:
Desprendimento dos bens terrenos
14. Venho, meus irmãos, meus amigos, trazer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente, pela senda do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível a regeneração.
O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais. Sede sinceros: proporciona a riqueza uma felicidade sem mescla? Quando tendes cheios os cofres, não há sempre um vazio no vosso coração? No fundo dessa cesta de flores não há sempre oculto um réptil? Compreendo a satisfação, bem justa, aliás, que experimenta o homem que, por meio de trabalho honrado e assíduo, ganhou uma fortuna; mas, dessa satisfação, muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve todos os outros sentimentos e paralisa os impulsos do coração vai grande distância, tão grande quanto a que separa da prodigalidade exagerada a sórdida avareza, dois vícios entre os quais colocou Deus a caridade, santa e salutar virtude que ensina o rico a dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza.
Quer a fortuna vos tenha vindo da vossa família, quer a tenhais ganho com o vosso trabalho, há uma coisa que não deveis esquecer nunca: é que tudo promana de Deus, tudo retorna a Deus. Nada vos pertence na Terra, nem sequer o vosso pobre corpo: a morte vos despoja dele, como de todos os bens materiais. Sois depositários e não proprietários, não vos iludais. Deus vo-los emprestou, tendes de lhos restituir; e ele empresta sob a condição de que o supérfluo, pelo menos, caiba aos que carecem do necessário.
Um dos vossos amigos vos empresta certa quantia. Por pouco honesto que sejais, fazeis questão de lha restituirdes escrupulosamente e lhe ficais agradecido. Pois bem: essa a posição de todo homem rico. Deus é o amigo celestial, que lhe emprestou a riqueza, não querendo para si mais do que o amor e o reconhecimento do rico. Exige deste, porém, que a seu turno dê aos pobres, que são, tanto quanto ele, seus filhos.
Ardente e desvairada cobiça despertam nos vossos corações os bens que Deus vos confiou. Já pensastes, quando vos deixais apegar imoderadamente a uma riqueza perecível e passageira como vós mesmos, que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que vos veio dEle? Olvidais que, pela riqueza, vos revestistes do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serdes da aludida riqueza dispensadores inteligentes? Portanto, quando somente em vosso proveito usais do que se vos confiou, que sois, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos vossos deveres? A morte, inflexível, inexorável, rasga o véu sob que vos ocultáveis e vos força a prestar contas ao Amigo que vos favorecera e que nesse momento enverga diante de vós a toga de juiz.
Em vão procurais na Terra iludir-vos, colorindo com o nome de virtude o que as mais das vezes não passa de egoísmo. Em vão chamais economia e previdência ao que apenas é cupidez e avareza, ou generosidade ao que não é senão prodigalidade em proveito vosso. Um pai de família, por exemplo, se abstém de praticar a caridade, economizará, amontoará ouro, para, diz ele, deixar aos filhos a maior soma possível de bens e evitar que caiam na miséria. E muito justo e paternal, convenho, e ninguém pode censurar. Mas será sempre esse o único móvel a que ele obedece? Não será muitas vezes um compromisso com a sua consciência, para justificar, aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo, seu apego pessoal aos bens terrenais? Admitamos, no entanto, seja o amor paternal o único móvel que o guie. Será isso motivo para que esqueça seus irmãos perante Deus? Quando já ele tem o supérfluo, deixará na miséria os filhos, por lhes ficar um pouco menos desse supérfluo? Não será, antes, dar-lhes uma lição de egoísmo e endurecer-lhes os corações? Não será estiolar neles o amor ao próximo? Pais e mães, laborais em grande erro, se credes que desse modo granjeais maior afeição dos vossos filhos. Ensinando-lhes a ser egoístas para com os outros, ensinais-lhes a sê-lo para com vos mesmos.
A um homem que muito haja trabalhado, e que com o suor de seu rosto acumulou bens, é comum ouvirdes dizer que, quando o dinheiro é ganho, melhor se lhe conhece o valor. Nada mais exato. Pois bem! Pratique a caridade, dentro das suas possibilidades, esse homem que declara conhecer todo o valor do dinheiro, e maior será o seu merecimento, do que o daquele que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas, também, se esse homem, que se recorda dos seus penares, dos seus esforços, for egoísta, impiedoso para com os pobres, bem mais culpado se tornará do que o outro, pois, quanto melhor cada um conhece por si mesmo as dores ocultas da miséria, tanto mais propenso deve sentir-se em aliviá-las nos outros.
Infelizmente, sempre há no homem que possui bens de fortuna um sentimento tão forte quanto o apego aos mesmos bens: é o orgulho. Não raro, vê-se o arrivista atordoar, com a narrativa de seus trabalhos e de suas habilidades, o desgraçado que lhe pede assistência, em vez de acudi-lo, e acabar dizendo: "Faça o que eu fiz." Segundo o seu modo de ver, a bondade de Deus não entra por coisa alguma na obtenção da riqueza que conseguiu acumular; pertence-lhe a ele, exclusivamente, o mérito de a possuir. O orgulho lhe põe sobre os olhos uma venda e lhe tapa os ouvidos. Apesar de toda a sua inteligência e de toda a sua aptidão, não compreende que, com uma só palavra, Deus o pode lançar por terra.
Esbanjar a riqueza não é demonstrar desprendimento dos bens terrenos: é descaso e indiferença. Depositário desses bens, não tem o homem o direito de os dilapidar, como não tem o de os confiscar em seu proveito. Prodigalidade não é generosidade: é, frequentemente, uma modalidade do egoísmo. Um, que despenda a mancheias o ouro de que disponha, para satisfazer a uma fantasia, talvez não dê um centavo para prestar um serviço. O desapego aos bens terrenos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio, em não sacrificar por eles os interesses da vida futura, em perdê-los sem murmurar, caso apraza a Deus retirá-los. Se, por efeito de imprevistos reveses, vos tornardes qual Job, dizei, como ele: "Senhor, tu mos havias dado e mos tiraste. Faça-se a tua vontade." Eis ai o verdadeiro desprendimento. Sede, antes de tudo, submissos; confiai nAquele que, tendo-vos dado e tirado, pode novamente restituir-vos o que vos tirou. Resisti animosos ao abatimento, ao desespero, que vos paralisam as forças. Quando Deus vos desferir um golpe, não esqueçais nunca que, ao lado da mais rude prova, coloca sempre uma consolação. Ponderai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos do que os da Terra e essa ideia vos ajudará a desprender-vos destes últimos. O pouco apreço que se ligue a uma coisa faz que menos sensível seja a sua perda. O homem que se aferra aos bens terrenos é como a criança que somente vê o momento que passa. O que deles se desprende é como o adulto que vê as coisas mais importantes, por compreender estas proféticas palavras do Salvador: "O meu reino não é deste mundo."
A ninguém ordena o Senhor que se despoje do que possua, condenando-se a uma voluntária mendicidade, porquanto o que tal fizesse tornar-se-ia em carga para a sociedade. Proceder assim fora compreender mal o desprendimento dos bens terrenos. Fora egoísmo de outro gênero, porque seria o indivíduo eximir-se da responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre aquele que a possui. Deus a concede a quem bem lhe parece, a fim de que a administre em proveito de todos. O rico tem, pois, uma missão, que ele pode embelezar e tornar proveitosa a si mesmo. Rejeitar a riqueza, quando Deus a outorga, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, gerindo-a com critério. Sabendo prescindir dela quando não a tem, sabendo empregá-la utilmente quando a possui, sabendo sacrificá-la quando necessário, procede a criatura de acordo com os desígnios do Senhor. Diga, pois, aquele a cujas mãos venha o que no mundo se chama uma boa fortuna: Meu Deus, tu me destinaste um novo encargo; dá-me a força de desempenhá-lo segundo a tua santa vontade.
Aí tendes, meus amigos, o que eu vos queria ensinar acerca do desprendimento dos bens terrenos. Resumirei o que expus, dizendo: Sabei contentar-vos com pouco. Se sois pobres, não invejeis os ricos, porquanto a riqueza não é necessária à felicidade. Se sois ricos, não esqueçais que os bens de que dispondes apenas vos estão confiados e que tendes de justificar o emprego que lhes derdes, como se prestásseis contas de uma tutela. Não sejais depositário infiel, utilizando-os unicamente em satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade. Não vos julgueis com o direito de dispor em vosso exclusivo proveito daquilo que recebestes, não por doação, mas simplesmente como empréstimo. Se não sabeis restituir, não tendes o direito de pedir, e lembrai-vos de que aquele que dá aos pobres, salda a dívida que contraiu com Deus. - Lacordaire. (Constantina, 1863.)
Transmissão de riqueza
15. O principio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes?
O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode, quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido. Não é outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. E, pois, impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que possua. Isso, entretanto, não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o julgue oportuno. - São Luís. (Paris, 1860.)
 
