sábado, 3 de maio de 2014

Mural reflexivo: Viver com desprendimento

VIVER COM DESPRENDIMENTO

 

 

    Conta-se que Diógenes destacou-se entre os sábios gregos e chegou a ser professor de Alexandre da Macedônia.

    Um dia, começou a questionar os costumes do seu tempo e a necessidade dos bens materiais.

    Resolveu adotar uma vida totalmente desprendida e ficou morando dentro de uma barrica, tendo para seu uso pessoal somente uma cuia com água.

    Depois de algum tempo descobriu que nem mesmo da cuia ele precisava, pois usando suas duas mãos poderia pegar água para beber ou para limpar-se. Jogou a cuia fora.

    Quando Alexandre invadiu a Grécia, fez questão de visitar aquele seu antigo professor.

    Encontrou-o sob o sol, junto à barrica, entregue aos próprio pensamentos, e lhe disse:

    "Você já deve saber que conquistei a Grécia e que todas estas terras agora fazem parte do meu império. Como você foi meu professor e sempre o admirei, quero recompensá-lo de alguma forma. Me diga: o que você deseja?"

    Houve um momento de silêncio. Alexandre e todos os integrantes de sua escolta aguardavam com curiosidade a resposta do filósofo.

    "Posso pedir mesmo?" - disse Diógenes.

    "Sim, peça."

    "O que desejo é que você saia da frente do sol, pois está impedindo que seus raios quentes toquem o meu corpo."

    Alexandre não respondeu. Apenas saiu da frente do sol, e naquele pequeno gesto tentou compreender a filosofia de vida do seu antigo mestre.

    Olhou mais uma vez para Diógenes em sua barrica, olhou para seus soldados, tomou as rédeas do seu cavalo e seguiu seu caminho, rumo à conquista da Ásia.

    Incontestavelmente o desprendimento dos bens terrenos é uma necessidade lógica.

    É verdade que ninguém precisa desprezar os bens que conquistou com o próprio esforço, pois estes constituem legítima propriedade.

    No entanto, é preciso treinar o desprendimento desses bens que um dia ficarão sobre o pó da terra.

    Além disso, há grande diferença entre possuir bens materiais e se deixar possuir por eles.

    Conforme afirmou um grande pensador,

    "O tesouro do sábio é a sua mente, e o do tolo, são seus bens."

    Sim, porque o verdadeiro tesouro é aquele que podemos levar conosco para onde formos. Inclusive na viagem de volta ao mundo espiritual.

    Assim, os bens materiais e todos os recursos que estão em nossas mãos, sob nossa administração temporária, devem servir para fomentar o nosso progresso e também o daqueles que convivem conosco, parentes ou não.

    Quando as riquezas terrenas geram salário, saúde, educação e oportunidades dignas para o ser humano, são geradoras de tesouros nos céus, e garantem o bem-estar do espírito imortal que delas fez bom uso.

    Mas quando as riquezas servem apenas para deleite daquele que as detém, geram infelicidade e desgosto no além-túmulo.

    O homem moderno, levado pela sede de conquistar mais e mais, esquece-se de si mesmo.

    Conquista o sistema solar, mas perde a paz.

    Descobre o mecanismo da vida e despreza a própria existência.

    Realiza incursões vitoriosas nas partículas que compõem o átomo, mas desagrega-se interiormente.

    Sonha com o amor, e entorpece-se nas paixões infelizes.

    Aspira à felicidade, mas intoxica-se nos gozos brutalizantes.

    Importantes, sim, as conquistas intelectuais que geram o progresso e o bem-estar da humanidade...

    No entanto, é imprescindível cultivar o solo dos corações, onde as flores das virtudes possam germinar e crescer, gerando felicidade e paz, verdadeiras.

 

(Equipe de redação do momento espírita, com base em história extraída do site http:www.gretz.com.br e em no cap. Florações evangélicas, do livro homônimo, ed. Leal. - www.momento.com.br)

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Qual sua opinião?!

