sábado, 14 de março de 2015

Vamos refletir?! – Segue-me: No Júbilo de Servir

NO JÚBILO DE SERVIR
"Depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei:
somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer".
Jesus (Lucas, 17:10)
Guarda tua alma no júbilo de servir.
Não reclames honrarias, por mais alto te pareça o triunfo em tuas mãos.
Se a terra se julgasse dona da arvore que frutifica na sua crosta, intentando negar-lhe arrimo, não faria mais que privar-se da proteção que o vegetal lhe dispensa, e se a arvore se presumisse proprietária da terra que a suporta, fugindo-lhe as bases, nada mais conseguiria que a eliminação de si mesma. Atenta, porem, a seiva e ao equilíbrio que a Sabedoria Divina lhe assegura entra em abençoada cooperação e produz a benção da colheita.
Todos os bens da vida fluem da Bondade de Nosso Pai.
Nas tuas horas de êxito medita nas forças conjugadas que te sustentam. Pensa nos que te beneficiam e te instruem, nos que te amparam e te garantem.
Orgulhar-se das boas obras e ensombrar a própria visão, invocando homenagens indébitas que, de direito, pertencem a Deus.
A maneira do instrumento leal e dócil deixa que o Sumo Bem te use a vida.
O violino, ainda mesmo o de mais rara fabricação, não vale por si. Engrandece-se, porém, na fidelidade com que se rende as mãos do artista que o integra na exaltação da Harmonia Eterna.
Vamos refletir?!
1. Você gosta que os outros lhe honrem? Por que?
2. Qual seu entendimento quanto ao parágrafo que fala da Terra e da árvore?
3. Que colheita está produzindo a sua cooperação: paz? Entendimento? Amor?
4. A quem todos nós devemos todos os bens da vida? Por que?
5. Analise um êxito que você alcançou e procure detectar qual ajuda e de quem você a teve para alcança-lo?
6. Você tem agradecido aos que lhe beneficiam e lhe instruem?
7. Quando você pratica uma boa ação, qual sentimento lhe invade? Como você o explica?
8. Coloque-se na posição do violino e perceba como você está se rendendo às mãos do Plano Superior.
9. Anote e comente o parágrafo que mais o tocou.





















sexta-feira, 13 de março de 2015

Métodos Contraceptivos e Planejamento Reencarnatório

Métodos Contraceptivos e Planejamento Reencarnatório


Breno Henrique de Sousa

Temos algumas considerações a fazer a cerca desta temática que tem se tornado polêmica no meio espírita. Alguns expositores espíritas combatem publica e severamente o uso de anticoncepcionais e outros métodos contraceptivos, como a camisinha; outros chegam ao ponto de afirmar que os casais que optarem por estes métodos terão de arcar com severas consequências.

A argumentação está embasada na ideia do planejamento reencarnatório, bem citado nos livros de André Luiz, onde se diz que desde o plano espiritual podemos escolher fatos relevantes que ocorrerão na nossa vida terrestre; isso implica que casamento e número de filhos já são previamente definidos no plano espiritual. Diz-se ainda que, não raro, assumimos o compromisso com alguns Espíritos de recebê-los como filhos nesta existência terrestre, neste caso, evitar artificialmente a vinda de filhos seria faltar com o compromisso assumido com estes Espíritos que podem ser almas que precisam resgatar conosco os erros passados através do convívio familiar.

Outra afirmação muito comum é a de que existe uma grande “fila” de Espíritos que esperam pela oportunidade de reencarnar para resgatarem seus débitos passados e que, por isso, devemos, por dever de caridade, oferecer os meios para que o maior número possível de espíritos possam vir à Terra para se reajustarem perante a justiça divina.

Farei uma série de objeções a este pensamento, algo não muito simples, pois, como veremos, a temática é abrangente e envolve diversas áreas do conhecimento espírita e científico.

Orientando-me pelos conhecimentos espíritas, é preciso afirmar que valorizo a família como célula mater da nossa sociedade. Acredito que no seio da família espíritos com enlaces seculares se reencontram a fim de juntos reajustarem-se perante a justiça divina. A família é um progresso adquirido por nossa sociedade, sem a qual recrudesceríamos ao estado de barbárie (questões 695, 696 e 775, de O Livro dos Espíritos).

Formar uma família e ter filhos é uma missão sagrada. Aqueles que voluntariamente aceitam essa missão possuem muitos méritos aos olhos da divindade. Porém, as pessoas que por comodismo, egoísmo e vaidade não aceitam ter filhos, esses sim terão perdido uma grande oportunidade e provavelmente se arrependerão.

Temos visto que a espiritualidade encarrega-se de planejar certos acontecimentos durante a nossa vida física. Há um planejamento que se desenrola naturalmente e, à medida que o tempo passa, os fatos se apresentam em sua ordem natural, conforme foram planejados, porém, para que as coisas aconteçam, é preciso a participação inteligente e consciente do ser humano. Também não devemos esperar que estes fatos se deem de maneira absolutamente pontual e precisa; as circunstâncias sob as quais eles acontecem são determinadas por nosso livre-arbítrio:

“Pode, portanto, ser certo o resultado final de um acontecimento, por se achar este nos desígnios de Deus; como, porém, quase sempre, os pormenores e o modo de execução se encontram subordinados às circunstâncias e ao livre-arbítrio dos homens, podem ser eventuais as sendas e os meios. Está nas possibilidades dos Espíritos prevenir-nos do conjunto, se convier que sejamos avisados; mas, para determinarem lugar e data, fora mister conhecessem previamente a decisão que tomará este ou aquele indivíduo. Ora, se essa decisão ainda não lhe estiver em mente, poderá, tal venha ela a ser, apressar ou demorar a realização do fato, modificar os meios secundários de ação, embora o mesmo resultado chegue sempre a produzir-se. É assim, por exemplo, que pelo conjunto das circunstâncias, podem os Espíritos prever uma guerra que se acha mais ou menos próxima, que é inevitável, sem, contudo, poderem predizer o dia em que começará, nem os incidentes pormenorizados que possam ser modificados pela vontade dos homens”. (A Gênese, Cap. XVI, Item 13).

