sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Notícia: A virada para a vida adulta.

Mudanças físicas, sociais e psicológicas acontecem cada vez mais precocemente, marcando essa idade como nenhuma outra. Para os adolescentes é complicado - e para os pais também! - Suzane G. Frutuoso e João Loes.



Nada deixa a paulista Gabriela Basílio mais feliz do que estar entre amigas. Com elas, convive na escola, vai ao inglês, joga handebol, troca segredos. Ao mesmo tempo, se existe algo que a deixa constrangida, são os carinhos dos pais na frente da turma. "Gosto que façam isso em casa. Senão, morro de vergonha." Gabriela não sai sem perfume e rímel. Agradece ao mercado por produzir marcas que lhe dão estilo ao se vestir. Já deu o primeiro beijo (acha que a mãe desconfia; o pai vai saber por esta reportagem). Baixa música todos os dias pela internet. Só compra CD se for de ídolos como Britney Spears. Viver sem celular? Jamais. "Entro em desespero quando não acho o meu", diz. Adora dançar nas matinês, das quais só sai depois das 22h. Está satisfeita com as curvas que ganhou no quadril. O tamanho dos seios não a incomoda, mas só porque não são maiores nem menores do que os das amigas. Gabriela é uma típica representante dos jovens de 13 anos da atualidade.
Assim como os 18 anos representaram há duas gerações e os 15 anos há uma, os adolescentes de 13 anos dos anos 2000 simbolizam o início da travessia para a vida adulta. Uma idade marcada por uma atividade social intensa, um corpo em transformação, muitas dúvidas e euforia. A indicação etária que os elevou a esse patamar não simboliza maturidade emocional e física. Pelo contrário. Antecipadas a uma idade tão precoce, essas mudanças podem causar muita confusão em mentes e corpos bombardeados por hormônios responsáveis por uma infindável flutuação das emoções.
Esse começo da adolescência é considerado, ao mesmo tempo, a fase mais assustadora e a mais encantadora. As dúvidas surgem com as muitas e rápidas modificações corporais, geradoras de insegurança. É inesquecível, por ser o primeiro passo rumo à vida adulta cheia de conquistas, com a possibilidade de contestar tudo, repleta de promessas de liberdade irrestrita e de invulnerabilidade. Pelo menos é o que eles acreditam.

Os pais, por sua vez, ficam sem saber como agir e entender o filho que parece renegar a família. "Os 13 anos são marcados pelo desejo de não querer mais apenas seguir um comando", diz o hebiatra (médico de adolescentes) Paulo César Pinho Ribeiro, presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Eles estão rompendo os domínios paternos, querem trocar experiências. Por isso, valorizam a opinião do grupo de pares."
Para compreender o que se passa nesse período, nada melhor que ouvir os próprios protagonistas. ISTOÉ aplicou uma enquete com 100 alunos de 13 anos em três escolas de São Paulo (SP), do Recife (PE) e de Curitiba (PR) (leia quadro). A pesquisa mostra, por exemplo, que 66% acham suficiente o envolvimento dos pais em seu cotidiano e 50% definem como excelente a relação que têm em casa. O relacionamento com os amigos ganha avaliação semelhante - é excelente para metade deles. Significa que a importância dessas duas vertentes em suas vidas têm o mesmo peso.
"Tenho muitos amigos", comemora o carioca Luiz Guilherme da Costa Neves, confirmando quanto os pares são fundamentais nessa época. Ele diz que a convivência com os pais é boa. Porém, sinaliza que deseja espaço. "Vira e mexe estou com a porta do quarto fechada", diz. "Às vezes, meus pais querem entrar, mas eles atrapalham." O pai, o advogado Luiz Octávio Miranda, 51 anos, entende o menino. "É natural ele querer mais privacidade. Não vejo isso como um problema", diz. Receber com tranquilidade as novas atitudes do filho faz de Miranda uma exceção.
A maioria não sabe lidar com garotos e garotas entrando na puberdade. "Eles pararam no tempo. Pensam que o bom da adolescência deles será bom para a dos filhos hoje", afirma o psiquiatra Içami Tiba, autor do best-seller "Adolescentes - Quem Ama Educa". O especialista diz que os adultos pecam por extremos. Há pais que prendem os filhos em casa, esquecendo que pela internet eles têm o mundo ao alcance - inclusive das drogas e da pornografia. Enquanto outros dão liberdade, mas não sabem exigir responsabilidade. Oferecem independência sem cortar os laços da dependência econômica e criam adultos que desistem diante dos primeiros contratempos, incapazes de se frustrar.
Na pesquisa de ISTOÉ, 84% dos jovens não consideram a virgindade essencial. "É até melhor conhecer o sexo antes do casamento", respondeu um deles. Não quer dizer que já mantenham relações sexuais, mas o assunto interessa - e muito. Seria mais uma descoberta normal da fase.

