sábado, 16 de julho de 2016

Papo informal: Nós, espíritas e o espiritismo fazemos proselitismo ?

Olá pessoal, bom dia !!

Eu sempre quis formar uma mesa redonda para estudar a Doutrina Espírita, mas é difícil encontrar parceiros para a formação da mesma.
Então vou ver se consigo pela lista, quem sabe alguém arruma um tempinho para colaborar com o meu aprendizado, rsrs.
Ouvi  alguém dizer que  o espiritismo não faz proselitismo.

A pergunta é :  " Nós, espíritas e o espiritismo fazemos proselitismo ?"

Vamos ver se tem gente que ainda visita a lista , rsrs.
Aguardando colaboração.

Abraceijos ,
Hermes
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Olha só... gostei da ideia.
Bom, vamos a minha opinião.
Entendo que o proselitismo é uma ação ou empenho de tentar converter uma ou várias pessoas em prol de determinada causa, doutrina, ideologia ou religião.
Sendo assim, não combina com o evangelho revivido de Jesus.
Existe na nossa casa uma metodologia de estudo sistematizado onde sugere que o indivíduo estude primeiramente o Tomo I e II antes de começar o estudo das obras Básicas. Isto por uma questão pedagógica. Mas não está impedido de começar por outras salas como "O Livro dos Médiuns" ou "Céu e inferno". Não vejo como proselitismo.
Ainda que não vejo o Espiritismo como proselitista, muitos espíritas ainda são. Eu particularmente era quando comecei os estudos.
Creio que até podemos "arrebanhar ovelhas", mas não converte-las. Sempre no começo do ano fazemos uma campanha de "arrebanhar" os evangelizandos, pois se dispersam nas férias. Mas as nossas aulas não são como catecismo que tentam converter as crianças. Mesmo porque, nossas crianças são na maioria evangélicas.
Falando em religiões proselitistas, no catolicismo tem que fazer a primeira comunhão para poder se comungar. E não casa se não fizer a crisma.
Que tal...
Humberto SA.
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Olá amigos
De minha parte acho que não se trata de fazer proselitismo, pois não vejo sentido em forçar alguém a acreditar em alguma coisa para a qual não está preparado, ou não faz o menor sentido.
Não significa porém que não possamos defender a nossa crença e exigir respeito.
Quando a divulgamos por certo é pensando nos benefícios que ela nos proporcionou, e que desejamos ao próximo.
Quando alcançamos os corações e mentes preparadas o proselitismo é algo natural.
Essa é minha percepção,
Abraços queridos
Paty Bol
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Pessoal,

Gostei da provocação e a acho muitíssimo válida.

Acho que é característica de seres inseguros fazer proselitismo (de todos os tipos: religioso, político, nacional, etc.). Embora o Espiritismo, como doutrina, não tenha por objetivo fazer prosélitos, como movimento ele agrega em seu seio seres mais e menos inseguros, mais e menos empolgados, mais e menos maduros e, com isso, com mais ou menos tendências de "levar aos outros aquilo que deu certo consigo", com toda boa intenção. Então, vejo que o Espiritismo não faz prosélitos - alguns espíritas sim, mas em seu próprio nome.

Encontrei uma forma de falar de Espiritismo sem fazer proselitismo e vou dividir a experiência pessoal com vocês. O Espiritismo é um conjunto de princípios + metodologia. Entendo cada princípio e a metodologia espíritas como ferramentas de uma caixa de ferramentas, que posso usar na estrita medida do necessário para abrir certas caixas e entender certos assuntos. É assim que costumo expor minhas ideias. Por exemplo: um garoto de 3 anos demonstra se lembrar de uma vida passada e a conversa surge numa rodinha informal. Começo ouvindo, de preferência todos os outros. Quando chega minha vez, digo algo como: "Gente, preciso ser sincero com vocês: não consigo enxergar esse problema sem o óculos da reencarnação - e aí não vai nenhuma posição religiosa, apenas prática. Não consigo ver lógica nem na biologia, nem na educação que mostrem como é possível esse tipo de lembrança detalhada. Com esse óculos, vejo que pode ser uma inteligência que tem essa memória, a reteve, e que agora, por algum motivo, a acessa. Mas gostaria de ouvir outras opiniões.".

Para fazer com que o Espiritismo cumpra seu papel consolador só é preciso que saibamos usar as ferramentas certas, sem chocar, inserindo-as nos contextos certos. O Espiritismo cumpre seu papel através de seus princípios e sua metodologia, não de seu rótulo exterior.