Oi, Turma. Tudo bem?
Assistíamos a um desses seriados na TV, quando algo falado nos chamou a atenção e achamos que seria legal trazer aqui para saber a opinião de vocês.

"Hoje é vida.
A única vida da qual tem certeza.
Aproveite ao máximo hoje."

Como você comentaria, explicaria, entenderia a colocação?
Beijos e abraços,



Feira do Livro Espírita no Pará

Feira do Livro Espírita no Pará

De 1º a 4 de maio de 2014, acontecerá na Praça da Bíblia de 8h às 22h a 8ª Feira do Livro Espírita de Ananindeua/PA.
O tema central é "'O Evangelho Segundo o Espiritismo' - Há 150 anos acolhendo, consolando, esclarecendo e orientando".  Paula Zamp, Ana e Anete Guimarães e Reinaldo Pontes serão os facilitadores do estudo.
A Praça da Bíblia fica no bairro Cidade Nova 2 em Ananindeua. Mais informações podem ser obtidas através do site www.paraespirita.com.br.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O presídio da meditação

O presídio da meditação

Maior cadeia da Índia monta retiro espiritual para os detentos - que ficam 10 dias em silêncio absoluto


por Juliana Cunha


O Complexo Penitenciário de Tihar, em Nova Délhi, é tão feio, sujo e desumano quanto os piores presídios brasileiros. Ele abriga 13 mil detentos, o dobro de sua capacidade oficial - e 60% mais gente do que o Carandiru, em São Paulo, chegou a ter. Mas desse inferno surgiu um foco de paz: Tihar criou um programa de meditação voluntária, do qual os presos podem participar em busca de tranquilidade e elevação espiritual. A cada duas semanas, uma ala do pavilhão 4 é reservada para os retiros, que duram 10 dias e não são nada fáceis. Os presos devem ficar completamente em silêncio e meditar por 8 horas diárias - absolutamente parados, sem mexer nenhum músculo do corpo. É a vipassana (termo que significa "visão interior"), uma prática milenar do budismo - e um dos tipos de meditação mais difíceis que existem. Cada detento pode fazer o retiro a cada 3 meses - e a maioria dos que começam não para mais. Nem todo preso é aceito no retiro. É preciso que ele se mostre realmente interessado, e convença os professores de que é capaz de seguir as regras do programa de meditação.
"A vipassana nos ajuda a ver as coisas como são. Por isso, acaba ajudando os presos a enxergar a detenção como uma etapa, uma jornada para se tornarem pessoas melhores e verdadeiramente livres", afirma o professor de meditação Satya Narayan Goenka, que teve a ideia de instituir a prática na cadeia. Segundo ele, os presos se tornaram mais calmos, a penitenciária passou a registrar menos incidentes violentos, e a reincidência criminal dos que são soltos também diminuiu. No Brasil, um grupo de praticantes tenta convencer, desde 2008, o governo a implantar a vipassana nos presídios. Da vida loka para a vida espiritual.
Matéria publicada na Revista Superinteressante, em fevereiro de 2010.