O problema está em crescerem numa cultura tão erotizada quanto a de hoje. Tanto a data da primeira menstruação quanto a da primeira ejaculação com esperma vêm caindo cerca de 0,6 ano a cada geração. Hoje, está em 12 anos. Há pesquisas que apontam esse contato precoce com a sexualidade como gatilho da aceleração fisiológica. "E, se as mudanças hormonais acontecem mais cedo, a libido também vai despertar antes", afirma o hebiatra Pinho Ribeiro.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, do Ministério da Saúde, de 1996 a 2006 o percentual de mulheres que perderam a virgindade até os 15 anos saltou de 11% para 33%. Nessa mesma faixa etária, 47% dos meninos fizeram sexo. É verdade que no passado 13 anos já foi idade para casamento, mas a expectativa de vida também não passava de 45 anos. Era natural a iniciação sexual tão cedo. Não é a realidade do século XXI.

Só se envolve com sexo antes da hora, porém, quem estiver inseguro, tentando ser aceito na sociedade. "Os jovens dessa idade precisam de informação para entender tantas mudanças. E o mundo em que vivem não oferece isso", diz a ginecologista Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O papel dos pais no processo de construção da autoestima é fundamental.

A relação de autoridade ainda funciona nessa fase. "Mas é preciso conquistar o respeito antes de impor regras", diz Paulo Al-Assal, da empresa de pesquisas Voltage. Pais que mostram aos filhos disposição em aprender com eles ganham pontos. Esperar passar momentos de raiva para conversar também pode surtir efeito melhor do que discutir depois de uma resposta atravessada, por exemplo. Por fim, é preciso não temer zelar pelos filhos, por mais que eles esperneiem dizendo que não são mais crianças. É assim que os adolescentes de 13 anos de hoje se tornarão adultos responsáveis, éticos, honestos. E com repertório próprio para construir sua felicidade.
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Comentário

É comum ouvir pais, educadores e especialistas se referirem à entrada na adolescência como uma fase bastante sensível, sendo responsável pelo aparecimento de múltiplas crises e conflitos de relacionamento. Porque será isso? A adolescência é um tempo de despertar. O corpo físico anuncia sinais de maturidade, proporciona uma maior autonomia e exige uma crescente responsabilidade, enquanto o Espírito começa a manifestar de uma forma mais vincada as capacidades adquiridas em outras vidas. Tudo isto provoca alterações inevitáveis na personalidade e no comportamento de qualquer jovem mas que servem de preparação para a vida adulta. Passam a querer satisfazer as suas necessidades de afirmação, a perseguir a conquista da sua liberdade e a exigir o respeito pelos seus direitos, provocando resistências naqueles que ainda os julgam crianças e que ainda não lhes reconhecem capacidade para fazer um uso equilibrado da liberdade que reclamam.

O período de adolescência não possui fronteiras de idade. Ou seja, não está restrita dos 14 aos 18 anos de idade, por exemplo. A adolescência é uma fase de desenvolvimento e transição entre a infância e a idade adulta, que tem o seu início quando o indivíduo deixa de ser uma criança, mental e fisiologicamente, prolongando-se até possuir condições físicas, emocionais, psicológicas e sociais para se assumir como um adulto. Como a notícia refere, os estímulos familiares, sociais, mediáticos e tecnológicos têm tornado mais precoce a entrada na adolescência. Esta situação é um desafio para pais e educadores, pois a entrada prematura numa etapa de vida onde o desenvolvimento corporal precede em muito a maturidade emocional e psicológica, poderá expor os adolescentes a situações que ainda não conseguem controlar, provocando transtornos e desequilíbrios graves com sérias consequências para o seu futuro. Na nossa sociedade vivemos uma contradição que nos devia levar a uma reflexão atenta: Por um lado estimulamos de diversas formas à precocidade da adolescência, expondo os nossos jovens a experiências prematuras, muitas das quais se revelam prejudiciais e nocivas; Por outro, incentivamos ao prolongamento da fase adolescente o maior tempo possível, através do acesso a uma vida cómoda e isenta de deveres e responsabilidades.

Precisamos mostrar aos nossos jovens que a adolescência é uma fase onde o indivíduo ensaia o seu crescimento, mas que não é isenta de responsabilidades. Que os seus anseios por liberdade e afirmação são legítimos e saudáveis, mas que é preciso que aprenda a usá-los com equilíbrio e em seu benefício. Para muitos adolescentes, influenciados pela sociedade materialista e consumista que os transformam em alvos fáceis e acessíveis, liberdade é apenas o direito de poder frequentar festas, de satisfazer os mais diversos caprichos materiais, de buscar o prazer pelo prazer e de tomar contato com todas as experiências sexuais possíveis. Acontece que liberdade não é apenas um conjunto de direitos mas também de deveres e obrigações que os educadores não se deverão cansar de lembrar. Ou seja, durante a adolescência a função educativa não deve cessar, antes deverá ser ajustada às novas exigências sabendo como dosear os níveis de liberdade e responsabilidade mediante a maturidade do jovem e a confiança que ele proporcionar aos seus educadores. As exigências de liberdade do adolescente deverão ser confrontadas com exigências de responsabilidade por parte dos educadores. Se aliarmos o respeito pela sua individualidade, a educação pelo exemplo e a persistência no diálogo recíproco e compreensivo, isso poderá suportar as indispensáveis funções educativas de orientação e transmissão de valores éticos e morais que os adolescentes tanto necessitam para poderem fazer correções ao seu rumo.

