segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos parte XX

Estudo Dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XX
Ainda dentro da leitura dos itens 456 a 480, continue colocando V ou F, justificando sua resposta:
a) Os Espíritos que procuram induzir-nos ao mal, receberam a missão de o fazer, mas podemos neutralizar a sua influência, fazendo o bem e colocando toda a nossa confiança em Deus.
b) Um Espírito não pode substituir-se ao que se acha encarnado, mas pode assimilar-se a ele caso tenha os seus defeitos ou as suas virtudes.
c) Muitas pessoas consideradas como obsidiadas são na verdade epilépticas ou loucas.
d) Somente os homens de bem têm pode sobre os Espíritos imperfeitos, sendo quase impossível que a própria pessoa que é vítima de um mau espírito consiga afastá-lo.
e) As pessoas animadas de boas intenções que não conseguem livrar-se dos Espíritos maus não devem desanimar e sim cansar-lhes a paciência.
f) Deus assiste aos que agem, e não aos que se limitam a pedir, por isso a prece tem pouco valor na cura da obsessão.
(Fonte: Apostila de estudos das obras codificadas por Allan Kardec. IDE/JF-MG)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos parte XIX

Estudo Dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XIX
Leia os itens 456 a 480, analise os pensamentos, coloque V ou F, justificando sua resposta:
a) Os Espíritos veem tudo o que fazemos, mas nem sempre se preocupam com isso. Até os nossos pensamentos mais íntimos podem ser identificados por eles.
b) Os Espíritos influem de forma oculta sobre nossos pensamentos e ações e facilmente podemos identificar quando um pensamento nos foi sugerido.
c) Para distinguirmos se um pensamento vem de bom Espírito ou mau Espírito é necessário examiná-lo cuidadosamente.
d) Deus permite que os Espíritos imperfeitos nos induzam ao mal porque isso lhes diminui os sofrimentos.
e) As más influências agem sobre nós apenas quando nós as chamamos, pelo desejo do mal.
f) Quando os maus Espíritos não conseguem exercer sua influência, eles se afastam mas continuam nos espreitando como o gato espreita o rato.
(fonte: Apostila de Estudo das obras de Allan Kardec. IDE/JF)

domingo, 13 de dezembro de 2009

Mural Reflexivo: "Solidão e Consciência"


Nesta época em que vivemos, a sensação é que jamais estamos sós. Cercados por gente em ônibus, metrôs, aviões, locais de trabalho e ruas. Entretanto, nunca fomos tão solitários.

E quanto mais nos cercamos de gente, de barulho, de tarefas, mais se agrava a sensação de que estamos sós. Parece contraditório?

Parece sim. Mas não há contradição. Porque estar em companhia de alguém é muito mais do que estar ao lado da pessoa.

Muitas vezes a presença física está lá, mas a alma já escapou para um lugar distante.

Um dos maiores compositores da Humanidade, Giuseppe Verdi, criou uma imagem fascinante para as pessoas que vivem cercadas de gente, em festas cheias de risos e de alegria, mas que se sentem caminhando sós pelo Mundo.

Está na ópera La traviata. É quando a personagem Violeta fala que é uma mulher sozinha em um populoso deserto.

Quantas vezes nos sentimos em um deserto habitado por gente estranha!

Sim, em nossa vida raramente temos pessoas que pensam igual a nós.

Aqui e ali temos afinidades e pontos em comum, mas a trajetória da alma é solitária. Nossas descobertas, vitórias e frustrações são intransferíveis.

Em nosso caminho para Deus estabelecemos diálogos que dizem respeito apenas a nós mesmos.

Processos pessoais, momentos puramente individuais em que a voz da consciência ressoa em nossa alma com exatidão... Com rara sinceridade.

Por melhores sejam os amigos, eles não nos dirão as verdades como a nossa própria consciência o faz.

O amigo não vai desejar nos ofender, maltratar ou irritar. Por isso, ele tentará minimizar a dura verdade.

Mas a consciência, não. Ela nos apresenta uma avaliação rigorosa de nossos atos. Ela nos põe diante de nós mesmos.

Tudo muito naturalmente. E sequer conseguimos contestar essa avaliação criteriosa.

Então, por que temer a solidão? É quando silencia o mundo à nossa volta que conseguimos ouvir a voz da consciência.

O homem sábio muitas vezes busca o deserto, a quietude, o silêncio, a fim de se encontrar consigo mesmo, de voltar-se para Deus.

Há tempo para tudo, ensina o Eclesiastes, um dos livros bíblicos. Tempo de semear, tempo de colher, tempo de falar, tempo de silenciar também.

Silenciar para ouvir os sons da alma, os conselhos do coração.

Então, se a vida lhe oferece a solidão, acolha-a como um presente. Aproveite cada minuto para reflexões. Encare tudo como oportunidade de aprendizado.

Há tanta gente imersa em ruídos, sufocada por conversas maledicentes ou pelo som de risadas irônicas. Há tanta gente cercada de pessoas mas com o coração amargurado, oprimido, vazio.

Por isso, não lamente a falta de companhia do Mundo. Busque na sua solidão a mão amiga de Deus.

* * *
Enquanto você se crê solitário e triste, frustrado nos anseios que acalentava, perde os olhos nas tintas carregadas do pessimismo e não vê aqueles olhos que o fitam inquietos, desejando se acercar de você, sem oportunidade de poder fazê-lo.

Pense nisso!

(Redação do Momento Espírita. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1637&let=S&stat=0)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Notícia: "Obsessão de adolescentes endivida os pais."

Zulmira Furbino.

-

Relbert da Silva Camilo, de 13 anos, veste camiseta Diesel, tênis Adidas e bermuda de “surfista”, como ele próprio define. Ao lado do pai, o copeiro Wellington José Camilo, o menino age como uma metralhadora de pedidos. Neste Natal, quer ganhar de presente um Playstation 2, que custa entre R$ 500 e R$ 600. Há duas semanas, ganhou um tênis de skatista, mas avisa que precisa de outro, para completar sua coleção (a meta é chegar a três pares do calçado). Quer também uma bicicleta nova e um boné, embora já tenha três guardados em casa. Ah! E também um celular.

A família de Relbert é integrante de um motor indispensável para o crescimento do mercado interno brasileiro: a base da pirâmide social, que deverá movimentar este ano R$ 760 bilhões, montante maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina, Paraguai e Uruguai juntos. Mas há um lado oculto e perverso nessa inclusão de consumo. No centro da roda da fortuna, as crianças das classes de menor renda estão sendo induzidas a se transformar num batalhão de futuros consumidores compulsivos. E, no limite, chegam a roubar e a se prostituir para conseguir comprar objetos sociais como celulares e roupas de marca.

Esse mercado não se resume apenas às crianças da classe C, que respondem por 25% dos consumidores infantis brasileiros, de 0 a 14 anos. Também estão incluídos nele meninos e meninas das classes D e E, onde estão 67% das crianças de 0 a 4 anos, 66% das que têm entre 5 e 9 anos e 63% das com idade entre 10 e 14 anos. É exatamente aí que entram Relbert e sua família, formada pelo pai, mãe e três irmãs. Com rendimento mensal aproximado de R$ 1,5 mil, os Camilos, que formam uma família bem estruturada, enfrentam dificuldades para atender os desejos do filho, embora se esforcem para dar a ele o que há de melhor. “Gosto das coisas e quero comprar porque acho bonito. São coisas que vejo na televisão, com os colegas ou nas lojas”, justifica o menino. “É superdifícil lidar com os pedidos dele. Não temos condições financeiras de dar tudo de uma vez. Vamos dando conforme é possível”, devolve o pai, Wellington, que faz questão de ressaltar que o filho é bom aluno e até por isso merece ser presenteado.


A face mais perniciosa dessa história é que, além de encarnar o papel dos futuros consumistas do Brasil, parte do público infanto-juvenil acaba caindo na marginalidade para ter acesso aos seus objetos de desejo. Pesquisa realizada pela WCF Brasil (Childhood), organização internacional que trabalha pela proteção da infância e adolescência e contra a violência sexual, com participantes entre 10 e 18 anos e renda familiar que varia entre R$ 112 e R$ 1.015, aponta para o preocupante avanço da relação entre consumo e violência sexual. Segundo o levantamento, a relação dos envolvidos na exploração sexual com a questão econômica está muito mais ligada à lógica consumista do que à da sobrevivência. A maioria (65%) usa o dinheiro para comprar bens de consumo – roupas e tênis de marca, aparelhos de celular. São poucos os que sustentam a família. Outro dado que chama a atenção é o de que muitas das vítimas não estão em situação de miséria a ponto de trocar sexo por comida.

O mesmo delírio de consumo que empurra as crianças para a prostituição também as leva para o tráfico de drogas e à prática de furtos. A pediatra e psiquiatra da infância e adolescência Marília de Freitas Maakaroun é diretora da Fundação Libanesa de Minas Gerais (Fuliban), onde atende crianças e jovens carentes. Ela explica que a globalização igualou todo mundo nos desejos, mas a sociedade de consumo está a meio caminho dos direitos iguais. “As pessoas têm salários diferentes, mas a TV mostra o que há de mais caro”, diz. Essa exposição aos objetos de consumo, idealizados pela publicidade, acaba contribuindo para causar problemas psiquiátricos em crianças e jovens. “O desejo exacerbado por algum objeto de consumo pode levar as crianças a furtar. O grande dilema delas é querer o que todos querem, mas não ter acesso aos seus desejos”, analisa.

Fonte: http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2009/11/29/noticia_economia,i=137867/OBSESSAO+DE+ADOLESCENTES+ENDIVIDA+OS+PAIS.shtml

******

COMENTÁRIO

A sofisticada tecnologia dos tempos modernos produz bens de consumo cada vez mais fascinantes que ficam ao alcance da gula que não conseguimos suster. As televisões, ruas, rádios e a Internet estão atafulhadas de anúncios publicitários que pretendem influenciar o consumidor a comprar mais, colocando-o como um refém dos seus desejos fictícios. O modelo capitalista em que vivemos assenta na ideia de um crescimento económico contínuo. Só poderá haver crescimento económico se houver um crescente aumento do consumo. Só poderá haver um crescente aumento do consumo se as necessidades dos consumidores nunca estiverem satisfeitas. Ou seja: este é um modelo económico que só funciona através da criação ilusória de novos desejos, gerando descontentamento e promovendo a competição e a rivalidade. As crianças e os jovens são os grupos mais vulneráveis a esta manipulação artificial do apetite consumista, procurando que os ténis, o telemóvel, as roupas de marca ou o “ipod” os ajudem na sua ânsia de afirmação pessoal e social. O marketing pessoal começa e, muitas vezes, termina nestes produtos que são associados a indicadores de status e poder. Mas eles são apenas uma máscara caiada que oculta a verdadeira essência do ser humano, permitindo que a aparência e a inércia dominem sobre o auto-conhecimento e o árduo trabalho de renovação interior.

