sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Mural reflexivo: Abraço de Deus

Abraço de Deus

    É uma avó que conta que, certo dia, sua filha lhe telefonou do Pronto-Socorro. Sua neta, Robin, de apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo, no pátio da escola, e havia ferido gravemente a boca.
    A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina machucada.
    Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar.
    O médico havia suturado a boca da menina com oito pontos internos e seis externos. O rosto estava inchado, a fisionomia estava modificada e os fios dos cabelos compridos estavam grudados com sangue seco.
    A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó se aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta, sempre tímida e reservada.
    “Você deseja alguma coisa, querida?”, perguntou.
    Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela respondeu:
    “Quero um abraço.”
*  *  *
    À semelhança da garotinha machucada, muitas vezes desejamos que alguém nos tome nos braços e nos aninhe, de forma protetora.
    Quando o coração está dilacerado pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afetivas, gostaríamos que alguém nos confortasse.
    Quando dispomos de amores por perto, é natural que os busquemos e peçamos: “Abrace-me. Escute-me. Dê-me um pouco de carinho. Um chá de ternura.”
    Contudo, quando somos nós que sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar.
    Então, quando estivermos ansiosos por um abraço consolador nos nossos momentos de cansaço, de angústia e de confusão, pensemos em quem é o responsável maior por nós.
    Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para conversar, conversemos com Nosso Pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e digamos tudo o que Ele, como Onisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a tensão interna.
    Falemos das nossas incertezas e dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do Seu abraço de Pai amoroso e bom.
    Não importa como o chamemos: Pai, Deus, Criador, Divindade. O importante é que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.
    Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos, sem impor condições.
    E se descobrirmos que faz muito tempo que não sentimos esse abraço Divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos.
*  *  *
    Victor Hugo, poeta e romancista francês, escreveu um dia: “Tenha coragem para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as pequenas.
    E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz.

    Deus continua acordado.”
    Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por nós.


(Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Consolador, de autoria de Joni Eareckson Tada, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press. - http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=761&let=&stat=0)

Reflexão...


Exposição Os Pacificadores

A exposição Os Pacificadores que retrata os caminhos de vitórias, lutas e paz de algumas personalidades que trabalharam em prol da paz já está aberta. 
A mostra poderá ser conferida em horário comercial no Espaço Cultural da FEB em Brasília.


Dica legal...


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Cientistas criam leitão com órgãos que podem ser transplantados para homens

Do UOL, em São Paulo

Um dos maiores desafios para viabilizar transplantes de órgãos de porcos para seres humanos é o risco de contágio por vírus. Os chamados retrovírus endógenos do porco (Perv, em inglês) estão incorporados no código genético do animal e podem causar doenças desconhecidas em pessoas receptoras.
Utilizando a ferramenta Crispr-Cas9 de edição genética, um grupo de pesquisadores conseguiu desativar uma família desses vírus em leitões. Por ter órgãos de tamanhos compatíveis, o porco é visto como um dos animais mais promissores para resolver a falta de órgãos para doação.
Técnicas de engenharia genética já tinham conseguido sucesso na remoção de sequências de vírus do genoma do porco.
Contudo, até então, os esforços se concentravam em experiências com células. A equipe liderada por Luhan Yang, pesquisador da universidade de Cambridge, nos EUA, conseguiu realizar a façanha em animais vivos.
O estudo publicado na revista Science desta quinta-feira (11) representa novo avanço para tornar essa ideia uma realidade no futuro.
O problema são os Perv's, que residem no DNA dos porcos. São resquícios de infecções ancestrais que se incorporaram ao código genético. Humanos também possuem essas pegadas (os Herv's, vírus endógenos humanos), que não são prejudiciais aos portadores, mas representam risco potencial de infecção quando há troca entre diferentes animais e cultivo em conjunto de órgãos.

Leitões com órgãos sem Perv's

Na pesquisa, os cientistas primeiro confirmaram que os Perv's em células de porcos podem ser transmitidos para células humanas quando cultivadas em conjunto. Em seguida, foi mapeado e identificado 25 Perv's presentes no código genético de células de fibroblastos. Essas células sintetizam componentes do tecido conjuntivo e podem dar origem a diferentes tipos de células.
Com o Crispr-Cas9, ferramenta que permite aos cientistas rearranjar códigos de DNA, foram desativados todos os 25 trechos em que foram identificados Perv's. Aliando a edição do DNA a outras técnicas de reparo, a equipe conseguiu desenvolver células viáveis com 100% de Perv's desativados.
Essas células foram implantadas em embriões de 17 porcas, que deram origem a 37 leitões sem sinais de Perv's. Dos leitões resultantes, 15 estão vivos, sendo que os mais velhos estão com cerca de quatro meses de vida. O feito é inédito, mas ainda requer mais desenvolvimento. Os cientistas estão agora monitorando as consequências da alteração genética feita nos porquinhos.
Notícia publicada no BOL Notícias, em 10 de agosto de 2017.