Mas os educadores devem também instigar os adolescentes à superação. Todos os jovens têm a pretensão de pensarem que podem corrigir o mundo. Eles têm razão! Eles podem mesmo corrigir e melhorar o nosso mundo. Mas os adultos normalmente não pretendem que os jovens corrijam o mundo, querem que eles se adaptem a ele. Por melhores intenções que tenham, mesmo pensando que estão a agir pelo melhor, os educadores devem evitar transformar os adolescentes naqueles elefantes do circo que, apesar de toda a força que possuem, ficam resignados a estar amarrados por uma pata a uma pequena corrente. Em vez disso, devem incentivá-los constantemente à superação deles mesmo. Existem algumas palavras de estímulo que devem estar constantemente na boca de pais e educadores: “Não desperdice o seu tempo!”; “Você é capaz!”; “Desfruta e aproveita o teu dia”; “Não malbarate o seu tempo com trivialidades mas com o que é mais importante para você”; “Acredita em você e nas suas capacidades!”; “Sim, é verdade! Se você quiser, se trabalhar e se esforçar o suficiente, você pode mudar o mundo!”; "O mundo aguarda ansioso a realização dos seus sonhos!"
(Comentário por: Carlos Miguel Pereira é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net )

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XVIII

Estudo dirigido: O Livro dos Espíritos - parte XVIII
Ainda acerca dos itens 400 a 455, responda e justifique sua resposta:

a) Qual a origem das grandes ideias que às vezes temos durante o sono?

b) Podemos admitir a fadiga do corpo em razão da atividade do Espírito durante o sono?

c) Denomina-se telepatia à comunicação mental verificada entre pessoas. Que dizem os Espíritos a esse respeito?

d) Quais as principais características da dupla-vista?

(Fonte: Estudos das obras codificadas por Allan Kardec. Ide/JF)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pergunta Feita: Sobre mediunidade...

Pergunta Feita: Olá, meu nome é M, tenho 21 anos, sou católica mas, na verdade, não vou à igreja e sempre quando possível vou ao centro espírita na minha cidade natal com a minha mãe, em Matão. Minha tia, que é espirita e médium (aliás muita gente da minha família é medium e espírita), me disse que eu tenho muita mediunidade pois tenho alteraçoes de humor e comportamente muito facilmente e muitas vezes não me recordo do que falei ou fiz. Gostaria de contar algumas histórias porque realmente queria ajuda. Uma vez, uns meses após a separação de uma tia minha, eu entrei na casa dela, e desandei a chorar, sem motivo algum, me sentia muito mal, e logo que sai da casa essa sensação ruim passou e eu fiquei bem. No reveillón do ano retrasado estavamos todos reunidos com a família e eu comecei a ficar muito estressada, grossa e estúpida com todo mundo, minha tia(médium) me disse para ir num centro espírita tomar um passo porque havia uma menina comigo, uma garota pré adolescente que havia falecido há pouco tempo, minha mãe seguiu o conselho da minha tia, e me levou no centro, no centro confirmaram o que a minha tia havia me dito e me deram um passe, fui mais umas duas ou tres vezes no centro e me senti bem melhor, mas depois não tive oportunidade de ir. Mas a historia mais recente que me incomodou muito e que por causa dela eu resolvi pedir ajuda a vocês e se puderem me ajudar eu agradeço muito. Há um mes, mais ou menos, sonhei com um tio meu que faleceu em 2000, eu nunca havia sonhado com ele. Neste sonho ele me dizia que eu iria embora no final do ano, eu perguntava para onde e ele me dizia que eu iria embora com Deus, e com ele. Após esse sonho, logo que acordei liguei assustada para minha mãe chorando. Ela pediu para uma moça do centro espirita da minha cidade para me dar um passe a distancia, ela me deu 3 passes, e falou para minha mãe que sentiu uma energia diferente comigo, uma pessoa comigo. Acontece que após esse sonho eu passei o dia inteiro mal, chorando, mas o que me incomodava não era o fato de meu tio ter me falado que eu iria embora com Deus e com ele, porém alguma coisa, que eu não sei exatamente o que, estava me incomodando, deixando meu dia triste, e péssimo. Hoje, um mês após esse meu sonho eu não posso nem pensar em contar para alguém sobre isso que eu começo a chorar e ficar mal novamente.
Gostaria que, se fosse possivel, vocês me ajudassem, eu não quero perder minha mediunidade, se eu tiver mesmo, queria trabalhá-la para que esses mal estar nao me atrapalhassem no dia a dia, para que eu pudesse fazer alguma coisa, porque se realmente tem alguem comigo, achu que é para que eu ajude e eu não estou sabendo fazer isso.