Se para a juventude esta situação é grave, podendo corromper a sua personalidade, conduta moral e os seus comportamentos futuros, a notícia alerta-nos para outros impactos que este consumismo juvenil desenfreado provoca: A deterioração das condições económicas das famílias.

Numa sociedade em que o estilo de vida fácil, descontraído, luxuoso e fútil entra nos lares sem o conseguirmos impedir, muitos pais em condições financeiras difíceis, vêm-se confrontados com as chantagens emocionais dos filhos, que os culpam por não poderem ter bens materiais suficientes para serem felizes. Inferiorizados por uma vida que nunca lhes deu valor, martirizados pela culpa, amando os seus filhos de todo o coração e querendo que eles possuam tudo aquilo que eles não tiveram, muitos pais escolhem o endividamento através de créditos bancários que sabem que não conseguirão suportar. É compreensível a dor destes pais que não podem dar aos seus filhos o que desejariam, mas é preciso refrear o ímpeto de lhes proporcionar tudo aquilo que eles pretendem. Hoje em dia vemos pais que não ousam confrontar os filhos, nem impor-lhes frustrações. O trabalho de educação a realizar pelos pais é muito mais complexo do que proporcionar aos seus filhos apenas o bem-estar material. As formas de expressão do amor não se resumem apenas no “sim”, permitindo, autorizando, concordando, aceitando tudo o que os filhos pretendem por medo que eles se sintam desiludidos ou inferiorizados. Dizer “não”, embora seja doloroso na maioria das vezes, é uma forma de amar, de educar, ainda que provoque revolta e frustração em quem o recebe. Durante toda a sua vida, as crianças e os jovens vão ter que conviver com momentos de frustração e de fracasso. É necessário criar hábitos que lhes permitam aprender a conviver com essa dor, fugindo à armadilha da satisfação fácil e descartável dos diversos prazeres materiais. Se isso não acontecer, eles só conhecerão o princípio do prazer associado à satisfação dos seus desejos imediatos, e quando forem confrontados com a crua realidade, esta acabará por parecer-lhes demasiado dolorosa, mesmo que seja uma mera insignificância. Os vícios, a sugestão da criminalidade e o comércio sexual acabam por surgir naturalmente, aparentando serem vias fáceis para contornar as dificuldades imediatas e os desejos insatisfeitos, mas acabam por arrastar os jovens para uma marginalização e um ciclo vicioso do qual é muito complicado saírem.

O materialismo é um cancro que é necessário erradicar da nossa sociedade. Como escreveu Allan Kardec no livro “O que é o Espiritismo”: “Combatendo o materialismo, nós atacamos, não os indivíduos, mas uma doutrina que, se é inofensiva para a sociedade quando se encerra no foro íntimo da consciência de pessoas esclarecidas, é uma calamidade social, se ela se generaliza.”

Precisamos substituir a rivalidade pela cooperação. O individualismo pela solidariedade. O progresso sem barreiras pela preocupação com a harmonia do nosso Planeta. Se conseguirmos fazer isto, escapamos à influência da cobiça, da inveja e da ganância, libertamo-nos das garras daquele mundo que nos quer escravizar pelo desejo de ter e passamos a manifestar a nossa verdadeira essência espiritual. Não existe maior felicidade do que fazer alguém feliz, que arrancar um sorriso a uma cara tristonha, que nos sentirmos parte de um processo de transformação que retirou alguém do sofrimento. A nossa essência espiritual não se satisfaz com aquilo que tem ou que poderá vir a ter, pois sabe que isso é apenas uma contingência desta vida física que poderá ser modificada numa outra. Ela rejubila com aquilo que sente, rejubila com aquilo que é… através do prazer de ser.

(Comentário por: Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net )

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mural Reflexivo: OS PORTÕES DE CHEGADA




Cada abraço daqueles guarda uma história diferente...
Cada reencontro daqueles revela um outro mundo, uma outra vida, diversa da nossa, da sua...
Se você nunca teve a oportunidade de observar, por mais de cinco segundos, todas aquelas pessoas – desconhecidos numa multidão - esperando seus amigos, seus familiares, seus amores, não tenha medo de perceber da próxima vez, a magia de um momento, de um lugar.
Falamos dos portões de chegada de um aeroporto, um desses lugares do mundo onde podemos notar claramente a presença grandiosa do amor.
Invisível, quase imperceptível, ali ele está com toda sua sublimidade.
Nas declarações silenciosas de um olhar tímido. No calor ameno de um abraço apertado. No breve constrangimento ao tentar encontrar palavras para explicá-lo.
Na oração de três segundos elevada ao alto - agradecendo a Deus por ter cuidado de seu ente querido que retorna.
Richard Curtis, que assina a produção cinematográfica de nome “Love actually” – traduzida no Brasil como “Simplesmente amor”, traz essas cenas com uma visão muito poética e inspirada.
O autor oferece na primeira e última cenas do filme exatamente a contemplação dos portões de chegada de um aeroporto, e de seu belíssimo espetáculo representando a essência do amor.
Ouve-se um narrador nos primeiros segundos, confessando que toda vez que a vida se lhe mostrava triste, sem graça, cruel, ele se dirigia para o aeroporto para observar aqueles portões, e ali encontrava o “amor por toda parte”.
Seu coração alcançava uma paz, um alívio, em notar que o amor ainda existia, e que ainda havia esperança para o mundo.
Isso tudo pode parecer um tanto “poético” demais para os mais práticos, é certo.
Assim, a melhor forma de compreender a situação proposta é a própria vivência.
Sugerimos que faça a experiência de, por alguns minutos, contemplar essas cenas por si mesmo, seja na espera de aviões ou outros meios de transporte coletivos.
Propomos que parta de uma posição mais analítica, de início, com algumas pitadas de curiosidade:
“Que grau de parentesco possuem aquelas pessoas?” - “Há quanto tempo não se vêem?” - “De onde chegam?”
Ou, quem sabe, sobre outros: “Que histórias têm para contar!” - “O que irão narrar por primeiro ao saírem dali? Sobre a família, sobre a viagem, sobre a espera em outro aeroporto?”
Ao perceber lágrimas em alguns olhos, questione: “De onde elas vêm?” - “Há quanto tempo não se encontram?” - “Que felicidade não existe dentro da alma naquele momento!”
Por fim, reflita:
“Por quanto tempo aquele instante irá ficar guardado na memória!”. O instante do reencontro...
Tudo isso poderá nos levar a uma analogia final, a uma nova questão: não seria a Terra um imenso aeroporto? Um lugar de chegadas e partidas que não param, constantes, inevitáveis?
Pensando nos portões de chegada na Terra, lembramos dos bebês, que abraçamos ao nascerem, com este mesmo amor daqueles que esperam num aeroporto por seus amados.
Choramos de alegria, contemplando a beleza de uma nova vida, e muitas vezes este choro é de gratidão pela oportunidade do reencontro.
É um antigo amor que, por vezes, volta ao nosso lar através da reencarnação.
Pensando agora nos portões de partida, inevitavelmente lembramos da morte, da despedida.
Mas este sentir poderá ser também feliz!
Como o sentimento que invade uma mãe ou um pai que dá adeus a um filho que logo embarcará em direção a outro país, a fim de fazer uma viagem de aprendizagem, de estudo, ou profissional.
Choram sim, de saudade, mas o sentimento que predomina no bom coração dos pais é a felicidade pela oportunidade que estão recebendo, pois têm consciência de que aquilo é o melhor para ele no momento.
* * *
Vivemos no aeroporto Terra.
Todos os dias milhares partem, milhares chegam.
Chegadas e partidas são inevitáveis.
O que podemos mudar é a forma de observá-las.


(Texto da Redação do Momento Espírita com base no cap. Os portões de chegada, do livro O que as águas não refletem, de Andrey Cechelero. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2406&stat=0)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Notícia: Tempo de desobediência.

Educadores precisam de paciência e estratégias pedagógicas para lidar com a explosão hormonal dos novos adolescentes. - Suzane G. Frutuoso

Quem completa 13 anos está com a cabeça muito ocupada. Os amigos viram uma família, o sexo oposto está à espreita, há milhares de músicas para baixar na internet, muita gente para falar ao mesmo tempo no MSN e baladas a serem combinadas. Não impressiona perceber que a escola fica em segundo plano. Nessa fase, os educadores observam uma queda no rendimento escolar e, em alguns casos, passam a ter a autoridade questionada por alunos com hormônios à flor da pele. Mas, apesar de viverem nesse turbilhão emocional, os pré-adolescentes gostam da escola. Na pesquisa realizada por ISTOÉ com 100 alunos de três colégios de São Paulo (SP), Curitiba (PR) e do Recife (PE), 79% dos jovens consideraram a instituição muito importante em suas vidas - nota A é a avaliação das escolas para 43% deles. O problema para eles é ter de conciliar conflitos e novidades com as tarefas escolares.

"Eles querem tudo rápido e ao mesmo tempo", diz a psicóloga Sandra Hoffman, orientadora educacional do Colégio Positivo, em Curitiba. Estudos indicam que o cérebro entrando na adolescência apresenta um aumento no funcionamento do hipotálamo, responsável pelas emoções e a libido. Essa reação cerebral faz com que os jovens se preocupem demais com relacionamentos e acreditem ser donos da verdade.

Há os que agem com agressividade e são respondões. É a imaturidade emocional, um empecilho para o entendimento de que há maneiras educadas de reivindicar. "Eles têm o direito de questionar e é natural da idade. Porém, respeito e disciplina são indispensáveis", diz Sandra. Graças à ideia de invencibilidade, alguns desafiam perigosamente os limites e iniciam as experimentações com álcool e drogas. Uma pesquisa do projeto Este Jovem Brasileiro, do Portal Educacional, avaliou que 37% dos jovens com 13 anos beberam álcool alguma vez.