Jorge Hessen* comenta
Uma singular prática de reeducação de presos tem sido adotada na Índia. O Complexo Penitenciário de Tihar, em Nova Délhi, conquanto abrigue o dobro de sua capacidade oficial de encarcerados, conseguiu implantar o exercício do vipassana (“visão interior"), ideário adotado por  Sidarta Gautama, o popular Buda. A técnica consiste em exercícios de meditação bem complexos. Os presos (voluntários) devem ficar algumas vezes por mês completamente em silêncio e meditar por 8 horas diárias - inteiramente inertes, sem mover nenhum músculo do corpo em busca de paz e “ascensão espiritual”.
Na concepção de Satya Narayan Goenka, idealizador da prática no presídio, a meditação ajuda a maior compreensão da realidade. Por essa razão, auxilia os presos a distinguir a clausura como uma etapa, uma jornada para se tornarem pessoas melhores e verdadeiramente livres. Segundo Goenka, os presos praticantes se tornaram mais “equilibrados”, motivo pelo qual a penitenciária passou a registrar menos incidentes violentos, a reincidência criminal dos praticantes que são libertados igualmente diminuiu.(1) A proposta de Satya Narayan é desafiadora sem dúvida, considerando o ambiente hostil de um presídio. Não deve ser nada simples a disciplina do corpo e da mente para introspecções (meditações) nas atmosferas de uma penitenciária.
A rigor, ao exercitarmos uma oração, experimentamos alguma forma de meditação. Obviamente, com o exercício disciplinado dos pensamentos se pode chegar aos melhores resultados de uma prece. É quando consubstanciam energias harmônicas em níveis de autoconsciência. Mas o domínio dos pensamentos, considerando a cultura ocidental, é de extraordinária dificuldade. Quase sempre, os ocidentais lançamos ideias vagas, pueris, sensuais, projetamos censuras, mantemos anseios utilitaristas, entulhamos as descargas neurológicas que geram amplo consumo de energia física e mental. Seguramente a concentração (meditação) no ambiente adequado pode aliviar a tensão emocional e patrocinar um nível de estabilização e alívio psíquico que tende a refletir no bem-estar físico e espiritual.
Obviamente, a prática meditativa aplicada por Narayan Goenka no presídio de Tihar não contém vínculos diretos com as finalidades espíritas. Não constam nos cânones das Obras Básicas as técnicas para meditação esotérica, embora não haja rigorosa incompatibilidade com os mandamentos doutrinários, até porque, todo e qualquer exercício que favoreça o equilíbrio espiritual deve e pode ser estimulado. Entretanto, nesse caso específico, urge muita cautela. Lembremos que não se pode confundir as irradiações mentais através da prece com a meditação mística, mormente aplicada pelo budismo. Em razão disso, a Doutrina dos Espíritos recomenda que não se instale nos centros espíritas salas específicas para tais meditações esotéricas.
