sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A palavra é sua - Trocando ideia

Oi, Galera! Beleza aí?

Vamos trocar ideia, à luz da Doutrina Espírita, sobre  relacionamento afetivo entre casais?

E, aí:

1. O casamento é um gesto de egoísmo, de benevolência ou simplesmente um contrato jurídico?
2.Entre a poligamia e a monogamia, qual está mais de acordo com a Lei Natural? Por que?
3.A dissolução do casamento traz benefícios ou dificuldades para os casais?

Te aguardamos, pois a palavra é sua!!! :)

Beijos e abraços


Usai, mas não abuseis: tal é a lei

Usai, mas não abuseis: tal é a lei


Discorrendo sobre o Livro “O Evangelho segundo o Espiritismo”, encontraremos no Cap. V, no item 26, essa assertiva que nos traz algumas reflexões sobre o corpo físico e o uso que fazemos desse instrumento sagrado que Deus nos emprestou, enquanto nos encontramos em trânsito na vida terrena.

Na obra “Missionários da Luz”, do espírito André Luiz, podemos verificar a história de Segismundo, que necessita retornar ao mundo físico para resgatar débitos contraídos no pretérito e a preparação no mundo espiritual, a fim de que ele reencarne (a expressão “mundo físico” consta na linha anterior) para cumprir sua missão. O espírito André Luiz mostra-nos nessa maravilhosa obra a engenhosidade, o empenho e o cuidado que os espíritos benfeitores têm para planejar e organizar um novo corpo físico e a sua importância no nosso processo de desenvolvimento moral e intelectual.

Assim, como o trabalhador necessita de instrumentos para laborar no campo do seu conhecimento, através do computador, do lápis, de uma enxada, etc., a fim de proporcionar o progresso socioeconômico de uma cidade ou de um país, o espírito necessita do corpo material para mergulhar no mundo físico para atender a diversas necessidades.

Seja para executar uma missão superior, quando contribui para o conhecimento filosófico, científico, seja para vivenciar exemplos plenos de amor, visando o avanço da humanidade ou em situações de reparação, resgate ou expiação de um passado delituoso. Vale ressaltar que não retornamos para sofrer no sentido pleno da palavra. O sofrimento que o ser humano sente faz parte da vida terrena, devido à natureza das coisas. A questão é saber como estamos passando pelos processos provacionais e expiatórios.

O atleta, quando almeja o “podium”, terá que se submeter a uma vida de regras e disciplinas. Dias, semanas, meses de exercícios para sua preparação, a fim de competir e vencer. Com certeza sofrerá com os exercícios, por causa da natureza da matéria, porém esse sofrimento natural será superado pela motivação e determinação em alcançar sua meta.

Assim é com o espírito em prova ou expiação. Estamos na Terra para atingir metas: aprender a perdoar, a servir, a desenvolver talentos, a contribuir para a sociedade positivamente, a passar por processos de enfermidades físicas. Contudo, se passamos a enxergá-las como oportunidades de libertação, de exercício para a conquista da paz de consciência e harmonia com o Universo, o sofrimento inerente à natureza da vida terrena, será superado no dia-a-dia, através da oração, da paciência e esperança e, após a tempestade, dele sairemos triunfantes para o novo dia.

Por isso Jesus afirmava: “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”. O maior sofrimento decorre da rebeldia e descrença em Deus e na sua providência, que dá sempre novas oportunidades para que seu filho recomece e construa um novo caminho de amor.

Contudo, ao chegarmos à vida física acabamos nos distraindo com os prazeres, com as preocupações, aflições, com os desejos e utilizamos nosso precioso instrumento para satisfazer nossos caprichos pueris ou reviver situações desastrosas.

Como não conseguimos resolver os conflitos existenciais, encarando-os como são e buscando a sua raiz para, após, resolvê-los equilibradamente, o ego direciona nossa energia para o consumo desenfreado dos bens materiais, para o uso de substâncias psicoativas, para o álcool, para a preocupação exterior com a aparência pessoal, para uma vida devotada tão somente ao trabalho, pensando apenas em enriquecer. Com isso, canaliza-se a energia para propósitos menos felizes.