Obrigada!

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Resposta dada:
Olá, M!

Que Jesus nos auxilie no entendimento de nossas dúvidas.

A mediunidade é uma faculdade que todos temos, indiferente da idade, religião, sexo, grau intelectual, etc, sendo uma parte natural de todos nós que aqui estamos. Cada religião, e mesmo a sabedoria popular, dá um nome próprio a ela – dom, sensibilidade, paranormalidade (equivocadamente), dentre outros –, sendo todos a mesma capacidade de captarmos as energias mentais que nos envolvem, seja desse mundo em que vivemos, seja do mundo invisível com que nos relacionamos. O que diferencia o potencial mediúnico entre as pessoas é a intensidade com que ela se manifesta. Dentro do Espiritismo, chamamos de médiuns ostensivos aqueles que apresentam sinais claros dessa manifestação, e ainda sim variam dessa intensidade e do seu gênero (vidência, psicografia, psicofonia, cura, intuitiva, etc).

Muito há para ser falado sobre a mediunidade a fim de esclarecê-la, cara irmã, mas demandaria muito tempo para abordar esse tema em toda sua profundidade. Por isso, já indicamos para ajudá-la o livro “Mediunidade: Caminho para ser feliz”, de Suely Caldas Schubert. Ao final, um trecho interessante do livro para situá-la em seu contexto e mais vídeos e palestra para orientá-la. Também, como obra fundamental do Espiritismo a respeito da mediunidade, o “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec. Duas obras que oferecem grandes instruções.

M, a eclosão da mediunidade, ou seja, os primeiros sinais de sua manifestação, não raramente vem acompanhado de grandes dificuldades para o médium para lidar com essas forças invisíveis. Consideramos, de imediato, que não há mediunidade boa ou má, ela é o que é e somos nós que a direcionamos conforme nossa capacidade de lidar com ela, com nosso conhecimento e nossa intenção (de fazer o bem, o mal, ou manter-se indiferente a ela). Assim, indicamos que conheça, informe-se sobre o que é, como controlá-la e o que pode fazer para ser ajudada e ajudar o próximo com esse abençoado recurso.

Outro fator a ser considerado é que estamos rodeados de irmãos espirituais influenciando-nos e sendo influenciados por nós constantemente, conforme nossos princípios e nossas atitudes. Então à nossa volta irmãos esclarecidos e amigáveis, contribuindo para nosso crescimento, assim como os que ainda buscam esclarecimento, perturbando-nos com seu contato, intencionalmente ou não. O ditado popular “diga-me com quem andas que direi quem és” nos aponta uma direção para refletirmos, mas nos faz construir outra ideia a respeito das nossas relações com o mundo espiritual: “Diga-me o que pensas que direi com quem andas”. A partir desse raciocínio, devemos entender que assim como nos tornamos vulneráveis pela nossa invigilância, podemos nos proteger mantendo um padrão mental elevado e equilibrado, tendo como referência os ensinamentos de nosso mestre maior.

Especificamente sobre seu sonho, devemos ter em mente que todos os Espíritos que nos influenciam e nos contatam, seja quando estamos despertos ou durante nosso sono físico, assim como acontece com nas nossas relações pessoais, cada Espírito deixa em nós uma impressão característica de seu caráter. Para fazermos uma simples comparação, interpretemos essas impressões como sendo odores, cheiros, que são o cartão de visita de uma pessoa. Se esta exala um perfume agradável, deixando em nós uma sensação agradável, então podemos considerá-la como alguém de boa higiene, de bons hábitos. Caso seja um odor fétido, teríamos o oposto. Assim acontece com as vibrações, com o contato fluídico dos Espíritos.

Então, tendo em sonho ou em transe mediúnico contato com os Espíritos, avalie a qualidade do contato, o tipo de mensagem deixada (se tranquilizadora ou perturbadora), as impressões que deixaram, enfim, o fato de serem espíritos não os coloca acima de nós em termos de superioridade. No mundo espiritual, a elevação é determinada pelo amor que transmite através das ideias, palavras e atitudes. Fora isso, em nada são superiores.

M, Jesus foi o maior dos médiuns, e com sua autoridade moral e intelectual nos deixou o modelo de conduta que precisamos seguir. Mais uma vez, os Espíritos estão em torno de nós, e somos nós mesmos que determinaremos a quem permitiremos que influenciem nossas vidas.

Quanto ao futuro, Deus rege nossas vidas, e será Ele que apontará para qual direção seguiremos. Confiemos, cara irmã, no amor que vem Dele e em todos os irmãos que agem sobre nós em nome Dele.