Há instituições espíritas que promovem cursos para técnicas de meditação com base na cultura oriental, todavia, é necessário ajuizar a inoportunidade de tais práticas. É preciso ter cuidado para que esses métodos não descaracterizem a proposta dos Benfeitores Espirituais. Até porque, as doutrinas vinculadas às práticas de meditações místicas têm suas próprias instituições destinadas ao exercício de meditação, e certamente nada impede para que os “espíritas” ajustados com essas propostas busquem os núcleos não espíritas adequados e aí meditem quando, como e quanto desejarem...
Seja como for, é muito útil que os “meditadores” não se esqueçam que qualquer exercício de meditação não deve ser inoperante, até porque o ideal de concentração mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba prática improdutiva. Conservar, pois, a meditação transcendente no coração, sem nenhuma atividade nas obras de ampliação da caridade, da sabedoria e do amor, consubstanciados no emprego do amor e da fraternidade, consistirá em manter na terra viva do sentimento um ídolo morto, enterrado entre as flores agrestes nos jardins da ilusão.
Jamais olvidemos que enquanto diferentes doutrinas ensinavam a meditação (recolhimento contemplativo), o insulamento social completo, na busca do EU “profundo”, o Cristo elegeu peregrinar por entre a multidão, confortando uns, auxiliando outros, situando sua doutrina não através de vocábulos vazios ou artifícios místicos, todavia fundamentando-a no exercício da ação do amor, a exemplo da metáfora do samaritano que socorreu seu próximo na estrada de Jericó.
O Codificador, confessando Jesus, igualmente não se isolou numa atitude meditativa (contemplativa); sua meditação foi o exercício do Espiritismo através da caridade, na medida em que confortou numerosos necessitados, estimulou doações a desabrigados por meio da Revista Espírita e junto de sua amada Amélie Gabrielle Boudet fez visitas a diversas famílias carentes. Justamente por sentir essa necessidade, Kardec lançou O Evangelho Segundo o Espiritismo, para mim a Carta Magna da Codificação, que se tornou imprescindível ao entendimento da angústia humana, assim como do desígnio da existência terrena, ensinando que a beneficência é o mais perfeito caminho a dar sentido e significado à nossa vida social. Aliás, Chico Xavier percebeu bem essa dimensão de Jesus e Kardec, uma vez que poderia ter ficado embevecido, em meditações e êxtases, deslumbrado ou arrebatado com as interligações diretas com o mundo espiritual, contudo, praticando o EVANGELHO se consagrou a amar o próximo incondicionalmente.
Em suma, cremos que meditar é importante, desde que não paralise nossas mãos, nem nos faça abdicar dos convites dos Benfeitores Espirituais, uma vez que eles apontam a rota segura de uma meditação produtiva, que não nos hipnotiza com técnicas que centram atenções exclusivas em nós mesmos, até por que O Meigo Rabi nos conclamou a amar o próximo como a nós mesmos e não o oposto, ou seja, todo o amor, júbilo, contentamento que ansiamos para nós, devemos em condição de equidade aos nossos iguais.

