sábado, 3 de outubro de 2015

Reflexão: Atributos de Deus

ATRIBUTOS DE DEUS

Não podemos compreender a natureza íntima de Deus. Contudo, podemos fazer ideia de algumas qualidades que, no nosso ponto de vista, Deus deve possuir em grau máximo. É possível afirmar logicamente que Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom e infinito em suas perfeições.

Em filosofia, moral ou religião, toda teoria ou crença que anule (ou mesmo, diminua) um só destes atributos não pode estar com a verdade.

Um Deus parcial, ou instável, ou vingativo; um Deus com paixões humanas ou poderes limitados não seria perfeito. Já não seria Deus. (*)

(De “Um pouco por dia”, de Rita Foelker)

(*) Ver também: O Livro dos Espíritos, Cap. 1; A Gênese, Cap. II.

Evangelho na Praia–João pessoa–PB

evanpra20154anos

Vídeo: A Humanidade

Oi, galerinha!


Hoje queremos saber qual a opinião de vocês sobre esse VÍDEO. Fala aí pra gente?

Beijinhos!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pergunta feita: Vida profissional

PERGUNTA FEITA:

Nome: M

Assunto: Vida Profissional

Mensagem: Por favor, gostaria de um esclarecimento, tenho 35 anos, sou formada e hoje me encontro desempregada.

Desde que comecei minha vida profissional, nunca obtive muito êxito e estar desempregada é uma recorrente em minha vida. Na minha última experiência, tive reconhecimento, a gerência gostava muito do meu trabalho, mas devido à crise fui mais uma vez dispensada.

Ressalto que sou uma boa profissional, muito responsável.

No espiritismo como é visto essa sucessão de insucessos, trata- se de Karma / Resgaste ou simplesmente sorte?

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RESPOSTA DADA:

Olá M.!!

Atualmente, o desemprego e as dificuldades financeiras são frequentes com muitas pessoas e inclusive, com quem tem formação.

No Espiritismo, temos que as aflições de modo geral podem ser consequência tanto da vida atual, como na vida passada.

Então, nossa análise deve sempre considerar que muitos males são resultados de nossa conduta momento presente, enquanto outros do passado. Principalmente, quando não conseguimos explicações no momento presente para o que sofremos.

Não temos uma regra. Mas, é importante buscar nosso progresso tanto moral, quanto intelectual.

Em relação a vida profissional, temos uma orientação muito interessante em 'O Livro dos Espíritos' que diz respeito a nossa vocação.

928. Evidentemente, por meio da especialidade das aptidões naturais, Deus indica a nossa vocação neste mundo. Muitos dos nossos males não advirão de não seguirmos essa vocação?

“Assim é, de fato, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam seus filhos da senda que a Natureza lhes traçou, comprometendo-lhes a felicidade, por efeito desse desvio. Responderão por ele.”

a) — Acharíeis então justo que o filho de um homem altamente colocado na sociedade fabricasse tamancos, por exemplo, desde que para isso tivesse aptidão?

“Cumpre não cair no absurdo, nem exagerar coisa alguma: a civilização tem suas exigências. Por que haveria de fabricar tamancos o filho de um homem altamente colocado, como dizes, se pode fazer outra coisa? Poderá sempre tornar-se útil na medida de suas faculdades, desde que não as aplique às avessas. Assim, por exemplo, em vez de mau advogado, talvez desse bom mecânico, etc.”

No afastarem-se os homens da sua esfera intelectual reside indubitavelmente uma das mais frequentes causas de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada constitui fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio, sobrevindo a tudo isso, impede que o que fracassou recorra a uma profissão mais humilde e lhe mostra o suicídio como remédio para escapar ao que se lhe afigura humilhação. Se uma educação moral o houvesse colocado acima dos tolos preconceitos do orgulho, jamais se teria deixado apanhar desprevenido.

Nesse caso, podemos pensar que é importante também que seja respeitado nossa aptidão para o trabalho que desenvolvemos.

Nem sempre, porém essa é a razão principal do desemprego.

Um abraço, Karina.

