sexta-feira, 2 de junho de 2017

REVISTA ESPÍRITA - Fevereiro 1864 - ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO - V - O progresso entravado pela reencarnação indefinida.

REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 2 FEVEREIRO 1864

ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO.

(Sociedade Espírita de Paris. - Médium, senhorita A. C.)

V - O progresso entravado pela reencarnação indefinida.

Até aqui a reencarnação foi admitida de um modo muito prolongado; não se pensou senão nessa prolongação da corporeidade, embora cada vez menos material, ocasionando, no entanto, necessidades que deviam entravar o voo do Espírito. Com efeito, admitindo a persistência da geração nos mundos superiores, atribui-se ao Espírito encarnado necessidades corpóreas, dão-lhe deveres e ocupações ainda materiais que constrangem e detêm o impulso dos estudos espirituais. Que necessidade desses entraves? O Espírito não pode gozar as felicidades do amor sem sofrer as enfermidades corpóreas? Sobre a própria Terra, esse sentimento existe por si mesmo, independente da parte material de nosso ser; os exemplos, embora sejam raros, estão aí, suficientes para provar que deve ser sentido mais geralmente entre os seres mais espiritualizados.
A reencarnação ocasiona a união dos corpos, o amor puro somente a união das almas. Os Espíritos se unem segundo suas afeições começadas nos mundos inferiores, e trabalham juntos para o seu adiantamento espiritual. Eles têm uma organização fluídica muito diferente daquela que era a consequência de seu aparelho corpóreo, e seus trabalhos se exercem sobre os fluidos e não sobre os objetos materiais. Vão em esferas que, também elas, cumpriram seu período material, em esferas cujo trabalho humano levou a desmaterialização, e que, chegados ao apogeu de seu aperfeiçoamento, também passaram por uma transformação superior, que os torna próprios para sofrer outras modificações, mas num sentido todo fluídico.
Compreendeis, desde hoje a força imensa do fluido, força que não podeis senão constatar, mas que não vedes nem apalpais. Num estado menos pesado do que aquele em que estais, teríeis outros meios de ver, de tocar, de trabalhar esse fluido que é o grande agente da vida universal. Porque, pois, o Espírito teria ainda necessidade de um corpo que está fora das apreciações corpóreas? Dir-me-eis que esse corpo está em relação com os novos trabalhos que o Espírito terá que cumprir; mas uma vez que esses trabalhos serão todo fluídicos e espirituais nas esferas superiores, por que dar-lhe o embaraço das necessidades corpóreas, porque a reencarnação ocasiona sempre, como eu o disse, geração e alimentação, quer dizer, necessidade da matéria a satisfazer, e, em compensação, entraves para o Espírito. Compreendeis que o Espírito deve ser livre em seu voo para o infinito; compreendeis que tendo saído dos cueiros da matéria, ele aspira, como a criança, a caminhar e correr sem ser contido pelas andadeiras maternas, e que essas primeiras necessidades da primeira educação da criança são supérfluas para a criança crescida, e insuportáveis ao adolescente. Não desejeis, pois, permanecer na infância; considerai-vos como alunos fazendo seus últimos estudos escolares, e se dispondo a entrar no mundo, e a ter nele seu lugar, e a começar os trabalhos de um outro gênero que seus estudos preliminares terão facilitado.
O Espiritismo é a alavanca que levantará de um pulo ao estado espiritual todo encarnado que, querendo bem compreendê-lo e pô-lo em prática, se ligará em dominar a matéria, a dela se tornar senhor, a aniquilá-la; todo Espírito de boa vontade pode se colocar em estado de passar, deixando este mundo, ao estado espiritual sem retorno terrestre; somente, lhe é preciso a fé ou vontade ativa. O Espiritismo a dá a todos aqueles que querem compreendê-lo em seu sentido moralizador.

Enviado por: "Joel Silva"

REVISTA ESPIRITA - Fevereiro 1864 - ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO - IV - As afeições terrestres e a reencarnação.

REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 2 FEVEREIRO 1864

ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO.

(Sociedade Espírita de Paris. - Médium, senhorita A. C.)

IV -  As afeições terrestres e a reencarnação.