Felizmente, a maioria dos meninos e meninas dessa idade ainda se atrapalha mesmo devido à farra. O estudante **, de Curitiba, sempre foi bom aluno. Percebeu, porém, que com a chegada da adolescência se tornou mais agitado e disperso. Nos últimos meses perdeu o foco em sala de aula e caiu na bagunça. "Conversava um monte e acabava convidado a me retirar", conta. Os pais receberam uma carta do colégio, que também chamou ** para uma conversa. A direção explicou quanto ele poderia prejudicar seu desenvolvimento e o mudou de classe. Outro inimigo da nova fase adolescente é o sono.

A hiperfuncionalidade do hipotálamo também os leva a sentir vontade de dormir além da conta. "Notei que preciso cochilar à tarde. Não fazia isso antes", afirma **. Entrar a madrugada no computador também é motivo corriqueiro para as sonecas em sala de aula. No Colégio Apoio, no Recife, pais e alunos participam de palestras nas quais a importância do sono é ressaltada. "Explicamos que, para aprender bem, corpo e mente precisam do descanso adequado", diz a diretora pedagógica Terezinha Cysneiros de Magalhães. Já não tomar café da manhã causa hipoglicemia, baixa de açúcar no sangue que pode levar ao cansaço

No geral, a atual geração de 13 anos é desafiadora porque aprendeu a negociar desde a infância. Não existe o obedecer por causa de uma hierarquia. É um grupo que valoriza o trabalho colaborativo e dispensa maneiras ortodoxas de comunicação. Também apresenta maior preocupação social, ambiental e aceita melhor a diversidade.

Fatores que influenciam no modo como eles desejam absorver a educação. O diálogo franco é um caminho para ganhar a garotada. Mas a maior aliada das escolas atualmente é a tecnologia. Para atrair a atenção de jovens imersos em games e internet, lousa, professor e decoreba não são suficientes. "Instituições com um perfil mais tecnológico e com pedagogias alternativas têm sido mais criativas na maneira de passar o conhecimento", diz Paulo Al-Assal, diretor da empresa de pesquisas Voltage. Lidar com o aluno antenado, que aprendeu a escrever no teclado e não com lápis, exige o uso da internet como ferramenta.

A diretora Terezinha, porém, afirma que sozinha a tecnologia não desenvolve toda a capacidade dos estudantes. "Pesquisas em livros e a campo não são dispensadas. São aprendizados que pedem outras competências." Há um perigo que ronda o uso da internet e vem preocupando os colégios: o cyberbullying. São as velhas provocações entre colegas, mas agora capazes de tomar proporções tão grandes quanto o alcance da rede, que permite aos autores de ameaças permanecerem anônimos e faz o medo da vítima aumentar ainda mais.

Entre os jovens que responderam à pesquisa de ISTOÉ, 30% já ofenderam colegas pelo computador e 35% sofreram ofensas. Um quadro preocupante, que pode prejudicar mais o desempenho escolar do que dormir em classe ou ter a atenção chamada por causa de bagunça.


****

Comentário:

Serão os adolescentes de hoje mais agressivos que os de antigamente? Não existe uma resposta consensual a esta pergunta. Há quem não tenha dúvidas em afirmar que os jovens de hoje são muito mais agressivos que os das gerações passadas, mas há também quem defenda que hoje existe uma maior divulgação das atitudes violentas e isso dá uma aparência superior a essas atitudes.

Qualquer que seja o nosso posicionamento, numa coisa precisamos concordar: Existe violência e agressividade em excesso nos adolescentes. Este não é o mesmo mundo de antigamente: Ao contrário de gerações passadas, na sociedade actual os direitos dos cidadãos são inquestionáveis, as pessoas revelam um crescente humanismo, existe um maior interesse pelas questões sociais e filantrópicas e uma maior preocupação pela resolução dos conflitos pela via da compreensão e do diálogo. Por tudo isto, a agressividade dos adolescentes a determinados níveis, mesmo enquadrada num difícil e conflituoso processo de transição para a vida adulta, não pode ser admitida.

A escola é um local privilegiado, não apenas para as aprendizagens cognitivas, mas também para a aquisição de capacidades ao nível do relacionamento interpessoal e comportamento social. As situações de conflito, discórdia e desentendimento multiplicam-se e permitem aos adolescentes, se devidamente acompanhados e orientados, adquirir a experiência necessária nestas questões para que possam saber lidar com elas da melhor forma. Mas há um fenómeno que tem vindo a aumentar e que merece uma atenção especial dos educadores: O fenómeno da violência gratuita, por vezes com contornos de enorme brutalidade. Essa violência, não só física mas também emocional e sexual, fazendo muitas vezes uso das modernas ferramentas tecnológicas, é muitas vezes persecutória e personalizada, com enormes consequências emocionais e psicológicas para as vítimas, tendo sido a causa encontrada para alguns suicídios em adolescentes. É o conhecido Bullying ou Cyber-Bullying quando a perseguição utiliza os meios tecnológicos.

Porquê isso? Porque é que alguns jovens revelam comportamentos tão cruéis e desumanos? O facto de estarmos mergulhados num mundo de provas e expiações, proporciona a convivência entre espíritos de diferentes condições evolutivas, havendo um maior protagonismo e domínio dos mais rebeldes e audaciosos que normalmente subjugam os outros. Mas existem outras causas que não podemos esquecer e que temos ferramentas para corrigir. A principal delas, segundo os especialistas, é a convivência diária das crianças com a violência na televisão. Existe uma banalização da violência. As crianças, desde a mais tenra idade, vibram através da televisão com lutas de Wrestling, desenhos animados violentos, cenas de pancadaria, agressões físicas e assassínios brutais. Enquanto estou a escrever estas linhas, recebo a notícia que o videogame “Call of Duty: Modern Warfare 2” bateu todos os recordes de vendas no primeiro dia de lançamento na Europa. Neste jogo, o jogador é colocado na pele de um soldado que participa, para além dos cenários habituais de guerra, em sangrentos e brutais massacres da população civil. Este videogame destronou do topo de vendas outro clássico, Grand Theft Auto 4, que tem como principal objectivo, o roubo, assassínio e a fuga às autoridades policiais.

A nossa sociedade, buscando o lucro a todo o custo, está se tornando cada vez mais materialista e hedonista, buscando o prazer pelo prazer sem quaisquer preocupações de carácter ético ou moral. E os adolescentes, alvos preferenciais da indústria publicitária, vai assimilando a normalidade da violência convivendo diariamente com a banalização e o desprezo pela dor alheia que existe no cenário virtual. É possível que alguns adolescentes transportem essa insensibilidade para a realidade, e em casos de predisposição emocional e espiritual, sejam responsáveis pela violência gratuita que invade as nossas escolas ou, num cenário mais grave, pelas tragédias conhecidas em estabelecimentos de ensino do Estados Unidos da América e da Europa.

A estes dados precisamos acrescentar o argumento espiritual. Sabemos que os nossos pensamentos e atitudes atraem Espíritos vinculados com o tipo de comportamentos que cultivamos, que passam então ter uma influência crescente sobre nossa forma de agir e de nos comportar. Ao focalizarmos as nossas energias em jogos violentos ou programas de televisão que cultivam essa temática, estaremos a ligar-nos mentalmente a Espíritos ainda mergulhados nas malhas subversivas do crime e da revolta, que adquirindo uma proximidade de sensações procuram arrastar-nos para comportamentos similares.

Como sempre, quando falamos de transformação e correcção do comportamento humano, a educação é a pedra basilar. Nos dias de hoje, exaustos da vida moderna que os pressiona constantemente, os pais preferem colocar o filho em frente à televisão ou ao computador. Não se preocupam com o que eles estão a assistir, logo que fiquem calados e sossegados. É necessário que os pais invistam mais tempo nos seus filhos, qualquer que seja a sua idade. É a sua responsabilidade. É fundamental haver tempo para estar com eles, para conversar, ouvir, entender, brincar, rir, contar histórias, trocar experiências… para poder desfrutar da companhia desses meninos extraordinários que Deus lhes confiou.

(Comentário por: Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net )

** nome retirado por pedido do mesmo

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Notícia: A virada para a vida adulta.

Mudanças físicas, sociais e psicológicas acontecem cada vez mais precocemente, marcando essa idade como nenhuma outra. Para os adolescentes é complicado - e para os pais também! - Suzane G. Frutuoso e João Loes.



Nada deixa a paulista Gabriela Basílio mais feliz do que estar entre amigas. Com elas, convive na escola, vai ao inglês, joga handebol, troca segredos. Ao mesmo tempo, se existe algo que a deixa constrangida, são os carinhos dos pais na frente da turma. "Gosto que façam isso em casa. Senão, morro de vergonha." Gabriela não sai sem perfume e rímel. Agradece ao mercado por produzir marcas que lhe dão estilo ao se vestir. Já deu o primeiro beijo (acha que a mãe desconfia; o pai vai saber por esta reportagem). Baixa música todos os dias pela internet. Só compra CD se for de ídolos como Britney Spears. Viver sem celular? Jamais. "Entro em desespero quando não acho o meu", diz. Adora dançar nas matinês, das quais só sai depois das 22h. Está satisfeita com as curvas que ganhou no quadril. O tamanho dos seios não a incomoda, mas só porque não são maiores nem menores do que os das amigas. Gabriela é uma típica representante dos jovens de 13 anos da atualidade.
Assim como os 18 anos representaram há duas gerações e os 15 anos há uma, os adolescentes de 13 anos dos anos 2000 simbolizam o início da travessia para a vida adulta. Uma idade marcada por uma atividade social intensa, um corpo em transformação, muitas dúvidas e euforia. A indicação etária que os elevou a esse patamar não simboliza maturidade emocional e física. Pelo contrário. Antecipadas a uma idade tão precoce, essas mudanças podem causar muita confusão em mentes e corpos bombardeados por hormônios responsáveis por uma infindável flutuação das emoções.
Esse começo da adolescência é considerado, ao mesmo tempo, a fase mais assustadora e a mais encantadora. As dúvidas surgem com as muitas e rápidas modificações corporais, geradoras de insegurança. É inesquecível, por ser o primeiro passo rumo à vida adulta cheia de conquistas, com a possibilidade de contestar tudo, repleta de promessas de liberdade irrestrita e de invulnerabilidade. Pelo menos é o que eles acreditam.