Claudio Conti* comenta

Apesar do que possa parecer e da euforia que pode produzir com esta notícia, trazendo, muitas vezes, esperança para muitos, este não é um assunto trivial, nem, tampouco, fácil de se comentar.
À primeira vista, pode parecer um grande avanço da ciência para a manutenção da vida humana na disponibilidade de órgãos para substituição, quando necessário, tal qual o setor de peças em uma concessionária de automóveis. Porém, não estamos tratando com matéria sem vida, como um pneu ou amortecedor.
A diferença é que os animais têm vida e, onde há vida, há um ser espiritual; onde há um ser espiritual, há sentimento. Tudo muda quando lidamos com seres espirituais, decorrentes da Criação e do Amor de Deus.
A filosofia budista, datada de mais de 2500 anos, implementa o respeito pelo seres sencientes e a abstenção de “tirar a vida” sob qualquer pretexto.
Em uma conferência realizada na Universidade de Cambridge, um grupo de cientistas, dentre eles o renomado Físico Stephen Hawking, foi elaborada a denominada Declaração de Cambridge sobre a Consciência Animal, na qual declaram o seguinte: "A ausência de um neocórtex não parece impedir que um organismo experimente estados afetivos. Evidências convergentes indicam que os animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos de estados de consciência juntamente como a capacidade de exibir comportamentos intencionais. Consequentemente, o peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e as aves, e muitas outras criaturas, incluindo polvos, também possuem esses substratos neurológicos."
Assim, se, por um lado, a criação de animais com qualidades especiais, mas voltada para o abate, parece ser um grande avanço, por outro lado, é nitidamente um retrocesso.
Infelizmente, ainda é muito acanhado no movimento espírita o esclarecimento da nossa responsabilidade para com os "seres inferiores da Criação” ou “nossos irmãos menores”. O espírito será sempre o responsável pelas suas ações, sejam elas boas ou não.
Mais infelizmente ainda é observarmos o consumo de animais nas casas espíritas, seja nas cantinas ou nos almoços e jantares beneficentes. A conscientização deve começar em “casa”, pois devemos lembrar de uma frase muito repetida em palestras e estudos espírita: “É preciso dar o exemplo.”

* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium psicógrafo e psicofônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com

'Levei 45 anos para aceitar meu corpo com cicatrizes', diz vítima de queimadura

A britânica Sylvia Mac passou a maior parte da vida escondendo as cicatrizes que cobrem seu corpo - fruto de um acidente na infância. Ela explica como, aos 48 anos, decidiu que era hora de parar de se esconder:
"Na verdade, não há nenhuma parte do meu corpo que seja normal, com exceção do meu rosto.