Acabamos utilizando o corpo físico para as conquistas externas ou para satisfazer as paixões e instintos como a sexolatria, a jogatina, o uso das drogas e do álcool. Vivendo apenas do pescoço para baixo, esquecidos de que a vida não se resume às sensações do corpo e das consequências que teremos que assumir e viver ainda nesta vida ou quando atravessarmos o portal da morte.

Aí, toda a verdade virá à tona. A lei de causa e efeito agirá sobre nós e a consciência perguntará: que fizeste do corpo de te emprestei, do tempo disponível que te dei, das dificuldades econômicas e físicas para te ocupar e não se distrair com as paixões inferiores? Haverá choro e ranger de dentes, segundo afirmou Jesus.

Confirmando, o que aqui fazemos carregamos conosco e a reação da lei divina é impostergável. Não como uma vingança, mas como processo natural, assim como o livre-arbítrio com que fomos dotados para escolher entre um caminho e outro. A divindade é como uma instituição bancária, que empresta recursos financeiros, porém o devedor terá que prestar contas a partir de certo prazo estabelecido, ao contrário, sofrerá as penalidades estabelecidas pelo sistema financeiro.

Por isso devemos meditar sobre nossa existência e tudo que a envolve. Desde nossos tutores maternais e paternais, que por mais que tenhamos rusgas, conflitos e embates com eles, foi o melhor que a providência divina achou que merecíamos e, por meio deles, tivemos a bendita oportunidade de estarmos na vida. Durante nove meses, estivemos no ventre materno, passamos por todos os estágios ancestrais evolutivos, que divino!, e tudo foi providenciado com amor e carinho pelos benfeitores caridosos. Se imaginássemos, segundo a segundo, no nosso dia, a grandiosidade desse trabalho, perderíamos menos tempo na frivolidade, nas queixas, nos aborrecimentos e na preguiça mental.

Aproveitemos mais o tempo, valorizando o corpo físico, dando-lhe o melhor, cuidando para não bombardeá-lo com os pensamentos malsãos, que destroem e adoecem as células. Não cultivando por muito tempo a raiva e a mágoa que podem causar câncer. Utilizando nossas pernas para irem em direção à verdade, as mãos para afagar quem delas necessitarem e que da nossa boca saiam palavras instrutivas para aliviar as dores dos irmãos do caminho.

E, por fim, agradecer ao Senhor da vida pelo corpo físico que nos foi emprestado, não importa se é belo ou feio, pela saúde, pela doença, pela pobreza, pela riqueza, pelos amigos, pelos inimigos, pelas dificuldades, pelas facilidades. Enfim, sermos mais gratos à vida que, por mais difícil que seja, é apenas um exercício para o crescimento espiritual a que todos estão predestinados.
Ana Cláudia de Jesus Barret
http://www.feak.org/feaksite2/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Itemid=85

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Buscando a resposta - qual é a correta ou mais correta?

O Site do Kardecpedia apresenta as obras de kardec, em ordem cronológica, da seguinte forma
(https://kardecpedia.com/?gclid=Cj0KCQjwiLDMBRDFARIsACNmiX_mAKaZVxC9fdKeRsfN86n78n4bavrTMOrP9jfZnG1Gf2QecGxRazMaAvrTEALw_wcB) 


A Nobilta apresenta 39 textos publicados de Allan Kardec

Queremos saber se ambos estão corretos ou qual deles é correto. E o por quê, claro! :)
Aguardamos vocês nos informar :)
Beijos e abraços


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Artigo: Gestação frustrada -- Trocando ideia: qual sua opinião?

O retorno do Espírito ao mundo corporal, em cumprimento da Lei de Progresso, se dá pelo processo biológico que conhecemos por Gestação.

Embora sejamos individualidades ímpares, o processo reencarnatório também obedece a determinados princípios, como nos afirma o Benfeitor Espiritual Alexandre:

“Grande percentagem de reencarnações na Crosta se processa em moldes padronizados para todos, no campo de manifestações puramente evolutivas. Mas outra percentagem não obedece ao mesmo programa. Elevando-se a alma em cultura e conhecimentos, e, consequentemente, em responsabilidade, o processo reencarnacionista individual é mais complexo, fugindo à expressão geral, como é lógico. (1)

Desejamos, neste pequeno ensaio, focar nossa atenção para os processos em que a gestação não alcança a sua finalidade última, não permitindo ao Espírito experienciar a vida física por determinado tempo.