Os pais, por sua vez, ficam sem saber como agir e entender o filho que parece renegar a família. "Os 13 anos são marcados pelo desejo de não querer mais apenas seguir um comando", diz o hebiatra (médico de adolescentes) Paulo César Pinho Ribeiro, presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Eles estão rompendo os domínios paternos, querem trocar experiências. Por isso, valorizam a opinião do grupo de pares."
Para compreender o que se passa nesse período, nada melhor que ouvir os próprios protagonistas. ISTOÉ aplicou uma enquete com 100 alunos de 13 anos em três escolas de São Paulo (SP), do Recife (PE) e de Curitiba (PR) (leia quadro). A pesquisa mostra, por exemplo, que 66% acham suficiente o envolvimento dos pais em seu cotidiano e 50% definem como excelente a relação que têm em casa. O relacionamento com os amigos ganha avaliação semelhante - é excelente para metade deles. Significa que a importância dessas duas vertentes em suas vidas têm o mesmo peso.
"Tenho muitos amigos", comemora o carioca Luiz Guilherme da Costa Neves, confirmando quanto os pares são fundamentais nessa época. Ele diz que a convivência com os pais é boa. Porém, sinaliza que deseja espaço. "Vira e mexe estou com a porta do quarto fechada", diz. "Às vezes, meus pais querem entrar, mas eles atrapalham." O pai, o advogado Luiz Octávio Miranda, 51 anos, entende o menino. "É natural ele querer mais privacidade. Não vejo isso como um problema", diz. Receber com tranquilidade as novas atitudes do filho faz de Miranda uma exceção.
A maioria não sabe lidar com garotos e garotas entrando na puberdade. "Eles pararam no tempo. Pensam que o bom da adolescência deles será bom para a dos filhos hoje", afirma o psiquiatra Içami Tiba, autor do best-seller "Adolescentes - Quem Ama Educa". O especialista diz que os adultos pecam por extremos. Há pais que prendem os filhos em casa, esquecendo que pela internet eles têm o mundo ao alcance - inclusive das drogas e da pornografia. Enquanto outros dão liberdade, mas não sabem exigir responsabilidade. Oferecem independência sem cortar os laços da dependência econômica e criam adultos que desistem diante dos primeiros contratempos, incapazes de se frustrar.
Na pesquisa de ISTOÉ, 84% dos jovens não consideram a virgindade essencial. "É até melhor conhecer o sexo antes do casamento", respondeu um deles. Não quer dizer que já mantenham relações sexuais, mas o assunto interessa - e muito. Seria mais uma descoberta normal da fase.

O problema está em crescerem numa cultura tão erotizada quanto a de hoje. Tanto a data da primeira menstruação quanto a da primeira ejaculação com esperma vêm caindo cerca de 0,6 ano a cada geração. Hoje, está em 12 anos. Há pesquisas que apontam esse contato precoce com a sexualidade como gatilho da aceleração fisiológica. "E, se as mudanças hormonais acontecem mais cedo, a libido também vai despertar antes", afirma o hebiatra Pinho Ribeiro.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, do Ministério da Saúde, de 1996 a 2006 o percentual de mulheres que perderam a virgindade até os 15 anos saltou de 11% para 33%. Nessa mesma faixa etária, 47% dos meninos fizeram sexo. É verdade que no passado 13 anos já foi idade para casamento, mas a expectativa de vida também não passava de 45 anos. Era natural a iniciação sexual tão cedo. Não é a realidade do século XXI.

Só se envolve com sexo antes da hora, porém, quem estiver inseguro, tentando ser aceito na sociedade. "Os jovens dessa idade precisam de informação para entender tantas mudanças. E o mundo em que vivem não oferece isso", diz a ginecologista Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O papel dos pais no processo de construção da autoestima é fundamental.

A relação de autoridade ainda funciona nessa fase. "Mas é preciso conquistar o respeito antes de impor regras", diz Paulo Al-Assal, da empresa de pesquisas Voltage. Pais que mostram aos filhos disposição em aprender com eles ganham pontos. Esperar passar momentos de raiva para conversar também pode surtir efeito melhor do que discutir depois de uma resposta atravessada, por exemplo. Por fim, é preciso não temer zelar pelos filhos, por mais que eles esperneiem dizendo que não são mais crianças. É assim que os adolescentes de 13 anos de hoje se tornarão adultos responsáveis, éticos, honestos. E com repertório próprio para construir sua felicidade.
***************
Comentário

É comum ouvir pais, educadores e especialistas se referirem à entrada na adolescência como uma fase bastante sensível, sendo responsável pelo aparecimento de múltiplas crises e conflitos de relacionamento. Porque será isso? A adolescência é um tempo de despertar. O corpo físico anuncia sinais de maturidade, proporciona uma maior autonomia e exige uma crescente responsabilidade, enquanto o Espírito começa a manifestar de uma forma mais vincada as capacidades adquiridas em outras vidas. Tudo isto provoca alterações inevitáveis na personalidade e no comportamento de qualquer jovem mas que servem de preparação para a vida adulta. Passam a querer satisfazer as suas necessidades de afirmação, a perseguir a conquista da sua liberdade e a exigir o respeito pelos seus direitos, provocando resistências naqueles que ainda os julgam crianças e que ainda não lhes reconhecem capacidade para fazer um uso equilibrado da liberdade que reclamam.

O período de adolescência não possui fronteiras de idade. Ou seja, não está restrita dos 14 aos 18 anos de idade, por exemplo. A adolescência é uma fase de desenvolvimento e transição entre a infância e a idade adulta, que tem o seu início quando o indivíduo deixa de ser uma criança, mental e fisiologicamente, prolongando-se até possuir condições físicas, emocionais, psicológicas e sociais para se assumir como um adulto. Como a notícia refere, os estímulos familiares, sociais, mediáticos e tecnológicos têm tornado mais precoce a entrada na adolescência. Esta situação é um desafio para pais e educadores, pois a entrada prematura numa etapa de vida onde o desenvolvimento corporal precede em muito a maturidade emocional e psicológica, poderá expor os adolescentes a situações que ainda não conseguem controlar, provocando transtornos e desequilíbrios graves com sérias consequências para o seu futuro. Na nossa sociedade vivemos uma contradição que nos devia levar a uma reflexão atenta: Por um lado estimulamos de diversas formas à precocidade da adolescência, expondo os nossos jovens a experiências prematuras, muitas das quais se revelam prejudiciais e nocivas; Por outro, incentivamos ao prolongamento da fase adolescente o maior tempo possível, através do acesso a uma vida cómoda e isenta de deveres e responsabilidades.

Precisamos mostrar aos nossos jovens que a adolescência é uma fase onde o indivíduo ensaia o seu crescimento, mas que não é isenta de responsabilidades. Que os seus anseios por liberdade e afirmação são legítimos e saudáveis, mas que é preciso que aprenda a usá-los com equilíbrio e em seu benefício. Para muitos adolescentes, influenciados pela sociedade materialista e consumista que os transformam em alvos fáceis e acessíveis, liberdade é apenas o direito de poder frequentar festas, de satisfazer os mais diversos caprichos materiais, de buscar o prazer pelo prazer e de tomar contato com todas as experiências sexuais possíveis. Acontece que liberdade não é apenas um conjunto de direitos mas também de deveres e obrigações que os educadores não se deverão cansar de lembrar. Ou seja, durante a adolescência a função educativa não deve cessar, antes deverá ser ajustada às novas exigências sabendo como dosear os níveis de liberdade e responsabilidade mediante a maturidade do jovem e a confiança que ele proporcionar aos seus educadores. As exigências de liberdade do adolescente deverão ser confrontadas com exigências de responsabilidade por parte dos educadores. Se aliarmos o respeito pela sua individualidade, a educação pelo exemplo e a persistência no diálogo recíproco e compreensivo, isso poderá suportar as indispensáveis funções educativas de orientação e transmissão de valores éticos e morais que os adolescentes tanto necessitam para poderem fazer correções ao seu rumo.

Mas os educadores devem também instigar os adolescentes à superação. Todos os jovens têm a pretensão de pensarem que podem corrigir o mundo. Eles têm razão! Eles podem mesmo corrigir e melhorar o nosso mundo. Mas os adultos normalmente não pretendem que os jovens corrijam o mundo, querem que eles se adaptem a ele. Por melhores intenções que tenham, mesmo pensando que estão a agir pelo melhor, os educadores devem evitar transformar os adolescentes naqueles elefantes do circo que, apesar de toda a força que possuem, ficam resignados a estar amarrados por uma pata a uma pequena corrente. Em vez disso, devem incentivá-los constantemente à superação deles mesmo. Existem algumas palavras de estímulo que devem estar constantemente na boca de pais e educadores: “Não desperdice o seu tempo!”; “Você é capaz!”; “Desfruta e aproveita o teu dia”; “Não malbarate o seu tempo com trivialidades mas com o que é mais importante para você”; “Acredita em você e nas suas capacidades!”; “Sim, é verdade! Se você quiser, se trabalhar e se esforçar o suficiente, você pode mudar o mundo!”; "O mundo aguarda ansioso a realização dos seus sonhos!"
(Comentário por: Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net )

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XVIII

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XVIII
Ainda acerca dos itens 400 a 455, responda e justifique sua resposta:

a) Qual a origem das grandes ideias que às vezes temos durante o sono?

b) Podemos admitir a fadiga do corpo em razão da atividade do Espírito durante o sono?

c) Denomina-se telepatia à comunicação mental verificada entre pessoas. Que dizem os Espíritos a esse respeito?

d) Quais as principais características da dupla-vista?

(Fonte: Estudos das obras codificadas por Allan Kardec. Ide/JF)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pergunta Feita: Sobre mediunidade...