Por fim, sempre considero a possibilidade de estar errado. Todos os dias. Isso me força a uma certa humildade nos diálogos. Quem não considera a chance de estar errado, de verdade, não pode cobrar que os outros o ouçam a sério e, portanto, é sempre um péssimo divulgador.

Abraços,
Pedro
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Legal Pedro.
Podemos assim, colocar a Candeia em cima do alqueire sem ofuscar os olhos de ninguém.
Humberto S. A.
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Oi, Hermes!

Olá, Equipe!

Gostei! Rsrs Sempre válido trocar ideias!!

Na minha opinião, acredito que é natural fazer um pouco de “proselitismo” quando algo nos faz bem.

Ok... sabemos que a melhor forma de convencer alguém a respeito de algo é dar o exemplo. Mas, quando você, por exemplo, vê uma pessoa querida chorando desconsoladamente, porque um ente querido desencarnou, é difícil não “pregar” nossas convicções a respeito da Vida que continua, com toda a sua intensidade ou quando uma doença limita a Vida de alguém, entre outras situações da vida, tão bem explicadas pelo Espiritismo.

Então, como o Humberto disse, também já fui “proselitista”, sim!... mas a ideia não, propriamente, convencer ou impor as pessoas a minha religião, mas dividir o que me traz consolo e entendimento.

Hoje, sei que não adianta.... Cada um tem seu tempo e, muitas vezes, crenças muito enraizadas.

E descobri que outras religiões tem seu modo de consolar e lidar com as situações da Vida. E, assim, sempre é possível consolar sem impor ideias ou a nossa religião e todas as vezes que falo com alguém, procuro lembrar o que aprendi com a doutrina, mesmo não usando o nome Espiritismo. Mas, mesmo sem me referir ao Espiritismo, seus pressupostos e tudo o que me ensina está lá, em cada palavra, porque faz parte de mim.

Então, não faço mais meu proselitismo rsrsrs Mas, se me perguntam, sim SOU Espírita.

Resumindo: não, o Espiritismo não é proselitista.

Talvez alguns de nós sejamos enquanto não compreendemos que o Espiritismo não precisa de “propaganda” ou que usemos seu nome para consolar, como se a palavra “Espiritismo”, por si, consolasse. Não, Ele não é uma religião superficial que precise de adeptos, até porque, seus ensinos são muito além de um nome e seu consolo reside no amor que ajuda a construir em nós, com o conhecimento e compreensão que nos traz.

Sim, acredito que, o que consola, o que faz bem, o que esclarece é o conhecimento e sentimentos novos que crescem em nós, quando aprendemos sempre e um pouco mais com o Espiritismo. Aí, passamos a viver um pouco mais amorosamente e empenhando-nos em construir uma paz em nós e ao nosso redor.

Precisamos dizer que é fruto do espiritismo? Não... O Espiritismo precisa que digamos? Não.... O Amor que Jesus ensinou está muito além disso, e é a base do Espiritismo.  Mas, lamento, porque a compreensão nos ajuda a construir uma vida interior mais tranquila, e isso o Espiritismo traz demais! Mas, cada um tem o seu tempo e mesmo para nós, o conhecimento precisa de tempo para criar raízes sólidas a ponto de influenciar nossos sentimentos e nossa alma.

Não, o Espiritismo não é proselitista porque Jesus e o Espíritos Superiores sabem do tempo de cada um e de como todos são diferentes, assim como, que o Amor está acima de tudo, inclusive das religiões. Se, para nós, o caminho para esse amor é o Espiritismo, para outros, pode não ser.... e Eles sabem disso e de tudo o que, pelo menos eu, ao poucos, vou descobrindo....

Espero ter contribuído, amigo Hermes e equipe, com esse pequeno espaço de reciclagem, conseguindo expressar o que sinto e penso (que ainda está criando forma com seu questionamento! Valeu!...)

Abraços,

Fabi

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Olá, Hermes e demais amigos do EspNet!

Gosto muito da ideia de utilizar esta lista para debate de assuntos doutrinários. Anauê e ajayô pra você, Hermes.

Primeiramente é importante definir o conceito de proselitismo. Do Dicionário Michaelis:

Prosélito é aquele que se converte a uma religião diferente da que tinha. Proselitismo é a tentativa persistente de persuadir ou convencer outras pessoas a aceitar suas crenças, em geral relativas à religião ou à política.