Frequente com a assiduidade possível uma Casa Espírita próxima à sua residência. Vá e converse com os trabalhadores da equipe de Atendimento Fraterno a respeito de suas experiências, peça orientação e informe-se sobre os estudos e auxílio que a Casa oferece. A Casa Espírita também proporciona o benefício do passe – verdadeiro tratamento energético –, o qual constitui-se duma transfusão de energias, que irá reequilibrá-la e fortalecê-la. O tratamento magnético (passes e água fluidificada) vem como um poderoso recurso para o equilíbrio que todos precisamos e nele encontramos o suporte espiritual para nossas lutas cotidianas.

Outro fator importante é que, assistindo às palestras de uma Casa Espírita, prestando a devida atenção, você irá encontrar respostas para suas dúvidas, por meio dos ensinamentos dos oradores e da assistência inspiradora dos mentores e protetores espirituais.

Procure um fortalecimento espiritual através da prática dos ensinamentos do Evangelho de Jesus. A participação em atividades de caridade, de ajuda ao próximo, proporciona a higiene mental necessária à nossa renovação. “É dando que se recebe”.

Para seu fortalecimento imediato, procure uma maior intimidade com Jesus através da oração, do estudo e meditação sobre os seus ensinamentos.

Joanna de Ângelis, Espírito, no livro “Alegria de Viver”, psicografado por Divaldo Franco, nos fala sobre a oração: “A mente que ora se revitaliza, fortalecendo o corpo. Portadora de altas cargas de energia positiva, a prece faculta a sintonia com as Fontes Geradoras da Vida, propiciando o intercâmbio com outras mentes que se movimentam nas faixas superiores do Cosmo. Por mais complexas se te apresentem as situações, faze uma pausa e ora. A atitude te oferecerá calma e lucidez. Diminuirá a tensão e o temor, renovando-te o ânimo e propiciando-te uma visão mais lúcida a respeito da questão que defrontas. Talvez não te proporcione a solução que almejas, que te parece, no momento, a melhor. Desencadeará, porém, fatores transcendentes que irão contribuir para a equação correta em torno do problema, no instante próprio”.

Uma importante ação neste sentido, além da prática diária, é fazer a Reunião do Evangelho no Lar para que não somente você, mas todos da família, e auxiliares, possam receber os seus benefícios, que envolvem todo o ambiente doméstico.

Segundo Emmanuel, Espírito, não devemos esquecer a necessidade de trazer o Cristo para o cenário de amor onde nos refugiamos. É um trabalho simples. Escolhemos alguns minutos por semana e nos reunimos com todos aqueles que vivem conosco, para o aprendizado das lições de Jesus.

É recomendável que esse estudo seja feito no mesmo dia da semana e no mesmo horário. Inicie com uma prece espontânea, abra uma página do Evangelho e leia, em voz alta, alguns trechos, comentando-os em seguida. Todos os participantes devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades. Através da conversação edificante produzida, os benfeitores da espiritualidade superior "distribuirão a todos ideias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um."

Caso não tenha quem faça esse estudo com você. Faça sozinha mesmo. O importante é começar e transformar isso em um maravilhoso hábito. Você sempre estará acompanhada de seu Espírito Protetor e dos Espíritos familiares e amigos que procurarão compartilhar com você desse momento de paz e de luz. Experimente!

Um Roteiro e outros esclarecimentos sobre o assunto poderão ser encontrados no seguinte endereço: http://www.espiritismo.net/evangelho_no_lar.

Leia sempre livros instrutivos e edificantes – caso seja do seu interesse, a Codificação Espírita e outros livros espíritas instrutivos podem ser obtidos no link www.espiritismo.net/portugues_download ou www.virtual.espiridigi.net (Biblioteca Virtual).

As Casas Espíritas costumam manter uma biblioteca e/ou livraria. Peça sugestões de livros de fácil leitura que servirão como bons companheiros e professores.

Convidamos a você, cara irmã, caso seja possível e haja interesse, participar de nossas atividades na Internet (estudos, palestras, vibrações e Atendimento Fraterno), via Paltalk (programa de áudio-conferência). Informe-se sobre o programa - instalação e uso - no site www.espiridigi.net/paltalk, além da programação semanal de nossos grupos de trabalho, com as atividades e horários.

Como complemento para nosso atendimento, convidamos você, sua família e interessados, para conhecer nosso trabalho de vibração, desenvolvido no Paltalk - sala Espiritismo Net Vibração -, aos domingos, categoria Central & South America / subcategoria Brazil", das 22h às 22h30, que lhes proporcionará momentos de harmonia e reflexão. Você também pode encaminhar nomes para a vibração através do formulário no endereço www.espiritismo.net, seção "Preces Online".

Que Deus abençoe nossos propósitos de entendimento e esperamos ter podido ajudar.
Precisando, conte sempre conosco.