O dogma da reencarnação indefinida encontra oposições no coração do encarnado que ama, porque em presença dessa infinidade de existências, produzindo cada uma delas novos laços, pergunta-se com medo o que se tornam as afeições particulares, e se elas não se fundem num único amor geral, o que destruiria a persistência da afeição individual. Pergunta-se se essa afeição individual não é somente um meio de adiantamento, e então o desencorajamento se insinua em sua alma, porque a verdadeira afeição sente a necessidade de um amor eterno, sentindo que não se deixará jamais de amar. O pensamento de milhares dessas afeições idênticas lhe parece uma impossibilidade, mesmo admitindo faculdades maiores para o amor.
O encarnado que estuda seriamente o Espiritismo, sem tomar partido por um sistema antes que por um outro, se encontra arrastado para a reencarnação pela justiça que decorre do progresso e do adiantamento do Espírito em cada nova existência; mas quando o estuda do ponto de vista das afeições do coração, duvida e se atemoriza apesar dele. Não podendo colocar de acordo esses dois sentimentos, se diz que ali ainda tem um véu a levantar, e seu pensamento nesse trabalho atrai as luzes dos Espíritos para concordar seu coração e sua razão.
Eu disse precedentemente: a encarnação se detém lá onde a materialidade é anulada. Mostrei como o progresso material havia de início refinado as sensações corpóreas do Espírito encarnado; como o progresso espiritual, tendo vindo em seguida, havia contrabalançado a influência da matéria, depois a havia, enfim, subordinado à sua vontade, e, que chegado a esse grau de domínio espiritual, a corporeidade não tinha mais razão de ser, o trabalho estando realizado.
Examinemos agora a questão da afeição sob esses dois aspectos, material e espiritual.
De início, o que é a afeição, o amor? Ainda a atração fluídica atraindo dois seres um para o outro, e unindo-os num mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas diferentes, uma vez que os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que ela seja espiritual e desinteressada; é preciso a abnegação, o devotamento, e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel desse arrastamento simpático. Do momento em que haja, nesse sentimento, personalidade, há materialidade; ora, nenhuma afeição material persiste nos domínios do Espírito. Portanto, toda afeição que não seja senão o resultado do instinto animal ou do egoísmo, se destrói à morte terrestre. Também, que seres supostamente amados são esquecidos depois de pouco tempo de separação! Vós os haveis amado por vós e não por eles, aqueles que não são mais, uma vez que os esquecestes e substituístes; procurastes a consolação no esquecimento; eles se vos tornam indiferentes, porque não tendes mais amor.
Contemplai a Humanidade, e vede o quanto há pouca afeição verdadeira sobre a Terra! Também não se deve tanto se amedrontar com a multiplicidade das afeições contraídas nesse mundo; elas são em minoria relativa, mas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, sobre a Terra, de início, depois continuam no estado de Espírito numa amizade ou um amor inalterável, que não faz senão crescer em se elevando mais.
Vamos estudar esta verdadeira afeição: a afeição espiritual.
A afeição espiritual tem por base a afinidade fluídica espiritual, que, agindo sozinha, determina a simpatia. Quando ocorre assim, é a alma que ama a alma, e essa afeição não toma força senão pela manifestação dos sentimentos da alma. Dois Espíritos unidos espiritualmente se procuram e tendem sempre a se aproximarem; seus fluidos são atrativos. Que estejam num mesmo globo, serão levados um para o outro; que estejam separados pela morte terrestre, seus pensamentos se unirão na lembrança, e a união se fará na liberdade do sono; e quando a hora de uma nova encarnação soar para um deles, procurará se aproximar de seu amigo entrando nisso que é sua filiação material, e fá-lo-á com tanto mais facilidade quanto seus fluidos periespirituais materiais encontrarem afinidade na matéria corpórea dos encarnados que deram a luz ao novo ser. Daí um novo aumento da afeição, uma nova manifestação do amor. Tal Espírito amigo vos amou como pai, vos amará como filho, como irmão ou como amigo, e cada um desses laços aumentará de encarnação em encarnação, e se perpetuará de maneira inalterável quando, vosso trabalho estando feito, vivereis da vida do Espírito.
Mas essa verdadeira afeição não é comum sobre a Terra, e a matéria vem retardá-la, anulando-lhe os efeitos, segundo ela domine o Espírito. A verdadeira amizade, o verdadeiro amor sendo espiritual, tudo o que se relaciona com a matéria não é de sua natureza, nem concorre em nada para a identificação espiritual. A afinidade persiste, mas fica no estado latente até que o fluido espiritual se sobrepondo, o progresso simpático se efetue de novo.
Para me resumir, a afeição espiritual é a única resistência no domínio do Espírito; sobre a Terra e nas esferas de trabalho corpóreo, ela concorre para o adiantamento moral do Espírito encarnado que, sob a influência simpática, cumpre milagres de abnegação e de devotamento pelos seres amados. Aqui, nas moradas celestes, ela é a satisfação completa de todas as aspirações, e a maior felicidade que o Espírito possa sentir.


Enviado por: "Joel Silva"

REVISTA ESPIRITA - Fevereiro 1894 - ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO - III - Ação dos fluidos na reencarnação.

REVISTA ESPIRITA 
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 2 FEVEREIRO 1864

ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÁO.

(Sociedade Espírita de Paris. - Médium, senhorita A. C.)

III -  Ação dos fluidos na reencarnação.

Sendo os fluidos os agentes que colocam em movimento o nosso aparelho corpóreo, são eles também que são os elementos de nossas aspirações, porque há fluidos corpóreos e fluidos espirituais, que todos tendem a se elevarem e se unirem aos fluidos da mesma natureza. Esses fluidos compõem o corpo espiritual do Espírito que, no estado encarnado, age por eles sobre a máquina humana que está encarregado de aperfeiçoar, porque tudo é trabalho na criação, tudo concorre para o adiantamento geral.
O Espírito tem seu livre arbítrio, e procura sempre o que lhe é agradável e o satisfaz.
Se é um Espírito inferior e material, procura suas satisfações na materialidade, e então dará um impulso aos seus fluidos corpóreos que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e a se elevar materialmente; portanto, as aspirações desse encarnado são materiais, e, retornado ao estado de Espírito, procurará uma nova encarnação onde satisfará as suas necessidades e seus desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração corpórea não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito. Ela será solicitada por seus fluidos que deixou se materializarem; e como no ato da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito ao corpo que foi formado, houve, pois, atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência precedente.
Ocorre o mesmo com os fluidos espirituais com os fluidos materiais, se são eles que dominam; mas então, quando o espiritual se sobrepôs sobre o material, o Espírito, que julga diferentemente, escolhe ou é atraído por simpatias diferentes; como lhe é necessária a depuração, e que não é senão pelo trabalho que a alcança, as encarnações escolhidas são mais penosas para ele, porque, depois de haver dado a supremacia à matéria e aos seus fluidos, lhe é necessário constrangê-la, lutar com ela e dominá-la. Daí essas existências tão dolorosas e que parecem, frequentemente, tão injustas, infligidas a Espíritos bons e inteligentes. Aqueles fazem sua última etapa corpórea e entram, saindo deste mundo, nas esferas superiores onde suas aspirações superiores acharão a sua realização.


Enviado por: "Joel Silva"

REVISTA ESPIRITA - Fevereiro 1894 - ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO.- II - A reencarnação e as aspirações do homem.

REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 2 FEVEREIRO 1864

ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÁO.

(Sociedade Espírita de Paris. - Médium, senhorita A. C.)

II - A reencarnação e as aspirações do homem.