O que seriam exemplos de comportamentos proselitistas?
- Abordar pessoas aleatoriamente, para distribuir material de divulgação não solicitado.
- Enviar spam de material espírita por e-mail ou pelas mídias sociais.
- Puxar insistentemente temas espíritas, em conversas com pessoas conhecidas ou desconhecidas, mesmo que o assunto em curso seja outro.
- Ao saber que uma pessoa segue outra religião, ou nenhuma religião, criticar a sua crença e tentar convencê-la de que a crença espírita é superior.

Colocado desta forma, eis a minha opinião: penso que o Movimento Espírita não é proselitista e que a grande maioria dos espíritas também não o é. Há exceções? Certamente.
- Dar uma palestra sobre tema espírita, numa casa espírita, ou em outro local qualquer, a convite dos anfitriões, é proselitismo? Não.
- Publicar artigos espíritas em mídia impressa ou eletrônica, é proselitismo? Não.
- Responder “espírita” à pergunta “qual é a tua religião?”, é proselitismo? Não.
- Utilizar um argumento doutrinário a respeito do tema em discussão, e mencionar que isto faz parte do ideário espírita, é proselitismo? Não.

Abraços, Raphael
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Olá pessoal, boa tarde!

Agora com mais folga vamos ver se concluímos nossa indagação/estudo.

A ideia da pergunta surgiu pelo fato de um companheiro de outra sala espírita (Arnaldo - diz-se estudioso da Doutrina Espírita, o que respeitamos como devemos fazer com todos em relação às opiniões), vir de encontro daquilo que falo, ou seja, não fazemos proselitismo. 
Lembrou-me para ler em O E.S.E. , capítulo 24 item 10: “Essas palavras podem também aplicar-se aos adeptos e aos disseminadores do Espiritismo. Os incrédulos sistemáticos, os zombeteiros obstinados, os adversários interessados são para eles o que eram os gentios para os apóstolos. Que, pois, a exemplo destes, procurem, primeiramente, fazer prosélitos entre os de boa vontade, entre os quais desejam a luz,..... ( referindo-se ao título - " Não vades ter com os gentios "- 

Raphael já colocou uma definição de proselitismo e prosélito. Permitam-me colocar outras colocações

Proselitismo:>esforço contínuo para converter alguém, fazendo com que essa pessoa pertença a determinada religião, seita, doutrina;

Os proselitistas utilizam de argumentos agressivos, apelativos e sensacionalistas com a intenção de conseguir atingir os seus objetivos.
Este tipo de proselitismo, assim como praticamente todos, beiram o fanatismo e o ditatorialismo, em alguns casos.
Atualmente, o proselitismo é visto com uma conotação negativa, devido à "agressividade" e falta de ética que muitos representantes de algumas religiões utilizam na tentativa de angariar novos fiéis.

Diante desses outros significados vamos observar que nem o espiritismo e nem espíritas usam de proselitismo, pois nós, de acordo com os ensinamentos doutrinários, aprendemos que cada um ao seu tempo. Nunca forçar a ninguém a escolha de uma doutrina.

Vamos destacar para melhor compreensão alguns termos:  de argumentos agressivos, apelativos e sensacionalistas; falta de ética; fanatismo e o ditatorialismo.

Não conseguimos ver em nossas reuniões, em palestras, seminários e mesmo em convenções qualquer sinal de proselitismo.
Será que quando Jesus disse: “Ide e pregai”, estaria fazendo proselitismo? Claro que NÂO, pois sempre tivemos a impressão deixada pelo Mestre de ser uma pessoa doce e serena, jamais ordenando aos seus apóstolos a agressividade, a falta de ética ou mesmo serem fanáticos. Ademais pediu para os apóstolos rebuscassem aquelas “ ovelhas “ perdidas ou aqueles que estariam em dúvidas muito embora sendo um povo monoteísta.
Assim sendo, continuo, junto aos companheiros, afirmando que nós espíritos espíritas bem como a abençoada doutrina Não usa desse subterfúgio que é proselitismo.

Grato aos companheiros pelos esclarecimentos e que reforçaram minha concepção sobre o termo e que Jesus permaneça conosco, agora e sempre.

Abraceijos,
Hermes.



sexta-feira, 15 de julho de 2016

Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos - ANO VI - MARÇO DE 1863 - Estudo sobre os Possessos de Morzine CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATÊ - LA

Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
ANO VI
MARÇO  DE 1863

Estudo sobre os Possessos de Morzine
CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATÊ - LA

Um outro relatório assim se exprime sobre o mesmo assunto:

Nós, abaixo assinados, declaramos que tendo ouvido falar dos casos extraordinários, levados à conta de possessão de demônios, e ocorridos em Morzine, transportamo-nos para aquela paróquia 12 , onde chegamos em 30 de setembro último (1857), para testemunhar o que se passava e examinar tudo com maturidade e prudência, esclarecendo-nos por todos os meios fornecidos pela presença no lugar, a fim de poder formar um juízo razoável em semelhante matéria.
“1 o – Vimos oito jovens que estão libertas e cinco em
estado de crise; a mais moça tem dez anos e a mais velha, vinte e dois.

12 N. do T.: A palavra paróquia (paroisse) não deve ser aqui entendida na sua acepção ordinária, de “circunscrição eclesiástica”, mas como “unidade administrativa rural do Antigo Regime (Ancien Régime)
francês.”

“2 o – Conforme tudo quanto nos dizem e que pudemos observar, essas jovens estão em perfeito estado de saúde; fazem todas as obras e trabalhos que reclamam sua posição, de sorte que não se vê, quanto aos outros hábitos e ocupações, nenhuma diferença entre elas e as demais moçoilas da montanha.
“3 o – Vimos estas moças, as não curadas, nos momentos de lucidez. Ora, podemos assegurar que nada foi observado nelas, seja idiotia, seja predisposição para as crises atuais, por falhas de caráter ou por exaltação de espírito. Aplicamos a mesma observação às que são curadas. Todas as pessoas que consultamos sobre os antecedentes e os primeiros anos dessas moças nos garantiram que elas estavam, no que respeita à inteligência, no mais perfeito estado.
“4 o – O maior número destas moças pertence a famílias honestas e abastadas.
“5 o – Asseguramos que pertencem a famílias que gozam de boa reputação, entre as quais existem algumas cuja virtude e piedade são exemplares.”
Daqui a pouco daremos a continuação deste relatório, relativamente a certos fatos. Queríamos apenas constatar que nem todos viram as coisas sob cores tão negras quanto o Dr. Constant, que representa os habitantes como vivendo na extrema miséria, e dos mais cabeçudos, obstinados e mentirosos, embora no fundo fossem bons e, sobretudo, piedosos, ou, antes, devotos. Ora, quem tem razão? Somente o Dr. Constant, ou vários outros, não menos honrados, que certificam ter bem observado? De nossa parte não vacilamos em nos colocar ao lado dos últimos, em razão daquilo que vimos e do que nos disseram várias autoridades médicas e administrativas da região, e a manter a opinião emitida em nossos artigos precedentes.
Para nós a causa primeira não está na constituição, nem no regime higiênico dos habitantes, porquanto, como fizemos notar, há muitas regiões, a começar pelo Valais limítrofe, em que as condições de toda natureza, morais e outras, são infinitamente mais desfavoráveis e onde, entretanto, não se alastra essa doença. Daqui a pouco nós a veremos circunscrita, não ao vale, mas apenas aos limites da comuna de Morzine 13 . Se, como afirma o Dr. Constant, a causa fosse inerente à localidade, ao gênero de vida e à inferioridade moral dos habitantes, perguntamos, ainda, por que o efeito é epidêmico e não endêmico, como o bócio e o cretinismo no Valais? Por que as epidemias do mesmo gênero, de que fala a História, se produzem nas casas religiosas onde nada falta e que se encontram nas melhores condições de salubridade?
Não obstante, eis o quadro que o Dr. Constant faz do caráter dos habitantes de Morzine:
“Uma estada prolongada, visitas sucessivas e diárias mais ou menos em cada casa, permitiram-me chegar a outras constatações.
“Os habitantes de Morzine são afáveis, honestos, de grande piedade; talvez fosse mais acertado dizer de grande devoção.
“São obstinados e dificilmente renunciam a uma ideia que adotaram, o que, além de outros inconvenientes, acrescenta o de os tornarem litigantes, outra fonte de mal-estar e de miséria, porque as condições não são fáceis. Mas só muito raramente a justiça criminal encontra culpados entre eles.
“Têm um semblante grave e sério, que parece um reflexo da natureza áspera que os rodeia e que lhes imprime uma espécie de marca particular, que os faria ser tomados por membros de uma vasta comunidade religiosa. Com efeito, sua existência pouco difere da de um convento.