Um abraço,

André.
Equipe Net Jovem
Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Espiritismo e Finados

Pergunta: Estamos nos aproximando do dia 2 de novembro, que é considerado um dia dedicado aos mortos, aos finados. O respeito da legislação vigente chega inclusive a declarar a data como feriado nacional, no intuito de que as pessoas possam prestar suas homenagens ao parentes e conhecidos já desencarnados. Os espíritas são naturalmente questionados a respeito do assunto. Como a Doutrina Espírita encara este tema?
Resposta: Realmente o tema desperta algumas dúvidas. Mesmo alguns companheiros espíritas perguntam se devem ou não ir aos cemitérios no dia 2 de novembro, se isto é importante ou não. Antes de tudo, lembremos que o respeito instintivo do homem pelos desencarnados, os chamados mortos, é uma conseqüência natural da intuição que as pessoas têm da vida futura. Não faria nenhum sentido o respeito ou as homenagens aos mortos se no fundo o homem não acreditasse que aqueles seres queridos continuassem vivendo de alguma forma. É um fato curioso que mesmo aqueles que se dizem materialistas ou ateus nutrem este respeito pelos mortos.
Embora o culto aos mortos ou antepassados seja de todos os tempos, Leon Denis nos diz que o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, antigo povo que viveu na região que hoje é a França. Os druidas, um povo que acreditava na continuação da existência depois da morte, se reuniam nos lares, não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.
A noção de imortalidade que a maioria das pessoas tem, no entanto, ainda é confusa, fazendo com que as multidões se encaminhem para os cemitérios, como se o cemitério fosse a morada eterna daqueles que pereceram. O Espiritismo ensina o respeito aos desencarnados como um dever de fraternidade, mas mostra que as expressões de carinho não precisam ser realizadas no cemitério, nem é necessário haver um dia especial para que tais lembranças ou homenagens sejam realizadas.
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Pergunta: Mas para os espíritos desencarnados o dia 2 de novembro têm alguma coisa mais solene, mais importante? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os túmulos?
Resposta: É preciso entender que nossa comunicação com os desencarnados é realizada através do pensamento. As preces, as orações, são vibrações do pensamento que alcançam os espíritos. Nossos entes queridos desencarnados são sensíveis ao nosso pensamento. Se existe entre eles e nós o sentimento de verdadeira afeição, se existe esse laço de sintonia, eles percebem nossos sentimentos e nossas preces, independente de ser dia de finados ou não.
Esse é o aspecto consolador da Doutrina Espírita: a certeza de que nossos queridos desencarnados, nossos pais, filhos, parentes e amigos, continuam vivos e continuam em relação conosco através do pensamento. Não podemos privar de sua presença física, mas o sentimento verdadeiro nos une e eles estão em relação conosco, conforme as condições espirituais em que se encontrem. Realizaram a grande viagem de retorno à pátria espiritual antes de nós, nos precederam na jornada de retorno, mas continuam vivos e atuantes.
Um amigo incrédulo uma vez nos falou: "Só vou continuar vivo na lembrança das pessoas". Não é verdade. Continuamos tão vivos após a morte quanto estamos vivos agora. Apenas não dispomos mais deste corpo de carne, pesado e grosseiro.
Então, os espíritos atendem sim aos chamados do pensamento daqueles que visitam os túmulos. No dia 2 de novembro, portanto, como nos informam os amigos espirituais, o movimento nos cemitérios, no plano espiritual, é muito maior, porque é muito maior o número de pessoas que evocam, pelas preces e pelos sentimentos, os desencarnados.
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Pergunta: E se estes desencarnados pudessem se tornar visíveis, como eles se mostrariam?
Resposta: Com a forma que tinham quando estavam encarnados, para que pudessem ser reconhecidos. Não é raro que o espírito quando desencarne sofra ou provoque alterações na sua aparência, ou seja no seu corpo espiritual. Espíritos que estão em equilíbrio mental e emocional podem se apresentar com uma aparência mais jovem do que tinham quando estavam encarnados, enquanto outros podem inclusive adotar a aparência que tinham em outra encarnação. Por outro lado, espíritos que estão em desequilíbrio podem ter uma aparência muito diferente da que tinham no corpo, pois o corpo espiritual mostra o verdadeiro estado interior do espírito.