Pergunta Feita: Olá, meu nome é M, tenho 21 anos, sou católica mas, na verdade, não vou à igreja e sempre quando possível vou ao centro espírita na minha cidade natal com a minha mãe, em Matão. Minha tia, que é espirita e médium (aliás muita gente da minha família é medium e espírita), me disse que eu tenho muita mediunidade pois tenho alteraçoes de humor e comportamente muito facilmente e muitas vezes não me recordo do que falei ou fiz. Gostaria de contar algumas histórias porque realmente queria ajuda. Uma vez, uns meses após a separação de uma tia minha, eu entrei na casa dela, e desandei a chorar, sem motivo algum, me sentia muito mal, e logo que sai da casa essa sensação ruim passou e eu fiquei bem. No reveillón do ano retrasado estavamos todos reunidos com a família e eu comecei a ficar muito estressada, grossa e estúpida com todo mundo, minha tia(médium) me disse para ir num centro espírita tomar um passo porque havia uma menina comigo, uma garota pré adolescente que havia falecido há pouco tempo, minha mãe seguiu o conselho da minha tia, e me levou no centro, no centro confirmaram o que a minha tia havia me dito e me deram um passe, fui mais umas duas ou tres vezes no centro e me senti bem melhor, mas depois não tive oportunidade de ir. Mas a historia mais recente que me incomodou muito e que por causa dela eu resolvi pedir ajuda a vocês e se puderem me ajudar eu agradeço muito. Há um mes, mais ou menos, sonhei com um tio meu que faleceu em 2000, eu nunca havia sonhado com ele. Neste sonho ele me dizia que eu iria embora no final do ano, eu perguntava para onde e ele me dizia que eu iria embora com Deus, e com ele. Após esse sonho, logo que acordei liguei assustada para minha mãe chorando. Ela pediu para uma moça do centro espirita da minha cidade para me dar um passe a distancia, ela me deu 3 passes, e falou para minha mãe que sentiu uma energia diferente comigo, uma pessoa comigo. Acontece que após esse sonho eu passei o dia inteiro mal, chorando, mas o que me incomodava não era o fato de meu tio ter me falado que eu iria embora com Deus e com ele, porém alguma coisa, que eu não sei exatamente o que, estava me incomodando, deixando meu dia triste, e péssimo. Hoje, um mês após esse meu sonho eu não posso nem pensar em contar para alguém sobre isso que eu começo a chorar e ficar mal novamente.
Gostaria que, se fosse possivel, vocês me ajudassem, eu não quero perder minha mediunidade, se eu tiver mesmo, queria trabalhá-la para que esses mal estar nao me atrapalhassem no dia a dia, para que eu pudesse fazer alguma coisa, porque se realmente tem alguem comigo, achu que é para que eu ajude e eu não estou sabendo fazer isso.

Obrigada!

================================
Resposta dada:
Olá, M!

Que Jesus nos auxilie no entendimento de nossas dúvidas.

A mediunidade é uma faculdade que todos temos, indiferente da idade, religião, sexo, grau intelectual, etc, sendo uma parte natural de todos nós que aqui estamos. Cada religião, e mesmo a sabedoria popular, dá um nome próprio a ela – dom, sensibilidade, paranormalidade (equivocadamente), dentre outros –, sendo todos a mesma capacidade de captarmos as energias mentais que nos envolvem, seja desse mundo em que vivemos, seja do mundo invisível com que nos relacionamos. O que diferencia o potencial mediúnico entre as pessoas é a intensidade com que ela se manifesta. Dentro do Espiritismo, chamamos de médiuns ostensivos aqueles que apresentam sinais claros dessa manifestação, e ainda sim variam dessa intensidade e do seu gênero (vidência, psicografia, psicofonia, cura, intuitiva, etc).

Muito há para ser falado sobre a mediunidade a fim de esclarecê-la, cara irmã, mas demandaria muito tempo para abordar esse tema em toda sua profundidade. Por isso, já indicamos para ajudá-la o livro “Mediunidade: Caminho para ser feliz”, de Suely Caldas Schubert. Ao final, um trecho interessante do livro para situá-la em seu contexto e mais vídeos e palestra para orientá-la. Também, como obra fundamental do Espiritismo a respeito da mediunidade, o “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec. Duas obras que oferecem grandes instruções.

M, a eclosão da mediunidade, ou seja, os primeiros sinais de sua manifestação, não raramente vem acompanhado de grandes dificuldades para o médium para lidar com essas forças invisíveis. Consideramos, de imediato, que não há mediunidade boa ou má, ela é o que é e somos nós que a direcionamos conforme nossa capacidade de lidar com ela, com nosso conhecimento e nossa intenção (de fazer o bem, o mal, ou manter-se indiferente a ela). Assim, indicamos que conheça, informe-se sobre o que é, como controlá-la e o que pode fazer para ser ajudada e ajudar o próximo com esse abençoado recurso.

Outro fator a ser considerado é que estamos rodeados de irmãos espirituais influenciando-nos e sendo influenciados por nós constantemente, conforme nossos princípios e nossas atitudes. Então à nossa volta irmãos esclarecidos e amigáveis, contribuindo para nosso crescimento, assim como os que ainda buscam esclarecimento, perturbando-nos com seu contato, intencionalmente ou não. O ditado popular “diga-me com quem andas que direi quem és” nos aponta uma direção para refletirmos, mas nos faz construir outra ideia a respeito das nossas relações com o mundo espiritual: “Diga-me o que pensas que direi com quem andas”. A partir desse raciocínio, devemos entender que assim como nos tornamos vulneráveis pela nossa invigilância, podemos nos proteger mantendo um padrão mental elevado e equilibrado, tendo como referência os ensinamentos de nosso mestre maior.

Especificamente sobre seu sonho, devemos ter em mente que todos os Espíritos que nos influenciam e nos contatam, seja quando estamos despertos ou durante nosso sono físico, assim como acontece com nas nossas relações pessoais, cada Espírito deixa em nós uma impressão característica de seu caráter. Para fazermos uma simples comparação, interpretemos essas impressões como sendo odores, cheiros, que são o cartão de visita de uma pessoa. Se esta exala um perfume agradável, deixando em nós uma sensação agradável, então podemos considerá-la como alguém de boa higiene, de bons hábitos. Caso seja um odor fétido, teríamos o oposto. Assim acontece com as vibrações, com o contato fluídico dos Espíritos.

Então, tendo em sonho ou em transe mediúnico contato com os Espíritos, avalie a qualidade do contato, o tipo de mensagem deixada (se tranquilizadora ou perturbadora), as impressões que deixaram, enfim, o fato de serem espíritos não os coloca acima de nós em termos de superioridade. No mundo espiritual, a elevação é determinada pelo amor que transmite através das ideias, palavras e atitudes. Fora isso, em nada são superiores.

M, Jesus foi o maior dos médiuns, e com sua autoridade moral e intelectual nos deixou o modelo de conduta que precisamos seguir. Mais uma vez, os Espíritos estão em torno de nós, e somos nós mesmos que determinaremos a quem permitiremos que influenciem nossas vidas.

Quanto ao futuro, Deus rege nossas vidas, e será Ele que apontará para qual direção seguiremos. Confiemos, cara irmã, no amor que vem Dele e em todos os irmãos que agem sobre nós em nome Dele.

Frequente com a assiduidade possível uma Casa Espírita próxima à sua residência. Vá e converse com os trabalhadores da equipe de Atendimento Fraterno a respeito de suas experiências, peça orientação e informe-se sobre os estudos e auxílio que a Casa oferece. A Casa Espírita também proporciona o benefício do passe – verdadeiro tratamento energético –, o qual constitui-se duma transfusão de energias, que irá reequilibrá-la e fortalecê-la. O tratamento magnético (passes e água fluidificada) vem como um poderoso recurso para o equilíbrio que todos precisamos e nele encontramos o suporte espiritual para nossas lutas cotidianas.

Outro fator importante é que, assistindo às palestras de uma Casa Espírita, prestando a devida atenção, você irá encontrar respostas para suas dúvidas, por meio dos ensinamentos dos oradores e da assistência inspiradora dos mentores e protetores espirituais.

Procure um fortalecimento espiritual através da prática dos ensinamentos do Evangelho de Jesus. A participação em atividades de caridade, de ajuda ao próximo, proporciona a higiene mental necessária à nossa renovação. “É dando que se recebe”.

Para seu fortalecimento imediato, procure uma maior intimidade com Jesus através da oração, do estudo e meditação sobre os seus ensinamentos.

Joanna de Ângelis, Espírito, no livro “Alegria de Viver”, psicografado por Divaldo Franco, nos fala sobre a oração: “A mente que ora se revitaliza, fortalecendo o corpo. Portadora de altas cargas de energia positiva, a prece faculta a sintonia com as Fontes Geradoras da Vida, propiciando o intercâmbio com outras mentes que se movimentam nas faixas superiores do Cosmo. Por mais complexas se te apresentem as situações, faze uma pausa e ora. A atitude te oferecerá calma e lucidez. Diminuirá a tensão e o temor, renovando-te o ânimo e propiciando-te uma visão mais lúcida a respeito da questão que defrontas. Talvez não te proporcione a solução que almejas, que te parece, no momento, a melhor. Desencadeará, porém, fatores transcendentes que irão contribuir para a equação correta em torno do problema, no instante próprio”.

Uma importante ação neste sentido, além da prática diária, é fazer a Reunião do Evangelho no Lar para que não somente você, mas todos da família, e auxiliares, possam receber os seus benefícios, que envolvem todo o ambiente doméstico.

Segundo Emmanuel, Espírito, não devemos esquecer a necessidade de trazer o Cristo para o cenário de amor onde nos refugiamos. É um trabalho simples. Escolhemos alguns minutos por semana e nos reunimos com todos aqueles que vivem conosco, para o aprendizado das lições de Jesus.

É recomendável que esse estudo seja feito no mesmo dia da semana e no mesmo horário. Inicie com uma prece espontânea, abra uma página do Evangelho e leia, em voz alta, alguns trechos, comentando-os em seguida. Todos os participantes devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades. Através da conversação edificante produzida, os benfeitores da espiritualidade superior "distribuirão a todos ideias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um."

Caso não tenha quem faça esse estudo com você. Faça sozinha mesmo. O importante é começar e transformar isso em um maravilhoso hábito. Você sempre estará acompanhada de seu Espírito Protetor e dos Espíritos familiares e amigos que procurarão compartilhar com você desse momento de paz e de luz. Experimente!

Um Roteiro e outros esclarecimentos sobre o assunto poderão ser encontrados no seguinte endereço: http://www.espiritismo.net/evangelho_no_lar.

Leia sempre livros instrutivos e edificantes – caso seja do seu interesse, a Codificação Espírita e outros livros espíritas instrutivos podem ser obtidos no link www.espiritismo.net/portugues_download ou www.virtual.espiridigi.net (Biblioteca Virtual).

As Casas Espíritas costumam manter uma biblioteca e/ou livraria. Peça sugestões de livros de fácil leitura que servirão como bons companheiros e professores.