As cicatrizes vão do meu pescoço até o cóccix. Também cobrem a minha barriga e descem pela minha perna esquerda. No resto do corpo, tenho pequenas marcas de perfurações. Se estendem pelos braços e pelas pernas, nos lugares onde os médicos retiraram pele.
Eu me queimei seriamente quando tinha três anos de idade. Sofri queimaduras de terceiro e quarto graus.
Minha mãe estava esquentando água em panelas para o banho. Ela colocava a água em bacias, que nós levávamos para o banheiro.
Estávamos brincando por perto, eu e meus irmãos. Eu entrei no banheiro e fechei a porta - nós fomos alertados a não entrar lá. Minha irmã empurrou a porta, e eu caí de costas na bacia de água fervente, causando as queimaduras.
Foi um pandemônio na casa, uma gritaria... Eu fiquei em choque, e comecei a ter convulsões. Até que a ambulância chegou.
Os médicos chamaram a minha família e disseram que eu não sobreviveria àquela noite.
Eu fui batizada e recebi os últimos ritos.
Minha primeira lembrança é de acordar na cama do hospital coberta de bandagens, que iam da minha axila até os quadris. Me lembro que a dor era constante.
Sempre que eu ia ao hospital, precisava tirar a roupa e deitar de bruços em uma cama, para que os médicos pudessem checar minhas costas e o resto do meu corpo. Com todos os estudantes de medicina e enfermeiras olhando. Eu tinha pesadelos com isso.
Provavelmente já passei da centena de operações agora.
Enquanto eu crescia, um monte de gente costumava dizer à minha mãe que eu era bonita.
Mas eu ficava pensando: "Por que eles estão dizendo isso? Eu não sou bonita. Debaixo das minhas roupas eu estou queimada".
Eu sempre me sentia feia. Isso me afetou mental e fisicamente.
As crianças me davam apelidos como 'bruxa' e 'pele de cobra', e era horrível. Me disseram que eu nunca teria namorados, nunca me casaria, nunca teria filhos. Mostrar as minhas costas seria sempre uma coisa negativa.
Eu amava nadar. Na água, era como estar em um mundo diferente, era maravilhoso - mas eu morria de medo de que as pessoas vissem meu corpo. Eu esperava todo mundo sair da água e ir trocar de roupa, para sair por último. Tinha uma professora no ensino médio, a de educação física, que decidiu que nós deveríamos tomar uma ducha depois das aulas. Tínhamos que esperar numa fila, enrolados em toalhas.
Eu implorei a ela. "Por favor, por favor. Não posso ir para a ducha, de jeito nenhum". Ela simplesmente arrancou minha toalha e me empurrou para o chuveiro. Ter todo mundo olhando para mim foi horrível. Eu sentia que todos estavam rindo de mim.
Uma vez, meu pai quis que eu entrasse para o clube de natação. Não sei se ele fez isso achando que me ajudaria a me abrir e a conhecer gente, mas na verdade só me trouxe danos.
Eu nunca ganhei nenhuma prova, por pensar que todos olhariam para mim se eu chegasse em primeiro lugar.
Tirar fotos sempre foi algo que eu evitei - até mesmo fotografias na escola - então é difícil encontrar uma imagem minha quando jovem. E às vezes eu ficava paranoica de que as pessoas estavam tirando fotos minhas, mesmo quando não estavam.
Deixei de fazer muitas coisas na vida. Deixei de fazer provas acadêmicas e entrevistas de emprego por falta de confiança e autoestima. E não percebia o porquê de estar tão deprimida.
Era quase como se estivesse presa numa concha e não conseguisse sair.