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Pergunta: E quanto aos espíritos esquecidos, cujos túmulos não são visitados? Como se sentem?
Resposta: Isto depende muito do estado do espírito. Muitos já reconhecem que a visita aos túmulos não é fundamental para se sentirem amados. Outros, no entanto, comparecem aos cemitérios na esperança de encontrar alguém que ainda se lembre deles e se entristecem quando se vêem sozinhos.
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Pergunta: A visita ao túmulo traz mais satisfação ao desencarnado do que uma prece feita em sua intenção?
Resposta: Visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho. Desde que realizada com boa intenção, sem ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não é condenável. Apenas é desnecessária, pois a entidade espiritual não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em qualquer lugar. A prece ditada pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo desencarnado.
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Pergunta: No ambiente espiritual dos cemitérios comparecem apenas os espíritos cujos corpos foram lá enterrados?
Resposta: Não. Segundo as narrativas, o ambiente espiritual dos cemitérios fica bastante tumultuado no chamado Dia de Finados. E isto ocorre por vários motivos. Primeiro, como já dissemos, pela própria quantidade de pessoas que visitam os túmulos. Cada um de nós levamos nossas companhias espirituais, somos acompanhados pelos espíritos familiares. Depois, porque muitos espíritos que estão vagando desocupados e curiosos do plano espiritual também acorrem aos cemitérios, atraídos pelo movimento da multidão, tal como ocorre entre os encarnados. Alguns comparecem respeitosos enquanto outros se entregam à galhofa e à zombaria.
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Pergunta: E existem espíritos que permanecem fixado no ambiente do cemitério depois de sua desencarnação?
Resposta: Sim, embora esta não seja um ocorrência comum. Além disso, devemos nos lembrar que nos cemitérios, bem como em qualquer lugar, existem equipes espirituais trabalhando para auxiliar, dentro do possível, os que estão em sofrimento.
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Pergunta: Os espíritos ligam alguma importância ao tratamento que é dado ao seu túmulo? As flores, os enfeites, as velas, os mausoléus, influenciam no estado espiritual do desencarnado?
Resposta: Não. Somente os espíritos ainda muito ligados às manifestações materiais poderiam se importar com o estado do seu túmulo, e mesmos estes em pouco tempo percebem a inutilidade, em termos espirituais, de tais arranjos. O carinho com que são cuidados os túmulos só tem algum sentido para os encarnados, que devem se precaver para não criarem um estranho tipo de culto. Não devemos converter as necrópoles vazias em "salas de visita do além", como diz Richard Simonetti. Há locais mais indicados para nos lembrarmos daqueles que partiram.
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Pergunta: E que tipo de local seria este?
Resposta: O lar! Nossos entes familiares que já desencarnaram podem ser lembrados na própria intimidade e no aconchego de nosso lar, ao invés da frieza dos cemitérios e catacumbas. Eles sempre preferirão receber nossa mensagem de saudade e carinho envolvida nas vibrações do ambiente familiar. Qualquer que seja a situação espiritual em que eles se encontrem, serão alcançados pelo nosso pensamento. Por isso, devemos nos esforçar para, sempre que lembrarmos deles, que nosso pensamento seja de saudade equilibrada, de desejo de paz e bem-estar, de apoio e afeto, e nunca de desespero, de acusação, de culpa, de remorso.
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Pergunta: Mas a tristeza é natural, não?
Resposta: Sim, mas não permitamos que a saudade se converta em angústia, em depressão. Usemos os recursos da confiança irrestrita em Deus, da certeza de Sua justiça e sua bondade. Deus é Amor, e onde haja a expressão do amor, a presença divina se faz. Vamos permitir que essa presença acalme nosso coração e tranqüilize nosso pensamento, compreendendo que os afetos verdadeiros não são destruídos pela morte física, não são encerrados na sepultura. Dois motivos portanto para não cultivarmos a tristeza: sentimos saudades – e não estamos mortos; nossos amados não estão mortos – e sentem saudades...Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, envolvendo a saudade com a esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo nossos corações em alegria e paz.