13 N. do T.: A grafia correta é Morzine, e não Morzines, como muitas vezes aparece no texto original.

“Seriam inteligentes, se seu raciocínio não fosse obscurecido por uma profusão de crenças absurdas ou exageradas, por um invencível arrastamento para o maravilhoso, legado pelos séculos passados e ainda não curado no século atual.
“Todos gostam de contos e histórias impossíveis. Conquanto honestos por natureza, alguns mentem com imperturbável altivez, para sustentar o que disseram no gênero.
Estou convencido de que eles acabam mentindo de boa-fé, por crerem nas próprias mentiras e nas dos outros. Para ser justo, é preciso dizer que a maioria não mente, limitando-se a contar vagamente o que viu.”
Aos nossos olhos, a causa é independente das condições físicas dos homens e das coisas. Se manifestamos tal opinião, não é com a idéia preconcebida de ver por toda parte a ação dos Espíritos, já que ninguém admite sua intervenção com mais reserva que nós, mas por uma analogia que notamos entre certos efeitos e os que nos são demonstrados como resultado evidente de uma causa oculta. Mas, ainda uma vez, como admitir essa causa quando não se crê na existência dos Espíritos? Como admitir, com Raspail, as afecções produzidas por seres microscópicos, se se nega a existência de tais animálculos, porque não foram vistos? Antes da invenção do microscópio, Raspail teria passado por louco, por ver animais em toda parte; hoje, que se está muito mais esclarecido, não se vêem Espíritos. Para isso, no entanto, só falta pôr óculos.


Enviado por: "Joel Silva"

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Trocando ideia... Tem algum sentido fazermos Evangelho no Lar sozinho, sem a companhia de amigos ou familiares?

Tem algum sentido fazermos Evangelho no Lar sozinho, sem a companhia de amigos ou familiares?

Vai abaixo uma bela história do Chico Xavier que responde a pergunta.
Em meados de 1932, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga" estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Carmen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico.
Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto. Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos da vida familiar. 
O grupo ficou limitado a três companheiros. D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos. 
José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento. Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a frequência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.
Vendo-se sozinho, o Médium também quis ausentar-se.
Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
- Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.
- Continuar como? Não temos frequentadores...
- E nós? - disse o espírito amigo. - Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto. Em seguida, abria o "Evangelho Segundo o Espiritismo", ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.
Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez. Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento. Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel.
Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites de segundas e sextas-feiras.

(Fonte: Rede Amigo Espírita)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Coloque em prática a arte do silêncio

Coloque em prática a arte do silêncio

Rede Catraca - portalpersonare

Pare neste momento e tenha um minuto de silêncio. Você não acredita que isso seja possível? Em um mundo cada vez mais barulhento e cheio de ruídos, pode parecer difícil ter um tempo para si mesmo. A boa notícia é que você pode derrubar esse mito e aprender a praticar o silêncio até mesmo no trânsito.
Adotar essa prática no dia a dia traz diversos benefícios não só à saúde mental, como também ao corpo. Segundo linhas terapêuticas como a Meditação e o Xamanismo, aquietar os pensamentos proporciona um equilíbrio e autocontrole próprios, além de prevenir doenças como a depressão e a ansiedade.
Notícia publicada no Portal Catraca Livre, em 25 de maio de 2016.

Claudio Conti* comenta
 
Primeiramente, é preciso ressaltar que a notícia em análise não faz referência a estudo científico algum, nem, tampouco, a alguma instituição que divulgue ou ensine técnicas de meditação. Desta forma, devemos considerar como sendo unicamente a expressão e entendimento do seu autor.
O conceito e técnicas de meditação são muito variados, dependendo do entendimento pessoal, da crença e da cultura daquele que expressa suas ideias a este respeito. Sob este prisma, trataremos nosso comentário baseado nos ensinamentos espíritas e, certamente, no nosso entendimento pessoal.
Para fundamentação do que se pretende expor, utilizaremos uma colocação de Carl G. Jung, considerado o "pai" da psicologia analítica.
Jung apresenta, no livro Estudos Alquímicos, interessante texto intitulado "Por que é Difícil para o Ocidental Compreender o Oriente", no qual expõe a forma de pensar do ocidental e do oriental e das dificuldades de entendimento por parte do homem ocidental sobre os métodos e abordagem utilizadas pelo homem oriental. Jung cita, ainda, um provérbio chinês que diz: "Se o homem errado usar o meio correto, o meio correto atuará de modo errado". Neste contexto, tudo depende do homem e não do método. Este ditado postula a necessidade de entendimento acertado do método que se utiliza.
Uma diversidade de "modismos" surgem ao longo do tempo e, muitas vezes, técnicas sobre as mais diversas questões são utilizadas sem o devido entendimento do seu significado, sendo disseminado os objetivos que podem ser alcançados. Todavia, a falta de significado não conduzirá aos resultados pretendidos, podendo, inclusive, causar danos.
Neste contexto podemos tratar a meditação especificamente.
Como mencionado anteriormente, as técnicas de meditação são as mais diversas, sendo que cada qual pretende ser a detentora da mais eficaz. Sem querer questionar a eficácia da técnica em si, o ponto fundamental é a sua adequação geral, isto é, para todos indiscriminadamente, sem os fundamentos das crenças que desenvolveram esta ou aquela técnica de meditação.
A Doutrina Espírita apresenta como necessidade fundamental o autoconhecimento, que propiciará harmonia e tranquilidade mental a partir do momento que se conheça as dificuldades e, também, as qualidades desenvolvidas ao longo do tempo para que possa, gradativamente, ampliá-las, como colocado por Jesus na Parábola dos Talentos.
Nas questões 919 e 919a de O Livro dos Espíritos, encontramos orientação simples e adequada para o autoconhecimento.
Contudo, um ponto fundamental, que não se diferencia das outras técnicas, é que o conhecimento dos fundamentos do Espiritismo será fundamental para que este processo ocorra de forma adequada, tranquila e que conduzirá a estados gratificantes do ser.
 
* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão - CONCLUSÃO - A018 – Cap. 5 – Elucidações valiosas – Segunda Parte

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A018 – Cap. 5 – Elucidações valiosas – Segunda Parte
CONCLUSÃO
QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Dando continuidade aos trabalhos espirituais, parte dos benfeitores irá se descolar para o Anfiteatro levando Guilherme, o espírito obsessor. No entanto, ele se recusa a ir e não quer que os benfeitores também vão. Por quê?

Guilherme, embora estivesse vários anos na Espiritualidade, desconhecia a grandeza deste mundo. Até ali, imaginava, equivocadamente, que os maiores seriam exatamente os mesmos maiores na terra, ou seja, os que tinham falsos poderes mediante a violência... Ora, conhecera até ali a escravidão pelo ódio... Portanto, quando viu benfeitores, todos humildes e simples, dispostos a entrar no Anfiteatro e lá conversar diretamente com Dr. Teofratus tentou evitar, pois acreditou que seriam esmagados pelo poder do mago. Tal receio é exatamente a morte espiritual que Jesus e os amigos espirituais tanto comentam...

2 – “Verdadeiramente infeliz é aquele que não perdoa, não olvida o mal, não oferece oportunidade de redenção.” Comente a afirmação.

O perdão, diferentemente do que o senso comum pensa, não é sinônimo de impunidade, fraqueza e comodismo. O perdão, conforme os benfeitores ensinam, é a porta de libertação do ofendido e de reequilíbrio dos seres, sendo proferido somente por aquele que é forte para se mostrar superior à situação. O maior beneficiado do perdão é, sem dúvida, aquele que o faz. Quanto ao ofensor, as Leis de Causa e Efeito e Misericórdia atuarão para o completo reajuste, sem necessitar do concurso pessoal e vingativo do ofendido.

3 – Saturnino transfigura-se em benfeitor de Luz para convencer Guilherme a lhe acompanhar na excursão ao Anfiteatro, através de emocionantes palavras. O que podemos retirar de suas palavras e da forma como foram ditas para a nossa prática no diálogo com os desencarnados infelizes?

Podemos destacar alguns pontos importantes do diálogo entre Saturnino e Guilherme para transportá-los para nossa prática na conversa com os desencarnados:

A) Saturnino tratou Guilherme como um espírito adoecido do coração. Para isso, nem o acusou como fonte única de todo o sofrimento, nem lhe isentou das responsabilidades pessoais

B) utilizou-se de linguagem clara, franca e lógica, demonstrando as diretrizes evangélicas

C) procurou acolher o espírito perturbado, abrindo o coração para escutar e falar

D) demonstrou grandeza pessoal no diálogo, através da própria exemplificação e coragem