Referência:

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

E, aí! Já viu?!


Título no Brasil :As Cinco Pessoas Que Você Encontra no Céu 
Título Original :The Five People You Meet in Heaven 
Ano de Lançamento: 2004 
Gênero : Drama 
País de Origem : EUA 
Direção:  Lloyd Kramer

Sinopse :
    Eddie era um jovem que cresceu em meio a guerras, trabalho árduo e uma educação rígida. No dia em que completa 83 anos, ele sofre um acidente no parque de diversões onde trabalhou a vida inteira. Quando ele se dá por si, tudo o que ele sente é que passou uma vida sem propósito, sem rumo....E o que se sucede é uma revisitação de sua vida por 5 pessoas, umas que ele conhece, outras que ele não tinha a menor ideia de quem eram, mas cujas vidas estavam de alguma forma ligadas à dele. Cada uma dessas pessoas revê com Eddie uma passagem de sua vida, resolvendo antigos mistérios, dissolvendo antigas mágoas, revivendo antigos amores. A cada experiência fica mais claro a grande importância de Eddie na vida de milhares de pessoas sem que ele se desse conta, provando que cada vida está ligada a outra de formas que muitas vezes não entendemos.

Comentário da Rede Amigo Espírita:
    O filme "As cinco pessoas que você encontra no céu", produzido originalmente pelo Canal Hallmark, é nossa sugestão de vídeo. Trata-se da transposição para o cinema do livro de mesmo nome do escritor Mitch Albom, autor de "A última grande lição", na qual o personagem Eddie era um jovem que cresceu em meio a guerras, trabalho árduo e educação rígida. No dia em que completa 83 anos, ele sofre um acidente no parque de diversões onde trabalhou a vida inteira. Quando ele dá por si, tudo o que ele sente é que passou uma vida sem propósito, sem rumo... E o que se sucede é uma revisitação de sua vida por cinco pessoas cujas vidas estavam de alguma forma ligadas à dele.
    É interessante notar, por exemplo, que a história de Eddie, personagem central da trama que se desenvolve ao longo do filme, nos é contada como uma fábula, que poderia ser apresentada como a vida de qualquer pessoa. Eddie é um velho mecânico especializado na manutenção de brinquedos de um parque de diversões. Ele está velho e, ainda não sabe, mas está prestes a morrer. Na verdade ele tem apenas mais uma hora de vida quando a narrativa se inicia. Isso nos faz pensar a respeito de quanto tempo ainda temos pela frente. Será que viveremos até os cem anos, ou será que estamos destinados a apenas mais alguns dias, talvez horas? Como estamos vivendo cada novo dia que temos pela frente? Da melhor forma possível ou como um fardo a mais, que teremos que carregar como um burro de carga puxando uma carroça sem que a esse animal sejam dadas alternativas ou possibilidades?
    O maior de todos os sonhos que temos é o do reencontro com a pessoa amada, com os pais, irmãos, avós e grandes amigos. Há pessoas que se sentem como verdadeiros animais de carga em relação a suas vidas. Tudo lhes parece encargo, nada lhes lega prazer. Recepcionar os amigos em casa para um delicioso almoço no final de semana é encarado como mais trabalho, despesas ou amolação por ter que ficar horas e horas escutando “papo furado”. Há outras pessoas que, por outro lado, já perceberam que momentos como aqueles em que nos encontramos com amigos ou parentes próximos servem para recarregar as energias.
    Há um pouco de Eddie em cada um de nós. Se trabalho como limpador de rua ou como Presidente da República, em ambos os casos estou contribuindo com outras pessoas. Ruas limpas, jardins bem cuidados, ambientes arrumados são tão importantes para o dia a dia das pessoas quanto novas leis, mais empregos ou ainda investimentos em educação e saúde. O importante é perceber que eles também são imprescindíveis e reconhecer isso para que essas pessoas se sintam valorizadas e prestigiadas.
    Nosso céu ou nosso inferno começa por aqui e não apenas depois que morremos. Somos nós que, de certa forma, decidimos se nossas vidas serão bem vividas ou não. Temos autonomia para escolher nossos amigos, companheiros, emprego, e se vamos ou não estudar. O que podemos perceber na obra de Mitch Albom é que temos que exercer essa autonomia, perceber o que estamos fazendo de nossas vidas, alterar os rumos quando necessário, manter aquilo que consideramos adequado

terça-feira, 29 de abril de 2014

E, aí! Já leu?!

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Título:  Paulo e Estevão

Médium: Francisco Cândido Xavier

Espírito: Emmanuel

Sinopse:

O Mestre chama-o, da sua esfera de claridades imortais. Paulo tateia na treva das experiências humanas e responde:
— Senhor, que queres que eu faça?
 
Depois de sete décadas de existência, o romance Paulo e Estêvão ainda é considerado uma obra-prima da parceria entre o Espírito Emmanuel e o médium Francisco Cândido Xavier. São milhares de exemplares publicados pela FEB sobre o fariseu Paulo de Tarso, obstinado perseguidor de cristãos que se converteu ao trabalho em prol do Cristianismo e transformou sua vida em um exemplo de luta, fé e amor.
Presença constante entre os mais vendidos, o livro mostra a relação entre Paulo e o apedrejamento de Estêvão –, o profundo amor do Apóstolo pela noiva Abigail e as diversas perseguições, enfermidades, zombarias, desilusões, açoites e prisões que afligiam os adeptos da nascente Doutrina Cristã.

Uma história que fará você compreender como o amor apaga a multidão de faltas cometidas em cada existência vivida.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Revista Espírita: Introdução ao estudo dos fluidos espirituais