Referências:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – questões 320 a 329
Quem tem medo da morte? – Richard Simonetti

domingo, 1 de novembro de 2009

Um quinto dos casos de intoxicação são tentativas de suicídio

Segundo levantamento da Fiocruz, 60 pessoas por dia tentam se matar por envenamento no Brasil. Maioria dos casos envolve uso de remédios
Ricardo F. Santos
Em um ano, mais de 20 mil pessoas tentam se matar ingerindo substâncias tóxicas. Cerca de 60% utilizam medicamentos, e o resto das tentativas dividem-se entre a ingestão de raticidas e agrotóxicos. Esses dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pelo Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As informações são de 2007, quando foram registrados 23.243 casos de intoxicações suicidas. Isso representa 21,4% dos 108.405 envenamentos daquele ano. E dos 479 casos que terminaram em óbito, mais da metade foi notificada como suicídio. Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox, diz que as tentativas de suicídio são um problema grave. “É uma coisa complicada de lidar, tem agente tóxico por aí que é barato, de fácil acesso e de alta letalidade, ou seja, difícil de controlar”, afirma.
Segundo Rosany, dos 37 Centros de Informação e Assistência Toxicológica espalhados pelo país, apenas uma minoria conta com psicólogos em suas equipes. “Uma pessoa que se intoxica querendo dar fim à vida, mesmo que seja curada, geralmente vai tentar de novo se não receber aconselhamento apropriado”, diz Rosany. O tratamento psicológico, afirma, é a melhor saída para diminuir o número de atentados contra a própria vida. Apesar de ser um quinto dos casos de envenenamento, o suicídio foi a causa de mais de metade das mortes.
Junto com Carlos Eduardo Estellita-Lins, pesquisador da Fiocruz, Rosany tem um projeto de estudar os casos de suicídio no Brasil, e aliar a psiquiatria ao seu trabalho. “O homem dá menos indícios de que quer se matar, mas, quando se mata, utiliza agentes tóxicos mais letais. Já a mulher demonstra maior mudança de comportamento, porém utiliza agentes menos tóxicos, como remédios”, aponta ela.
Maioria dos casos de intoxicação ocorre com medicamentos
Em 2007, o Sinitox registrou 4.355 intoxicações a menos que no ano anterior. A queda ocorreu porque menos Centros de Informação e Assistência Toxicológica forneceram dados para a pesquisa. De um total de 37 centros, apenas 29 colaboraram, dois a menos que em 2006. A falta de adesão dos centros é um problema que atinge também outras áreas de pesquisa, como a da aids, e dificulta a identificação de tendências.
Mesmo assim, algumas conclusões do relatório podem direcionar políticas de conscientização da população. Os medicamentos estão envolvidos em 30% dos casos de intoxicação, independentemente das circunstâncias. O que gera isso é a forma banal como são tratados, diz Rosany.
Por causa do descuido, a faixa etária mais atingida por agentes tóxicos é de 1 a 4 anos. “As pessoas têm cerca de 20 medicamentos diferentes em casa, muitos mal utilizados e, pior, mal guardados”, afirma. Para esses tipos de intoxicação, Rosany diz que a prevenção é possível com mais campanhas de alerta aos pais, como mensagens obrigatórias em propagandas e rótulos.
Matéria publicada na Revista Época, em 8 de junho de 2009.
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comentário:

Dentre as formas de suicídio, uma das aparentemente mais fáceis é realmente a ingestão de produtos tóxicos e remédios. Eles estão facilmente à disposição da pessoa e, muitas vezes, dão a ilusão de que ocorre na ausência de dor. Já vimos em diversos filmes personagens que tentam o suicídio com medicação, onde eles apenas adormecem e geralmente são salvos pelo "acaso" da chegada de alguém.
Quase todos nós, para não generalizar demais, deseja uma morte tranquila, sem sofrimento. A indústria cinematográfica e a imaginação humana criaram esta fantasia da morte serena pela ingestão de medicamentos.
Em comunidades do Orkut, muitos daqueles que dizem ter tentado o suicidio e não conseguiram relatam que o veneno e os remédios só os fizeram vomitar e passar mal. Alguns alegam que não o fazem de outra forma por medo da dor. Estes comentários podem indicar que aqueles que buscam o suicídio pelos remédios ou substâncias tóxicas não o fazem por serem mais fáceis ou mais baratos, mas por terem a ilusão de que esta forma de suicídio é isenta de dor.
O conhecimento das consequências no mundo espiritual pode evitar que alguém se suicide? Sim, mas numa pesquisa no Orkut, onde foi perguntado:
"Se você soubesse o que aconteceria com sua alma depois do suicídio, se suicidaria ou não? Muitas pessoas não se suicidam com medo do famoso VALE DOS SUICIDAS. Diz uma antiga lenda que é o lugar para onde vai as almas dos suicidas, um lugar para elas vagarem para sempre, um lugar não muito bom, devido à sua fama."
Dentre as respostas, 79% disseram que sim, que mesmo assim cometeriam o suicídio, enquanto apenas 20% disseram que não.
Devemos lembrar que não falamos do suicida que está desesperado, confuso e sofrendo, que de certa forma está desorientado, estamos falando de pessoas que pensam constantemente em suicidar-se, como pode ser visto num dos comentários anexados a esta notícia, onde uma leitora, de nome Eva, diz: "Eu sobrevevi a uma tentativa de suicídio e hoje me arrependo de não ter morrido. Não que esteja deprimida, falo com tranquilidade. Tenho um bom emprego, estudo por prazer e tenho um grande amor. [...] Optar pela vida foi a pior coisa que eu fiz, falo com tranquilidade."
Nós não encontramos desespero ou sofrimento físico, mas é o sofrimento moral do espírito, o desejo aparente do espírito em não querer estar encarnado que o faz desejar cometer o suicídio. Ele não quer fugir de uma situação diretamente, mas parece estar vivo ou encarnado contra a sua vontade.
São espíritos que poderiam ter uma aparente felicidade no mundo espiritual ou que vieram de mundos melhores e que desejam sair daqui, mesmo que acreditem no nada após a morte. Eles, nas palavras da Eva, pedem algo que a doutrina espírita nos ensina: a não condená-los, mas procurar compreendê-los e ajudá-los a compreender porque devem continuar aqui e viver todas estas vicissitudes comuns à vida material.

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* Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC I(fonte: www.espiritismo.net)