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
 
1 – Por que o amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao nosso adiantamento moral e espiritual?
2 – Por que esbanjar a riqueza não é demonstrar desprendimento dos bens terrenos?
3 – Apesar de o homem ser apenas depositário da fortuna que Deus lhe permite gozar durante a vida, é lícito a ele transmiti-la aos seus descendentes?
4 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Mural Reflexivo: Você é Especial


VOCÊ É ESPECIAL

 

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.

Só você pode evitar que ela vá à falência.

Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.

É importante que você sempre se lembre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.

Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.

Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de você.

É ter maturidade para falar: “eu errei”.

É ter ousadia para dizer “me perdoe”.

É ter sensibilidade para confessar: “eu preciso de você”.

Ser feliz é ter a capacidade de dizer “eu te amo”.

Desejo que a vida seja um canteiro de oportunidades para você…

Que nas suas primaveras você seja amante da alegria.

Que nos seus invernos seja amigo da sabedoria.

E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo.

Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida.

E descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.

Aproveitar as perdas para refinar a paciência, as falhas para esculpir a serenidade.

Usar a dor para lapidar o prazer e os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.

Jamais desista das pessoas que você ama.

Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível.

Porque você, você é especial!

Pessoas especiais sabem dividir seu tempo com os outros.

São honestas nas atitudes, são sinceras e compassivas, e sabem que o amor é parte de tudo.

Pessoas especiais têm coragem de se doar aos outros, sem nenhum interesse oculto.

Não têm medo de ser vulneráveis, acreditam que são únicas e gostam de ser quem são.

Pessoas especiais se importam com a felicidade dos outros e os ajudam a conquistá-la.

Pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida mais bela e mais feliz.

 

Autor: Momento Espírita