sábado, 2 de maio de 2015

Anotações – referência: dependência de relacionamentos (Trecho do livro Espiritismo, família e dependências).

Na dependência de relacionamentos
(...)
Na compulsão de cuidados existe a busca da felicidade, embora de forma distorcida. E não há como desfazer esta relação tão delicada sem tratamento.
Na prática clínica vemos os dependentes de relacionamento com enormes dificuldades para liberar os dependentes a quem se associam Demonstram um misto de alívio e tristeza. Num primeiro momento, o alivio se apresenta como resultado da vivencia do mal estar com a manifestação compulsiva do outro. Em segundo lugar, a tristeza decorrente da experiência de um luto de orfandade, Parece que o sentido da vida desaparece a medida que o outro entra em recuperação, pois transformou a tutela obsessiva em razão e viver.
As amarras emocionais próprias do estado de dependência de relacionamentos dificultam o processo de recuperação, Os comprometimentos oriundos do estabelecimento de uma relação narcísica, conservam algumas características: baixa autoestima, problemas de ordem psicossomática, dificuldades para estabelecer relações íntimas de qualidade, congelamento emocional, perfeccionismo, controle, sentimento de vergonha.
Os sentimentos negativos do dependente de relacionamento vão se intensificando à medida que se agrava o uso dos objetos de compulsão dos dependentes associados. Vimos na história de Darci o adensamento das aflições.
O impacto que a família sofre com o uso compulsivo de objetos de compulsão por um de seus membros corresponde ao potencial que estar experiências têm de despertar as mais recônditas disposições compulsivas.
Os estágios pelos quais os dependentes de relacionamentos passam referem-se ao processo para aceitar a dificuldade que vivenciam, As etapas são:
Negação da dificuldade.
Controle do uso dos objetos de compulsão de seus membros.
Aparição dos primeiros sinais de descontrole e desorganização intima e familiar.
Exaustão emocional e surgimento de outras doenças, tais como depressão e pânico.
As dependências de modo geral necessitam de grande investimento no amadurecimento psíquico e espiritual. Como as dependências são inerentes as características psicológicas do homem terreno, sua supressão significa ter que alcançar o próximo estagio – a autonomia.
É uma tarefa artesanal que edifica passo a passo. Os passo em direção a esta mudança são:
Aceitação de sua dependência de relacionamentos.
Compreender que a dependência de relacionamentos não é uma consequência do contato sistemático com pessoas problemáticas.
Fazer inventario de talentos e qualidades.
Desenvolver os talentos através de cursos e treinamentos.
Aplicar os talentos de forma criativa.
Buscar apoio nos grupos de ajuda mutua.
Procurar tratamento psicoterápico e clínico.
Qualificar-se para fazer serviço solidário.
Espiritualizar-se.
(...)
O envolvimento da família gera compromisso com a mudança.
O uso de objetos de compulsão, incluindo-se os relacionamentos, denuncia que a estrutura familiar está disfuncional. Os indivíduos ou famílias comprometidos com as dependências organizam suas vidas em prol destes parâmetros dependentes. Sendo o dependente de relacionamentos detentor das mesmas dificuldades encontradas em outros dependentes, todos têm a responsabilidade com o autoconhecimento e a autoeducação.
A dificuldade no tratamento de dependentes de relacionamentos e demais dependentes é sua complexidade. Todos sofrem e vivem em condições prejudiciais ao próprio conforto, portanto, todos devem buscar os recursos para a mudança. Lembrando o lema de Alcoólicos Anônimos: “posso, mas não posso sozinho”.
(...)
(Trecho do livro: ‘Espiritismo, família e dependências’. Auotra: Elisa Goulart. Editora Léon Denis)




























sexta-feira, 1 de maio de 2015

Mural reflexivo: O trabalho como bênção da vida

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O trabalho como bênção da vida
Você já reparou quantas vezes reclamamos do trabalho? Se vamos falar de trabalho, sempre o associamos à dificuldade, ao desprazer, a algo difícil e penoso de se fazer.
Será mesmo o trabalho algo tão ruim, como se fosse um castigo a se cumprir?
A origem da palavra trabalho remonta à Roma antiga, quando essa palavra era associada a um instrumento de tortura, o tripalium.
Vem daí a conotação do trabalho com sofrimento. Mas será essa mesma a função do trabalho?
Se observarmos a natureza, será fácil verificar que não há quem não trabalhe. Seja o joão-de-barro construindo o ninho para acolher sua companheira e a futura prole; ou a lagarta, tecendo o casulo que guarda a beleza da borboleta em gérmen; ou ainda a abelha colhendo o pólen para fabricar seu doce alimento.
Tudo em a natureza trabalha. Não poderia ser diferente com o homem.
Para os animais, o trabalho é sinônimo de sobrevivência. Trabalha a ave, o inseto, o grande e o pequeno, todos trabalham, como lei de sobrevivência, lei do instinto que os faz buscar o alimento, construir o abrigo, proteger a prole.
E para que serve o trabalho para nós?
Longe da conotação latina de tortura, devemos entender o trabalho como ferramenta que a Divindade nos oferece como processo de aprendizado.
Sendo o trabalho toda ocupação útil a que nos vinculamos, serve como exercício do desenvolvimento de nossas capacidades intelectuais, morais ou emocionais.
Dessa forma, trabalha a dona de casa, ao buscar o asseio do lar, ao confeccionar a comida saborosa para nutrir a família.
Trabalham o pedreiro e o engenheiro na construção do edifício, trabalha o voluntário, doando seu tempo em nome do amor ao próximo.
De uma ou de outra forma, é o trabalho a ferramenta bendita que a Divindade nos oferece para o progresso pessoal.
O ócio, o tempo descomprometido, servem como oportunidades para que os desajustes de nossa intimidade ganhem corpo, ao longo das horas vazias.
Ao contrário, a hora preenchida pela ocupação útil é oportunidade de aprendizado, de interiorizar novas capacidades, nos mais variados campos de nossa intimidade.
Jesus nos lembrava que Ele trabalhava sem cessar, assim como o Pai Celeste igualmente trabalha.
Assim, nunca reclamemos do trabalho que a vida nos ofereça. Ao contrário, a cada dia, agradeçamos a Deus o trabalho bendito e honesto, que nos será passaporte para dias mais felizes, nessa e na outra vida.
*   *   *
O descanso é necessidade natural do organismo, e direito de todos nós, após a jornada de trabalho, a fim de refazer ânimos e recuperar as energias.
Mas jamais nos permitamos o descanso em excesso, fazendo como aqueles que se iludem com os objetivos da vida, imaginando-se em um parque de diversões.
Tenhamos em mente que nascemos todos em bendita oficina de trabalho, que é a Terra, a fim de forjar nossos caracteres e valores.
E, ao início e fim de cada jornada de trabalho, agradeçamos a ocupação útil, remunerada ou voluntária, dentro ou fora do lar, lembrando de todos aqueles que adorariam poder estar em nosso lugar.
Redação do Momento Espírita.

























quarta-feira, 29 de abril de 2015

Estudo dirigido: O evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. IX – Itens 8 a 10
Tema:   Obediência e resignação
        A cólera
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A - Texto de Apoio:

Obediência e resignação

8. A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antiguidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.

Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos. - Lázaro. (Paris, 1863.)

A cólera

9. O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? - Entregais-vos à cólera.

Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.

Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.

Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!

Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. - Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)

10. Segundo a ideia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa-vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados. E assim, por exemplo, que o indivíduo, propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa ao seu organismo, acusando a Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. E ainda uma consequência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições.

Indubitavelmente, temperamentos há que se prestam mais que outros a atos violentos, como há músculos mais flexíveis que se prestam melhor aos atos de força. Não acrediteis, porém, que aí resida a causa primordial da cólera e persuadi-vos de que um Espírito pacífico, ainda que num corpo bilioso, será sempre pacífico, e que um Espírito violento, mesmo num corpo linfático, não será brando; somente, a violência tomará outro caráter. Não dispondo de um organismo próprio a lhe secundar a violência, a cólera tornar-se-á concentrada, enquanto no outro caso será expansiva.

O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas, pode modificar o que é do Espírito, quando o quer com vontade firme. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso. - Hahnemann. (Paris, 1863.).

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Por que está incorreto compreender a obediência e a resignação como sendo a negação do sentimento e da vontade?

2 – O que podemos fazer para evitar os acessos de cólera?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Pergunta feita: quero desenvolver a mediunidade como meus amigos…

Pergunta feita:

De: J.S.L.
Espirita: não

Duvida: Olá, tudo bem? Eu sou católica, porém muito fascinada pela Doutrina Espírita. Eu gostaria muito de desenvolver a mediunidade. Ouvi dizer que todos somos médiuns e que só precisamos do desenvolvimento. Tenho amigas que são médiuns, e veem constantemente espíritos, conseguindo assim uma comunicação com eles. Elas me dizem que é possível eu conseguir o mesmo que elas, mas eu não sei como. Poderia me dizer se é realmente possível eu ver espíritos, e se é possível, quais são os passos a seguir. Aguardo a resposta. Obrigada!

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Resposta dada:

J.,

A mediunidade é uma faculdade orgânica, que não pode ser adquirida pela simples manifestação de vontade nem através de estudo. Para se desenvolver a mediunidade é preciso que a pessoa seja portadora desta faculdade, pois, do contrário, não há o que desenvolver. Quando você afirma que ouviu dizer que todos somos médiuns é no sentido de que todos temos alguma aptidão para nos relacionar com o mundo espiritual, como, por exemplo, receber influência dos espíritos. Mas somente aqueles que possuem esta aptidão de uma maneira mais acentuada e permanente podem ser considerados "médiuns". Estas pessoas têm uma aptidão maior que as demais para perceberem o mundo espiritual, podendo até mesmo se comunicar com os espíritos. Trata-se, contudo, de uma aptidão orgânica, ou seja, que depende de uma organização física mais ou menos sensitiva, que trazemos ao reencarnar. 

Assim, para que você consiga ter as mesmas percepções dos espíritos que as suas amigas é preciso que você tenha a sua organização física apropriada de instrumentos especiais para tanto, isto é, que seja portadora de mediunidade ostensiva. Se não tiver, isto não será possível. O que você pode fazer é um teste para saber se é portadora ou não de mediunidade ostensiva. Os centros espíritas em sua maioria fazem reuniões específicas com esse objetivo.

Esperando ter contribuído, continuamos à disposição.

Muita paz e um forte abraço.

Equipe CVDEE