sábado, 3 de setembro de 2016

Violência silenciosa: As agressões de filhos contra pais

Violência silenciosa: As agressões de filhos contra pais


Muitas famílias convivem com um problema grave de violência, mas poucas têm a coragem de denunciá-lo às autoridades ou procurar ajuda: a agressão de filhos contra seus próprios pais.

A vergonha e o sentimento de culpa evitam que eles falem a respeito do assunto. No entanto, alguns já admitem o problema.

"Ela me agrediu. Minha filha me jogou no chão, não podia respirar e (ela) quebrou o dedo da avó que tentou me ajudar", disse à BBC Mundo Mariángeles (nome fictício), uma mãe de 42 anos que mora em Madri, na Espanha.

Psicólogos e sociólogos analisam o fenômeno, que não é novo, mas aumentou nas últimas décadas.

É uma forma de violência dentro das famílias na qual os filhos abusam verbal, emocional, econômica e fisicamente dos pais ou tutores para assumir o controle.

Segundo um estudo feito recentemente pela União Europeia, estima-se que nos Estados Unidos e na Espanha - dois países observados pela pesquisa - 10% das famílias sofrem com este tipo de agressão, que não diferencia nível socioeconômico e muito menos modelo familiar. Os principais agressores, no entanto, costumam ser os adolescentes e as vítimas, as mães.

"(Muitos) pensam que acontece em famílias desestruturadas, com problemas econômicos, mas não é assim. Há muita variedade e (acontece em) muitas (famílias que) têm uma posição mais cômoda", disse à BBC Mundo a psicóloga Esther Roperti.


Brasil e outros países

No Brasil, os números da violência de filhos contra pais também são relevantes, de acordo com dados compilados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, feito a partir dos registros catalogados por profissionais em postos de saúde da rede pública.

Diante de uma suspeita de caso de violência doméstica, sexual e/ou outras violências envolvendo crianças, adolescentes, mulheres e idosos, o agente de saúde é obrigado a registrar oficialmente.

Em 2012, foram 4.289 casos registrados de violência de filhos contra pais. Em 2013, 5.559 e, em 2014, 4.454 casos. Um total de 14.302 agressões de filhos contra progenitores em apenas três anos.

De acordo com os dados, organizados e analisados por Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), 70,4% das vítimas da violência dos filhos foram as mães e 29%, os pais.

E o tipo de violência preponderante, segundo estes dados, é a física. Mas também há incidência de "violência psicológica ou moral e a negligência/abandono (...) provavelmente acompanhando a violência física".

Apesar dos números altos e detalhados, Waiselfisz afirma que esta pode ser apenas a "ponta do iceberg".

"Estes são os casos de violência daquelas pessoas que já tiveram que ir ao posto de saúde. Ninguém vai ao posto de saúde por causa de uma ameaça", afirmou.

Para Waiselfisz, estes casos relatados talvez sejam apenas 80% dos casos de violência física que levam os pais a procurar os serviços de saúde. Ele calcula que 20% destes casos extremos acabem na rede de saúde particular, onde o registro não é obrigatório.

Outra limitação apontada por Waiselfisz é que não existem dados a respeito dos filhos, apenas das vítimas da violência, os pais.

A falta de precisão e até de registro deste tipo de violência é uma situação que se repete em muitos países da América Latina, onde não há diferenciação nas estatísticas entre os casos de violência de filhos contra pais e outros casos de violência doméstica.

Na Argentina, por exemplo, "não existem estatísticas, pois não está tipificado como delito e este tipo de violência é englobada no nível geral, como violência familiar", afirmou à BBC Mundo Gabriel Bertino, advogado e participante do Congresso Internacional de Violência Filho-Paternal e Violência de Gênero, realizado em 2013 no país.

Por outro lado, na Colômbia, a agressão de filhos contra pais representou 11% dos 15.829 casos de violência dentro da família registrados em 2013.


Problema moderno

O Ministério Público da Espanha afirma que, junto com roubos violentos, a violência de filhos contra os pais é o crime que mais leva a detenções e medidas cautelares contra menores de idade naquele país. Em 2013 ocorreram 4.659 denúncias.

A Europa realizou em 2013 o primeiro estudo sobre o problema, o relatórioAbuso Oculto dos Filhos contra os Pais, elaborado pela Universidade de Brighton, na Grã-Bretanha, e financiado pelo Programa Daphne III, que combate a violência que envolve menores de idade.