Equipe CVDEE

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE054 – Cap. XII – Itens 11 e 16
Tema:   O duelo
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A - Texto de Apoio:

O duelo

11. Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida uma viagem que o há de conduzir a determinado ponto, pouco caso faz das asperezas da jornada e não deixa que seus passos se desviem do caminho reto. Com o olhar constantemente dirigido para o termo a alcançar, nada lhe importa que as urzes e os espinhos ameacem produzir-lhe arranhaduras; umas e outros lhe roçam a epiderme, sem o ferirem, nem impedirem de prosseguir na caminhada. Expor seus dias para se vingar de uma injúria é recuar diante das provações da vida, é sempre um crime aos olhos de Deus; e, se não fôsseis, como sois, iludidos pelos vossos prejuízos, tal coisa seria ridícula e uma suprema loucura aos olhos dos homens.

Há crime no homicídio em duelo; a vossa própria legislação o reconhece. Ninguém tem o direito, em caso algum, de atentar contra a vida de seu semelhante: é um crime aos olhos de Deus, que vos traçou a linha de conduta que tendes de seguir. Nisso, mais do que em qualquer outra circunstância, sois juízes em causa própria. Lembrai-vos de que somente vos será perdoado, conforme perdoardes; pelo perdão vos acercais da Divindade, pois a clemência e irmã do poder. Enquanto na Terra correr uma gota de sangue humano, vertida pela mão dos homens, o verdadeiro reino de Deus ainda se não terá implantado aí, reino de paz e de amor, que há de banir para sempre do vosso planeta a animosidade, a discórdia, a guerra. Então, a palavra duelo somente existirá na vossa linguagem como longínqua e vaga recordação de um passado que se foi. Nenhum outro antagonismo existirá entre os homens, afora a nobre rivalidade do bem. - Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1861.)

12. Em certos casos, sem dúvida, pode o duelo constituir uma prova de coragem física, de desprezo pela vida, mas também é, incontestavelmente, uma prova de covardia moral, como o suicídio. O suicida não tem coragem de enfrentar as vicissitudes da vida; o duelista não tem a de suportar as ofensas, Não vos disse o Cristo que há mais honra e valor em apresentar a face esquerda aquele que bateu na direita, do que em vingar uma injúria? Não disse ele a Pedro, no jardim das Oliveiras: "Mete a tua espada na bainha, porquanto aquele que matar com a espada perecerá pela espada?" Assim falando, não condenou, para sempre, o duelo? Efetivamente, meus filhos, que é essa coragem oriunda de um gênio violento, de um temperamento sanguíneo e colérico, que ruge à primeira ofensa? Onde a grandeza d’alma daquele que, à menor injúria, entende que só com sangue a poderá lavar? Ah! que ele trema! No fundo da sua consciência, uma voz lhe bradará sempre: Caim! Caim! que fizeste de teu irmão? Foi-me necessário derramar sangue para salvar a minha honra, responderá ele a essa voz, Ela, porem, retrucará: Procuraste salvá-la perante os homens, por alguns instantes que te restavam de vida na Terra, e não pensaste em salvá-la perante Deus! Pobre louco! Quanto sangue exigiria de vós o Cristo, por todos os ultrajes que recebeu! Não só o feristes com os espinhos e a lança, não só o pregastes num madeiro infamante, como também o fizestes ouvir, em meio de sua agonia atroz, as zombarias que lhe prodigalizastes, Que reparação a tantos insultos vos pediu ele? O último brado do cordeiro foi unia súplica em favor dos seus algozes! Oh! como ele, perdoai e oral pelos que vos ofendem.

Amigos, lembrai-vos deste preceito: "Amai-vos uns aos outros" e, então, a um golpe desferido pelo ódio respondereis com um Sorriso, e ao ultraje com o perdão. O mundo, sem dúvida, se levantará furioso e vos tratará de covardes; erguei bem alto a fronte e mostrai que também ela se não temeria de cingir-se de espinhos, a exemplo do Cristo, mas, que a vossa mão não quer ser cúmplice de um assassínio autorizado por falsos ares de honra, que, entretanto, não passa de orgulho e amor-próprio. Dar-se-á que, ao criar-vos, Deus vos outorgou o direito de vida e de morte, uns sobre os outros? Não, só à Natureza conferiu ele esse direito, para se reformar e reconstruir; quanto a vós, não permite, sequer, que disponhais de vós mesmos. Como o suicida, o duelista se achará marcado com sangue, quando comparecer perante Deus, e a um e outro o Soberano Juiz reserva rudes e longos castigos. Se ele ameaçou com a sua justiça aquele que disser raca a seu irmão, quão mais severa não será a pena que comine ao que chegar à sua presença com as mãos tintas do sangue de seu irmão! -Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