Também esse assunto chamou a atenção de Allan Kardec, que demandou aos Espíritos Superiores:

“Há, como indica a ciência, crianças que, desde o ventre materno, não têm possibilidades de viver? Qual o objetivo disso?

– Isso acontece frequentemente; a Providência o permite como prova para seus pais ou para o Espírito que está para reencarnar”. (2)

“Existem crianças que, nascendo mortas, não foram destinadas à encarnação de um Espírito?

– Sim, há as que nunca tiveram um Espírito destinado para o corpo; nada devia realizar-se por elas. É, então, somente pelos pais que essa criança veio”(3)

A esse respeito foi proposto ao Benfeitor André Luiz o seguinte questionamento:
“Como compreenderemos os casos de gestação frustrada quando não há Espírito reencarnante para arquitetar as formas do feto?

– Em todos os casos em que há formação fetal, sem que haja a presença de entidade reencarnante, o fenômeno obedece aos moldes mentais maternos. Dentre as ocorrências dessa espécie há, por exemplo, aquelas nas quais a mulher, em provação de reajuste do centro genésico, nutre habitualmente o vivo desejo de ser mãe, impregnando as células reprodutivas com elevada percentagem de atração magnética, pela qual consegue formar com o auxílio da célula espermática um embrião frustrado que se desenvolve, embora inutilmente, na medida de intensidade do pensamento maternal, que opera, através de impactos sucessivos, condicionando as células do aparelho reprodutor, que lhe respondem aos apelos segundo os princípios de automatismo e reflexão. (4)

Voltando ao Livro dos Espíritos encontraremos:

“O Espírito sabe, com antecedência, que o corpo que escolheu não tem probabilidades de vida?

– Algumas vezes, sabe; mas se o escolher por esse motivo, é porque recua diante da prova”. (5)

E também:

“Quando uma encarnação falha para o Espírito, por uma causa qualquer, é suprida imediatamente por outra existência?

– Nem sempre imediatamente. É preciso ao Espírito o tempo de escolher de novo, a menos que uma reencarnação imediata seja uma determinação anterior”. (6)

Fica claro que a gestação do corpo físico também está vinculada às necessidades de provas e expiações do Espírito reencarnante e dos Pais, e como dentro das possibilidades da não consumação da gestação há a recusa da mesma por parte da mãe, que provoca o aborto, os Benfeitores nos esclarecem:

“Quais são, para o Espírito, as consequências do aborto?

– É uma existência nula que terá de recomeçar”. (7)

Ainda em Missionários da Luz André Luiz comenta sobre o aborto:

“Há, por exemplo, os casos em que a mulher, por recusa deliberada à gravidez de que já se acha possuída, expulsa a entidade reencarnante nas primeiras semanas de gestação, desarticulando os processos celulares da constituição fetal e adquirindo, por semelhante atitude, constrangedora dívida ante o Destino”. (8)

O comentário de André Luiz está fundamentado em O Livro dos Espíritos:

“O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?

– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento”. (9)

Atestam os Espíritos, no entanto:

“No caso em que a vida da mãe esteja em perigo pelo nascimento do filho, existe crime ao sacrificar a criança para salvar a mãe?
– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”. (10)

Outra possibilidade de interrupção da gestação é a do Espírito recusar, quando já definido, o seu processo reencarnatório:

“ O Espírito poderia, no último momento, recusar o corpo escolhido por ele?
– Se recusasse, sofreria muito mais do que aquele que não tentou nenhuma prova”. (11)

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Referências:
(1) Missionários da Luz, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap. XII;
(2) O Livro dos Espíritos, item 355;
(3) Idem, item 356;
(4) Evolução em Dois Mundos, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap. 33;
(5) O Livro dos Espíritos, item 348;
(6) Idem, item 349;
(7) Idem, item 357;
(8) Missionários da Luz, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap. XII;
(9) O Livro dos Espíritos, item 358;
(10) Idem, item 359;
(11) Idem, item 355 a.