"É a forma mais escondida, incompreendida e estigmatizada de violência familiar. Milhares de pais vivem com medo, mas ainda é um tema tabu", disse Paula Wilcox, pesquisadora que participou do estudo.

O estudo acadêmico avaliou a eficácia dos modelos para tratar a violência dos filhos contra os pais na Bulgária, Irlanda, Espanha, Suécia e Inglaterra. Um dos modelos trabalha com grupos paralelos de pais e jovens, ensinando técnicas para lidar melhor com as emoções, enquanto outro modelo se concentra diretamente em como melhorar a vida dos pais.

"Não quer dizer que (a violência de filhos contra pais) não existia, mas só agora alcança uma grande dimensão, que chama atenção", disse à BBC Mundo Roberto Pereira, vice-presidente da Sociedade Espanhola para Estudo da Violência Filho-Paternal (Sevifip), pioneira no setor.


Drogas

No caso de Mariángeles - citada no início da reportagem - a violência começou a se manifestar depois do divórcio, há seis anos, e piorou depois que ela se mudou para Madri com as duas filhas. A mais velha, que pediu para ser identificada com o nome fictício de Lucía, foi a que passou por mudanças mais difíceis e reconhece que se afastou da mãe.

Aos 17 anos a jovem começou a usar drogas e foi expulsa do colégio onde estudava. Os professores e orientadores do colégio até sugeriram que a mãe a denunciasse à polícia, mas Mariángeles preferiu procurar ajuda.

A mãe afirma que seu erro foi não conversar com as filhas sobre as mudanças que viriam e também não impor limites.

Para especialistas, parte do problema é que que as famílias não têm claro o conceito de autoridade e o sistema educativo é permissivo. São mais amigos do que pais e criam "adolescentes caprichosos que não toleram a frustração", diz a psicóloga Esther Roperti.

"A falta de limites gera angústia e ansiedade, é como atravessar uma rua sem semáforo", afirmou a psicóloga.


Segredo e denúncia

Muitos pais acreditam que seja uma fase passageira, e que seus filhos os agridem porque é apenas um aspecto da personalidade dos jovens.

Mas especialistas afirmam que, em muitos casos, a violência é indicador de uma necessidade de limites ou de uma separação indispensável para que o filho possa se desenvolver como indivíduo. Por isto este comportamento ocorre mais na adolescência.

Muitas vezes, a necessidade de intervenção deve se materializar na forma de uma denúncia para as autoridades. Uma medida - segundo os terapeutas - que protege os pais e pode ajudar para que estes filhos possam se relacionar sem violência.

Mas, tomar a decisão e fazer a denúncia também não é fácil devido às consequências legais envolvidas.

A advogada María José Parras afirma que, às vezes, é um vizinho que chama a polícia e começa todo o processo até o julgamento.

"É importante assessorar bem os pais, porque denunciar também implica uma ordem de restrição. O filho não pode se aproximar da residência nem falar com os pais, se não cumprir a ordem, será um delito", afirmou.

A denúncia pode levar os jovens a centros de menores.

Mesmo assim, Mariángeles afirma que é preciso denunciar, "para ajudar outras famílias". "Tenham muita paciência e não percam a esperança", acrescentou.

Lucía, a filha de Mariángeles, passou três meses em liberdade vigiada e quase um ano em um centro de menores.

"Me impactou ver casos mais fortes. Abri os olhos e valorizei mais minha mãe", disse.

Com reportagem de Flavia Nogueira, da BBC Brasil em São Paulo

Notícia publicada na BBC Brasil, em 18 de março de 2015.


Humberto Souza de Arruda* comenta

Agressões de filhos a pais

Esta é uma noticia que realmente nos deixa muito preocupados, alarmados, assustados e outros sentimentos até de repulsa. Principalmente pelo fato de estarmos relativamente “acostumados” a ver este assunto de forma contrária, como os casos em que pais agridem filhos por motivos mais variados e inimagináveis.

Esta postura violenta vem de uma análise equivocada do padrão de educação que tem um modelo vertical, onde diz que o mais velho na família tem mais autoridade. Com isso, alguns entendem que possam fazer o que quiser. Inclusive de forma violenta. Cultura que vem de muitas gerações e naturalmente passada de pai para filho.