Na adolescência cheguei a pensar: 'Vou me jogar na frente de um ônibus e acabar com a minha vida'.
Hoje, não consigo olhar para trás e dizer que foi culpa da minha mãe. Mas já houve vezes em que a culpei por tudo o que aconteceu.
Cheguei a um ponto em que estava atacando todo mundo em volta de mim, e era a única forma de conseguir lidar com as minhas emoções. Eu ligava para as pessoas, como minhas irmãs, e dizia coisas horríveis para elas.
Relacionamentos eram muito difíceis. Por exemplo: eu ia à uma festa com meus amigos. Quando dançava com algum rapaz e ele tocava nas minhas costas, dizia 'ah, legal, você está usando um espartilho'.
Eles sentiam as cicatrizes, que tinham uma textura como de pequenas cordas, e se afastavam.
Conheci um rapaz muito amável uma vez, e passamos a noite toda conversando. Me senti confortável e expliquei a ele tudo sobre as cicatrizes. Ele disse que não tinha nenhum problema com isso, e que eu continuava sendo bonita.
Me apaixonei na hora, porque me senti aceita. Senti que era a coisa certa a fazer. Tive três filhos com ele, e um neto.
Ano passado estive com minha mãe em um feriado. Estávamos na piscina. Estava lotado e as espreguiçadeiras estavam bem próximas. Eu estava de biquíni.
Estávamos sentadas, e eu percebi que um cara atrás de nós estava apontando o celular para mim, então decidi me levantar. Ele continuou me enquadrando com o celular, então percebi que ele estava me filmando.
Aquilo era muito chato. Eu disse pra minha mãe: 'Isto é horrível, eu quero ir embora'. E ela disse: 'vamos para a praia'.
Deitada na espreguiçadeira, minha mãe estava cabisbaixa. Estava muito triste, na verdade. Percebi que o que tinha acontecido comigo acabou afetando ela também. Eu notava ela olhando para as minhas cicatrizes, e tinha vontade de dizer 'Está tudo bem, eu estou bem'.
Naquela hora, tive um estalo. Decidi que ia interromper aquilo. Tirei o vestido e caminhei até a água. As pessoas estavam olhando para mim. Eu olhei para ela e sorri. 'Mãe, olha pra mim!'
E ela começou a sorrir. Coloquei a mão nos quadris e fiz uma pose, na beira da água. Fui até a minha mãe e disse: 'De agora em diante, vou deixar as pessoas tirar fotos, e toda vez que elas fotografarem eu vou fazer pose e sorrir'.
Foi naquele momento na praia que percebi que nenhum tipo de aconselhamento ou nada que eu pudesse encontrar no Google iria me ajudar. Era hora de eu me ajudar.
Comprei um maiô - aberto nas costas - e marquei aulas de natação na piscina pública do meu bairro, em Highbury, norte de Londres. Chamei pessoas com problemas parecidos com o meu para vir nadar. Quando estou na água, me sinto em paz.
Também comecei um site, chamado Love Disfigure, e me tornei ativa nas redes sociais para conscientizar as pessoas e dar apoio a quem vive com mesmo problema que eu.
Converso com um monte de gente com queimaduras. Há jovens que querem se matar logo após o acidente. Eu digo para eles: 'Eu sobrevivi a isto. Vocês também conseguirão'.
É um longo caminho. É como tirar o casaco e dizer 'esta sou eu agora, e eu não ligo para o que as pessoas acham'. Foi uma grande mudança na minha vida. Agora consigo aceitar a minha aparência.
Meu conselho para pessoas com este problema é ir adiante, e fazer tudo o que quiser na vida. Não se deixe paralisar.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 16 de agosto de 2017.