Os fluidos espirituais representam um importante papel em todos os fenômenos espíritas, ou melhor, são o princípio mesmo desses fenômenos. Até agora se estava limitado a dizer que tal efeito é o resultado de uma ação fluídica, mas esse dado geral, suficiente no início, não o é mais quando se quer investigar os detalhes. Sabiamente os Espíritos limitaram seu ensinamento no princípio. Mais tarde, chamaram a atenção para a grave questão dos fluidos, e não foi num centro único que a abordaram: foi mais ou menos em todos.
Mas os Espíritos não nos vem trazer esta ciência, como nenhuma outra, já pronta: eles nos põem no caminho, fornecem-nos os materiais e a nós cabe estudá-los, observá-los, analisá-los, coordená-los e os pôr em obra. Foi o que fizeram para a constituição da doutrina e agiram assim em relação aos fluidos. Em milhares de lugares diversos e do nosso conhecimento, esboçaram o seu estudo. Em toda parte encontramos alguns fatos, algumas explicações, uma teoria parcial, uma idéia, mas em parte alguma um completo trabalho de conjunto. Por que isto? Impossibilidade da parte deles? Certo que não, porque o que teriam podido fazer como homens, com mais forte razão podê-lo-ão como Espíritos. Mas, como dissemos, é que por coisa alguma eles vem libertar-nos do trabalho da inteligência, sem o qual as nossas forças, ficando inativas, estiolar-se-iam, porque acharíamos mais cômodo que eles trabalhassem por nós.
Assim, o trabalho foi deixado ao homem, mas a sua inteligência, a sua vida, o seu tempo sendo limitados, a nenhum é dado elaborar tudo o que é necessário para a constituição de uma ciência. Eis porque não há uma só que, em todas as suas peças seja obra de um só homem; nenhuma descoberta que o seu primeiro inventor tenha levado à perfeição. A cada edifício intelectual vários homens e diversas gerações trouxeram seu contingente de pesquisas e de observações.
Assim também com a questão que nos ocupa, cujas diversas partes foram tratadas separadamente, depois coligidas num corpo metódico, quando puderam ser reunidos materiais suficientes. Esta parte da ciência espírita mostra, desde já, que não é uma concepção individual sistemática, de um homem ou de um Espírito, mas o produto de observações múltiplas, que tiram sua autoridade da concordância entre elas existente.
Pelo motivo que acabamos de exprimir, não poderíamos pretender que esta seja a última palavra. Como temos dito, os Espíritos graduam os seus ensinos e os proporcionam à soma e à maturidade das idéias adquiridas. Não se poderia, pois, duvidar que, mais tarde, elas pusessem novas observações sobre a via. Mas desde agora há elementos suficientes para formar um corpo que, ulteriormente e gradualmente, será completado.
O encadeamento dos fatos nos obriga a tomar nosso ponto de partida de mais alto, a fim de proceder do conhecido para o desconhecido.
Tudo se liga na obra da criação. Outrora consideravam-se os três reinos como inteiramente independentes entre si e teriam rido de quem pretendesse encontrar uma correlação entre o mineral e o vegetal, entre o vegetal e o animal. Urna observação atenta fez desaparecer a solução de continuidade, e provou que todos os corpos formam uma cadeia ininterrupta. De tal sorte que os três reinos não subsistem, na realidade, senão pelos caracteres gerais mais marcados. Mas nos seus limites respectivos eles se confundem, a ponto de se hesitar em saber onde um termina e o outro começa, e em qual certos seres devem ser colocados. Tais são, por exemplo, os zoofitas, ou animais plantas, assim chamados porque tem, ao mesmo tempo de animal e de planta.
O mesmo acontece no que concerne à composição dos corpos. Durante muito tempo os quatro elementos serviram de base às ciências naturais: caíram ante as descobertas da química moderna, que reconheceu um número indeterminado de corpos simples. A química nos mostra todos os corpos da natureza formados desse elementos combinados em diversas proporções. É da infinita variedade dessas proporções que nascem as inumeráveis propriedades dos diferentes corpos. É assim, por exemplo, que uma molécula de gás oxigênio e duas de gás hidrogênio, combinadas, formam água. Na sua transformação em água, o oxigênio e o hidrogênio perdem suas qualidades próprias. A bem dizer, não há mais oxigênio, nem hidrogênio, mas água. Decompondo a água, encontram-se novamente os dois gases, nas mesmas proporções. Se, em lugar de uma molécula de oxigênio, houver duas, isto é, duas de cada gás, não será mais água, mas um líquido muito corrosivo. Bastou, pois, uma simples mudança na proporção de um dos elementos para transformar uma substância salutar em outra venenosa.