Convidamos a você, cara irmã, caso seja possível e haja interesse, participar de nossas atividades na Internet (estudos, palestras, vibrações e Atendimento Fraterno), via Paltalk (programa de áudio-conferência). Informe-se sobre o programa - instalação e uso - no site www.espiridigi.net/paltalk, além da programação semanal de nossos grupos de trabalho, com as atividades e horários.

Como complemento para nosso atendimento, convidamos você, sua família e interessados, para conhecer nosso trabalho de vibração, desenvolvido no Paltalk - sala Espiritismo Net Vibração -, aos domingos, categoria Central & South America / subcategoria Brazil", das 22h às 22h30, que lhes proporcionará momentos de harmonia e reflexão. Você também pode encaminhar nomes para a vibração através do formulário no endereço www.espiritismo.net, seção "Preces Online".

Que Deus abençoe nossos propósitos de entendimento e esperamos ter podido ajudar.
Precisando, conte sempre conosco.

Um abraço,

André.
Equipe Net Jovem
Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Espiritismo e Finados

Pergunta: Estamos nos aproximando do dia 2 de novembro, que é considerado um dia dedicado aos mortos, aos finados. O respeito da legislação vigente chega inclusive a declarar a data como feriado nacional, no intuito de que as pessoas possam prestar suas homenagens ao parentes e conhecidos já desencarnados. Os espíritas são naturalmente questionados a respeito do assunto. Como a Doutrina Espírita encara este tema?
Resposta: Realmente o tema desperta algumas dúvidas. Mesmo alguns companheiros espíritas perguntam se devem ou não ir aos cemitérios no dia 2 de novembro, se isto é importante ou não. Antes de tudo, lembremos que o respeito instintivo do homem pelos desencarnados, os chamados mortos, é uma conseqüência natural da intuição que as pessoas têm da vida futura. Não faria nenhum sentido o respeito ou as homenagens aos mortos se no fundo o homem não acreditasse que aqueles seres queridos continuassem vivendo de alguma forma. É um fato curioso que mesmo aqueles que se dizem materialistas ou ateus nutrem este respeito pelos mortos.
Embora o culto aos mortos ou antepassados seja de todos os tempos, Leon Denis nos diz que o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, antigo povo que viveu na região que hoje é a França. Os druidas, um povo que acreditava na continuação da existência depois da morte, se reuniam nos lares, não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.
A noção de imortalidade que a maioria das pessoas tem, no entanto, ainda é confusa, fazendo com que as multidões se encaminhem para os cemitérios, como se o cemitério fosse a morada eterna daqueles que pereceram. O Espiritismo ensina o respeito aos desencarnados como um dever de fraternidade, mas mostra que as expressões de carinho não precisam ser realizadas no cemitério, nem é necessário haver um dia especial para que tais lembranças ou homenagens sejam realizadas.
===
Pergunta: Mas para os espíritos desencarnados o dia 2 de novembro têm alguma coisa mais solene, mais importante? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os túmulos?
Resposta: É preciso entender que nossa comunicação com os desencarnados é realizada através do pensamento. As preces, as orações, são vibrações do pensamento que alcançam os espíritos. Nossos entes queridos desencarnados são sensíveis ao nosso pensamento. Se existe entre eles e nós o sentimento de verdadeira afeição, se existe esse laço de sintonia, eles percebem nossos sentimentos e nossas preces, independente de ser dia de finados ou não.
Esse é o aspecto consolador da Doutrina Espírita: a certeza de que nossos queridos desencarnados, nossos pais, filhos, parentes e amigos, continuam vivos e continuam em relação conosco através do pensamento. Não podemos privar de sua presença física, mas o sentimento verdadeiro nos une e eles estão em relação conosco, conforme as condições espirituais em que se encontrem. Realizaram a grande viagem de retorno à pátria espiritual antes de nós, nos precederam na jornada de retorno, mas continuam vivos e atuantes.
Um amigo incrédulo uma vez nos falou: "Só vou continuar vivo na lembrança das pessoas". Não é verdade. Continuamos tão vivos após a morte quanto estamos vivos agora. Apenas não dispomos mais deste corpo de carne, pesado e grosseiro.
Então, os espíritos atendem sim aos chamados do pensamento daqueles que visitam os túmulos. No dia 2 de novembro, portanto, como nos informam os amigos espirituais, o movimento nos cemitérios, no plano espiritual, é muito maior, porque é muito maior o número de pessoas que evocam, pelas preces e pelos sentimentos, os desencarnados.
===
Pergunta: E se estes desencarnados pudessem se tornar visíveis, como eles se mostrariam?
Resposta: Com a forma que tinham quando estavam encarnados, para que pudessem ser reconhecidos. Não é raro que o espírito quando desencarne sofra ou provoque alterações na sua aparência, ou seja no seu corpo espiritual. Espíritos que estão em equilíbrio mental e emocional podem se apresentar com uma aparência mais jovem do que tinham quando estavam encarnados, enquanto outros podem inclusive adotar a aparência que tinham em outra encarnação. Por outro lado, espíritos que estão em desequilíbrio podem ter uma aparência muito diferente da que tinham no corpo, pois o corpo espiritual mostra o verdadeiro estado interior do espírito.
===
Pergunta: E quanto aos espíritos esquecidos, cujos túmulos não são visitados? Como se sentem?
Resposta: Isto depende muito do estado do espírito. Muitos já reconhecem que a visita aos túmulos não é fundamental para se sentirem amados. Outros, no entanto, comparecem aos cemitérios na esperança de encontrar alguém que ainda se lembre deles e se entristecem quando se vêem sozinhos.
===
Pergunta: A visita ao túmulo traz mais satisfação ao desencarnado do que uma prece feita em sua intenção?
Resposta: Visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho. Desde que realizada com boa intenção, sem ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não é condenável. Apenas é desnecessária, pois a entidade espiritual não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em qualquer lugar. A prece ditada pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo desencarnado.
===
Pergunta: No ambiente espiritual dos cemitérios comparecem apenas os espíritos cujos corpos foram lá enterrados?
Resposta: Não. Segundo as narrativas, o ambiente espiritual dos cemitérios fica bastante tumultuado no chamado Dia de Finados. E isto ocorre por vários motivos. Primeiro, como já dissemos, pela própria quantidade de pessoas que visitam os túmulos. Cada um de nós levamos nossas companhias espirituais, somos acompanhados pelos espíritos familiares. Depois, porque muitos espíritos que estão vagando desocupados e curiosos do plano espiritual também acorrem aos cemitérios, atraídos pelo movimento da multidão, tal como ocorre entre os encarnados. Alguns comparecem respeitosos enquanto outros se entregam à galhofa e à zombaria.
===
Pergunta: E existem espíritos que permanecem fixado no ambiente do cemitério depois de sua desencarnação?
Resposta: Sim, embora esta não seja um ocorrência comum. Além disso, devemos nos lembrar que nos cemitérios, bem como em qualquer lugar, existem equipes espirituais trabalhando para auxiliar, dentro do possível, os que estão em sofrimento.
===
Pergunta: Os espíritos ligam alguma importância ao tratamento que é dado ao seu túmulo? As flores, os enfeites, as velas, os mausoléus, influenciam no estado espiritual do desencarnado?
Resposta: Não. Somente os espíritos ainda muito ligados às manifestações materiais poderiam se importar com o estado do seu túmulo, e mesmos estes em pouco tempo percebem a inutilidade, em termos espirituais, de tais arranjos. O carinho com que são cuidados os túmulos só tem algum sentido para os encarnados, que devem se precaver para não criarem um estranho tipo de culto. Não devemos converter as necrópoles vazias em "salas de visita do além", como diz Richard Simonetti. Há locais mais indicados para nos lembrarmos daqueles que partiram.
===
Pergunta: E que tipo de local seria este?
Resposta: O lar! Nossos entes familiares que já desencarnaram podem ser lembrados na própria intimidade e no aconchego de nosso lar, ao invés da frieza dos cemitérios e catacumbas. Eles sempre preferirão receber nossa mensagem de saudade e carinho envolvida nas vibrações do ambiente familiar. Qualquer que seja a situação espiritual em que eles se encontrem, serão alcançados pelo nosso pensamento. Por isso, devemos nos esforçar para, sempre que lembrarmos deles, que nosso pensamento seja de saudade equilibrada, de desejo de paz e bem-estar, de apoio e afeto, e nunca de desespero, de acusação, de culpa, de remorso.
===
Pergunta: Mas a tristeza é natural, não?
Resposta: Sim, mas não permitamos que a saudade se converta em angústia, em depressão. Usemos os recursos da confiança irrestrita em Deus, da certeza de Sua justiça e sua bondade. Deus é Amor, e onde haja a expressão do amor, a presença divina se faz. Vamos permitir que essa presença acalme nosso coração e tranqüilize nosso pensamento, compreendendo que os afetos verdadeiros não são destruídos pela morte física, não são encerrados na sepultura. Dois motivos portanto para não cultivarmos a tristeza: sentimos saudades – e não estamos mortos; nossos amados não estão mortos – e sentem saudades...Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, envolvendo a saudade com a esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo nossos corações em alegria e paz.