Mas chegou um momento em que a sociedade foi ficando tão incomodada com esta situação que passou a ver esta prática como uma forma brutal e ineficiente de ensinar uma criança. E junto com a proibição legal e social desta prática de violência, começamos a conviver, ainda que timidamente, com um novo modelo de educação. O modelo horizontal, onde já não existe uma pessoa com mais autoridade na casa. Como o próprio nome sugere, não há hierarquia. Todos ao mesmo nível: O adulto com mais conhecimento e experiência pergunta ao filho de três anos se não está na hora deste dormir. Ou, na hora do almoço, pergunta se este quer brincar ou almoçar. Chegando à situação de perguntar a criança se quer ou não tomar um determinado remédio diante de uma patologia qualquer.

De um extremo a outro, vemos que nesta forma equivocada também de educação alguns pais passam para um modelo também ineficiente. Um modelo em que deixa a desejar o exemplo de limites, respeito e bem viver em sociedade.

Mas não podemos afirmar que filhos contrariados por terem sofrido violência dos pais, ou por não terem encontrado os limites que gostariam e necessitariam, possam futuramente agredir os seus pais, uma vez que existem casos em que pais deram a mesma educação para todos os filhos e uns são muito diferentes dos outros, chegando a casos extremos, como os citados na matéria.

Vemos que a forma de educar não é fator determinante para prevermos como será o perfil futuro do indivíduo na sociedade.

Mas vamos então colocar nesta reflexão a imortalidade da alma, a reencarnação, afinidade espiritual e causa e efeito. Assim, um espírito que quando encarnado está em uma família, não está por acaso.

Quando nós estamos nos educando como espíritos imortais que somos ou quando educamos crianças também como espíritos imortais, vemos que este conhecimento a ser adquirido é interessante que seja analisado mediante três fases bem distintas de um aprendizado completo.

A primeira fase, quando entendemos uma informação oferecida. A segunda, quando internalizamos a informação entendida, que acontece quando podemos até ensiná-la. E, por último, vem a vivência, que é o momento de experimentar realmente o que entendemos e ensinamos. É o momento de colocar à prova o que aprendemos. Esta plenitude de aprendizado é complexa e pode não ser concluída em uma existência.

Esta análise pode nos trazer o conforto de fazermos todo o possível, sem medo ou culpa de não ter alcançado o ápice do ensino. Vejamos a analogia a seguir.

Um espírito de pouca elevação que torturava e matava os inimigos e parentes quando estava em uma pretérita encarnação. Se em uma existência futura ele só matar uma pessoa, o veremos como um ser vitorioso. Praticamente mudou em apenas duas existências. Mas e se víssemos a noticia da morte de um pai trabalhador por um filho mimado? Será que faríamos a mesma análise? E se depois soubéssemos que este espírito que luta para se livrar do vício da vingança é o mesmo protagonista das duas histórias? Mas se somente um morreu por suas mãos nesta última existência, este que desencarnou não deve ser um espírito qualquer. Por que ainda continua o ódio por este último?

Estas são indagações pertinentes quando começamos a estudar a reencarnação. Pois ainda não teríamos desenvolvido conceito como a afinidade espiritual; independente se seria para uma aproximação amorosa ou não, os espíritos são atraídos por pensamentos e atitudes em comum. Mas por mais atraente que seja uma situação que esteja querendo nos fazer sucumbir, temos o livre-arbítrio que nos deixa livres para mantermos na nossa caminhada.

Então, este mesmo espírito que tinha diversos motivos, adquiridos em outras existências, para fazer uma brutalidade por vingança, tem também motivos para não o fazer. Pois, com a maturidade e conhecimento da Lei de Causa e Efeito, o Espírito pode optar em aprender por experiência própria que muitos equívocos contraídos em uma existência são potencializados em outra pelo fato deste desvio ser somado a sentimentos como culpa por tempo perdido e promessas não cumpridas.

Assim, com ressalvas à palavra pecado, podemos “condenar” um pecado, mas não um pecador.

Considerando a Lei Divina do Progresso, um espírito não regride. Ele pode estacionar em uma determinada existência. Por isso a complexidade do julgamento não nos caber. Deixemos esta tarefa a Deus. Cada um será julgado pelas suas próprias obras.

Que a experiência de agredir os pais seja algo que o mais breve possível seja tocado na consciência destes filhos equivocados e merecedores de compaixão.

* Humberto Souza de Arruda é evangelizador, voluntário em Serviço de Promoção Social Espírita (SAPSE) e colaborador do Espiritismo.net.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Congresso Espírita em Goiás - “Sermão do Monte: Bem Aventurados Sois Vós”.

Congresso Espírita em Goiás

De 23 a 25 de setembro de 2016 acontecerá no Centro de Cultura e Eventos de Jataí o Congresso Espírita da cidade, em Goiás.
O tema central é “Sermão do Monte: Bem Aventurados Sois Vós”. Na programação, palestras de Saulo César, Adeílson Salles e Ivana Raisky. O evento é promovido pela Federação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO).
O Centro de Cultura e Eventos de Jataí fica na Avenida 31 de maio, 730 – St. Epaminondas, Jataí/GO. Mais informações emwww.celjatai.org.br/congresso2016 ou pelo telefone (64) 99967-5888.



Seminário Espírita em Goiás - Seminário "Física e Mediunidade: Entendendo a Comunicação com os Espíritos".

Seminário Espírita em Goiás


Será realizado no dia 17 de setembro de 2016, de 14h às 18h no Auditório da Federação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO), o Seminário "Física e Mediunidade: Entendendo a Comunicação com os Espíritos".

Os facilitadores serão Célia Dantas, Antônio Newton Borges e Silvana Prestes. Haverá também um momento para perguntas do público aos palestrantes.

A sede da FEEGO fica na Rua 1.133, esquina com Alameda Ricardo Paranhos, nº 40, Setor Marista Goiânia – GO. Mais informações podem ser obtidas em www.feego.org.br ou através do telefone (62) 3281-0200.

Seminário com Divaldo Franco em RJ - Clube Português de Niterói

Seminário com Divaldo Franco em RJ


Será realizado no dia 7 de setembro de 2016, de 9h às 13h no Clube Português de Niterói, o 10º Seminário Comemorativo da Sociedade Espírita Fraternidade (SEF).

O tema central é “Os Quatro Gigantes da Alma” e será ministrado pelo médium e orador Divaldo Pereira Franco. O evento é promovido pela SEF.

O Clube Português de Niterói fica na Rua Professor Lara Vilela, 176 – São Domingos, Niterói/RJ. Mais informações podem ser obtidas através do site www.sef.org.br.


Mês Espírita em São Paulo - Americana e Nova Odessa


Mês Espírita em São Paulo


Setembro é o mês espírita em Americana/SP. O evento é organizado pela União das Sociedades Espíritas de Americana e Nova Odessa.

Na programação, palestras nos dias 6, 16, 24 e 27, sempre às 20h, com os expositores Izaías Claro, Sebastião Camargo, Geraldo Campetti e Sidney Fernandes, respectivamente, nos seguintes locais: Centro Espírita Seareiros de Jesus, Teatro Paulo Autran, Centro Espírita Chico Xavier e Centro Espírita Paz e Amor.

Mais informações podem ser obtidas através do site www.useiam.org.br.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Desenvolva o tema sob a luz da Doutrina Espírita

"Veja de que maneira você pode agir, para desempenhar o melhor papel possível, em qualquer situação. Se você é um atleta, procure ser o melhor... Não melhor do que os outros, mas o melhor de si mesmo. Se você é um homem, tente des­cobrir o que fazer para contribuir; consigo e com as pessoas em geral. Se não puder fazer nada que acrescente, ao menos não subtraia."

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Um dia voce aprende



Depois de algum tempo você aprende a diferença,
A sutil diferença entre dar uma mão e acorrentar uma alma,
E você aprende que amar não é apoiar-se
E que companhia nem sempre significa segurança,
E começa aprender que beijos não são contratos,
E presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante,
Com a graça de um adulto, e não com a tristeza de uma criança
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
Porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Aprende que falar pode curar dores emocionais
Descobre que se leva anos para construir uma confiança
E apenas segundos para destruí-la.
E que você pode fazer coisas em um instante,
Das quais se arrependerá pelo resto de sua vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
Mesmo a longa distância,
E o que importa não é o que você tem na vida,
Mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos
Se compreendermos que os amigos mudam,
Percebe que o seu melhor amigo e você
Podem fazer qualquer coisa ou nada
E terem bons momentos juntos.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que o ame
Não significa que esse alguém não o ame com tudo que pode
Pois existem pessoas que nos amam
Mas simplesmente não sabe como demonstrar ou viver com isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém
Algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo
Aprende que com mesma severidade com que você julga
Você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
O mundo não pára para que você o conserte,
Aprende que tempo é algo que não pode voltar para trás,
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte,
E que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que a vida realmente tem valor,
E que você tem valor diante da vida.
E você finalmente aprende que nossas dúvidas são traidoras
E nos faz perder o bem que poderíamos conquistar,
Se não fosse o medo de tentar...

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Colégio não toma atitude contra bullying e garoto se suicida

Colégio não toma atitude contra bullying e garoto se suicida

por Redação

"Eu desisto", escreveu Daniel Fitzpatrick, de 13 anos, em sua carta de despedida. Segundo ele, os seus colegas da escola o atormentavam há muito tempo e a direção da instituição de ensino não fazia nada a respeito, mesmo após ele e os seus pais terem feito uma reclamação formal.
A resposta teria sido "Calma tudo vai ficar bem. É só uma fase, vai passar".
A escola, que se chama Holy Angels Catholic Academy, fica em Nova York, nos Estados Unidos, e até o fechamento desta matéria não se pronunciou a respeito. Infelizmente, casos assim podem acontecer em qualquer lugar do mundo, porém, ainda são pouco divulgados.
A palavra bullying é um termo estrangeiro recente, mas sempre aconteceu em praticamente todas as escolas, seja atualmente ou no passado. E isso é grave, precisa ser discutido dentro e fora das salas de aula, tanto pelos pais como por todos os profissionais das áreas pedagógicas.
O pai de Daniel Fitzpatrick resolveu revelar a triste história do seu filho, inclusive a carta de suicídio e a sua foto, justamente para que casos assim não voltem a acontecer. "Nenhum pai deveria ter que enterrar seu filho. Nenhuma criança deveria passar pelo que o meu filho passou", disse ele.
A mãe do garoto disse que as crianças o xingavam de diversos nomes dentro da sala de aula e também atiravam coisas contra ele. Ao longo do tempo, isso foi o deixando cada vez mais triste e frustrado.
Antes que alguém questione o motivo dos pais não terem transferido Daniel do colégio, fica óbvio que culpá-los pela situação é tão cruel quanto o bullying sofrido pela criança. O que precisa mudar é a maneira e seriedade com que encaramos este assunto.
Deve-se ensinar desde cedo, seja dentro de casa ou da sala de aula, que oprimir e ofender as pessoas é errado. Quando vemos alguém fazendo isso, seja uma criança ou adulto, é o nosso dever intervir.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é atualmente a terceira causa de mais mortes durante a adolescência.
Aliás, qual a última vez que você conversou com o seu filho ou alunos sobre o bullying? É importante perguntar se ele pratica ou recebe este tipo de comportamento.
Notícia publicada no Portal Catraca Livre, em 14 de agosto de 2016.

Jorge Hessen* comenta
Infelizmente, casos assim podem acontecer em qualquer lugar do mundo, porém, ainda são pouco divulgados. Outro caso recente foi o da jovem Britney Mazzoncini, de 16 anos, de Glasgow, na Escócia, que decidiu tirar a própria vida após sofrer bullying de perfis falsos no Facebook. Mazzoncini tinha depressão, que foi piorada pelos traumas que os agressores deixaram. Antes de se suicidar, ela deixou mensagens na rede social reclamando das ofensas. "As palavras podem sim machucar as pessoas, e elas precisam perceber isso antes que seja tarde demais". A avó, Agnes Mackenzie, disse ao jornal The Sun ter certeza de que o bullying na internet foi um dos principais fatores para a Britney ter se suicidado. Agnes explicou ainda que a família não tinha conhecimento de que a garota sofria bullying, contou.(1)
Como esquecermos a chacina de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, em que meninos e meninas ficaram irmanados num trágico destino! Suas vidas foram prematuramente ceifadas num episódio de insonhável bestialidade. Jornais, redes de TV, revistas, rádios e Internet noticiaram o crime horroroso ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira. É um episódio para cujas causas não há como permanecermos estáticos na busca de entendimento.
O assassino Wellington Menezes de Oliveira, embora com a mente arruinada e razão obliterada, fez sua opção de atirar contra jovens estudantes. Na fita gravada, Wellington alegou ter sofrido bullying, anos antes, na mesma escola; porém, poderia ter superado o trauma de antanho. Ainda que admitamos sua provável subjugação por mentes perversas do além, a responsabilidade da decisão recai integralmente sobre ele.
O bullying tem sido discutido com pujantes cores por especialistas das áreas do direito, da psicologia, da medicina, da sociologia, da pedagogia e outras. A prática de bullying começou a ser pesquisada há cerca de alguns anos na Europa, quando descobriram que essa forma de violência estava por trás de muitas tentativas de homicídio e suicídio de adolescentes.
O fenômeno é uma epidemia psicossocial e pode ter consequências graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo, pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Tem sido responsável pelos altos índices de evasão e repetência escolar uma vez que o aluno não vê a escola como local de aprendizado, mas como um ambiente hostil.
Não há dúvida que atualmente há muitos espíritos em estágios bem primários reencarnados na Terra. Por isso os pais devem ter cuidado redobrado com a disciplina dos próprios filhos, reforçando na intimidade doméstica os exemplos de moralidade. Pais, avós e professores formam os grupos encarregados da educação. Não se pode permitir que esses espíritos espiritualmente infantilizados reencarnados sejam entregues simplesmente às mãos de funcionários despreparados, ou sob a estranha tutela da televisão, das redes sociais da Internet e de violentos jogos eletrônicos.
Urge estabelecer limites aos nossos filhos. Desde os primeiros anos, devemos ensiná-los a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhes as atitudes e concentrando-lhes as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
É óbvio que há pais que enfrentam o dilema da educação dos filhos rebeldes e “incorrigíveis”, impermeáveis a todos os processos educativos. Nesses casos (filhos incorrigíveis), os pais, amando e orientando sem desânimos e descontinuidades da dedicação e do sacrifício, devem esperar a manifestação da Providência Divina para o entalhe moral dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa modelagem moral deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão, do sentimento e do respeito ao próximo.
Mãos à obra, oremos e banquemos a nossa parte!!

Referência:
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Seminário Espírita em São Paulo - "Valorização da Vida".

Seminário Espírita em São Paulo


Acontecerá no dia 10 de setembro de 2016, de 8h às 18h no Teatro Municipal Gloria Giglio, o Seminário "Valorização da Vida".

O evento acontecerá em respeito ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e contará com palestras de Gilson Roberto, Antonio Carlos Braga, Emily Munhoz, Ana Catarina Loureiro, Alejandro Vera, entre outros.

O Teatro Municipal Gloria Giglio fica na Avenida dos Autonomistas, 1533 - Centro, Osasco/SP. Mais informações podem ser obtidas através do site www.ameosasco.org.

Video reflexivo

Assista AQUI e deixe a sua opinião nos comentários. :)

domingo, 28 de agosto de 2016

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XV – Itens de 8 a 10
Tema: Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação
          Fora da caridade não há salvação
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A - Texto de Apoio:

Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação

8. Enquanto a máxima - Fora da caridade não há salvação - assenta num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade, o dogma - Fora da Igreja, não há salvação -se estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares; é exclusivo e absoluto. Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos que reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora sejam parentes e amigos esses sectários. Desprezando a grande lei de igualdade perante o túmulo, ele os afasta uns dos outros, até no campo do repouso. A máxima - Fora da caridade não há salvação consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma - Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e se perseguem reciprocamente, vivem como inimigos; o pai não pede pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que mutuamente se consideram condenados sem remissão. É, pois, um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

9. Fora da verdade não há salvação equivaleria ao Fora da Igreja não há salvação e seria igualmente exclusivo, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade. Que homem se pode vangloriar de a possuir integral, quando o âmbito dos conhecimentos incessantemente se alarga e todos os dias se retificam as ideias? A verdade absoluta é patrimônio unicamente de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo. Ela somente pode aspirara uma verdade relativa e proporcionada ao seu adiantamento. Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, podem todos praticá-la. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não diz: Fora do Espiritismo não há salvação; e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, pois que esta máxima separaria em lugar de unir e perpetuaria os antagonismos.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Fora da caridade não há salvação

10. Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as consequências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.
Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.).253

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Por que não existe o lema: “Fora do Espiritismo não há salvação”?
2 – Por que estão encerrados os destinos dos homens na máxima: “Fora da caridade não há salvação”?
3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.