Por uma operação inversa, se os elementos de uma substância deletéria, como, por exemplo, o arsênico, forem simplesmente combinados em outras proporções, sem adição ou subtração de nenhuma outra substância, ela tornar-se-á inofensiva, ou mesmo salutar. Há mais: várias moléculas reunidas de um mesmo elemento, gozarão de propriedades diferentes, conforme o modo de agregação e as condições do meio onde se encontram. A ozona, recentemente descoberta no ar atmosférico, é um exemplo. Reconheceu-se que essa substância não passa de oxigênio, um dos principais constituintes do ar, num estado particular, que lhe dá propriedades distintas das do oxigênio propriamente dito. O ar não deixa de ser formado de oxigênio e de azoto, mas suas qualidades variam conforme contenha maior ou menor quantidade de oxigênio no estado de ozona.
Estas observações, que parecem estranhas ao nosso assunto, não obstante a ele se ligam de maneira direta, como se verá mais tarde. Elas são, além disso, essenciais como pontos de comparação.
Essas composições e decomposições se obtêm artificialmente e em pequenas doses nos laboratórios, mas se operam em grande e espontaneamente no grande laboratório da natureza. Sob a influência do calor, da luz, da eletricidade, da humanidade, um corpo se decompõe, seus elementos se separam, outras combinações se operam e novos corpos se formam. Assim, a mesma molécula de oxigênio, por exemplo, que faz parte do nosso corpo, após a destruição deste, entra na composição de um mineral, de uma planta, ou de um corpo animado. Em nosso corpo atual acham-se, pois, as mesmas parcelas de matéria, que foram partes constituintes de uma multidão de outros corpos.
Citemos um exemplo para tornar a coisa mais clara.
Um pequeno grão é posto na terra, nasce, cresce e torna-se uma grande árvore que, anualmente, dá folhas, flores e frutos. Quer dizer que a árvore se achava inteirinha no grão? Certamente que não, porque ela contém uma quantidade de matéria muito mais considerável. Então de onde lhe veio essa matéria? Dos líquidos, dos sais, dos gases que a planta tirou da terra e do ar, que infiltraram em sua haste e, pouco a pouco, alimentaram o volume. Mas nem na terra nem no ar encontram-se madeira, folhas, flores e frutos. É que esses mesmos líquidos, sais e gases, no ato de absorção, se decompuseram, seus elementos sofreram novas combinações, que os transformaram em seiva, lenho, casca, folhas, flores, frutos, essências voláteis, etc. Estas mesmas partes, por sua vez, vão destruir-se, decompor-se, seus elementos, misturar-se de novo na terra e no ar; recompor as substâncias necessárias à frutificação, ser reabsorvidos, decompostos e, mais uma vez, transformados em seiva, lenho, casca, etc.
Numa palavra, a matéria não sofre aumento nem diminuição. Transforma-se e, por força dessas transformações sucessivas, a proporção das diversas substâncias é sempre em quantidade suficiente para as necessidades da natureza. Suponhamos, por exemplo, que uma dada quantidade de água seja decomposta, no fenômeno da vegetação, para fornecer o oxigênio e o hidrogênio necessários á formação das diversas partes da planta; é uma quantidade de água que existe a menos na massa; mas essas partes da planta, quando de sua decomposição, vão tornar livres o oxigênio e o hidrogênio que elas encerravam, e esses gases, combinando-se entre si, vão formar uma nova quantidade de água equivalente à que havia desaparecido.
Um fato que é oportuno assinalar aqui, é que o homem, que pode operar artificialmente as composições e decomposições que se operam espontaneamente na natureza, é impotente para reconstituir o menor corpo organizado, ainda que fosse uma palha de erva ou uma folha morta. Depois de ter decomposto um mineral, pode recompô-lo em todas as suas peças, como era antes. Mas quando separou os elementos de uma parcela de matéria vegetal ou animal, não pode reconstituí-la e, com mais forte razão, dar-lhe a vida. Seu poder pára na matéria inerte: o princípio de vida está na mão de Deus.