Referências:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – questões 320 a 329
Quem tem medo da morte? – Richard Simonetti

domingo, 1 de novembro de 2009

Um quinto dos casos de intoxicação são tentativas de suicídio

Segundo levantamento da Fiocruz, 60 pessoas por dia tentam se matar por envenamento no Brasil. Maioria dos casos envolve uso de remédios
Ricardo F. Santos
Em um ano, mais de 20 mil pessoas tentam se matar ingerindo substâncias tóxicas. Cerca de 60% utilizam medicamentos, e o resto das tentativas dividem-se entre a ingestão de raticidas e agrotóxicos. Esses dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pelo Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As informações são de 2007, quando foram registrados 23.243 casos de intoxicações suicidas. Isso representa 21,4% dos 108.405 envenamentos daquele ano. E dos 479 casos que terminaram em óbito, mais da metade foi notificada como suicídio. Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox, diz que as tentativas de suicídio são um problema grave. “É uma coisa complicada de lidar, tem agente tóxico por aí que é barato, de fácil acesso e de alta letalidade, ou seja, difícil de controlar”, afirma.
Segundo Rosany, dos 37 Centros de Informação e Assistência Toxicológica espalhados pelo país, apenas uma minoria conta com psicólogos em suas equipes. “Uma pessoa que se intoxica querendo dar fim à vida, mesmo que seja curada, geralmente vai tentar de novo se não receber aconselhamento apropriado”, diz Rosany. O tratamento psicológico, afirma, é a melhor saída para diminuir o número de atentados contra a própria vida. Apesar de ser um quinto dos casos de envenenamento, o suicídio foi a causa de mais de metade das mortes.
Junto com Carlos Eduardo Estellita-Lins, pesquisador da Fiocruz, Rosany tem um projeto de estudar os casos de suicídio no Brasil, e aliar a psiquiatria ao seu trabalho. “O homem dá menos indícios de que quer se matar, mas, quando se mata, utiliza agentes tóxicos mais letais. Já a mulher demonstra maior mudança de comportamento, porém utiliza agentes menos tóxicos, como remédios”, aponta ela.
Maioria dos casos de intoxicação ocorre com medicamentos
Em 2007, o Sinitox registrou 4.355 intoxicações a menos que no ano anterior. A queda ocorreu porque menos Centros de Informação e Assistência Toxicológica forneceram dados para a pesquisa. De um total de 37 centros, apenas 29 colaboraram, dois a menos que em 2006. A falta de adesão dos centros é um problema que atinge também outras áreas de pesquisa, como a da aids, e dificulta a identificação de tendências.
Mesmo assim, algumas conclusões do relatório podem direcionar políticas de conscientização da população. Os medicamentos estão envolvidos em 30% dos casos de intoxicação, independentemente das circunstâncias. O que gera isso é a forma banal como são tratados, diz Rosany.
Por causa do descuido, a faixa etária mais atingida por agentes tóxicos é de 1 a 4 anos. “As pessoas têm cerca de 20 medicamentos diferentes em casa, muitos mal utilizados e, pior, mal guardados”, afirma. Para esses tipos de intoxicação, Rosany diz que a prevenção é possível com mais campanhas de alerta aos pais, como mensagens obrigatórias em propagandas e rótulos.
Matéria publicada na Revista Época, em 8 de junho de 2009.
=====================
comentário:

Dentre as formas de suicídio, uma das aparentemente mais fáceis é realmente a ingestão de produtos tóxicos e remédios. Eles estão facilmente à disposição da pessoa e, muitas vezes, dão a ilusão de que ocorre na ausência de dor. Já vimos em diversos filmes personagens que tentam o suicídio com medicação, onde eles apenas adormecem e geralmente são salvos pelo "acaso" da chegada de alguém.
Quase todos nós, para não generalizar demais, deseja uma morte tranquila, sem sofrimento. A indústria cinematográfica e a imaginação humana criaram esta fantasia da morte serena pela ingestão de medicamentos.
Em comunidades do Orkut, muitos daqueles que dizem ter tentado o suicidio e não conseguiram relatam que o veneno e os remédios só os fizeram vomitar e passar mal. Alguns alegam que não o fazem de outra forma por medo da dor. Estes comentários podem indicar que aqueles que buscam o suicídio pelos remédios ou substâncias tóxicas não o fazem por serem mais fáceis ou mais baratos, mas por terem a ilusão de que esta forma de suicídio é isenta de dor.
O conhecimento das consequências no mundo espiritual pode evitar que alguém se suicide? Sim, mas numa pesquisa no Orkut, onde foi perguntado:
"Se você soubesse o que aconteceria com sua alma depois do suicídio, se suicidaria ou não? Muitas pessoas não se suicidam com medo do famoso VALE DOS SUICIDAS. Diz uma antiga lenda que é o lugar para onde vai as almas dos suicidas, um lugar para elas vagarem para sempre, um lugar não muito bom, devido à sua fama."
Dentre as respostas, 79% disseram que sim, que mesmo assim cometeriam o suicídio, enquanto apenas 20% disseram que não.
Devemos lembrar que não falamos do suicida que está desesperado, confuso e sofrendo, que de certa forma está desorientado, estamos falando de pessoas que pensam constantemente em suicidar-se, como pode ser visto num dos comentários anexados a esta notícia, onde uma leitora, de nome Eva, diz: "Eu sobrevevi a uma tentativa de suicídio e hoje me arrependo de não ter morrido. Não que esteja deprimida, falo com tranquilidade. Tenho um bom emprego, estudo por prazer e tenho um grande amor. [...] Optar pela vida foi a pior coisa que eu fiz, falo com tranquilidade."
Nós não encontramos desespero ou sofrimento físico, mas é o sofrimento moral do espírito, o desejo aparente do espírito em não querer estar encarnado que o faz desejar cometer o suicídio. Ele não quer fugir de uma situação diretamente, mas parece estar vivo ou encarnado contra a sua vontade.
São espíritos que poderiam ter uma aparente felicidade no mundo espiritual ou que vieram de mundos melhores e que desejam sair daqui, mesmo que acreditem no nada após a morte. Eles, nas palavras da Eva, pedem algo que a doutrina espírita nos ensina: a não condená-los, mas procurar compreendê-los e ajudá-los a compreender porque devem continuar aqui e viver todas estas vicissitudes comuns à vida material.

--
* Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC I(fonte: www.espiritismo.net)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mural Reflexivo: A CONSTANTE BUSCA

A CONSTANTE BUSCA




Corre o homem diariamente de um lado para outro.
Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.
Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio.
Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante.
Nunca tem tempo para nada.
Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos. Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?
Para onde dirige seus passos?
O que espera ele encontrar?
Sabe, realmente, o que quer?
Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: “a busca da felicidade”.
Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.
Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito. Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece. Quando o amor é correspondido.
Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas. Quando o emprego almejado é obtido.
Quando um título é alcançado.
Quando tudo parece conspirar para satisfazer os mais íntimos desejos. Nessas ocasiões, uma euforia ímpar toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.
Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando: “Consegui! Venci!”.
Como se o mundo inteiro tivesse se curvado às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.
Mas isso é apenas uma ilusão.
A fragilidade daquela sensação fará com que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante. Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.
O retorno à realidade pode decorrer da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.
A luta continua.
Não pode o homem abandonar o combate porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.
Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.
Nessas horas, quando o homem percebe que suas conquistas não lhe garantem um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.
Tem a sensação de que caminha sempre em direção ao horizonte e que este, por mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.
Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.
Sempre.
Percebe-se o quão verdadeiro é o ensinamento de que “a felicidade não é deste mundo.”
* * *
O que busca você?
O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?
O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?
Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.
Satisfações materiais não saciam por muito tempo o corpo, tão pouco a mente que deseja a paz.
Por outro lado, as virtudes adquiridas ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.
A consciência tranqüila e a franca sensação de dever cumprido permitem que se repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.
São situações em que se pode desfrutar de felicidade, quando, então, ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.
(Equipe de Redação do Momento Espírita. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1475&let=C&stat=0)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XVII

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XVII
Com relação aos itens 400 a 455, responda e justifique sua resposta:

a) Por que razão é mais fácil ao Espírito afastar-se do corpo e percorrer o espaço durante o sono?

b) Justifique o pensamento: “o sono influi mais do que pensais sobre a vossa vida”

c) cite as principais variedades de sonhos.

d) Por que nem sempre nos recordamos dos sonhos?

e) Em que condições consegue o Espírito emancipar-se do corpo?


(Fonte: Estudos das obras codificadas por Allan Kardec. Ide/JF)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Notícia: Jovem é exorcizado para "curar" homossexualidade nos EUA.

Uma comunidade religiosa do Estado de Connecticut, nos Estados Unidos, submeteu um jovem de 16 anos a uma prática de exorcismo para "curá-lo" do homossexualidade e depois divulgou um vídeo do acontecimento no portal YouTube, informou nesta quinta-feira o jornal New York Post.

Com uma duração de 20 minutos, o vídeo, que já foi eliminado do site, mostrava o jovem deitado no chão enquanto sofria convulsões e várias pessoas que gritavam "saia do seu corpo, demônio homossexual".

"Espírito homossexual, te chamamos para que abandone este corpo. Liberte-o, Lucifer!", gritava o grupo diante do jovem, que começa a sessão de pé e acaba vomitando no chão de uma igreja da cidade de Bridgeport, onde a comunidade chamada "Manifested Glory Ministries" se reúne.

Em outra cena, algumas pessoas sustentam o jovem pelos braços, enquanto um deles pede ao suposto espírito que saia "pela barriga do rapaz" e pede para o resto das pessoas pressionarem seu estômago. Os membros da comunidade negaram que o menino tenha sofrido algum tipo de ferimento e disseram que respeitam os homossexuais.

"Não temos nada contra os homossexuais. Simplesmente não compartilhamos seu estilo de vida", disse a reverenda Patricia McKinney, que mostrou seu convencimento de que "um homem deve estar com uma mulher e uma mulher com um homem" e que explicou que o rapaz se vestia "como uma menina".

McKinney disse o rapaz tem 18 anos, mas ele disse ter 16. O vídeo causou revolta em várias associações que defendem os direitos dos homossexuais, que asseguraram que casos como este se repetem em muitos pontos do país.

"Casos assim ocorrem o tempo todo. Não é um fato isolado", disse Kamora Harrington, uma dos líderes da associação "True Colors", que teve contato com o menino e denunciou o acontecimento para as autoridades de Connecticut. Os membros da "True Colors" disseram ao New York Post que o jovem tinha sido vítima desse tipo de ritual em duas ocasiões anteriores por vontade própria e assessorado pelo líder da comunidade religiosa.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3844023-EI8141,00.html

***

Comentário:

Um bondoso amigo deixou-nos um exemplo de tolerância há 2000 anos atrás: Ele abraçou os que a sociedade excluía, acarinhou quem era desprezado e estendeu a sua mensagem de amor e fraternidade a todos sem excepção. Ele deixou um perfume de amor e tolerância que permanece como inspirador tantos séculos depois, sendo sua intenção que os Homens substituíssem as suas expressões de medo, de ódio e de rancor, por expressões de amor, tolerância e confiança uns nos outros. Mas pasme-se: Em seu nome ainda hoje se cometem atrocidades como as que são relatadas na notícia. A responsabilidade não é do sábio mestre de Nazaré, mas daqueles que interpretaram as suas palavras de acordo com as conveniências íntimas, transformando-as num rastilho de austeridade e superioridade para difundir a segregação, violência e intolerância.