Glória Alves* comenta

Sylvia Mac, aos três anos, sofreu sérias queimaduras que a deixaram marcadas para o resto da vida, marcas no corpo e na alma, mas aos 48 anos decide que mudaria sua vida.
Temos visto muitos relatos dessa natureza, conhecemos através da mídia inúmeras pessoas que sofreram acidentes ou mesmo graves enfermidades, que ficaram paraplégicas, tetraplégicas, entre outros casos, e que conseguiram superar as marcas e as dificuldades deixadas pelos acidentes. Muitas delas são exemplos de vida, e que nos deixam envergonhados quando nos deparamos com elas.
Alguém que conseguiu recuperar todos os movimentos do corpo após ter se tornado tetraplégica, como a jogadora de pólo e ex-modelo carioca Kristie Hanbury, ou mesmo Fernando Fernandes, paraplégico, hoje é tetracampeão de paracanoagem, entre outros...
Todos nós, que estamos atravessando esse mundo de provas e expiações, vez por outra atravessamos momentos difíceis e dolorosos, que se constitui na noite escura da alma. Esse momento do Espírito “se constitui de aflições inesperadas que defluem das circunstâncias existenciais e dos desafios que devem ser enfrentados durante o périplo carnal”.(1)
Para Sylvia Mac, a sua noite escura começou quando sofreu o grave acidente aos três anos de idade. Não temos como imaginar, mensurar o que ela sentiu naquele momento, era apenas uma criança; o estado de choque, as convulsões, batizada às pressas, pois sua morte era dada como certa pelos médicos, dores constantes e os pesadelos...
E, com o passar do tempo, ter que enfrentar a si mesma, olhando-se num espelho, sentindo-se mal diante do que via, tendo que enfrentar o preconceito e a ignorância de muitos que a ridicularizavam. A ignorância que muitos de nós temos quanto ao sentido da vida. E o que pesa mais nessa balança da vida? Eu diria que o peso maior, o maior desafio que temos que enfrentar, está em nosso íntimo. É a luta contra nós mesmos, lembrando o bom combate de Paulo de Tarso: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”
“No bom combate, dispomo-nos a lutar contra nós próprios, assestando baterias de vigilância em oposição aos sentimentos e qualidades inferiores que nos deprimem a alma.”(2)
Quais são as armas que devemos usar nesse combate? A maior delas, a Vontade. A maior potência da alma segundo Léon Denis. A vontade de viver, de buscar o melhor e desenvolver em nós a vida, vontade que funciona como um ímã que atrai novos recursos vitais.
“Pela vontade! Os usos persistentes, tenazes, desta faculdade soberana permitir-nos-á modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte.”(3)
Determinação, confiança, autoestima, otimismo, autoamor são também outras forças preservadoras da vida; a certeza de conseguirmos superar um sofrimento, um momento de dor profunda da alma.
Sylvia e tantos outros anônimos fizeram bom uso desses recursos, descobrindo na dor a sua essência divina. A força que todos nós podemos desenvolver em prol de nós mesmos.
Ela se sentia presa numa concha e não conseguia sair. Na adolescência chegou a pensar em suicídio, acabar com a vida; porém ela decidiu continuar, até que, mergulhada em si mesma, percebeu que não eram as pessoas que lhe tolhiam a vida, a liberdade de viver. Não eram os risos, os deboches, os preconceitos, mas ela mesma, e quando entendeu que sua vida e sua felicidade estavam em suas mãos decidiu interromper todo aquele sofrimento.
Buscar em nós a essência divina, a luz que está em gérmen e que precisa ser trabalhada para que ela brilhe. Deus, a Vontade Suprema, ao nos criar, nos cumula de mil possibilidades para a nossa evolução, para o nosso progresso espiritual.