13. O duelo, como o que outrora se denominava o juízo de Deus, é uma das instituições bárbaras que ainda regem a sociedade. Que diríeis, no entanto, se vísseis dois adversários mergulhados em água fervente ou submetidos ao contato de um ferro em brasa, para ser dirimida a contenda entre eles, reconhecendo-se estar a razão com aquele que melhor sofresse a prova? Qualificaríeis de insensatos esses costumes, não é exato? Pois o duelo é coisa pior do que tudo isso. Para o duelista destro, é um assassínio praticado a sangue frio, com toda a premeditação que possa haver, uma vez que ele está certo da eficácia do golpe que desfechará. Para o adversário, quase certo de sucumbir em virtude de sua fraqueza e inabilidade, é um suicídio cometido com a mais fria reflexão, Sei que muitas vezes se procura evitar essa alternativa igualmente criminosa, confiando ao acaso a questão: - mas, não é isso voltar, sob outra forma, ao juízo de Deus, da Idade Média? E nessa época infinitamente menor era a culpa. A própria denominação de juízo de Deus indica a fé, ingênua, é verdade, porém, afinal, fé na justiça de Deus, que não podia consentir sucumbisse um inocente, ao passo que, no duelo, tudo se confia à força bruta, de tal sorte que não raro é o ofendido que sucumbe.

Ó estúpido amor-próprio, tola vaidade e louco orgulho, quando sereis substituídos pela caridade cristã, pelo amor do próximo e pela humildade que o Cristo exemplificou e preceituou? Só quando isso se der desaparecerão esses preceitos monstruosos que ainda governam os homens, e que as leis são impotentes para reprimir, porque não basta interditar o mal e prescrever o bem; é preciso que o princípio do bem e o horror ao mal morem no coração do homem. - Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)

14. Que juízo farão de mim, costumais dizer, se eu recusar a reparação que se me exige, ou se não a reclamar de quem me ofendeu? Os loucos, como vós, os homens atrasados vos censurarão; mas, os que se acham esclarecidos pelo facho do progresso intelectual e moral dirão que procedeis de acordo com a verdadeira sabedoria. Refleti um pouco. Por motivo de uma palavra dita às vezes impensadamente, ou inofensiva, vinda de um dos vossos irmãos, o vosso orgulho se sente ferido, respondeis de modo acre e daí uma provocação. Antes que chegue o momento decisivo, inquiris de vós mesmos se procedeis como cristãos? Que contas ficareis devendo à sociedade, por a privardes de um de seus membros? Pensastes no remorso que vos assaltará, por haverdes roubado a uma mulher o marido, a uma mãe o filho, ao filho o pai que lhes servia de amparo? Certamente, o autor da ofensa deve uma reparação; porém, não lhe será mais honroso dá-la espontaneamente, reconhecendo suas faltas, do que expor a vida daquele que tem o direito de se queixar? Quanto ao ofendido, convenho em que, algumas vezes, por ele achar-se gravemente ferido, ou em sua' pessoa, ou nas dos que lhe são mais caros, não está em jogo somente o amor-próprio: o coração se acha magoado, sofre. Mas, além de ser estúpido arriscar a vida, lançando-se contra um miserável capaz de praticar infâmias, dar-se-á que, morto este, a afronta, qualquer que seja, deixa de existir? Não é exato que o sangue derramado imprime retumbância maior a um fato que, se falso, cairia por si mesmo, e que, se verdadeiro, deve ficar sepultado no silêncio? Nada mais restará, pois, senão a satisfação da sede de vingança. Ah! triste satisfação que quase sempre dá lugar, já nesta vida, a causticantes remorsos. Se é o ofendido que sucumbe, onde a reparação?

Quando a caridade regular a conduta dos homens, eles conformarão seus atos e palavras a esta máxima: "Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam." Em se verificando isso, desaparecerão todas as causas de dissensões e, com elas, as dos duelos e das guerras, que são os duelos de povo a povo. - Francisco Xavier,(Bordéus, 1861.)

15. O homem do mundo, o homem venturoso, que por uma palavra chocante, uma coisa ligeira, joga a vida que lhe veio de Deus, joga a vida do seu semelhante, que só a Deus pertence, esse é cem vezes mais culpado do que o miserável que, impelido pela cupidez, algumas vezes pela necessidade, se introduz numa habitação para roubar e matar os que se lhe opõem aos desígnios. Trata-se quase sempre de uma criatura sem educação, com imperfeitas noções do bem e do mal, ao passo que o duelista pertence, em regra, à classe mais culta. Um mata brutalmente, enquanto que o outro o faz com método e polidez, pelo que a sociedade o desculpa. Acrescentarei mesmo que o duelista é infinitamente mais culpado do que o desgraçado que, cedendo a um sentimento de vingança, mata num momento de exasperação. O duelista não tem por escusa o arrebatamento da paixão, pois que, entre o insulto e a reparação, dispõe ele sempre de tempo para refletir. Age, portanto, friamente e com premeditado desígnio; estuda e calcula tu do, para com mais segurança matar o seu adversário. E certo que também expõe a vida e é isso o que reabilita o duelo aos olhos do mundo, que nele então só vê um ato de coragem e pouco caso da vida. Mas, haverá coragem da parte daquele que está seguro de si? O duelo, remanescente dos tempos de barbárie, em os quais o direito do mais forte constituía a lei, desaparecerá por efeito de uma melhor apreciação do verdadeiro ponto de honra e à medida que o homem for depositando fé mais viva na vida futura. -Agostinho. (Bordéus, 1861.)

16. NOTA. Os duelos se vão tornando cada vez mais raros e, se de tempos a tempos alguns de tão dolorosos exemplos se dão, o número deles não se pode comparar com o dos que ocorriam outrora. Antigamente, um homem não saía de casa sem prever um encontro, pelo que tomava sempre as necessárias precauções. Um sinal característico dos costumes do tempo e dos povos se nos depara no porte habitual, ostensivo ou oculto, de armas ofensivas ou defensivas. A abolição de semelhante uso demonstra o abrandamento dos costumes e é curioso acompanhar-lhes a gradação, desde a época em que os cavaleiros só cavalgavam bardados de ferro e armados de lança, até a em que uma simples espada à cinta constituía mais um adorno e um acessório do brasão, do que uma arma de agressão. Outro indício da modificação dos costumes está em que, outrora, os combates singulares se empenhavam em plena rua, diante da turba, que se afastava para deixar livre o campo aos combatentes, ao passo que estes hoje se ocultam. Presentemente, a morte de um homem é acontecimento que causa emoção, enquanto que, noutros tempos, ninguém dava atenção a isso.

O Espiritismo apagará esses últimos vestígios da barbárie, incutindo nos homens o espírito de caridade e de fraternidade.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Comente a frase: “Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida uma viagem que o há de conduzir a determinado ponto, pouco caso faz das asperezas da jornada e não deixa que seus passos se desviem do caminho reto”.

2 – Apesar da evolução que o ser humano alcançou, ainda existem duelos em nossas vidas?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Desenvolva o tema…

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Passe adiante... Igualdade

clip_image002Igualdade é a inexistência de desvios ou incongruências sob determinado ponto de vista, entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, ideias, conceitos ou quaisquer coisas que permitam que seja feita uma comparação.

Especificamente no âmbito da Política, o conceito de igualdade descreve a ausência de diferenças de direitos e deveres entre os membros de uma sociedade. Em sua concepção clássica, a ideia de sociedade igualitária começou a ser cunhada durante o Iluminismo, para idealizar uma realidade em que não houvesse distinção jurídica entre nobreza, burguesia, clero e escravos. Mais recentemente, o conceito foi ampliado para incluir também a igualdade de direitos entre gêneros, classes, etnias, orientações sexuais, etc.

Durante a Revolução Francesa, o termo igualdade compunha a palavra de ordem dos revolucionários, Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

No contexto da pós-modernidade, a ideia de igualdade tem sido gradualmente abandonada e preterida pela ideia de diversidade.

Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A Grande Vantagem

A Grande Vantagem

Nara Coelho

Num ótimo programa de TV, realizado há anos, uma jornalista integrante da mesa dos debatedores, indagou a uma espírita que participava do programa: "Qual a vantagem que você leva sobre mim, que não acredito em reencarnação?".
Com sinceridade posso afirmar que a pergunta fez-me rir. A eterna mania do brasileiro de querer levar vanta­gem em tudo se  aplicava, agora, à reencarnação. Podia deduzir-se, então, de que dependia apenas da capacidade de persuasão da entrevistada a chance de que a jornalista passasse a apoiar a tese reencarnacionista.

Para quem, como eu, que nasceu em um lar espírita, aprendendo desde a mais tenra idade a ver a vida sob a ótica de reencarnação, que direciona o entendimento da criatura para a lei de causa e efeito, fica difícil crer que se possa suportar e entender a existência sem a lógica das vidas sucessivas.
Naquele momento parei para meditar no assunto, procurando situar-me, pela primeira vez, como se adepta fosse da unicidade da existência.
E, claramente, pude perceber o incômodo desse posicionamento. Vi-me, repentinamente, sufocada entre o berço e o túmulo. Estava sem possibilidade de expansão, sem tempo para progredir, aprisionada aos grilhões da hereditariedade e constrangida a valer-me do imperativo do cada um por si...
Num estalar de dedos, a vida assumiu funções amargas, as criaturas em torno de mim escapavam da fraternidade em Deus para representar, de per si, o verdadeiro papel do concorrente a ser expulso da competição.
Fagulhas de ansiedade entrecortaram-me as predisposições, induzindo-me a arrefecer o entusiasmo pelo progresso espiritual, optando pela vitória imediata, ainda que aparente.
Curioso... numa questão de minutos viajei por uma estrada (possivelmente conhecida, pelo meu espírito) que me conduzia a um castelo de ilusões, edificado sobre a areia.
Mas assim mesmo eu prosseguia. Não era isso o que me restava? Afinal de contas a vida era uma só e a morte poderia me surpreender a qualquer momento! Necessário se fazia que eu aproveitasse, a qualquer custo, o tempo que me era dado. Indispensável, porém, não meditar sobre a justeza dos acontecimentos, caso contrário não entenderia Deus... E Jesus? Uma incógnita.
Assim fui me deixando levar numa sucessão de conjectu­ras, que se somavam, cada vez mais rapidamente, provocando-me um sentimento crescente de angústia que explodiu num CHEGA! E, como num passe de mágica, voltei a paz do meu verdadeiro entendimento. E descansei meu espírito ao som confortador do "Meu jugo é leve... Meu fardo é suave".
Que maravilha é sentir-me eterno! A morte não existe! Numa visão confortadora, as barreiras dos túmulos se esfacelam ante o amor e a justiça de Deus que permitem a todos recomeçar, renascer, reencarnar.
Os semelhantes são meus irmãos novamente e é muito mais fácil exercitar a tolerância e o perdão porque estarei investindo no meu próprio futuro.
Para que mobilizar o orgulho e o egoísmo se responderei por todo sofrimento que provocar no meu semelhante? Muito mais inteligente é tentar combater meus defeitos, preferindo irradiar o bem e a fraternidade porque serei a primeira beneficiada.
Ah! Bendita reencarnação que a todos promove a oportunidade de entender o que Jesus queria que entendessem: Ame seu próximo, ame seus inimigos, perdoe setenta vezes sete vezes; seja perfeito como é nosso Pai... e tantos e tantos ensinamentos para a ciência do bem viver! Quanta sabedoria se torna incoerente e ininteligível, quando não se leva em conta a pluralidade de existências.
Essa pequena mas indelével experiência de sentimentos e sensações tão antagônicas que vivi, como que num clarão de entendimento, mostrou-me porque o mundo não é feliz e a criatura humana tão atormentada. E pude concluir, esperançosa, que a humanidade terá paz quando a reencarnação for para todos, como o é para os espíritas: uma questão líquida e certa.
A cada um de nós resta a exemplificação do Evangelho de Jesus, na dor e na felicidade, a fim de que a tese reencarnacionista volte a ocupar o espaço, que sempre lhe pertenceu. E, relembrando a prezada jornalista, representante de uma fatia da sociedade, prejudicada pelo desvirtuamento dos ensinamentos de Jesus, sou tentada a dizer: - Minha amiga, como é vantajoso ser reencarnacionista!

21 de Setembro de 2015 – EspNet

domingo, 27 de setembro de 2015

'Templo Satânico'apresenta escultura de ídolo pagão e gera polêmica nos EUA

'Templo Satânico'apresenta escultura de ídolo pagão e gera polêmica nos EUA

O corpo é de um homem musculoso, cabeça e patas de um bode com barba e chifres, tem grandes asas, exibe um pentagrama na testa e o que parece com um bastão de Esculápio à frente do abdome, um antigo símbolo associado ao deus grego de mesmo nome e à Medicina.

Esta é uma estátua do ídolo pagão Baphomet (ou Bafomé) que o grupo religioso Templo Satânico inaugurou em Detroit, nos Estados Unidos. Além de todos estes símbolos e representações, a estátua também aponta dois dedos para o céu e está cercada por um menino e uma menina.

No website dos organizadores do evento, a inauguração da estátua - ocorrida no último sábado - foi anunciada como uma "noite de caos, ruído e libertinagem" onde apenas maiores de 18 anos poderiam entrar.

"Venha dançar com o diabo e viver a História enquanto ela é escrita", continuava o convite.

A escultura apresentada pelo Templo Satânico é de bronze e pesa uma tonelada e meia. Tem 2,59 metros de altura e foi inaugurada em um edifício industrial perto do rio Detroit, pouco antes das 11h30 da noite. O local exato da inauguração só foi informado para os participantes por email poucas horas antes do evento e a estátua não pôde ser vista pelo público em geral.

Os organizadores afirmam que apresentaram a estátua desta forma, em segredo, para "reduzir a perseguição", de acordo com declaração de um dos fundadores da organização, Lucien Greaves.

Por perseguição, Greaves se referia a cerca de 50 pessoas que protestaram do lado de fora do restaurante no qual, inicialmente, o Templo Satânico pretendia mostrar a estátua pela primeira vez.

Mas, o plano teve que ser cancelado pois o dono do restaurante, Bert Dearing, desistiu de realizar o evento.

"Detroit é uma área muito religiosa. Quando aluguei este lugar acreditei que se tratava de uma igreja. Não sabia da apresentação da estátua. Não sabíamos que eram adoradores do diabo", disse Dearing.

Dearing também mandou celebrar missas contra Baphomet, como a celebrada no sábado em uma das igrejas católicas da cidade, a de Saint Joseph, a mais popular do Estado americano de Michigan.

"A última coisa que precisamos em Detroit é de uma festa de boas vindas para o diabo", disse a jornalistas Dave Bullock, pastor da igreja batista de St. Matthew, em Highland Park, uma cidade da área metropolitana de Detroit.

'Um rebelde'

A organização Templo Satânico, com matriz em Nova York e representação em vários pontos dos Estados Unidos, reivindica para si Satã, mas não o considera um ser diabólico.

Segundo a explicação no site da organização, Satã é entendido pelos membros como "símbolo da natureza inerente do homem, a representação do eterno rebelde, da liberdade individual, mais que uma deidade ou um ser sobrenatural".

Para o grupo, os satanistas devem "trabalhar muito para afiar o pensamento crítico e exercitar o questionamento razoável de todas as coisas".

"A missão do Templo Satânico é encorajar a benevolência e a empatia entre as pessoas. Além disso, abraçamos o sentido comum e o sentido da justiça".

Por isso, eles alegam no website que a escultura é um "chamado às armas com que terá início nossa maior luta em nome da liberdade individual, do livre exercício e contra os teocratas egoístas".

E, em sintonia com estes discurso, a intenção dos organizadores é levar Baphomet ao Estado do Arkansas, cujo governador, o republicano Asa Hutchinson, firmou em abril um projeto de lei que autorizaria a construção de um monumento aos Dez Mandamentos nos terrenos do Congresso do Estado.

Oklahoma

O Templo Satânico já havia tentado colocar a escultura em um jardim perto do Congresso do Estado de Oklahoma, perto do obelisco dos Dez Mandamentos, instalado no lugar em 2012 apesar das dúvidas sobre a constitucionalidade do monumento.

O obelisco dos Dez Mandamentos é dedicado, como se pode imaginar, ao conjunto de princípios éticos e de adoração que têm um papel importante no judaísmo e cristianismo e foi financiado pelo republicano Mike Ritze, membro da Câmara Baixa do Congresso estadual.

Para evitar conflitos relativos à separação da Igreja e do Estado ao colocar tal monumento em uma propriedade pública, o batizaram de parque monumental.

Mas agora, depois de anos de polêmica e batalhas legais, no dia 30 de junho a Suprema Corte de Justiça de Oklahoma concluiu que a peça viola a Constituição do Estado que proíbe a utilização de propriedades do governo em benefício de uma religião.

Diante disto, vários legisladores estaduais ameaçaram tentar a destituição dos juízes da Suprema Corte de Oklahoma e se comprometeram a apoiar mudanças na Constituição do Estado.

A governadora republicana do Estado, Maria Fallin, anunciou que vai manter o monumento no lugar até que o Estado entre com um recurso contra a decisão da Suprema Corte.

Enquanto isso, mesmo que Baphomet não tenha sido colocado em lugar público, o Templo Satânico comemorou sua inauguração com gritos "viva Satã".

"É um triunfo artístico único, um testamento da pluralidade e do poder da ação coletiva", informou o grupo em seu site.

Notícia publicada na BBC Brasil, em 27 de julho de 2015.

Claudio Conti* comenta

Em se tratando de religião e liberdade religiosa tudo pode acontecer, pois se trata de crenças e, adaptando o ditado popular, “contra crenças não há argumento”.

A questão é que existe um grande número de religiões espalhadas pelo mundo afora, cada uma possui seus dogmas, crenças e objetos de devoção. Assim, para ilustrar o que estamos dizendo, vamos falar um pouco do Pastafarianismo.

O Pastafarianismo, como é conhecido em português, é a Church of the Flying Spaghetti Monster, que em tradução livre seria "Igreja do Monstro Espaguete Voador”. Muitos podem não acreditar, mas realmente existe esta religião oficialmente, não é apenas um movimento ou algo parecido, sem uma estrutura definida. Como toda religião, apresenta estatuto próprio, deveres, direitos, dirigentes, etc. O objeto de referência para seus adeptos é um escorredor de macarrão na cabeça, usado como um chapéu. As instituições governamentais, tais como aquelas responsáveis pela emissão de documentos de identificação ou carteira de motorista, são obrigadas a aceitar que os seguidores do pastafarianismo usem as fotos no documento com o escorredor na cabeça.

A questão principal é que ninguém se importa com um escorredor de macarrão, ninguém se sente agredido ou que sua crença tenha sido ofendida diante de alguém com um escorredor de macarrão ou outro símbolo inócuo qualquer.

Porém, a figura de Satã não é inócua para a humanidade ocidental em geral, pois traz forte componente arquetípico e, por isso, a grande maioria não consegue perceber que o objeto de adoração de um grupo ou outra religião, que não aquela que professa, em nada interfere com as suas próprias crenças. Diante de um componente psíquico que foi “ativado" pelo estímulo, no caso a estátua de Satã, toda e qualquer racionalização deixa de ser viável, dando vazão a reações das mais variadas.

A estátua relativa aos Dez Mandamentos, por sua vez, incomada alguns, contudo, não da mesma forma e intensidade, pois o componente arquetípico possui outro valor, diferenciado quanto à forma e intensidade, acarretando reações compatíveis. Para aqueles que o incômodo é grande, se sentem impotentes por não haver massa crítica para um movimento antagônico maior.

Uma questão que a humanidade precisa ainda aprender é conviver em harmonia. Alguns grupos apresentam seus objetos de adoração, ou sagrados, cada um maior que o outro, em praças públicas, na frente de prédios, templos ou não, à vista de todos, visando atrair adeptos ou demonstração de orgulho, que é a ideia disseminada pelas religiões dominantes, aquelas com maior número de adeptos. Em decorrência da liberdade religiosa, todos devem ter o mesmo direito.

É difícil dizer até que ponto os adeptos do Pastafarianismo realmente acreditam num deus espaguete, pois, segundo relatos, o conceito por trás desta religião é uma crítica às religiões dominantes e estruturadas com suas crenças, objetos de devoção e práticas religiosas.

Assim, podemos tirar uma valiosa lição: oremos baixo e em reclusão, quando em conjunto, procuremos não ultrapassar o direito do próximo de não o "forçar" a compartilhar, em decorrência de som alto ou larga expansividade, de uma prática religiosa que não lhe atrai.

Com frequência os ensinamentos de Jesus são esquecidos dentre os que se dizem cristãos, pois vale lembrar as seguintes palavras de Jesus: "Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que, afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. - Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa.”

O exemplo sempre é o melhor argumento.

* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.