Obs. Os negritos do texto são do autor do mesmo.

( Antonio Carlos Navarro - Fonte: http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/gestacao-frustrada)  - 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Revista Espírita - março 1864 - Manifestações de Poitiers.

REVISTA ESPIRITA
JORNAL
DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
7 a ANO NO. 3 MARÇO 1864

Se essa senhora tivesse conseguido, teria ela aceito ou recusado? Nós o ignoramos, porque dez mil francos são bem sedutores, sobretudo em certas posições. Em todos os casos, a tentação foi grande; e quem sabe se uma recusa não foi seguida de um lamento que lhe atenuou o mérito? Notemos que, na prece, ela pede a Deus de retirar sua faculdade antes de permitir que seja tentada de desviá-la de seu fim providencial; pois bem! sua prece foi atendida; sua mediunidade lhe foi retirada para esse fato especial, a fim de poupar-lhe o perigo da tentação, e todas as conseqüências deploráveis que isso teria em conseqüência, para ela mesma primeiro, e também pelos maus efeitos que isso teria produzido.
Mas não é somente contra a cupidez que os médiuns devem se colocar em guarda; como os há em todas as classes da sociedade, a maioria está acima dessa tentação; mas há um perigo bem de outro modo grande, porque todos a ele estão expostos, que é o orgulho, que nisso perde um tão grande número; é contra este escolho que as mais belas faculdades, muito freqüentemente, vêm se quebrar. O desinteresse material é sem proveito se não for acompanhado do desinteresse moral mais completo. Humildade, devotamento, desinteresse e abnegação são as qualidades do médium amado pelos bons Espíritos.

Manifestações de Poitiers.

Os fatos dos quais demos conta em nosso último número, e sobre os quais havíamos suspendido nosso julgamento, parecem ser definitivamente obtidos pelos fenômenos espíritas. Um exame atento das circunstâncias de detalhe não permite confundi-los com os atos da malevolência ou da travessura. Parece-nos difícil que os mal intencionados possam escapar à atividade da vigilância exercida pela autoridade, e possam sobretudo agir no próprio momento em que são espiados, sob os olhos daqueles que os procuram, e que certamente não faltam de boa vontade para descobri-los.
Os exorcismos tinham sido feitos, mas depois de alguns dias de suspensão, os ruídos começaram com outro caráter. Eis o que disto disse o Journal de Ia Vienne em seus números de 17 e 18 de fevereiro:
"Lembra-se que no mês de janeiro último os Espíritos batedores, fazendo a sua solene aparição em Poitiers, vieram sitiar, rua Saint-Paul, a casa situada perto da antiga igreja designada por este vocábulo; mas sua permanência entre nós não foi senão de curta duração, e estava-se no direito de crer que tudo tinha acabado, quando, anteontem, os ruídos que tinham tão fortemente agitado a população se reproduziram com uma nova intensidade.
"Os diabos negros, pois, retornaram à casa da senhorita d'O...; somente que não são mais Espíritos batedores, mas Espíritos atiradores, procedendo por meio de detonações formidáveis. Celebraremos, sua festa no dia de Santa Bárbara, patrona dos artilheiros. É sempre quando a isso se dão de coração alegres, que as procissões de curiosos recomeçam, e que a polícia interroga todos os ecos para se guiar através do nevoeiro do outro mundo.
"É preciso esperar, no entanto, que desta vez descubram-se os autores dessas mistificações de mau gosto, e que a justiça saberá muito provar aos exploradores da credulidade humana que os melhores Espíritos não são aqueles que fazem mais barulho mas aqueles que sabem se calar ou não falam senão a propósito.
A.  PIOGEARD."
"Retornamos sempre à rua Saint-Paul, sem podermos penetrar o mistério infernal.
"Quando interrogamos uma pessoa que passeia com ar preocupado diante da casa da senhorita d'O..., ela nos responde invariavelmente: "De minha parte, nada ouvi, mas um tal me disse que as detonações eram muito fortes." O que não deixa de ser embaraçante para a solução do problema.
"É certo, no entanto, que os Espíritos possuem algumas peças de artilharia, e mesmo de um calibre bastante grande, porque os ruídos que delas resultam têm uma certa violência, e se assemelham, diz-se, àqueles que produzem pequenas bombas.
Mas de onde vêm eles? Impossível, até este dia, determinar a sua direção. Não provêm do subsolo, tendo em vista que os tiros de pistola dados nas adegas não se ouvem no primeiro andar.
"É pois nas regiões superiores que é preciso se esforçar por agarrá-los, e, no entanto, todos os procedimentos indicados pela ciência, ou pela experiência, para atingir esse resultado permaneceram impotentes.
"Seria preciso, então, disso concluir que os Espíritos podem impunemente atirar sua pólvora nos pardais e perturbar o repouso dos cidadãos sem que seja possível atingi-los?
Esta solução seria muito rigorosa; pode-se, com efeito, para certos procedimentos, ou em virtude de alguns acidentes do terreno, produzir efeitos que surpreendem à primeira vista, mas dos quais se espanta mais tarde não ter compreendido o mecanismo elementar. São sempre as coisas mais simples que escapam à apreciação do homem.
Há muito a crer, pois, que, se os atiradores do outro mundo têm neste momento os galhofeiros de seu lado, estão longe de ser incompreensíveis. Os mistificadores podem disto estarem persuadidos; os mistificadores terão a sua vez.
A. PIOGEARD."

Enviado por: "Jose Joel da Silva Junior

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão - A038 – Cap. 15 – Enfermidade salvadora – Segunda Parte

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
 Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A038 – Cap. 15 – Enfermidade salvadora – Segunda Parte

15
Enfermidade salvadora

Por alvitre do próprio Saturnino diretamente a Petitinga, feito anteriormente, e vencendo inúmeras dificuldades, procedemos a uma visita ao Lazareto, no bairro das Quintas, para tentar alguma assistência a Ana Maria, a antiga noiva atormentada e inditosa do irmão Teofrastus.
Solicitamente atendidos por um enfermeiro de plantão, e com o documento de autorização do serviço de Saúde Pública, percorremos várias dependências da Casa, até localizarmos a jovem, cuja presença nos fez evocar, como em sonho bom e agradável, a recordação da visita anterior que fizéramos àquele reduto de sofrimento, em espírito, sob a segura condução do Irmão Glaucus. A moça, singularmente desfeita, com alguns sinais de arroxeamento na face e nos hélices e lóbulos das orelhas, comoveu-nos pela tristeza que refletia nos olhos angustiados e no rosto melancólico.
Petitinga, portador de nobre persuasão, conseguiu manter ligeira palestra com ela, emoldurando-a no halo da sua cordial simpatia envolvente. Poeta sensível, falou- lhe ligeiramente do Cristo Jesus e das Suas curas... Motivou-a à saúde, à esperança, bem assim às duas companheiras que lhe dividiam a acanhada cela, quase uma masmorra nauseante e infecta, prometendo retornar sempre que se nos permitissem os compromissos.
Naquele tempo, as medidas sanitárias impeditivas de contacto com os portadores do «mal» de Hansen eram muito rigorosas, conquanto aqueles pacientes vivessem entregues ao quase total abandono, cuidados com medicamentos tais Alofam (um preparado de caroteno), o Chaulmoosan (feito com os ésteres etílicos do óleo de chalmugra), a termoterapia, as sulfas... As experiências em todo o mundo em que havia Leprosários ainda não ultrapassaram essa terapêutica, com algumas ligeiras variações sem grande significado. As tentativas para a cura se sucediam inócuas e de resultados desesperadores. Os pacientes, porém, eram muitas vezes caçados como animais e, em alguns países, conduziam-nos aos Lazaretos, acorrentados, com armas coladas à nuca... Em lugares mais atrasados, viviam como nos tempos bíblicos, mendigando, com a face semicoberta, considerados selvagens e malditos, esfarrapados, dormindo nas matas ou nas rochas próximas dos caminhos onde esmolavam...
Assim, era muito difícil conseguir-se permissão para visitas regulares a pacientes internados. O fantasma da enfermidade era tão poderosamente inculcado em todas as mentes e o «perigo» do contágio tão fortemente difundido, que nós mesmos sentíamos o constrangimento decorrente da ignorância.
Petitinga, no entanto, conseguiu, utilizando-se de amizades múltiplas, atingir o desiderato e passou a visitar Ana Maria uma que outra vez, oferecendo-lhe, ao primeiro ensejo, um exemplar de «O Evangelho segundo o EspIritismo», dizendo lhe que ali, naquela fonte de luz e água Viva», ela encontraria paz e reconforto.
Ocorria, também, um admirável fenômeno: quando das nossas visitas e enquanto conversávamos, Saturnino, em espírito, utilizando-se das nossas forças ectoplásmicas, aplicava recursos salutares na paciente e nas suas companheiras, continuando a assistência, espiritualmente, nos dias subsequentes.
Seu antigo obsessor fora deslocado desde a primeira visita que fizemos com o irmão Teofrastus, recolhido logo após pelos irmãos Glaucus e Ambrósio a Hospital especializado da Esfera Espiritual, para posterior tratamento. Dessa forma, a tristeza e a melancolia foram desaparecendo paulatinamente da enferma e as manchas da intoxicação fluídica igualmente foram esmaecendo até o total desaparecimento.
Por insistência, ainda, de Petitinga, seis meses depois da nossa primeira visita, a enferma foi submetida a rigoroso exame e considerada curada. Ora, sabíamos que a sua doença era uma enfermidade simulacro, provocada pelos fluídos maléficos do seu obsessor, que conseguira levá-la àquele Lazareto para culminar com a sugestão de suicídio nefando, que a enrodilharia em teias fortes de desgraça, caindo-lhe nas garras odientas para o longo processo de vampirização espiritual, de demorado curso, nas regiões dolorosas das esferas infelizes...
Graças, também, à interferência de Petitinga, este conseguiu localizar a afilhhada em casa de família espírita que, conquanto soubesse do local donde a mesma procedia, não recusou a mão caridosa dirigida à sua recuperação total. A família informada do drama da obsessão de que padecera a jovem, o que motivara o seu ingresso naquele expurgadouro material, e cientificada do não perigo de contágio por inexistência da enfermidade, recebeu a moça que passou a experimentar vida nova, comprometida, no entanto, a apresentar-se regularmente cada seis meses, no Lazareto, para exames de verificação médica necessária.
Enquanto isto ocorria, Marta, recém-libertada dos velhos conceitos vazados na mais chã superstição, buscava manter a resolução firme de perseverar nas gãs idéias do Espiritismo.
Graças, porém, ao longo convívio psíquico com Entidades muito grosseiras, o que originara uma certa interdependência entre a sensitiva incauta e os seus comensais, começou a experimentar desequilíbrios perfeitamente compreensíveis.
Vidente com boas possibilidades de registro e percepção, que, conquanto ultrajada pelo uso, captava as mensagens dos desencarnados, passou a sofrer-lhes o cerco nefando, a que fazia jus, pela própria leviandade.
A simples mudança de clima impõe ao organismo adaptação necessária. Assim, a alteração da “psicosfera” se faz, também, acompanhar de esforço muito grande, para elaboração de outras condições íntimas e conveniente sintonia.
Embora o esforço para vincular-se aos ideais renovadores, via as entidades antigas, ameaçadoras, escarnecendo dos seus propósitos e provocando injustificáveis temores, o que gera, normalmente, a crença de que as pessoas que abandonam tais compromissos sofrem até à desencarnação o assédio dos antigos comparsas. Perfeitamente compreensível que tais vínculos, muito profundos, não podem ser desfeitos pura e simplesmente com uma atitude. Há que edificar, novos laços e organizar resistências convenientes.
Possuidora, no entanto, de muita força de vontade, passou a estudar o Espiritismo com interesse, instruindo-se nas suas lições preciosas, através do que armazenava argumentação para uso próprio, Confiança ilimitada no auxílio divino.
Submeteu-se a carinhoso tratamento de passes magnéticos, aplicados por médiuns adestrados e educados, fazendo-se membro atuante dos trabalhos doutrinários, nos quais as lições confortadoras da fé renovada lhe penetravam, sendo, por fim, convidada a atuar nas experiências mediúnicas, e se tornando, vagarosamente, um instrumento disciplinado, por cuja mediunidade diversos dos membros das suas anteriores crenças receberam a luz esclarecedora da razão, desertando dos propósitos acalentados e iniciando nova trajetória, como que renascendo para a verdadeira vida (*).
(*) Chamamos a atenção do leitor para o que esclarece Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, Parte 2ª, Capítulo 9 (29ª edição da FEB):
“551. Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?
“Não; DEUS NÃO o permitiria.”
552. Que se deve pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar?
“Algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus próprios Espíritos, caso em que possível se torna serem secundados por outros Espíritos maus. Não creias, porém, num pretenso poder mágico, que só existe na imaginação de criaturas superticiosas, Ignorantes das verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que citam, com prova da existência desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.”
555. Que sentido se deve dar ao qualificativo de feiticeiro?
“Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam a força magnética ou a dupla vista. Então, como fazem coisas geralmente incompreensíveis, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural. Os vossos sábIos não têm passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos. “ignorantes?”
O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a Ignorância teceu um sem número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias superticiosas, porque revela o que é possível e o que é Impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice.” — Nota do Autor espiritual.
As demais filhas da família Soares, sem problemas de relevo, ante exemplos comoventes que tais, passaram a cooperar efetivamente no lar, que se transformava em escola de fé viva sob as luzes exuberantes do Espiritismo consolador.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – O que é uma enfermidade simulacro? Qual a raiz da doença de Ana Maria e como ela se libertou da enfermidade?

2 – Como estava acontecendo a transformação de Marta, a filha de D. Rosa antes envolvida nos trabalhos espirituais inferiores?

3 – É o possível, segundo o Espiritismo, que um homem mau, secundado por um espírito também mau, praticar o mal ao seu próximo? Justifique.

Bom estudo a todos!!  

Equipe Manoel Philomeno

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O plano da Nasa para transformar Marte em um planeta habitável

Seus próprios criadores reconhecem que se trata de uma estratégia que pode parecer obra de ficção científica, mas asseguram que é viável.
Cientistas da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, dizem que Marte poderia ser habitável caso fosse criado artificialmente algo que a Terra já tem: um campo magnético protetor.
Esse escudo é essencial para evitar o impacto da radiação e ventos solares potentes.
De acordo com pesquisadores da Divisão de Ciência Planetária da Nasa (PSD, sua sigla em inglês), é possível gerar um campo semelhante ao redor do Planeta Vermelho.
A proposta foi apresentada recentemente em uma oficina do workshop Visões para a Ciência Planetária 2050, realizado pela agência.

De olho no passado

Hoje, Marte é um planeta dominado pelos extremos.
A falta de atmosfera faz, por exemplo, com que a temperatura atinja 20°C durante o dia e -80°C durante a noite.
Mas o Planeta Vermelho era muito diferente no passado: dados das missões Maven, da Nasa, e Mars Express, da ESA (a agência espacial europeia) sugerem que ele tinha um campo magnético natural.
Essa proteção sumiu há cerca de 4,2 bilhões de anos e, como resultado, a atmosfera marciana desapareceu gradualmente ao longo dos 500 anos seguintes.
O que os pesquisadores propõem, então, é recuperá-la usando tecnologia de ponta para restaurar o planeta Marte do passado, com sua atmosfera, temperaturas mais altas e parte de seus antigos oceanos.

Campo magnético

"No futuro, é bem possível que ela (a tecnologia) possa gerar um campo magnético de 1 a 2 Teslas contra o vento solar", disse Jim Green, da divisão de ciência planetária da Nasa.
Green e seus colegas propõem a instalação de um dipolo magnético, na forma de um satélite, para que ele acompanhe o planeta em sua órbita, protegendo-o.
Um dipolo é um elemento específico que produz um campo magnético dipolar (dois polos magnéticos opostos).
O cientista assegura que já foram criadas magnetosferas artificiais em miniatura para proteger tripulantes de naves espaciais.
De acordo com simulações feitas por pesquisadores da Nasa, um campo magnético implantado no chamado ponto de Lagrange L1 seria suficiente para ampliar a espessura da atmosfera e o aumento da temperatura em 4°C.
Pontos de Lagrange ou pontos L são as posições em um sistema orbital em que um objeto pode estar em relação a objetos maiores.

Colônia humana

A magnetosfera artificial poderia desviar o vento solar, a exemplo do que acontece com um campo magnético natural.
O aumento da temperatura, por sua vez, poderia derreter o dióxido de carbono no polo norte do planeta. E isso criaria um efeito estufa que aumentaria ainda mais a temperatura até alcançar condições compatíveis com a presença de água no estado líquido.
"Uma atmosfera marciana com maior temperatura e pressão permitiria que houvesse água em estado líquido suficiente na superfície para melhorar a exploração humana na década de 2040", diz Green.
A blindagem magnética também facilitaria a chegada de missões ao Planeta Vermelho.
A Nasa revelou em 2015 o seu plano de viagem a Marte, que prevê a existência de uma colônia humana em 2030.
Para Green, se fosse criado um campo magnético artificial, "as novas condições em Marte permitiriam que os pesquisadores e exploradores estudassem o planeta com muito mais detalhes".
"E se isso for alcançado... a colonização de Marte não estará muito longe."
Notícia publicada na BBC Brasil, em 8 de março de 2017.

Claudio Conti* comenta

Nas questões 780 e 780a de O Livro dos Espíritos encontramos a informação de que o aprimoramento intelectual é um facilitador do avanço moral. O planeta Terra, enquanto mundo de expiações e provas, é um exemplo típico de uma relação não equilibrada entre intelectual e moral, na qual a moral não acompanha o intelectual. Em decorrências de nossas características imediatistas, não nos dedicamos a prevenção por melhores condições de habitabilidade do planeta, por requerer a utilização de tempo e energia para questões que não trazem benefícios visíveis e imediatos.
Ao longo dos séculos verifica-se o surgimento de dificuldades que forçaram o ser humano a buscar condições de contorná-las, exercitando o intelectual. Muitas destas dificuldades ceifaram numerosas vidas humanas.
Excetuando as catástrofes naturais, que são difíceis de analisar sob a visão comportamental dos habitantes, as dificuldades são, em sua grande maioria criadas pelo próprio homem.
Citemos, por exemplo, a Peste Bubônica ou Peste Negra, que assolou a Europa no Século XIV. Tomando porte de uma epidemia, esta enfermidade foi gravemente acentuada em decorrência da deficiente condição de higiene. O ambiente insalubre em que viviam proporcionava tanto o avanço da enfermidade quanto do contágio. A Peste forçou mudanças comportamentais, conduzindo a condições mais adequadas de vida.
Em meados da década de 80 o mundo vivenciou o aparecimento da AIDS. Houve um grande estardalhaço na época, sobre as vias de contaminação, dentre elas a relação sexual e uso coletivo de seringas para aplicação de drogas injetáveis. A população em geral acreditava-se fora do “grupo de risco” que consistia dos homossexuais, prostitutas e toxicômanos. Contudo, gradativamente foi sendo observado o surgimento de casos em pessoas que eram consideradas “fora” do grupo de risco em decorrência de encontros extraconjugais, ou que mantinham relações sexuais desregradamente.
No caso em questão, a AIDS, optou-se pelo uso de preservativos, seringas descartáveis e drogas não injetáveis, ao invés de condutas comportamentais mais adequadas.
Há alguns anos presenciamos outra situação difícil, a Pneumonia Asiática. Mais recentemente vivemos, em alguns estados da região sudeste do Brasil, o surgimento da febre amarela em ambiente urbano em decorrência do desmatamento.
Atualmente vivemos no “cheque especial” do planeta, isto é, usamos e abusamos dos recursos naturais descontroladamente, sem nos atentarmos para as consequências. Quanto tempo mais o planeta suportará? A solução seria explorar outro planeta ou trabalhar pela manutenção deste?
A pessoa comum pode não interferir no comportamento mundial, mas certamente pode mudar seu comportamento pessoal e interferir, de alguma forma, naqueles que a rodeiam, visando uma existência mais tranquila.
O esforço por uma existência mais tranquila hoje propiciará ensejo para existências cada vez mais produtivas. A energia e tempo direcionados hoje para comportamentos mais adequados são ações preventivas para o futuro do espírito.
* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium psicógrafo e psicofônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com