As aspirações da alma ocasionam a sua realização, e esta realização se cumpre na reencarnação enquanto o Espírito está no trabalho material; eu me explico. Tomemos o Espírito em seu início na carreira humana; estúpido e bruto, sente, no entanto, a centelha divina nele, uma vez que adora um Deus, que ele materializa segundo a sua materialidade. Nesse ser, ainda vizinho do animal, há uma aspiração instintiva, quase inconsciente, rumo a um estado menos inferior. Começa por desejar satisfazer seus apetites materiais, e inveja aqueles que vê num estado melhor do que o seu; também, numa encarnação seguinte, ele mesmo escolhe, ou antes, é arrastado a um corpo mais aperfeiçoado; e sempre, em cada uma de suas existências, deseja uma melhoria material; não se achando jamais feliz, quer sempre subir, porque a aspiração à felicidade é a grande alavanca do progresso.
À medida que suas sensações corpóreas se tornam maiores, mais refinadas, suas sensações espirituais despertam e crescem também. Então o trabalho moral começa, e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior.
Esse estado de igualdade das aspirações materiais e espirituais não é de longa duração; logo o Espírito se eleva acima da matéria, e suas sensações não podem ser satisfeitas por ela; é-lhe preciso mais; lhe é preciso o melhor; mas aí o corpo, tendo sido levado à sua perfeição sensitiva, não pode seguir o Espírito, que então o domina e dele se desliga cada vez mais, como um instrumento inútil. Volta todos os seus desejos, todas as suas aspirações, para um estado superior; sente que as necessidades corpóreas, que lhe eram um objeto de felicidade em suas satisfações, não são mais do que uma tortura, um rebaixamento, do que uma triste necessidade da qual aspira se libertar para gozar, sem entraves, de todas as felicidades espirituais que ele pressente.


Enviado por: "Joel Silva"

REVISTA ESPIRITA - Fevereiro 1894 - ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO. - I - Limites da reencarnação.

REVISTA ESPIRITA 
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 2 FEVEREIRO 1864

ESTUDOS SOBRE A REENCARNAÇÃO.

(Sociedade Espírita de Paris. - Médium, senhorita A. C.)

I - Limites da reencarnação.

A reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito; mas do momento em que o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e anular os efeitos de sua reação sobre o moral, a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser.
Com efeito, o corpo é necessário ao Espírito para o trabalho progressivo até que, tendo chegado a manejar esse instrumento à sua maneira, a lhe imprimir a sua vontade, o trabalho está realizado. É-lhe preciso, então, um outro campo para a sua caminhada, para o seu adiantamento no infinito; lhe é preciso um outro círculo de estudos onde a matéria grosseira das esferas inferiores seja desconhecida. Tendo sobre a Terra, ou em globos análogos, depurado e experimentado suas sensações, está maduro para a vida espiritual e seus estudos. Tendo se elevado acima de todas as sensações corpóreas, não tem mais nenhum desses desejos ou necessidades inerentes à corporeidade: ele é Espírito e vive pelas sensações espirituais que são infinitamente mais deliciosas do que as mais agradáveis sensações corpóreas.


Enviado por: "Joel Silva"

quinta-feira, 1 de junho de 2017

E, aí! Já leu?! (4)

Sinopse: A emocionante história de Valentina, jovem nascida de mãe solteira, no ano de 1900. Ela se depara com o desabrochar da mediunidade, dentro de um orfanato-escola dirigido por freiras. Seus talentos incomodam, sua inteligência intimida. A madre superiora torna-se sua inimiga. Tratada como louca, é tachada pela ignorância como “a filha do pecado”. Amor, suspense e emoção em um envolvente romance.

Salles, Adeilson S. (autor)
Gonçalves, Antonio (Espírito)
Romance - 240 págs. 14x21
CEAC - Livro - Espírita

Meninas Espíritas - DEPRESSÃO E ESPIRITISMO


E, aí! Já leu?! (3)

Sinopse: Dr. Cássio, rico advogado, orgulhoso, poderoso materialmente, com mais de 25 anos de trabalho, enquanto se alegra relembrando as lutas e conquistas, questiona-se, agora aos 50 anos de idade: por que a tristeza que lhe invade? por que parece não ter sentido tudo o que fez na vida? Um aneurisma cerebral, internação, longo tempo no leito, orientação dos protetores espirituais enquanto está em coma fazem que ele reavalie a vida, sua conduta austera, intransigente, apegada, e abre-lhe os olhos espirituais. Aceita uma nova chance nesta reencarnação, agora voltando-se para Deus e o amor, o que ele sempre desprezou. História exemplar para a renovação e o crescimento interior.

Salles, Adeilson S. (autor)
Gonçalves, Antonio (Espírito)
Romance - 288 págs. 14x21 cm
CEAC - Livro - Espírita

Minha Nada Mole Encarnação - Faça a diferença


E, aí! Já leu?! (2)


Sinopse: Como entender a morte em plena viagem de lua-de-mel? Um casal teceu todos os seus sonhos apaixonados. Na noite em que iniciou a vida em comum, a morte se apresentou, trazendo a dor da separação. O amor prevalecerá no além? Uma história de amor nos dois planos da vida. Livro que emociona, trazendo a visão do amor destituído do sentimento de posse. Romance que ajuda a compreender a morte.


Salles, Adeilson S. (autor)
Gonçalves, Antonio (Espírito)
Romance - 208 págs. 14X21 cm
CEAC - Livro - Espírita 

E, aí! Já leu?!

SinopseUm casal ansioso por filhos e a gravidez que não se concretiza. De outro lado, um aborto criminoso, inclusive com a morte da gestante. Como analisar essas questões? Por que estes extremos? Ao lado desses efeitos e conhecimento das causas, o casal sem filhos transforma a própria vida ao adotar duas meninas. Os fatos se ligam aos atos praticados, trazendo a visão da ação e reação na vida humana, neste belo romance que toda família deve ler.

Batuira (Espírito)
Salles, Adeilson S. (autor)
Romance - 128 págs. 14x21 cm
Clarim - Livro - Espírita

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Qual sua opinião? - Matéria da Superinteressante - Espiritismo, que religião é essa?

Leia a matéria, deixe sua opinião, desenvolva o tema:

Psicopatia e Espiritismo


Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. A Maldade Humana: 4.1. Índice da Maldade Humana; 4.2. Resumo do Índice da Maldade Humana; 4.3. Números sobre a Psicopatia. 5. Consciência e Responsabilidade: 5.1. Falta de Consciência Atinge 1 em cada 25 Pessoas; 5.2. Sintomas dos Distúrbios Mentais; 5.3. Os Psicopatas não Sentem Culpa nem Remorso. 6. Psicopatia e Espiritismo: 6.1. Conhecimento da Lei Natural; 6.2. Ideoplastia; 6.3. Nada Fica Incólume. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
A psicopatia e a sociopatia são distúrbios de comportamento quando comparados com uma média normal da sociedade. Procuramos, neste estudo, anotar algumas informações de revista e livro, comparando-as com os princípios codificados por Allan Kardec. 
2. CONCEITO
Psicopatia é uma designação geral, pouco específica e controversa, para uma grande classe de modos anormais de vivência e conduta. Em geral, considera-se a psicopatia como desvio psíquico condicionado pela hereditariedade da norma média no campo da vida impulsiva, emocional e voluntária, que leva a uma adaptação errada.
Schneider distingue os seguintes tipos de psicopata: hipertímicos (intriguistas), depressivos inseguros, fanáticos, egotistas, inconstantes, explosivos, insensíveis abúlicos e astênicos (pouca resistência e capacidade). (Dietrich, 1978)
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Geralmente pensamos que o psicopata é um serial killer, um homem violento, que procura praticar os mais cruéis dos crimes. É bom notar que nem toda a pessoa que mata é um psicopata e nem todo psicopata mata. Os psicopatas sabem como ninguém dissimular o seu estado emocional, parecendo extremamente frios diante dos piores crimes cometidos. Muitos deles são tão perfeitos que conseguem enganar o mais famoso dos peritos.
A psicopatia deve ser tratada por profissionais da área, ou seja, os psiquiatras. Não é aconselhável, nos Centros Espíritas, interpretá-la como caso comum de obsessão. Podemos aplicar passes e ministrar palestras evangélicas, no sentido de melhorar pensamento dos psicopatas, mas não convém substituir o tratamento médico pela Assistência Espiritual.
A lei da reencarnação, a imortalidade da alma e a lei de causa e efeito muito nos ajudam na compreensão desses distúrbios da mente.   
4. A MALDADE HUMANA
4.1. ÍNDICE DA MALDADE HUMANA
O psiquiatra forense Michael Stone, da Universidade de Colúmbia, nos EUA, criou um índice que mede o grau de maldade em pessoas que cometeram assassinatos. Este índice varia entre 1 e 22 e procura avaliar: o motivo, o método e a crueldade. “A maldade aumenta conforme crescem a futilidade do motivo, o sadismo e a violência do método, e agravantes como perversão sexual, número de vítimas, tempo em atividade e tortura”. (Mundo Estranho, edição 103, p. 24)
4.2. RESUMO DO ÍNDICE DA MALDADE HUMANA
Os 22 itens da maldade humana podem ser assim resumidos: pessoas que matam em defesa própria; parceiros que matam motivados por ciúme; pessoas traumatizadas e desesperadas que matam, mas se arrependem; pessoas extremamente narcisistas que matam movida por ciúme; pessoas que matam pessoas que se encontram no caminho de um objetivo; psicopatas com sede de poder que matam quando se sentem ameaçados; psicopatas frios e egocêntricos que matam em beneficio próprio; assassinos torturadores; assassinos seriais com perversões sexuais; psicopatas que colocam vítimas sob tortura extrema por um longo período e depois matam. (Mundo Estranho, edição 103, p. 24 a 33)
4.3. NÚMEROS SOBRE A PSICOPATIA
  • 86% dos serial killers americanos são psicopatas.
  • Metade dos crimes hediondos dos EUA é cometida por psicopatas.
  • 2,5 vezes é o risco de psicopatas conseguirem liberdade condicional por causa de sua capacidade de simular, comparados a presos normais.
  • 4 vezes mais crimes violentos são cometidos pelo psicopata, comparado ao criminoso comum.
  • 70% é a taxa de reincidência de um psicopata em liberdade.
  • 1 a cada 3 psicopatas é mulher.
  • 7 vezes é o risco de um psicopata matar um estranho, comparado ao criminoso comum.
  • 20% é a estimativa de psicopatas na população carcerária do Canadá e dos Estados Unidos. (Mundo Estranho, edição 103, p. 27)
5. CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE
5.1. FALTA DE CONSCIÊNCIA ATINGE 1 EM CADA 25 PESSOAS
Uma em cada 25 pessoas não sente culpa nem remorso pelo que fazem, pelo mal que possam causar ao seu semelhante. Essas pessoas podem fazer absolutamente qualquer coisa, pois a falta de consciência nada lhes cobra. Segundo Martha Stout, em Meu Vizinho é um Psicopata, a psicopatia pode atingir qualquer pessoa, independentemente de renda, poder ou belo porte físico. Esses distúrbios originam-se na pouca ou falta de consciência, cujo termo técnico é “Transtorno da Personalidade Antissocial”, uma incorrigível deformação do caráter, que se acredita estar em 4% da população mundial. (2010, p. 18)
5.2. SINTOMAS DOS DISTÚRBIOS MENTAIS
  • Incapacidade de adequação às normas sociais;
  • Falta de sinceridade e tendência de manipulação;
  • Impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;
  • Irritabilidade, agressividade;
  • Permanente negligência com a própria segurança e a dos outros;
  • Irresponsabilidade persistente;
  • Ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa. (Stout, 2010, p. 18)
5.3. OS PSICOPATAS NÃO SENTEM CULPA NEM REMORSO
Os psicopatas, para atingir os seus objetivos, são capazes de qualquer coisa. Matam, enganam, torturam, fazem terrorismo. Embora saibam o que é certo e errado não dão ouvido à sua consciência e cometem os maiores delitos. Pode ser o chefe de uma empresa que pisa em seu funcionário, o marido agressivo, o pai de família etc. A gravidade do fato está em fazer tudo isso sem sentir um pingo de culpa ou remorso.
6. PSICOPATIA E ESPIRITISMO
6.1. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL
De acordo a Doutrina Espírita, a lei de Deus está escrita na consciência do ser. Essa lei pode ser esquecida, mas há muitos abnegados instrutores encarnados e desencarnados encarregados de nos lembrar dela. São os Espíritos superiores, cuja missão é fazer progredir a Humanidade. Ainda: “A lei de Deus é a única necessária à felicidade do homem; ela lhe indica o que deve fazer ou não fazer, e ele só se torna infeliz porque dela se afasta”. (Kardec, 1995, Livro Terceiro, cap. 1)
6.2. IDEOPLASTIA
O Espírito André Luiz, em Mecanismo da Mediunidade, fala-nos da atuação da mente, em que o pensamento pode materializar-se, criando formas que têm longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam. Ele diz: “Na mediunidade de efeitos intelectuais, a ideoplastia assume papel extremamente importante, porque certa classe de pensamentos, constantemente repetidos sobre a mente mediúnica menos experimentada, pode constrangê-la a tomar certas imagens, mantidas pela onda mental persistente, como situações e personalidades reais, tal qual uma criança que acreditasse estar contemplando essa paisagem ou aquela pessoa, tão só por ver-lhes o retrato animado num filme”. (Xavier, 1977, p. 141)
6.3. NADA FICA INCÓLUME
Para a ciência médica, a falta de consciência permite ao indivíduo cometer qualquer crime. Na visão espírita, tudo tem a sua razão de ser e nenhum agravo à lei de Deus fica sem o reparo necessário. O esquecimento do passado, apregoado pela Doutrina Espírita, é apenas para nos livrar de embaraços maiores à nossa vivência neste mundo. No íntimo de cada um de nós há os germes da perfeição. Podemos, pelo nosso livre-arbítrio, contrariar aquilo que está dentro de nós, mas teremos que reparar em futuro próximo.
7. CONCLUSÃO
Saibamos compreender os atos de nossos semelhantes. Não sejamos coniventes, contudo, com aqueles que contrariam a nossa própria consciência. Embora não saibamos de pronto, cada um se dá por aquilo que procura.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DIETRICH, Georg e WALTER, Hellmuth. Vocabulário Fundamental de Psicologia. São Paulo: Edições 70, 1978.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
MUNDO ESTRANHO. São Paulo: Editora Abril, setembro de 2010, edição 103.
STOUT, Martha. Meu Vizinho é um Psicopata. Tradução de Regina Lyra. São Paulo: Sextante, 2010.
XAVIER, F. C. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
São Paulo, setembro de 2010.
Fonte: http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/psicopatia-e-espiritismo.htm

A Influência do Espiritismo no Mundo

A Influência do Espiritismo no Mundo

Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Espiritismo: 4.1. Doutrina e não Religião; 4.2. Caráter Universalista; 4.3. O Trabalho da Codificação. 5. Razões que Expressam a Influência: 5.1. O Espiritismo Será uma Crença Geral; 5.2. O Espiritismo como Lei; 5.3. Adeptos Conscientes e Educação Individual. 6. A Propagação: 6.1. O Espiritismo não Faz Proselitismo; 6.2. O Avanço da Idéia Espírita; 6.3. O Futuro do Espiritismo. 7. Conclusões. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O Espiritismo se tornará uma crença comum? Se isto for verdade, o que acontecerá com a maioria das religiões? Extinguir-se-ão? Não é uma forma de preconceito pensar o Espiritismo como uma crença comum de todas as pessoas?
2. CONCEITO
Espiritismo é uma doutrina fundada sobre a crença de existência de Espíritos e nas suas manifestações. A doutrina pressupõe um conjunto de princípios. Os princípios são as molas propulsoras de qualquer Filosofia, Ciência ou Religião. Os princípios espíritas diferem sobremaneira de outros princípios, principalmente dos das doutrinas espiritualistas. Nesse sentido, o Espiritismo difere das religiões pela ausência total de misticismo, não invocando revelações nem o sobrenatural. O Espiritismo só admite fatos experimentais, com as deduções que deles se desprendem. Também se distingue da Metafísica ao repelir todo o raciocínio a priori e toda a solução puramente imaginativa.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Espiritismo formou-se, lentamente, através do tempo. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores, teve apenas o trabalho de organizar esses conhecimentos esparsos, dando-lhes uma terminologia própria. O druidismo, religião dos celtas da antiguidade, tão bem divulgado por Léon Denis, em suas diversas obras, já acenava para a grandiosidade das idéias espíritas. Sócrates e Platão, considerados os precursores do cristianismo e do Espiritismo, divulgaram amplamente as noções de imortalidade da alma e de reencarnação, princípios fundamentais da Doutrina dos Espíritos.
A criação do termo Espiritismo, por Allan Kardec, serve simplesmente para definir um campo de conhecimento, diferenciando-o das outras formas de espiritualismo. Aplica-se a regra escolástica segundo a qual a definição se faz "per genus proximum et differentiam specificam" (pelo gênero próximo e diferença específica).
Para chegar a essa definição do Espiritismo, Allan Kardec estudou os fenômenos mediúnicos segundo o método teórico-experimental, já posto em prática pela maioria das ciências. Baseado na observação dos fatos mediúnicos, pode oferecer um caráter universalista à nova doutrina que acabava de ser firmar.
4. ESPIRITISMO
4.1. DOUTRINA E NÃO RELIGIÃO
O Espiritismo não é de uma pessoa, de um partido ou de uma instituição. Ele é dos Espíritos, que acharam por bem auxiliar o avanço espiritual das criaturas aqui neste Planeta de provas e expiações. Assim, o primeiro ponto a enfatizar é o seu caráter impessoal e não religioso. Quer dizer, o Espiritismo não é uma religião organizada, em que há sacramentos, rituais, hierarquia de santos etc. Em sua codificação, Allan Kardec deixou claro que ele seria mais bem definido como uma filosofia científica de conseqüências morais. Ao mesmo tempo, abrangeria todos os campos do conhecimento, emprestando-lhes a sua contribuição moral e espiritual.
4.2. CARÁTER UNIVERSALISTA
Os princípios fundamentais do Espiritismo, tais como a imortalidade da alma, a reencarnação e a evolução do espírito imortal, não sendo de uma pessoa e nem de um partido, adquirem caráter universal.
Para que o conteúdo doutrinário não ficasse restrito à autoridade de um único Espírito ou de um único médium, Kardec submetia toda a manifestação mediúnica ao crivo da razão. Apoiando-se no método teórico-experimental das ciências naturais, cruzava as diversas respostas dadas por diversos Espíritos a diversos médiuns, espalhados pelo mundo inteiro. Assim sendo, dizia que "a única garantia séria do ensinamento dos Espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares". (Kardec, 1984, p. 11 a 18)
4.3. O TRABALHO DA CODIFICAÇÃO
A revelação espírita partiu, inicialmente, dos Espíritos superiores. O ser humano teve apenas o trabalho de organizá-la de modo claro, a fim de que todos pudessem inteirar-se de seu conteúdo. O Espiritismo veio na época certa; sua tarefa principal era lançar luz sobre o edifício carcomido pela fé dogmática. Era preciso dar-lhe uma pitada de razão, por isso a fé raciocinada.
Para o êxito da codificação, Allan Kardec recebeu ensinamentos de Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luis, Sócrates, Platão etc. Esses Espíritos luminares fizeram-nos tomar consciência de que, além do mundo material, há um outro que o transcende, ou seja, o mundo espiritual. O fato de ter aparecido em vários pontos da Terra, mostra a grandeza do Criador. Se dependesse apenas de um homem, haveria dúvida por parte de muitos. Mas, como a comunicação foi feita através de diversos médiuns, espalhados pelo mundo, todos puderam ter acesso à informação desses Espíritos. Assim, o Espiritismo é como a verdade, que não é monopólio de ninguém, mas um patrimônio comum da inteligência.
5. RAZÕES QUE EXPRESSAM A INFLUÊNCIA
5.1. O ESPIRITISMO SERÁ UMA CRENÇA GERAL
Pergunta 798. O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?
Resposta. "Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos." (Kardec, 1995)
As idéias não se transformam de súbito. Quando uma idéia tem que se impor ao mundo, tanto partidários como oposicionistas concorrem para tal fim. Ao contrário, quando uma idéia, que já cumpriu sua missão, tem que desaparecer, para dar passagem a outra, destinada a substituí-la, as defesas nada mais fazem do fortalecer essa nova idéia. O Espiritismo, sendo lei, impõe-se por si mesmo. (Aguarod, 1976)
5.2. O ESPIRITISMO COMO LEI
O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, é uma lei, que expressa o bem e a verdade. Sendo uma lei, há um caráter pragmático de execução. Como lei, independe dos homens, porque não são eles que a construíram. Ela é uma dádiva de Deus, o Absoluto, causa primária de todas as coisas. Os princípios codificados do Espiritismo são universais e, mais tempo ou menos tempo, toda a população estará fazendo uso de tais ensinamentos. A imposição é natural e não através da violência. Isso não quer dizer que todos se tornaram espíritas, o que é impossível, mas que a luz do Espiritismo banhará todo credo, todas pessoas, toda instituição. Não é de ninguém, mas de todos.
5.3. ADEPTOS CONSCIENTES E EDUCAÇÃO INDIVIDUAL
O Espiritismo, não resta dúvida, deverá firmar-se por si mesmo. Se houver adeptos conscientes, o trabalho será menos penoso; se não houver, demorará um pouco mais, contudo a meta do progresso será cumprida.
O Espiritismo não prega a modificação radical da sociedade. Procura, sim, modificar o indivíduo. Por que? Porque a sociedade só se modifica se o sujeito se modificar. Observe a questão da violência. O mundo é violento, porque cada um de nós o é. Se cada um fosse realmente humilde e caridoso, o mundo seria mais fraterno e menos egoísta.
6. A PROPAGAÇÃO
6.1. O ESPIRITISMO NÃO FAZ PROSELITISMO
O Espiritismo não veio para destruir as religiões, nem tampouco tirar o crente de seu credo. Sua função é iluminá-las, com o clarão da verdade, no sentido de afastá-las do erro, do dogmatismo e do fanatismo. Depreende-se, daí, que é um trabalho de longo prazo, porque nada se muda da noite para o dia. Um determinado comportamento, repetido anos após anos, transforma-se numa segunda natureza; faz parte de nós e não nos abandona tão facilmente. Observe: quantas vezes não propomos banir um determinado vício? No início, até que logramos êxito, mas depois de algum tempo, tudo volta como era antes.
6.2. O AVANÇO DA IDÉIA ESPÍRITA
A influência do Espiritismo é silenciosa; ela penetra no âmago do sujeito. Como o Espiritismo não é uma religião, nem tampouco pertence a este ou aquele grupo social, ele tem mais facilidade de expansão. Depende apenas de a razão dizer sim ou não. Contudo, quando os Espíritos superiores querem que uma idéia avance no seio da sociedade, eles saberão escolher as pessoas certas para tal finalidade.
A expansão do Espiritismo é um fato. Quantos não são os adeptos de outras religiões que lêem os livros psicografados por Francisco Candido Xavier? Isso mostra que os ensinamentos espíritas estão sendo divulgados, mesmo sem o sensacionalismo da mídia, porque, sendo universal, não precisa apoiar-se em nada.
6.3. O FUTURO DO ESPIRITISMO
Um filósofo do outro mundo responde à seguinte pergunta: Qual será o futuro do Espiritismo e que lugar ocupará no mundo? "Não só ocupará um lugar: encherá o mundo inteiro. Desde que o homem teve inteligência, Deus lhe inspirou o Espiritismo, e, de época em época, enviou à Terra Espíritos adiantados, que ensaiaram em sua natureza corpórea a influência do Espiritismo. Que era o cristianismo há dezoito séculos senão o Espiritismo? Só o nome diferia; o pensamento era o mesmo; apenas o homem, com seu livre-arbítrio, desnaturou a obra de Deus... Em breve, todos os povos serão espíritas, porque aí está a universalidade de todas as crenças... Avança sem abalos e sem revolução. Nada vem destruir, nada derrubar na organização social. Vem a tudo renovar... Compreendendo que o operário é da mesma essência que a sua, o patrão introduzirá leis suaves e sábias nas suas relações comerciais... Quando pela manifestação espírita, o criminoso puder prognosticar a sorte que o espera, recuará ante a idéia do crime...Que importa aquilo que produz o bem, desde que o bem seja produzido?" (Kardec, 1863, p. 193 e 194.
7. CONCLUSÃO
O futuro da humanidade repousará em torno de um eixo comum, ou seja, a verdade explicada pelo Espiritismo. É por esta razão que não devemos nos preocupar com os atos da vida de Cristo ou mesmo com as suas profecias, mas unicamente pautarmos a nossa vida segundo os ensinamentos morais por Ele proferidos.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
AGUAROD, Angel. Grandes e Pequenos Problemas. Pelo seu guia espiritual. 3. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1976.

São Paulo, março de 2007.
(Fonte: http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/influencia-espiritismo-mundo.htm)

Discurso Espírita: Quantidade versus Qualidade

Discurso Espírita: Quantidade versus Qualidade

Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Discurso: Aspectos Gerais; 3.1. Discurso com (D) Maiúsculo e Discurso com (d) Minúsculo; 3.2. Discurso Mítico é um Discurso com (d) Minúsculo. 3.3. O Discurso Deve Basear-se no Logos. 4. O Pensamento: 4.1. O Que é o Pensamento?; 4.2. Pensamento: “Discursivo” versus “Intuitivo”; 4.3. Interferência no Pensamento. 5. O Discurso Espírita: 5.1. Fontes do Discurso Espírita; 5.2. Elaboração do Discurso Espírita; 5.3. Divulgação do Discurso Espírita ; 5.4. Quantidade versus Qualidade. 6. Conclusão. 7. Bibliografia.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é refletir sobre o pensamento espírita. Como estamos organizando o nosso pensamento? Damos atenção ao Discurso com (D) maiúsculo ou ao discurso com (d) minúsculo? E a divulgação doutrinária? Ela é quantitativa ou qualitativa? Os Centros Espíritas atendem aos objetivos pelos quais foram criados?

2. CONCEITO

Discurso – Do latim discursu (m) significa ação de correr para ou para várias partes.

Polivalência de sentidos:
a) no plano oratório, designa a elocução pública que visa comover e persuadir;
b) no plano acadêmico, pode assumir a denotação de “tratado”, “dissertação”, ou equivalente como, por exemplo, o Discurso do Método de Descartes;
c) na esfera dos estudos lingüísticos, sucessão coordenada de frase;
d) na área de estudos filosóficos: 1) sentido de “operações intelectuais que se efetuam por seqüência de operações elementares parciais e sucessivas”, ou “expressão de desenvolvimento do pensamento por uma série de vocabulários ou proposições em cadeia”; 2) distinção entre conhecimento “discursivo” e conhecimento “intuitivo”.
Espírita – Adepto do Espiritismo, aquele que professa os princípios básicos codificados por Allan Kardec.
Quantidade – Refere-se ao número, volume ou estoque de alguma coisa, que pode aumentar ou diminuir.
Qualidade – Propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza.

3. DISCURSO: ASPECTOS GERAIS

3.1. DISCURSO COM (D) MAIÚSCULO E DISCURSO COM (D) MINÚSCULO
O discurso com D maiúsculo é o verdadeiro discurso; o discurso com d minúsculo é a expressão de cada um de nós. Os discursos (d) são limitados, particulares, opinativos; em contrapartida, o Discurso (D) é mais amplo, geral, abarcando todos os discursos. Para captar o Discurso, precisamos observá-lo nas entrelinhas dos discursos ordinários.
Em nosso dia-a-dia precisamos estar atentos ao Discurso e não aos discursos. O que isto quer dizer? Que é mais fácil ficarmos presos a discursos prazerosos, principalmente aqueles que retificam a nossa comodidade. Para penetrar na profundidade do saber, temos que cavar muita terra. Precisamos afrontar a natureza para dela extrair o suco do conhecimento.
3.2. DISCURSO MÍTICO É UM DISCURSO COM (D) MINÚSCULO
A retórica, inventada para persuadir, busca influir, mesmo com o sacrifício dos fatos. Dela sobrevém todos os discursos que não se aproximam do Discurso (D). Nesse sentido, o apego indevido aos discursos retarda o acesso ao Discurso. Isso acontece com os discursos míticos; neles, o ser humano evade-se do real, cria um mundo mágico e sente-se seguro nessas lucubrações. Não é sem razão que vemos muitos autores destacando, em seus livros, o mito e, logo em seguida, o paradoxo, que é a verdade dos fatos.
Atualmente podemos anotar uma série de mitos: o mito do salvador da pátria; o mito do jogador de futebol; o mito da felicidade plena etc.
3.3. O DISCURSO DEVE BASEAR-SE NO LOGOS
“O discurso desencadeia uma longa história, que se confunde com a tradição ocidental desde as origens. Queremos recolher em “discurso” o sentido do substantivo logosLogos designa muitas coisas. Homero emprega a verbo lego, de mesma raiz de logos, para o processo de recolher alimentos, armas e ossos, para reunir homens. Cada uma dessas operações implica comportamento criterioso; não se reúnem armas, por exemplo, sem as distinguir de outros objetos. Concomitantemente, logos significa uma reunião de coisas sob determinado critério. Armas misturadas com ossos sem critério algum não formariam logos, provocariam sentimento de desordem, caos”. (SCHÜLER, 2002, p. 17)  
4. O PENSAMENTO
4.1. O QUE É O PENSAMENTO?
Pensar, na significação etimológica do termo, quer dizer sopesar, por na balança para avaliar o peso de alguma coisa, ponderar.
O pensamento é o elemento de captação e articulação de idéias. É por ele que nos pomos em relação com o nosso semelhante, que idealizamos os nossos sonhos, as nossas metas, os nossos objetivos. É por ele, também, que planejamos o que vamos fazer daqui a 10 minutos, daqui a um ano ou daqui a 20 anos.
4.2. PENSAMENTO: “DISCURSIVO” VERSUS “INTUITIVO”
“O discurso como passagem de um termo a outro no processo de um raciocínio contrapõe-se à intuição. Isto acontece em Platão, Aristóteles, Plotino, São Tomás e – em parte –  Descartes, Kant e outros autores modernos. A contraposição não equivale, contudo, à completa exclusão de um termo em favor do outro. O normal é considerar o processo discursivo como um pensar que se apóia, em última análise num pensar intuitivo. Este proporciona o conteúdo da verdade, e aquele, a forma”. (Mora, 1982)
O clássico debate entre idéias inatas (Platão) e a lógica (Aristóteles) é mais de fachada do que de fato. Quase nenhum filósofo admitiu a possibilidade de um conhecimento inteiramente discursivo. O que se costuma dizer é que há insistência no conhecimento intuitivo em Platão, Plotino, Descartes e Spinosa, enquanto há insistência no conhecimento discursivo em Aristóteles e São Tomás.
4.3. INTERFERÊNCIA NO PENSAMENTO
No âmbito da Doutrina Espírita, os Espíritos – tanto os bons quanto os maus –, podem influenciar o nosso pensamento. Os bons estão sempre nos sugerindo pensamentos de paz, de harmonia, de paciência, de perseverança no bem; os maus estimulam-nos à descrença, ao crime, ao roubo, à maledicência etc.
Vivemos num mundo de ondas e vibrações. Tanto podemos captar as boas quanto as más. A nossa mente funciona como um rádio: conforme a emissora que estivermos sintonizados, somente dela estaremos recebendo notícias, com exclusão de todas as outras. Se optarmos pela que transmite futebol, não poderemos captar as mensagens espirituais de uma Rede Boa Nova de Guarulhos.
Observemos a obsessão, que é a influência persistente que um Espírito mau exerce sobre uma pessoa. Às vezes reclamamos do processo obsessivo, mas raramente concordamos que somos nós próprios os causadores da influência do Espírito menos feliz. Há muitos casos, em que a situação fica tão fora de controle, que somos obrigados a freqüentar um Centro Espírita, no sentido de passar pelo trabalho de Desobsessão, a fim de que médiuns treinados façam a devida doutrinação.
5. O DISCURSO ESPÍRITA
5.1. FONTES DO DISCURSO ESPÍRITA
Ainda não temos a capacidade de receber intuitivamente o acervo de conhecimentos disseminados pelo Espiritismo. Cabe-nos, assim, construí-lo consultando as fontes fidedignas, ou seja, as Obras Básicas da Doutrina e as complementares. Por Obras Básicas, entendemos o conteúdo dos 5 primeiros livros da codificação: O Livro dos Espíritos, O Livros dos Médiuns,  O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Céu e o Inferno e A Gênese. Os complementares, como o próprio nome diz, complementam a base, e são: Revista EspíritaObras Póstumas, de Allan Kardec e todos os livros de autores encarnados e  desencarnados, como Introdução à Filosofia Espírita, de José Herculano Pires, Nosso Lar, de André Luis, Paulo e Estevão, de Emmanuel etc.
De acordo com Paulo de Tarso, devemos ler de tudo, mas ficarmos com aquilo que for bom, o que for útil à construção do pensamento espírita. Nem todo Espírito é de Deus, já nos alertava São João em seu Evangelho.
Nesse mister, há que se aprender a ler, a explicar e a comentar um texto espírita. A aplicação de uma metodologia filosófica, aquela que procura a essência de tudo o que nos cai nas mãos, auxiliar-nos-ia a transmitir o pensamento doutrinário segundo as nossas palavras – o que evitaria parafrasear (repetir) o autor do texto. Afastar-nos-ia também da criação de opiniões pessoais, totalmente desprovidas das bases trazidas por Allan kardec.  Nesse sentido, J. H. Pires nos diz que o Espiritismo é um desconhecido, inclusive dos próprios espíritas, porque a maioria destes não quer se debruçar sobre os livros da codificação. 
5.2. ELABORAÇÃO DO DISCURSO ESPÍRITA
Pela definição filosófica de discurso, ele tem um antecedente e um conseqüente, ou seja, há um raciocínio, um juízo, uma proposição. O que temos então de elaborar? São os raciocínios espíritas, isto é, raciocínios que nos permitem entender bem e de forma lógica o conteúdo doutrinal.
A técnica é: captar, memorizar e elaborar os dados. Captamos tanto pela percepção sensorial (5 sentidos) como pela percepção extra-sensorial. Não importa a maneira. O que vale é, uma vez captado, fazer associações com aquilo que já tivermos estocado em nosso passivo intelectual. É nesse meditar e refletir constantes que vamos não só aprofundando os temas doutrinários como também elaborando pensamentos próprios, mas fundados no raciocínio espírita.
Em termos de um discurso oratório, devemos fazê-lo levando em conta a total sujeição a um tema. Por que? Porque a palavra “tema” (em francês, sujet, “sujeito”) indica que estamos em presença de um enunciado que determina uma sujeição. Nesse sentido, o tema de dissertação deve ser um “Mestre” ao qual nos submetemos. Não se trata apenas de ser “fiel” a ele: se o tema “ordena”, é porque dá ordens (ele tem exigências, vontades, razões para dá-las e formulá-las, uma lógica interna própria, e será preciso explicar isso, em particular na conclusão).
5.3. DIVULGAÇÃO DO DISCURSO ESPÍRITA
Depois de apreendido, elaborado e refletido, o discurso espírita pode e deve ser veiculado. Sua divulgação pode ser feita de diversas formas: livro, rádio, palestra, internet, jornais etc.  é nesse momento que o pensamento, que estava em potência, passa ao ato, à publicação.
A divulgação espírita tem penetrado nos meios de comunicação de massa. Vemos programas na televisão, no rádio, principalmente na Rede Boa Nova de Guarulhos.
5.4. QUANTIDADE VERSUS A QUALIDADE
Na atualidade, em que a divulgação se processa em ritmo alucinante, convém fazermos algumas perguntas: por que nos expressamos quantitativamente e não qualitativamente? Por que não separamos os aspectos mediúnicos dos aspectos eminentemente doutrinários? Por que não distinguimos auto-ajuda do raciocínio espírita?
Há uma inflação de informações que, a nosso ver, causa confusão. Como, porém, escolher aqueles livros quer realmente constroem o edifício doutrinário?  No meio de tantos compêndios, não é tarefa fácil. Por isso, a necessidade de primarmos pela qualidade dos escritos e não do número de livros, das edições publicadas por um único autor.
6. CONCLUSÃO
Observando o movimento espírita de um modo geral, notamos a grande dificuldade que temos em divulgar a Doutrina Espírita nos seus fundamentos básicos. Muitas vezes falta-nos capacidade de penetração em seus postulados, outras vezes precipitação de expor sem o devido estudo e compreensão. Embora tudo seja feito gratuitamente, é preciso que tenhamos mais responsabilidade com a coisa espírita.
7. BIBLIOGRAFIA
SCHÜLER, Donald. Heráclito e seu (Dis)curso. Porto Alegre, L&PM, 2000.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. Edição abreviada preparada por Eduardo Garcia e Ezequiel de Olaso sob a orientação do Autor. 5. ed., Lisboa, Dom Quixote 1982.
 
São Paulo, 18/02/2002
(Fonte: http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/discurso-espirita.htm)