Não somos o corpo de carne, somos Espíritos imortais; o corpo físico pode estar mutilado, mas, com certeza, podemos transcender as dores, as marcas, as cicatrizes, os conflitos que trazemos em nosso corpo físico.
É fácil? Não, é um aprendizado! E para aprender é preciso exercitar, e isso é um dever moral da criatura para consigo mesma. “Meu conselho para pessoas com este problema é ir adiante, e fazer tudo o que quiser na vida. Não se deixe paralisar”, diz Sylvia.
Desenvolver o autoamor: dever primordial da nossa vida, através do autoconhecimento e a autoaceitação, que é um dos desafios que recebemos na vida. Para certas pessoas, uma das suas maiores preocupações está em saber o que os outros pensam delas. Sua vida e seu estado de ânimo giram em torno das opiniões ou dos pontos de vista instáveis dos outros. À medida que nos preocupamos com a impressão que causamos nas pessoas, menos sabemos quem realmente somos.
Entendemos quando Sylvia diz que é um longo caminho a ser percorrido para a autoaceitação, pois a natureza não dá saltos, é preciso paciência para a realização desse trabalho intransferível e inalienável. E ela fala muito bem dessa autoaceitação: “é como tirar o casaco e dizer 'esta sou eu agora’, e eu não ligo para o que as pessoas acham. Foi uma grande mudança na minha vida. Agora consigo aceitar a minha aparência”.
Quando alguém aspira por mudanças para melhor, irradia energias saudáveis do campo mental que contribuem para a realização da meta. É desse modo que vemos Sylvia, irradiando energias saudáveis; ela não pensa só em si, em seu sofrimento busca aqueles que passam pela mesma situação, troca experiências, ajuda aos que ainda não descobriram que a maior força de superação está em si mesmo. O autoamor nos leva à fraternidade, à solidariedade, ao amor ao próximo.
“Ante as provas e tribulações que nos cerquem, aceitemo-nos como somos, a fim de extrairmos de nós com sinceridade o máximo de bem de que sejamos capazes na ampliação do bem geral, porque a vida é um parque de promoções permanente para quem trabalha e serve; e todo Espírito que se aceita qual é, de modo a fazer de si o melhor que pode, para logo se desvencilha de qualquer sombra, a fim de engajar-se na jornada bendita do próprio burilamento, partilhando a conquista incessante de luz e mais luz”.(4)
Temos um trabalho a realizar e que está ao alcance de todos: conquistar a si mesmo. Nunca desistir e nem desanimar diante dos embates da vida, confiar em si e confiar em Deus.

Fontes de referência:

(1) “Atitudes Renovadas” - Espírito Joanna de Ângelis - Divaldo Franco;
(2) “Palavras de Vida Eterna” - Emmanuel - Chico Xavier;
(3) “O Problema do Ser, do Destino e da Dor” - Léon Denis;
(4) “Mãos Unidas”, 27 - Autoaceitação - Espírito Emmanuel - Chico Xavier.

* Glória Alves nasceu em 1º de agosto de 1956, na cidade do Rio de Janeiro. Bacharel e licenciada em Física. É espírita e trabalhadora do Grupo Espírita Auta de Souza (GEAS). Colaboradora do Espiritismo.net no Serviço de Atendimento Fraterno off-line e estudos das Obras de André Luiz, no Paltalk

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Libertação - Programa 017

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Memórias De Um Suicida - Programa 017

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Pedagogia Espírita na Educação - PEE - Programa 017 - Selma, Luciana E Aliézio

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Parábolas E Ensinos De Jesus - Programa 017

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O Problema Do Ser E Do Destino - Programa 017

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domingo, 1 de outubro de 2017

Desenvolva o tema...


Qual sua opinião? - Desenvolva o tema...