A maioria dos corpos simples são chamados ponderáveis, porque é possível achar o seu peso, e este está na razão da soma de moléculas contidas num dado volume. Outros são ditos imponderáveis, porque para nós não tem peso e, seja qual for a quantidade em que se acumulem num outro corpo, não aumentam o peso deste. Tais são: o calórico, a luz, a eletricidade, o fluido magnético ou do ímã. Este último não passa de uma variedade da eletricidade. Posto que imponderáveis, nem por isto esses fluidos deixam de ter um grande poder. O calórico divide os corpos mais duros, os reduz a vapor, dá aos líquidos evaporados uma irresistível força de expansão. O choque elétrico quebra árvores e pedras, curva barras de ferro, funde os metais, atira longe enormes massas. O magnetismo dá ao ferro um poder de atração capaz de sustentar pesos consideráveis. A luz não possui esse gênero de força, mas exerce uma ação química sobre a maioria dos corpos, e sob sua influência operam-se incessantemente composições e decomposições. Sem a luz os vegetais e os animais se estiolam, os frutos não têm sabor nem colorido.
Todos os corpos da natureza, minerais, vegetais, animais, animados ou inanimados, sólidos, líquidos ou gasosos, são formados dos mesmos elementos, combinados de maneira a produzir a infinita variedade dos diferentes corpos. Hoje a Ciência vai mais longe. Suas investigações pouco a pouco a conduzem à grande lei da unidade. Agora é geralmente admitido que os corpos reputados simples não passam de modificações, de transformações de um elemento único, princípio universal designado sob os nomes de éter, fluido cósmico ou fluido universal. De tal sorte que, segundo o modo de agregação das moléculas desse fluido, e sob a influência de circunstâncias particulares, adquire propriedades especiais, que constituem os corpos simples.
Estes, combinados entre si em diversas proporções, formam, como dissemos, a inumerável variedade de corpos compostos. Segundo esta opinião, o calórico, a luz, a eletricidade e o magnetismo não passariam de modificações do fluido primitivo universal. Assim esse fluido que, segundo toda probabilidade, é imponderável seria ao mesmo tempo o princípio dos fluidos imponderáveis e dos corpos ponderáveis.
A química nos faz penetrar na constituição íntima dos corpos, mas, experimentalmente. não vai além dos corpos considerados simples. Seus meios de análise são impotentes para isolar o elemento primitivo e determinar a sua essência. Ora, entre esse elemento em sua pureza absoluta e o ponto onde pára as investigações da Ciência, o intervalo é imenso. Raciocinando por analogia, chega-se a esta conclusão que entre esse dois pontos extremos, esse fluido deve sofrer modificações que escapam aos nossos instrumentos e aos nossos sentidos materiais. É nesse campo novo, até aqui fechado à exploração, que vamos tentar penetrar.

domingo, 27 de abril de 2014

Valores: Paciência



PACIÊNCIA


Paciência - aguardar calmamente alguém ou alguma coisa mesmo se estiverem muito atrasados


Minha lembrança mais querida do meu pai aconteceu em um dia de verão, no meio de um lago nas montanhas. "Não mexa. Vá enrolando bem devagar", meu pai sussurrou. Mas era difícil demais. Eu detestava esperar. Geralmente, eu demorava muito para decidir o que queria, mas depois que decidia, queria naquele mesmo instante. E naquele momento eu queria pegar um peixe.


Tive a impressão de que meu pai percebeu minha impaciência. "Os grandes não chegaram a esse tamanho pegando a primeira coisa que caía na água", disse ele baixinho. "Logo você descobrirá que tudo que é grande e valioso geralmente demora muito tempo".


Depois, com um sorriso que nunca esquecerei, acrescentou: "Afinal de contas, já gastei doze anos com você".


As verdadeiras bênçãos quase sempre nos aparecem na forma de sofrimento, perdas e decepções; porém, se tivermos paciência, logo as veremos como realmente são. (Joseph Addison (1672-1719) ensaísta, poeta, editor)

Passe adiante: encorajamento...

Assista ao vídeo aqui: