sábado, 6 de agosto de 2016

Pergunta feita - Resposta rápida:dúvida quanto a uma questão do livro Os Mensageiros

De: GBS

Dúvida: Estou relendo o livro ¨Os Mensageiros¨ de André Luis capítulo 34, páginas 181 a 183 e me deparei com a seguinte dúvida: No livro, alguns espíritos vêm à terra visitar uma família e logo é recebido pelo pai de família, em espírito,  que os recebe e os ajuda nos trabalhos espirituais dando assistência à sua esposa(viúva) e seus filhos.
Então eu pergunto: Por que não poderia o marido já falecido, ficar mais um tempo na terra encarnado para amparar a família do que desencarnar para ajudá-la depois? Ele não seria mais útil encarnado junto da família? Explica-me isso.

Muito grato.
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Resposta:
Caro G,

O fato do marido desencarnado ajudar a família é muito natural – geralmente é isso mesmo que acontece quando o espírito está em condições de prestar este serviço, são os espíritos familiares.
No capítulo referido não é feita alusão às condições que este espírito desencarnou e, provavelmente, além de ter cumprido sua programação particular, talvez, se estivesse encarnado, não tivesse essas mesmas condições de agora que o predispõe à ajuda e a este serviço de amor, como se pode facilmente deduzir neste comentário:
“Há três anos, voltou ele para nossa esfera, e contudo, graças ao altruísmo da esposa e aos vínculos de amor espiritual que conservam acima de todas as expressões físicas, continuam estreitamente unidos, como no primeiro dia do reencontro na existência material. Dada esta circunstância invulgar, as autoridades de ‘Nosso Lar’ concederam-lhe permissão para continuar nesta casa como esposo amigo, pai devotado, sentinela vigilante e trabalhador fiel. E, observando talvez a nossa maior surpresa, Aniceto acrescentou: – Sim, amigos, o acaso não define responsabilidades nem atende a construção séria. A edificação espiritual pede esforço e dedicação. Assim como os navios do mundo necessitam de âncoras firmes para atenderem eficientemente à sua tarefa nos portos, também nós precisamos de irmãos corajosos e abnegados que façam o papel de âncoras entre as criaturas encarnadas, a fim de que, por elas, possam os grandes benfeitores da Espiritualidade Superior se fazerem sentir entre os homens ainda animalizados, ignorantes e infelizes”.

Esperamos ter esclarecido sua dúvida.

Um abraço fraterno da Equipe Tira-Dúvidas/CVDEE/Elo

Pergunta feita - Resposta rápida: Por que Jesus é chamado de O Co-Criador?

De: AB
Dúvida: Olá! Gostaria de saber o Por que Jesus é chamado de O Co-Criador?
E também qual foi a missão de Jesus ao encarnar no planeta terra?
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Resposta:

Olá A,

Jesus é considerado cocriador, assim como todos os espíritos; é para a doutrina espírita um espírito criado, não é criador, é criatura.
É, entretanto, um Espírito especial, não porque tenha sido criado de forma diferente dos demais, mas porque se fez especial, por mérito próprio.
Assim como todos os outros espíritos, Jesus percorreu toda escala evolutiva em mundos que já nem existem mais, e tornou-se perfeito, um Espírito Puro, como todos seremos um dia.
Ele não é Criador, é Construtor; é conforme orientação do Espírito André Luiz (Evolução em Dois Mundos), um Co-criador em Plano Maior.
Para o nosso planeta, Jesus é o co-criador dele, numa “parceria” com Deus; é o Mentor Espiritual; os Espíritos o definem como Governador Espiritual da Terra.

A missão de Jesus na Terra, como ele deixa claro nos evangelhos, foi o de pacificador, exemplificador, que veio nos explicar as Leis que Moisés já tinha trazido e nos mostrar a Lei do Amor.
Como bem diz Thiago Bernardes (O Consolador - Ano 3 - N° 134 - 22 de Novembro de 2009) Jesus veio ao mundo para, como profetizou Isaías, fazer raiar a luz aos que se achavam na região da morte, dar crença aos que não a tinham, guiar os que se haviam perdido e se achavam desviados da estrada da vida e, finalmente, apresentar-se a todos como o modelo, o paradigma, o enviado de Deus, o único capacitado a legar a nós um ensino puro e perfeito. É daí que surgiria a conhecida sentença que o evangelista João lhe atribuiu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim” (João, 14:6).

Esperamos ter ajudado


Elo/CVDEE

Pergunta feita - Resposta rápida: desobsessão e auxilio a viciado em bebida alcoólica

De: m c l
Dúvida: Eu gostaria de saber onde posso colocar o nome do meu filho para desobssessão... Ele e viciado em álcool e bebida. Já tentei leva-lo ao centro mas não tenho conseguido fiz alguns tratamento pra ele melhorou algumas coisa mas não larga dos vícios não sei mais o q fazer. Por favor me ajudem...obrigada

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Resposta:
Olá M,

Você pode frequentar um Centro Espírita, mesmo sem ele, e colocar o nome dele para irradiação ou outro serviço neste local.
Peça para conversar com alguém deste local que possa orientá-la, pois você também precisa de ajuda.
Orar em casa, fazendo, por exemplo, o Evangelho no Lar, poderá mudar a vibração da sua casa e também ajudar muito.
Mas, alertamos, se ele não quiser se ajudar, muito pouco você poderá fazer, porém orar e confiar vai sustentá-la nessa luta.

Esperamos ter ajudado – se quiser, escreva novamente.


Elo/CVDEE

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Revista Espírita - ABRIL DE 1863 - Resultado da Leitura das Obras Espíritas


Jornal de Estudos Psicológicos
ANO VI
ABRIL  DE 1863

Resultado da Leitura das Obras Espíritas

Eu estava nessa situação quando o Espiritismo veio tirar-me do lamaçal de provas e de incertezas, onde me afundava cada vez mais, malgrado os esforços que fazia para sair.
Durante dois anos ouvi falar do Espiritismo sem lhe prestar uma atenção séria. Como diziam seus adversários, eu julgava que um novo charlatanismo se havia infiltrado entre os outros. Mas, enfim, cansado de ouvir falar de uma coisa, da qual realmente não conhecia senão o nome, resolvi instruir-me. Então adquiri O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns. Li, ou melhor, devorei essas duas obras com tal avidez e satisfação que é impossível definir. Qual não foi minha surpresa, lançando os olhos sobre as primeiras páginas, ao ver que se tratava de filosofia moral e religiosa, quando eu esperava ler um tratado de magia, acompanhado de histórias maravilhosas! Logo a surpresa deu lugar à convicção e ao reconhecimento. Quando terminei a leitura, percebi com felicidade que era espírita há muito tempo. Agradeci a Deus, que concedia este insigne favor. Doravante poderei orar sem temer que minhas preces se percam no espaço e suportarei com alegria as tribulações desta breve existência, sabendo que a minha miséria atual não passa de justa conseqüência de um passado culposo ou um período de prova para alcançar um futuro melhor.
Não mais a dúvida! A justiça e a lógica nos desvendam a verdade; e nós aclamamos com felicidade esta benfeitora da Humanidade.
É quase inútil dizer-vos, meu caro mestre, quão grande era o meu desejo de ser médium; assim, estudei com grande perseverança. Depois de alguns dias de observação, reconheci que era médium intuitivo; meu desejo só se realizara parcialmente, pois desejava vivamente ser médium mecânico.
A mediunidade intuitiva deixa por muito tempo a dúvida no espírito de quem a possui. Para dissipar todos os meus escrúpulos a respeito, tive de assistir a algumas sessões de Espiritismo, a fim de poder fazer uma comparação entre a minha mediunidade e a dos outros médiuns. Foi então que compreendi o acerto de vossa recomendação, que prescreve ler antes de ver, se se quiser ficar convencido; porque, posso dizer-vos francamente, nada vi de convincente para um incrédulo. Eu daria tudo para ter sido admitido no número daqueles que a Providência colocou sob a direção imediata de nosso bem-amado chefe, porque pensava que as provas deviam ser mais palpáveis, mais freqüentes na Sociedade que presidis. Apesar disso, não fiquei nisso; convidei alguns médiuns escreventes, videntes e desenhistas a se reunirem comigo para o trabalho comum. Foi então que tive a alegria de testemunhar fatos surpreendentes e obter as provas mais evidentes da excelência e da sinceridade do Espiritismo. Pela segunda vez eu estava convencido!
Junto a esta carta, já bem longa, algumas das minhas comunicações. Ficaria contente, meu caro mestre, se vos fosse possível dar-lhes uma olhadela e julgar de seu valor. Do ponto de vista moral eu as considero irrepreensíveis; mas do pondo de vista literário... Como não estou apto a julgá-las, abstenho-me de qualquer apreciação. Se, contra minha expectativa, encontrardes alguns fragmentos que mereçam ser entregues à publicidade, peço que vos sirvais deles à vontade; para mim seria uma grande felicidade poder levar o meu tijolo à construção do grande edifício.
Daria grande valor a uma resposta pessoal, caro mestre, mas não ouso solicitá-la, por saber da impossibilidade material em que vos achais de responder a todas as cartas que vos são enviadas.
Termino, enfim, rogando que me perdoeis esta extrema liberdade, esperando possais acreditar na sinceridade daquele que tem a honra de se dizer um dos vossos mais fervorosos admiradores e vosso muito humilde servidor.
Michel,
Rua Bouteille, 25, Lyon

_Enviado por: "Joel Silva"

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Desenvolva o tema à luz da Doutrina Espírita - A menina quebrada


A menina quebrada
Uma carta para Catarina, que descobriu que até as crianças quebram

ELIANE BRUM



Era uma festa. Comemorávamos a vinda de um bebê que ainda morava na barriga da mãe. Eu havia acabado de segurá-la para que ela passasse a pequena mão na água da fonte do jardim. Ela tentava colocar o dedo gorducho no buraco para que a água se espalhasse, como tinha visto uma criança mais velha fazer. Parecia encantada com a possibilidade de controlar a água. Tem 1 ano e oito meses, cabelos cacheados que lhe dão uma aparência de anjo barroco e uns olhos arregalados. Com olheiras, Catarina é um bebê com olheiras, embora durma bem e muito. De repente, ela enrijeceu o corpo e deu um grito: “A menina.... A menina.... Quebrou”.  

Era um grito de horror. O primeiro que eu ouvia dela. Animação, manha, dor física, tudo isso eu já tinha ouvido de sua boca bonita. Aquele era um grito diferente. Não parecia um tom que se pudesse esperar de alguém que ainda precisava se esforçar para falar frases completas. Catarina estava aterrorizada. “A menina... A menina...” Ela continuava repetindo. Olhei para os lados e demorei um pouco a enxergar o que ela tinha visto em meio à tanta gente. Uma garota, de uns 10, 12 anos, talvez, com uma perna engessada. “Quebrou...” Catarina repetia. “A menina... quebrou.” 

Ela não olhava para mim, como costuma fazer quando espera que eu esclareça alguma novidade do mundo. Era mais uma denúncia. Pelo resto da festa, ela gritou a mesma frase, no mesmo tom aterrorizado, sempre que a menina quebrada passava por perto. Nos aproximamos da garota, para que Catarina pudesse ver que ela parecia bem, e que os amigos se divertiam escrevendo e desenhando coisas no gesso, mas nada parecia diminuir o seu horror. Os adultos próximos tentaram explicar a ela que era algo passageiro. Mas ela não acreditava. Naquele sábado de janeiro Catarina descobriu que as pessoas quebravam.  

Eu a peguei, olhei bem para ela, olho no olho, e tentei usar minha suposta credibilidade de madrinha: “A menina caiu, a perna quebrou, agora a perna está colando, e depois ela vai voltar a ser como antes”. Catarina me olhou com os olhos escancarados, e eu tive a certeza de que ela não acreditava. Ficamos nos encarando, em silêncio, e ela deve ter visto um pouco de vergonha no assoalho dos meus olhos. Era a primeira vez que eu mentia pra ela. E dali em diante, ela talvez intuísse, as mentiras não cessariam. Naquela noite, depois da festa, fui dormir envergonhada.  

O que eu poderia dizer a você, Catarina? A verdade? A verdade você já sabia, você tinha acabado de descobrir. As pessoas quebram. Até as meninas quebram. E, se as meninas quebram, você também pode quebrar. E vai, Catarina. Vai quebrar. Talvez não a perna, mas outras partes de você. Membros invisíveis podem fraturar em tantos pedaços quanto uma perna ou um braço. E doer muito mais. E doem mais quando são outros que quebram você, às vezes pelas suas costas, em outras fazendo um afago, em geral contando mentiras ou inventando verdades. Gente cheia de medo, Catarina, que tem tanto pavor de quebrar, que quebram outros para manter a ilusão de que são indestrutíveis e podem controlar o curso da vida. E dão nomes mais palatáveis para a inveja e para o ódio que os queima. Mas à noite, Catarina, à noite, eles sabem. 

E, Catarina, você tem toda a razão de duvidar. Depois de quebrar, nunca mais voltamos a ser como antes. Haverá sempre uma marca que será tão você quanto o tanto de você que ainda não quebrou. Viver, Catarina, é rearranjar nossos cacos e dar sentido aos nossos pedaços, os novos e os velhos, já que não existe a possibilidade de colar o que foi quebrado e continuar como era antes. E isso é mais difícil do que aprender a andar e a falar. Isso é mais difícil do que qualquer uma das grandes aventuras contadas em livros e filmes. Isso é mais difícil do que qualquer outra coisa que você fará.  

Existe gente, Catarina, que não consegue dar sentido, ou acha que os farelos de sentido que consegue escavar das pedras são insuficientes para justificar uma vida humana, e quebra. Quebra por inteiro. Estes você precisa respeitar, porque sofrem de delicadeza. E existe gente, Catarina, que só é capaz de dar um sentido bem pequenino, um sentido de papel, que pode ser derrubado mesmo com uma brisa. E essa brisa, Catarina, não pode ser soprada pela sua boca. Ser forte, Catarina, não é quebrar os outros, mas saber-se quebrado. É ser capaz de cuidar de seus barcos de papel – e também dos barcos dos outros – não como uma criança que os imagina poderosos, de aço. Mas sabendo que são de papel e que podem afundar de repente. 

Não, acho que eu não poderia ter dito isso a você, Catarina. Não naquela noite, não agora. Ao lhe assegurar, cheia de autoridade de adulto, que tudo estava bem com a menina quebrada, com qualquer e com todas as meninas quebradas, o que eu dei a você foi um vislumbre da minha abissal fragilidade. Esta, Catarina, é uma verdade entre as tantas mentiras que lhe contei, ao tentar fazer com que acreditasse que eu seria capaz de proteger você. Vai chegar um momento, se é que já não houve, em que você vai olhar para todos nós, seus pais, seus “dindos”, seus avós e tios, e vai perceber que nós todos vivemos em cacos. E eu espero que você possa nos amar mais por isso.  

Essa conversa, Catarina, está apenas adiada. Talvez, daqui a alguns anos, você precise me perguntar como se faz para viver quebrada. Ou por que vale a pena viver, mesmo se sabendo quebrada. E eu vou lhe contar uma história. Ela aconteceu alguns dias depois daquela festa em que você descobriu que até as meninas quebram. Nós estávamos na fila do caixa do supermercado perto de casa, com uma cesta cheia de compras, e havia um homem atrás de nós. Era um homem vestido com roupas velhas e sujas, parte delas quase farrapos. E ele cheirava mal. Poderia ser alguém que dorme na rua, ou alguém que se perdeu na rua por uns tempos. Ficamos com medo de que o segurança do supermercado tentasse tirá-lo dali, ou que a caixa o tratasse com rispidez, ou que as outras pessoas na fila começassem a demonstrar seu desconforto, como sabemos que acontece e que jamais poderia acontecer. Enquanto pensávamos nisso, ele nos abordou. E pediu, com toda a educação, mas com os olhos dolorosamente baixos: “Por favor, será que eu poderia passar na frente, porque tenho pouca coisa?”.  

Quando lhe demos passagem, vimos que o homem não tinha pouca coisa. Ele só tinha uma. Sabe o que era, Catarina?  

Um sabonete. Era o que havia entre as mãos de unhas compridas e sujas, junto com algumas moedas e notas amassadas, como em geral são as notas que valem pouco. Aquele homem, que parecia ter perdido quase tudo, aquele homem talvez ainda mais quebrado que a maioria, porque tinha perdido também a possibilidade de esconder suas fraturas, o que ele fez? Quando conseguiu juntar uns trocados, o que ele escolheu comprar? Um sabonete. 

Catarina, talvez um dia, daqui a alguns anos, você volte a me olhar nos olhos e a dizer: “A menina... quebrou”. Ou: “Eu... quebrei”. E talvez você me pergunte como continuar ou por que continuar, mesmo quebrada. E eu vou poder lhe dizer, Catarina, pelo menos uma verdade: “Por causa do sabonete”. 

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras -  Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem:Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br - @brumelianebrum ( ÉPOCA) )

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Assim que morremos, genes são ativados no nosso corpo

Assim que morremos, genes são ativados no nosso corpo

Denis Russo Burgierman, da Superinteressante

Cientistas da Universidade de Washington, em Seattle, descobriram que, após a morte, centenas de genes começam a funcionar. E que essa atividade toda continua por pelo menos 48 horas.
A pesquisa, conduzida pelos biólogos moleculares Peter Noble e Alex Pozhitkov, e relatada pela revista britânica New Scientist, acompanhou a atividade no núcleo das células de peixes-zebra e camundongos depois que os bichinhos bateram suas metafóricas botas.
Eles mediram a concentração de mRNA, ou RNA mensageiro - o mensageiro do gene para avisar a célula para ligar as máquinas da fábrica de proteínas. Como previam, o mRNA diminuiu progressivamente na imensa maioria dos genes, mas, em algumas centenas deles, houve picos post mortem. Uuuuuuu.
Os cientistas então investigaram que genes eram esses. Descobriram que alguns têm relação com o desenvolvimento do feto, e se desligam em todos nós logo depois do parto.
Em outras palavras: algum processo de antes de nascermos, e que ficou desligado durante toda nossa vida, volta a funcionar assim que morremos.
Outro achado dos pesquisadores foi que, entre os genes que são ativados depois de morrermos, alguns têm relação com câncer. Os cientistas acreditam que essa descoberta pode ser útil para a pesquisa médica sobre transplantes - ajudando a evitar que receptores tenham câncer no órgão transplantado.
Já se sabia que genes ficam vivos após o corpo morrer - e não só os de peixinhos e ratinhos. Uma pesquisa anterior havia revelado que alguns genes humanos estão ativos pelo menos 12 horas após a morte.
Os cientistas acreditam que muitos desses genes estejam envolvidos numa espécie de operação de ressuscitação: eles iniciam processos de cura, como a inflamação e cicatrização, que podem deixar o corpo pronto para abraçar uma oportunidade de reiniciar o motor.
De qualquer maneira, a descoberta deixa ainda mais vaga a definição de "morte". Cada vez fica mais claro que morrer é um longo processo, que começa bem antes da data na nossa certidão de óbito e termina muito depois dela.
Por mais mórbido que seja pensar nisso, não deixa de ser fascinante pensar que nosso corpo veio dotado de uma equipe que, quando chega a hora de fechar, recolhe os copos e coloca as cadeiras em cima das mesas.
(O crédito desta última frase é da Morte, personagem de HQ de Neil Gaiman.)
Matéria publicada na Revista Exame, em 22 de junho de 2016.

Jorge Hessen* comenta
O fenômeno da morte e/ou desencarnação constitui uma fatalidade do qual nenhum ser humano consegue escapar. A morte sobrevindo a cada instante nas células, que igualmente se revigoram, chega o momento em que a desoxigenação encefálica se incumbe de interromper as funções do tronco cerebral, obstruindo a ocorrência biológica da vida carnal.
No processo da morte, pesquisadores afirmam que genes permanecem vivos nos defuntos. Asseguram que alguns genes humanos estão ativos pelo menos 12 horas após a morte biológica. A descoberta deixa para a academia a definição de "morte física" mais emblemática. Cada vez fica mais claro que desencarnar e/ou “morrer” é um longo processo, que começa bem antes da data da certidão de óbito e termina muito depois dela.
A certeza da vida além-túmulo não elimina as inquietações humanas quanto à morte e/ou desencarnação. Há muitos que temem não precisamente a vida futura, mas o momento da extinção do corpo. Será ele traumático? Em verdade a morte e/ou desencarnação não são iguais para todos, visto que ilimitados são os comportamentos adotados pelos encarnados.
Apesar de utilizarmos como sinônimos os termos morte e desencarnação, a rigor, estes são fenômenos distintos. De fato, é rara a coincidência temporal das durações de ambos os processos. Para alguns, é muito mais frequente o processo de morte propriamente dita ser concluído muito antes da desencarnação.
O desenlace para alguns poucos pode ser rápido, proporcionando uma certa liberdade, até mesmo antes da extinção corporal. E este processo consiste na falência biológica do organismo, ou seja, é a interrupção da vigência das condições mínimas exigidas para que o corpo carnal desenvolva suas manifestações fisiológicas imprescindíveis à manifestação da vida.
Via de regra, a separação da alma é feita de forma gradual, pois o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas. Porém, observando-se a tranquilidade de alguns moribundos e as comoções assombrosas de outros, pode-se de antemão ajuizar que as impressões experimentadas durante a morte e/ou desencarnação nem sempre são iguais.
Para as pessoas espiritualizadas, a desencarnação se completa antes da morte, ou seja, tendo o corpo ainda vida orgânica, o Espírito já penetra na vida espiritual, ficando apenas ligado à matéria por elo tão tênue que se rompe com o derradeiro pulsar do coração. Porém, nos algemados aos apelos carnais, os laços materiais são vigorosos e, quando a morte se aproxima, o desprendimento demanda contínuos esforços. As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes e outras vezes se agarra ao cadáver, do qual uma força irresistível o arrebata com violência , molécula por molécula.
No livro “Voltei”, Irmão Jacob (Espírito) descreve como testemunha sobre tais situações, explicando que quando foi “cortado” o chamado “cordão prateado” entre o corpo e seu perispírito durante o seu velório, o impacto que ele sentiu foi tão intenso que achou que “estava morrendo por segunda vez”. E logo após esse processo de rompimento do “cordão prateado”, a deterioração do cadáver se acentuou significativamente, conta “Jacob”.
Os religiosos simplórios, que acreditam comprar o ingresso no Céu à custa de dinheiro (dízimos), serão surpreendidos por uma realidade bem diferente da esperada. Os suicidas, considerando as atenuantes e agravantes do ato, se deparam com a frustração de não lograrem matar a vida e sofrem horrivelmente os efeitos inevitáveis da suprema rebeldia às leis do Criador. Nas mortes violentas, tais como nos acidentes, o desprendimento inicia após a morte biológica e sua consumação não ocorre instantaneamente. O Espírito fica preso ao corpo aturdido, não compreende seu estado, permanecendo na ilusão de que vive materialmente por período mais ou menos longo, conforme seu nível de consciência espiritual.
Em nossa cultura, temos a tendência de ignorar o fato de nossa mortalidade, e é somente quando um amigo próximo ou parente querido está morrendo que nós, sem perceber, reconhecemos nosso próprio e inevitável progresso em direção à morte. Há milhares de anos, esse assunto tem sido uma questão central para o debate filosófico mais do que para a exploração científica e objetiva, mas, como vimos acima, a ciência começou a ampliar a compreensão sobre o que acontece quando morremos, tanto no aspecto genético do cadáver quão do aspecto psicológico da alma enquanto mente humana.
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Feirão de Livros na Bahia


Feirão de Livros na Bahia

Será realizado nos dias 6 e 7 de agosto de 2016 no Ginásio de Esportes da Mansão do Caminho o Feirão do Livro Espírita.
No sábado acontecerá de 13h às 20h e no domingo de 13h às 16h. Haverá saldão de livros, CD e DVD e tarde de autógrafos com Divaldo Pereira Franco.
A Mansão do Caminho fica na Rua Jayme Vieira Lima, 104 – Pau da Lima, Salvador/BA. Mais informações em www.mansaodocaminho.com.br ou pelo telefone (71) 3409-8320.

Mini Seminário em RS

Mini Seminário em RS


Será realizado no dia 6 de agosto de 2016, de 14h às 17h na Casa do Jardim Entidade Espírita Assistencial, o Mini Seminário sobre Espiritualidade.

Os facilitadores serão Mauricio Grillo (“Animais e a Espiritualidade”), Andréia Teixeira (“Espiritualidade e Juventude”) e José Carlos Sousa (“Buscai o Reino de Deus”). Toda renda será revertida ao Projeto Jardim Maior.

A Casa do Jardim fica na Rua Beck, 129 – Centro, Porto Alegre/RS. Mais informações podem ser obtidas em www.casadojardim.com.br ou pelo telefone (51) 3231-3826.

Espiritirinha - Sozinho


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Perder a memória não significa perder as habilidades



Perder a memória não significa perder as habilidades


Helô D'Angelo, da Superinteressante

Ela era uma artista renomada, cujos trabalhos já foram capa da revista New Yorker seis vezes. Tocava violino em uma orquestra amadora e, como hobbie, aprendeu a pilotar um avião monomotor, com o qual realizou mais de 400 viagens.

Mas, aos 64 anos, tudo caiu por terra: uma encefalite viral destruiu o ponto do cérebro onde são criadas e alojadas as memórias - o hipocampo. Meses depois, porém, os médicos perceberam que, apesar de as memórias terem desaparecido completamente, as habilidades de Lonni Sue Johnson estavam preservadas.

A doença deixou o cérebro de Lonni com sérios danos. Hoje, ela não consegue lembrar nem de eventos importantes de sua vida - como o próprio casamento -, nem de coisas que ela acabou de fazer - como escovar os dentes.

Ela não consegue aprender nada novo, e não tem conhecimento de como o mundo funciona - incluindo o que era super conhecido por ela, como o mundo da arte.

Mas, quando questionada sobre como pilotar um avião, como pintar uma aquarela ou para que servem as cordas de um violino, ela responde rapidamente.

Lonni é um caso tão intrigante que passou a ser estudado pela Universidade John Hopkins, onde os cientistas determinaram o quanto as habilidades da ex-artista haviam sido mantidas.

Para isso, aplicaram um teste oral com perguntas específicas sobre cada uma das áreas que a mulher tinha mais facilidade - artes, música e voo.

As questões eram simples, como "qual a melhor forma de remover água em excesso da aquarela?" ou "como fazer para um avião não tombar para o lado?".

O mesmo teste foi aplicado para outras 80 pessoas, com a mesma idade de Lonni - entre elas, experts nessas áreas. O resultado surpreendeu os pesquisadores: Lonni superou os leigos nas questões sobre aviação e música, e foi melhor do que os experts nas perguntas sobre arte.

O caso sugere que a concepção científica mais aceita do que é "memória" está errada. Até agora, os neurocientistas acreditavam que a memória só se diferenciava de habilidades mecânicas, como andar de bicicleta, mas o quadro de Lonni mostra que a coisa é diferente: as habilidades que ficaram marcadas na cabeça dela não são meramente corporais; são complexas como pilotar um avião e abstratas como a pintura e a música.

Matéria publicada na Revista Exame, em 24 de junho de 2016.


Claudio Conti* comenta

Na abordagem materialista, a mente é um subproduto do cérebro e, com isso, estaria definitivamente atrelada ao bom funcionamento deste último para que a pessoa possa laborar adequadamente.

Contudo, nos últimos anos, com o avanço das técnicas de diagnóstico, especialmente com o uso de imagens do interior e funcionamento dos órgãos do corpo humano, os paradigmas relacionados com a estrutura e funcionamento do cérebro sofreram drásticas mudanças, pois já é possível observar este órgão em funcionamento.

Importa ressaltar que, apesar de grandioso avanço, ainda muito pouco se sabe sobre este tão misterioso e intrigante órgão.

O médico Deepak Chopra, mundialmente conhecido em decorrência de sua vasta obra literária, publicou um livro especialmente dedicado ao cérebro, sugestivamente intitulado Super Cérebro (Super Brain no título original). Neste livro, Deepak Chopra lista e esclarece alguns mitos sobre o cérebro que, de alguma forma, limitam o entendimento e, com isso, impõem barreiras para que o indivíduo possa superar certos limites impostos.

Os mitos listados no livro Super Cérebro são:

1. Os danos ao cérebro são irreversíveis: Hoje sabemos que o cérebro tem um surpreendente poder de cura, do qual não suspeitávamos no passado.

2. Os circuitos cerebrais são imutáveis: Na verdade, a interação entre a estrutura física e a programação do cérebro é constante, e nossa capacidade de criar novos circuitos cerebrais permanece intacta do nascimento até o fim da vida.

3. O envelhecimento do cérebro é inevitável e irreversível: Contrariando essa crença antiquada, surgem todos os dias novas técnicas para manter o cérebro jovem e preservar a acuidade mental.

4. O cérebro perde milhões de células por dia, que não podem ser substituídas: Na verdade, o cérebro contém células-tronco que são capazes de desenvolver novas células cerebrais ao longo da vida. Saber como perdemos e ganhamos essas células ainda é uma questão complexa. A maior parte das novas descobertas trazem boas notícias para quem tem medo de perder a capacidade mental com o envelhecimento.

5. Reações primitivas (medo, raiva, ciúme, agressividade) dominam o cérebro racional: Como em nosso cérebro estão gravadas memórias genéticas de milhares de gerações, o cérebro primitivo continua conosco, gerando impulsos primitivos muitas vezes prejudiciais, como o medo e a raiva. Mas o cérebro evolui constantemente, e conquistamos a capacidade de dominar o cérebro reptiliano com a liberdade de escolha. A psicologia positiva, um novo campo da ciência, está nos ensinando a usar melhor o livre-arbítrio para promover a felicidade e vencer o negativismo.

Desta forma, podemos observar que o cérebro é muito mais plástico do que se imaginava.

O Espiritismo vem, antes mesmo desta revolução científica do século XX e que continua no século XXI, esclarecer que o detentor da mente é o espírito que utiliza o cérebro físico como órgão de expressão. Assim, a memória não estaria “armazenada" no cérebro, mas no intrincado sistema energético do espírito, com isso, danos no órgão pode até dificultar o espírito de se expressar, contudo, não significa perda de informação e, por isso, o espírito poderá encontrar meios para se expressar materialmente.

Sob a ótica espírita, portanto, relatos como o apresentado no artigo em análise é compreensível, não trazendo nenhuma surpresa além da confirmação da essência espiritual de todos.

* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com