Desenvolva o tema sob a luz da Doutrina Espírita


Livro em estudo: Grilhões Partidos - B003 – Prolusão – Obsessor e obsidiado

Livro em estudo: Grilhões Partidos – Editora LEAL - 1974
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

B003 – Prolusão – Obsessor e obsidiado

PROLUSÃO

2) O obsessor
O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, em verdade é alguém colhido pela própria aflição. Ex-transeunte do veículo somático, experimentou injunções que o tornaram revel, fazendo que guardasse nos recessos da alma as aflições acumuladas, de que não se conseguiu liberar sequer após o decesso celular. Sem dúvida, vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, transferiu a responsabilidade do seu insucesso a outra pessoa que, por circunstância qualquer, interferiu decerto negativamente na mecânica dos seus malogros, por ser mais fácil encontrar razões de desdita em mãos de algozes imaginários, a reconhecer a pesada canga da responsabilidade que deve repousar sobre os ombros pessoais, como conseqüência das atitudes infelizes a que cada um se faz solidário. Perdendo a indumentária fisiológica mas, não o uso da razão — embora normalmente deambulando na névoa da inconsciência, com os centros do discernimento superior anestesiados pelos vapores das dissipações e loucuras a que se entregou — imanta-se por processo de sintonia psíquica ao aparente verdugo, conservando no íntimo as matrizes da culpa, que constituem verdadeiros “plugs” para a sincronização perfeita entre a mente de quem se crê dilapidado e a consciência dilapidadora, gerando, então, os pródromos do que mais tarde se transformará em psicopatia obsessiva, a crescer na direção infamante de conjugação irreversível.
Ocorrências há, de agressão violenta, pertinaz, dominadora, pela mesma mecânica psíquica, em que o enfermo tomba inerme sob a dominação mental e física do subjugador.
Pacientemente atendidos, nos abençoados trabalhos de desobsessão, nos quais se lhes desperta a lucidez perturbada, concitando-os ao avanço no rumo da felicidade que supõem perdida, faculta-se-lhes entender os desígnios sublimes da Criação, convidando-os a entregarem os que se lhes fizeram razão de sofrimento à Consciência Universal, de que ninguém se evade, e tratando de reabilitar-se, eles mesmos, ante as oportunidades ditosas que fluem e refluem através do tempo, esse grandioso companheiro de todos.
Em outros casos, — quando a fixação da idéia venenosa produziu dilacerações nos tecidos muito sutis do perispírito, comprometendo o reequilíbrio que se faria necessário para a libertação voluntária do processo obsessivo, o que ocorre com freqüência, — os Instrutores Espirituais, durante o transe psicofônico, operam nos centros correspondentes da Entidade, produzindo estados de demorada hibernação pela sonoterapia ou utilizando-se de outros processos não menos eficientes, para ensejarem a recomposição dos centros lesados, após o que despertam para as cogitações enobrecedoras.
Na maioria dos labores de elucidação, podem-se aplicar as técnicas de regressão da memória no paciente espiritual, fazendo-se que reveja os fatos a que se vincula, mostrando-lhe a legítima responsabilidade dele mesmo, nos acontecimentos de que se diz molesto, após o que percebe o erro em que moureja, complicando a atualidade espiritual que deve ser aproveitada para reparo e ascensão, jamais para repetições de sandices, pretextos de desídia, ensejos de desgraças...
Obsessores, sim, os há, transitoriamente, que se entregam àfascinação da maldade, de que se fazem cultores, enceguecidos e alucinados pelos tormentosos desesperos a que se permitiram, detendo-se nos eitos de demorada loucura, em que a consciência açulada pelos propósitos infelizes desvia o rumo das cogitações para reter-se, apenas, na angulação defeituosa do sicário — verdugo impiedoso de si mesmo — pois todo o mal sempre termina por infelicitar aquele que lhe presta culto de subserviência. Tais Entidades — que oportunamente são colhidas pelas sutis injunções da Lei Divina — governam redutos de sombra e viciação, com sede nas Regiões Tenebrosas da Erraticidade Inferior, donde se espraiam na direção de muitos antros de sofrimento e perturbação na Terra, atingindo, também, vezes muitas, as mentes ociosas, os espíritos calcetas, os renitentes, revoltados, cômodos e inúteis, por cujo comércio dão início a processos muito graves de obsessão de longo curso, que se estende em conúbio estreito, cada vez mais coercitivo, inclusive após a morte física dos tecidos orgânicos, quando o comensal terreno desencarna.
Reunidos em magotes, momentaneamente ferozes, se disputam primazia como sói acontecer entre os homens de instintos primitivos da Terra, nos combates de extermínio, em que os próprios comparsas se encarregam de autodestruir-se, estimulados por ambições que culminam na vanglória da ilusão que se acaba, estando sempre atormentados pelas lucubrações de domínio impossível, face à carência de forças para se dominarem a si mesmos.
Exibindo multiface de horror, com que aparvalham aqueles com os quais se homiziam moral e espiritualmente, acreditam-se, por vezes, tal a aberração a que se entregam, pequenos deuses em competição de força para assumirem o lugar de Deus. Trazendo no substrato da consciência as velhas lendas religiosas do Inferno eterno, das personificações demoníacas e diabólicas, crêem-se tais deidades irremediavelmente caídas, estertorando, em teimosa crueldade, por assumirlhes os lugares...
Expressivo número deles, esses irmãos marginalizados por si mesmos do caminho redentor — que são, todavia, inconscientes instrumentos da Justiça Divina, que ignoram e pensam desrespeitar — obsidiam outros desencarnados que se convertem em obsessores, a seu turno, dos viajantes terrenos, em processo muito complexo de convivência e exploração físio-psíquica.
Todos, porém, todos eles, nossos irmãos da retaguarda espiritual, — onde possivelmente já estivemos também, — são necessitados de compaixão e misericórdia, de intercessão pela prece e oferenda dos pensamentos salutares de todos os que se encontram nas lídimas colméias espiritistas de socorro desobsessivo, ofertando-lhes o pábulo da renovação e a rota luminescente para a nova marcha, como claro sol de discernimento íntimo para a libertação dos gravames sob os quais expungem os erros em que incidiram.