A homossexualidade é um tema bastante complexo, polémico e de que provoca profundas fracturas na sociedade. De um lado, inúmeros indivíduos, que, por ignorância, possuem um enorme preconceito em relação a quem possui esse comportamento sexual; do outro, os homossexuais que procuram desmistificar o rótulo estigmatizante que a sociedade lhes colou, fazendo valer os seus direitos de poderem exprimir livremente a sua sexualidade. O Espiritismo, como uma Doutrina profundamente pedagógica e libertadora, privilegia a educação e o esclarecimento, não promovendo o julgamento, crítica ou recriminação dos homossexuais. A Doutrina Espírita é defensora intransigente da liberdade individual, porque Deus concedeu-nos essa liberdade para pensar e agir através do livre-arbítrio. Essa liberdade é-nos concedida porque já dispomos da capacidade moral e da inteligência adequada para a usarmos com responsabilidade. O livre-arbítrio e a responsabilidade perante as ações próprias são uma conquista do Espírito e um dever que possuímos perante a nossa consciência, tendo certamente que responder perante essa mesma consciência pelo mau uso que lhe tivermos dado. Em vista disso, a Doutrina Espírita procura alertar para os efeitos nocivos e prejudiciais que os hábitos e as práticas sexuais perturbadoras e promíscuas podem trazer a nível psicológico, emocional e espiritual, quer elas sejam homossexuais ou heterossexuais. O Espiritismo não estabelece normas de conduta para ninguém. Cada um responde pelo comportamento que tem, no entanto, uma lei é inabalável: O dever de nos respeitarmos e de respeitarmos os outros. A atitude mental e o comportamento sexual, é que irão estabelecer a moralidade ou a imoralidade da experiência pessoal.

A opinião pública e principalmente a comunidade religiosa, têm, de uma forma recorrente, relacionado os comportamentos sexuais chamados desviantes, que não alinhem com o que é praticado pela maioria da população, com elevados índices de desvario e promiscuidade, chamando-lhes anormais. Precisamos perceber que o Homem é um ser integral, com variantes biológicas, psicológicas, sociais e espirituais, e como tal necessita de ser examinado na sua globalidade e complexidade. Para isso, precisamos levar em linha de conta os aspectos espirituais e as influências que esses factores exercem na personalidade e no comportamento humano. Isso significa que os homossexuais são indivíduos obsediados por Espíritos maléficos? Nada disso, podem sê-lo tanto quanto os heterossexuais. Acontece que o indivíduo homossexual, dispõe de uma anatomia que não corresponde à sua psicologia emocional e afectiva. A homossexualidade, não é uma doença nem uma patologia, nem é algo que possa ser tratado pelos procedimentos médicos comuns, mas sim uma experiência a que o Espírito se impõe ou que lhe é imposta, que tem como causa uma conduta anterior na qual não conseguiu manter o seu equilíbrio sexual, necessitando agora de aprender a reajustar o seu Espírito e as suas energias sexuais. Tudo nessa vida é aprendizado. Diga não à discriminação e não permita que essa prática seja difundida perto de si.

Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Desculpas que usamos: "Daqui para frente tudo vai ser diferente"


As vitórias e derrotas desde sempre fazem parte da nossa vida. Um dia ganhamos outro dia perdemos. Hoje deu certo amanhã melhor ainda.
Muitas vezes o que desejamos não é aquilo que precisamos, e assim quando não galgado o objetivo nos sentimos frustrados e infelizes.
Fazemos planos, traçamos ideais! Ótimo isso!! Mais que positivo, e quando caímos, e quando erramos, e quando nos sentimos derrotamos às vezes, dizemos que de “agora em diante vai ser tudo diferente"
Sabe amigos, já entramos no segundo semestre do ano de 2009 e quando menos esperamos se aproxima o fim de ano, o último mês, dezembro (apesar que não precisamos esperar tanto para isso né? ;) ). Eis o mês das avaliações coletivas, todos nós de uma maneira ou de outra fazemos esses "tais planos”, é a época ideal, estamos mais sensíveis, (o período faz isso conosco) e cheios de esperança. O final da escola, o final do semestre da universidade; se aproximam mais ainda o vestibular! E aí... Aí aquilo que não andou legal para nós, vamos querer melhorar!! E isso é melhor ainda! O importante disso tudo é a certeza que devemos de ter dessa melhora, dessa mudança, de querermos fazer realmente as coisas diferentes e sairmos das promessas teóricas e passarmos para a prática de tudo isso!
A melhor dica é: uma coisa de cada vez! , um passo possível onde o nosso pezinho pode alcançar. E devagarzinho poderemos mudar as coisas, e sairmos fortes! E porque não, vitoriosos.
O nosso objetivo aqui na terra é esse: crescimento! Melhora íntima psicológica, moral.
De podermos viver em uma sociedade que promessas se concretizam se realizam, para vivermos bem nós e os outros também.
Vamos sempre acreditar nisso que podemos fazer a diferença, porque somos mais que capazes!! Somos filhos de único deus que nos deseja felizes.


Beijos e até mais!

Juliana Matos

sábado, 26 de setembro de 2009

Notícia: "Sexo" é 4º termo mais buscado por crianças na internet, indica estudo.

Crianças estão usando a internet para ver vídeos no YouTube, se conectarem com amigos em redes sociais e fazer buscas com as palavras sexo e pornografia, afirmou uma pesquisa divulgada nesta semana.
A companhia de segurança de computadores Symantec Corp identificou os 100 principais termos de buscas realizadas entre fevereiro e julho por meio do serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que monitora o uso da internet por crianças e adolescentes.





Estudo indica que "sexo" é o quarto termo mais procurado por crianças na internet
A empresa descobriu que o termo mais popular de busca nessa faixa de público foi YouTube, site de vídeos do Google. A estrela da internet Fred Figglehorn, personagem de ficção cujos vídeos no YouTube são populares entre crianças, aparece na nona posição entre as principais pesquisas on-line.
O Google é o segundo termo mais popular, e o Yahoo aparece na sétima posição. Enquanto isso, o site de redes sociais Facebook ficou em terceiro e o MySpace, em quinto.
Mas as palavras "sex" e "porn" também entraram na lista dos 10 termos mais pesquisados, aparecendo nas quarta e sexta posições, respectivamente.
Outros termos populares incluem Michael Jackson, eBay, Wikipedia, a atriz Miley Cyrus, que interpreta a personagem Hannah Montana em um seriado da Disney, Taylor Swift, Webkinz, Club Penguin, e a música "Boom Boom Pow", da banda Black Eyed Peas.
A representante da Symantec para segurança na internet, Marian Merritt, afirmou que a lista mostra que os pais precisam ter consciência sobre o que seus filhos estão fazendo on-line.
"Também ajuda a identificar momentos em que os pais devem falar com seus filhos sobre comportamento apropriado na internet e outras questões relacionadas à vida on-line de suas crianças", afirma ela em comunicado da empresa.
A lista foi produzida depois que a Symantec avaliou 3,5 milhões de pesquisas feitas pela ferramenta OnlineFamily.Norton, que permite que os pais vejam o que crianças estão pesquisando e com quem estão falando em mensagens instantâneas e que redes sociais estão usando.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u608541.shtml

***

Comentário:

Qual seria a diferença entre os jovens de hoje e de ontem com relação ao sexo e à sexualidade? Com certeza a quantidade e o acesso às informações. O sexo continua sendo um tabu, os pais continuam ainda sem saber como abordar o assunto, mas a criança não precisa de revistas ou filmes para saber sobre sexo, a internet é um instrumento que a conecta a uma amplo mundo de informações.

Só que muitas vezes a criança pela sua ignorância não consegue utilizar de maneira adequada seu livre arbítrio. Controlar e policiar a utilização da internet não é a solução, porque as lan houses estão por todos os lugares, somente uma educação sincera e respeitosa pode fazer com que a criança saiba como utilizar este instrumento.

Não é também uma questão de assustar, com muito se fez no passado, porque a internet pode ser uma ferramenta maravilhosa se bem usada, mas educar e esclarecer. As crianças atualmente tem muito mais noção das coisas do que antigamente, ela sabe quando estão sendo enroladas ou quando os adultos não querem ou não sabem dizer.

O espiritismo veio esclarecer melhor sobre o sexo, sobre as paixões e seus objetivos principais. Sexo não é pecado, é uma função natural de todo o ser vivo, sexo é fonte de prazer e assim foi criado para estimular os animais a se reproduzirem. O uso que nós fazemos do sexo é que nos leva à necessidade de reparação, aos outros e principalmente à nós mesmos.

(Comentário por: Claudia Cardamone, psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Desculpas que usamos: "...Ninguém nunca reclamou antes..."



Olá amigos!

Nessas nossas reflexões e trocas de idéias andei pensando... Sabe quando fazemos as coisas repetitivamente, meses após meses, anos e anos e como uma idéia fixa acreditamos que estamos certos.
Pois e'...
Às vezes nem tudo aquilo que acreditamos ser o certo o é, muitas vezes a sociedade que nos cerca também negligencia de alguma maneira em não nos alertarmos para tal. ora um belo dia um "alguém" nos veem e diz para ficarmos atentos, para ficarmos de olho, de fazermos mais atenção! Oh não! É o fim da picada! eis um grande choque "ninguém nunca reclamou antes!!!!". E começamos a achar que esse "alguém" e' um bicho papão, aquele chato, aquele que reclama de tudo, e até ficamos com ele engasgados com certa antipatia.
Não negamos pode ser realmente que somos "perseguidos" " implicados", que existem pessoas que nos pegam de mira. Mas em uma boa maioria , somos nós que por cristalizações da mente acreditamos que estamos certos, e ninguém nunca disse nada por vários motivos, por negligência por exemplo, indiferença, esses motivos que vivemos circundados no dia a dia.
Então aprendamos a ver as coisas como escola. Um bom motivo de reavaliação, de estudo íntimo e de observações de nós mesmos de aprendermos a tolerar e ouvir, de sermos criticados e termos a força de seguir em diante. Sabe nos somos de alto potencial e podemos fazer muito mais a cada dia, de melhorarmos-nos, somos capazes de grandes coisas, basta desejarmos, acreditarmos! Ah sim!! Lembremos sempre do mestre Jesus quando disse “vós sois deuses, podeis fazer o que eu faço e muito mais!” e nada como o evangelho para nos dar a linha reta a seguir não é verdade??
Sempre usemos as máximas do nazareno e veremos que estaremos no caminho certo.

Beijos e até a próxima

Juliana Matos