3) O obsidiado
Somente há obsidiados e obsessões porque há endívidados espirituais, facultando a urgência da reparação das dívidas.
Todo problema, pois, de obsessão, redunda em problema de moralidade, em cuja realização o Espírito se permitiu enredar, por desrespeito ético, legal, espiritual. Como ninguém se libera da conjuntura da consciência culpada, já que onde esteja o devedor aí se encontram a dívida e, logo depois, o cobrador. É da lei!
No fulcro de toda obsessão estão inerentes os impositivos do reajustamento entre devedor e cobrador. Indubitavelmente o Estatuto Divino dispõe de muitos meios para alcançar os que lhe estão incursos nos códigos soberanos. Não é, portanto, condição única de que o defraudador seja sempre defrontado pelo fraudado, que lhe aplicará o necessário corretivo. Se assim fora, inverter-se-ia a ordem natural, e o círculo repetitivo das injunções de dívida-cobrança-dívida culminaria pela desagregação do equilíbrio moral entre os Espíritos.
Como todo atentado é sempre dirigido à ordem geral, embora através dos que estão mais próximos dos agressores, à ordem mesma são convocados os transgressores. Normalmente, porém, graças às condições que facultam ligações recíprocas entre os envolvidos na trama das dívidas, estes retornam ao mesmo sítio, reencontram-se, para que, através do perdão e do amor, refaçam a estrada interrompida, oferecendo-se reciprocamente recursos de reparação para a felicidade de ambos. Porque transitam nas emanações primitivas que lhes parecem mais agradáveis, facultam-se perturbar, enredando-se na idéia falsa de procurar aplicar a própria justiça, em face do que, infalivelmente, caem, necessitados, por sua vez, da Justiça Divina.
Quando o Espírito é encaminhado à reencarnação traz, em forma de “matrizes” vigorosas no perispírito, o de que necessita para a evolução.
Imprimem-se, então, tais fulcros nos tecidos em formação da estrutura material de que se utilizará para as provações e expiações necessárias. Se se volta para o bem e adquire títulos de valor moral, desarticula os condicionamentos que lhe são impostos para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma de saúde, de paz, de júbilo.
Se, todavia, por indiferença ou por prazer, jornadeia na frivolidade ou se encontra adormecido na indolência, no momento próprio desperta automaticamente o mecanismo de advertência, desorganizando-lhe a saúde e surgindo, por sintonia psíquica, em conseqüência do desajustamento molecular no corpo físico, as condições favoráveis a que os germens-vacina que se encontram no organismo proliferem, dando lugar às enfermidades desta ou daquela natureza. Outras vezes, como os recursos trazidos para a reencarnação, em forma de energia vitalizadora, não foram renovados, ou, pelo contrário, foram gastos em exagèros, explodem as reservas e, pela queda vibratória, que atira o invigilante noutra faixa de evolução, a sintonia com Entidades viciadas, perseguidoras e perversas, se faz mais fácil, dando início aos demorados processos obsessivos. No caso de outras enfermidades mentais, a distonia que tem início desde os primórdios da reencarnação vai, a pouco e pouco, desgastando os depósitos de forças específicas e predispondo o para a crise que dá início à neurose, à psicose ou às múltiplas formas de desequilíbrio que passa a sofrer, no corredor cruel e estreito da loucura.
Através de experiências realizadas pelo dr. Ladislaus von Meduna, no Centro Interacadêmico de Pesquisas Psiquiátricas de Budapeste, foram constatadas diferenças fundamentais entre os cérebros dos epilépticos e dos esquizofrênicos, verificando-se que a presença de uma dessas enfermidades constitui impedimento à presença da outra. Assim, desde o berço, o espírito imprime no encéfalo as condições cármicas, para o resgate das dívidas perante a Consciência Cósmica, podendo, sem dúvida, a esforço de renovação interior —já que do interior procedem as condições boas e más da existência física e mental — recompor as paisagens celulares onde se manifestam os impositivos reabilitadores, exceção feita às problemáticas expiatórias..
Quando a loucura se alastra em alguém, é que o próprio espírito possui os requisitos que lhe facultam a manifestação. A predisposição a este ou àquele estado é-lhe inerente, e os fatores externos, que a fazem irromper, tais os traumatismos morais de vária nomenclatura, os complexos, bem como os recalques já se encontram em gérmen, na constituição fisiológica ou psicológica do indivíduo, a fim de que o cumprimento do dever, em toda a sua plenitude, se faça impostergável. Há, sem dúvida, outros e mais complexos fatores causais da loucura, todos, porém, englobados nas “leis de causa e efeito”.
Daí a excelência dos ensinos cristãos consubstanciados na Doutrina dos Espíritos e vazados na mais eloqüente psicoterapia preventiva, mediante os conceitos otimistas, valiosos, conclamando à harmonia e à cordialidade, do que decorrem conseqüentemente, equilíbrio e renovação naquele que os vive, em cuja experiência realiza o objetivo essencial da reencarnação: produzir para a felicidade!
No que diz respeito ao problema das obsessões espirituais, o paciente é, também, o agente da própria cura. É óbvio que, para lográ-la, necessita do concurso do cireneu da caridade que o ajude sob a cruz do sofrimento, através da diretriz de segurança e esclarecimento que o desperte para maior e melhor visão das coisas e da vida, em cujo curso se encontra progredindo. Não se transfere, por tanto, para os passistas, doutrinadores e médiuns, a total responsabilidade dos resultados, nos tratamentos das obsessões. Ë certo que ocorrem amiúde curas temporárias, recuperações imediatas sem o concurso do enfermo. Sem dúvida são concessões de acréscimo da Divindade. O problema, porém, retomará mais tarde, quando o devedor menos o espere, já que, a esse tempo, deverá estar melhor preparado para fazer o seu reajustamento moral e espiritual com a Lei Divina.
Esclareça-se, portanto, o portador das obsessões, mesmo aquele que se encontra no estágio mais grave da subjugação, através de mensagens esclarecedoras ao subconsciente, pela doutrinação eficaz, conclamando-o ao despertamento, do que dependerá sua renovação. Por outro lado doutrine-se o invasor, o parasita espiritual; entrementes, elucide-se o hospedeiro, o suporte da invasão, de modo que ele ofereça valores compensadores, eleve-se moral e espiritualmente, a fim de alcançar maior círculo de vibração, com que se erguerá acima e além das conjunturas, podendo, melhormente, ajudar-se e ajudar aqueles que deixou na estrada do sofrimento, marchando com eles na condição de irmão reconhecido e generoso, portador das bênçãos da saúde e da esperança.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Da leitura do texto, quem é o obsessor e quem é o obsidiado?

2 – Sobre o que se estabelece a sintonia psíquica nas obsessões?

3 – De que modo um transtorno obsessivo pode se transformar em um estado de loucura?

4 - Enviem dúvidas e comentários!

Bom estudo a todos!!

Equipe Manoel Philomeno

A Série Psicológica de Joanna de Ângelis - Módulo 9

Aula 1 - Infância e Adolescência



Aula 2 - Maturidade e a Crise da Meia Idade



Aula 3 - A Segunda Metade da Vida