A primeira questão que podemos fazer é: O planejamento reencarnatório é uma determinação absoluta ou relativa? É flexível este planejamento? Pela literatura, temos visto que esse planejamento pode ser modificado. Podemos citar os diversos casos das pessoas que recebem moratórias e passaram a viver mais tempo na Terra do que a princípio foi determinado em seu planejamento reencarnatório, ou aqueles que cometem suicídio, abreviando as suas vidas. Conforme o nosso merecimento e as escolhas que façamos, o rumo da nossa existência poderá alternar-se para melhor ou para pior.

São sempre nocivas as interferências que fazemos no nosso planejamento reencarnatório? Ou seja, através do nosso livre-arbítrio, podemos modificar o planejamento reencarnatório de maneira que o resultado seja positivo para nossa evolução espiritual? A resposta é positiva. Quem evita filhos, por exemplo, para se dedicar a uma causa humanitária, pode, por isso, salvar muito mais vidas. É o que nos diz, por exemplo, a questão 699, de O Livro dos Espíritos:

Da parte de certas pessoas, o celibato não será um sacrifício que fazem com o fim de se votarem, de modo mais completo, ao serviço da Humanidade?

“Isso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito.”

Como saber com certeza o que está determinado em nosso planejamento reencarnatório? Não temos como saber isso com certeza. Não existe aqui um arquivo público onde se possa consultar a sua ficha reencarnatória, nem tão pouco se pode confiar no que apenas um médium falou. Não é porque médium “fulano de tal” disse que você tem que se casar ou ser solteiro, ou mesmo ter um número x de filhos, que se deve seguir esse tipo de orientação. O caminho seguro para que nossas vidas se desenrolem conforme o planejado é: ouvir a voz da consciência, tomar decisões baseadas em princípios de vida edificantes e altruísticos, e não movido por interesses mesquinhos e egoístas; escolher as atividades que tenhamos mais afinidade e que nos sentimos intimamente mais propensos a realizá-las e, por fim, deixar que os fatos se desenvolvam naturalmente.

Temos exemplos de pessoas que se casaram e não tiveram filhos, como o próprio Allan Kardec. Baseando-nos no exemplo do próprio Kardec, podemos admitir a possibilidade da existência de casais que optam por não ter filhos sem estar com isso burlando o planejamento reencarnatório. Quem irá dizer que Kardec não cumpriu com seu planejamento reencarnatório pelo fato de não ter tido filhos?

Afirmar que devemos simplesmente não usar métodos contraceptivos porque Deus só mandará os filhos que estiverem determinados é o mesmo que deixar as portas da casa abertas e dizer que só seremos roubados se isso estiver no nosso planejamento reencarnatório. É interessante que entre aqueles que condenam o uso da camisinha ou anticoncepcionais, existem os que admitem o uso da tabelinha para evitar a gestação. Ora! Usar a famosa tabelinha é um meio de impedir a concepção de filhos. Se, conforme dizem, não se deve impedir a vinda de filhos, usar a tabelinha é um meio de impedimento. Podem justificar-se dizendo que este é um método natural, porém o natural, do ponto de vista biológico, é manter relações sexuais no período fértil. Se o ser humano decide não ter relações durante o período fértil, ele está optando, por seu livre-arbítrio, interferir nos mecanismos naturais da biologia. Sabe-se que as fêmeas de qualquer espécie, inclusive da espécie humana, ficam mais atraentes aos seus parceiros no período fértil, com a finalidade da reprodução. Este é o mecanismo natural. Mas, como o ser humano é inteligente, ele passa a agir refletidamente, conforme a resposta da questão 692, de O Livro dos Espíritos: “Tudo se deve fazer para chegar a perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins. Sendo a perfeição a meta para que tende a Natureza, favorecer essa perfeição é corresponder às vistas de Deus”. Desta forma, usar a tabelinha é, no “frigir dos ovos”, o mesmo que usar qualquer outro método contraceptivo, pois em todos os casos trata-se de uma intervenção deliberada e consciente no processo reprodutivo; assim, quem condena o uso da camisinha deve condenar também a tabelinha, pois do contrário estará em contradição com seus próprios argumentos.

É a espiritualidade quem autoriza o controle da natalidade em O Livro dos Espíritos. Vejamos a questão 963:

São contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução?

“Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral”.

Aqui parece haver uma reprovação ao controle da natalidade. De fato, se houvesse um controle absoluto da natalidade, a sobrevivência da espécie estaria comprometida. Porém, à época de Kardec, a demografia mundial era de apenas 1 bilhão e 262 milhões (1850); hoje estamos em torno dos 7 bilhões de habitantes. Mas Kardec, sempre a frente de seu tempo, fez a sub-questão “a”, onde se diz:

Entretanto, há espécies de seres vivos, animais e plantas, cuja reprodução indefinida seria nociva a outras espécies e das quais o próprio homem acabaria por ser vítima. Pratica ele ato repreensível, impedindo essa produção?

“Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, animais e plantas, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. Não deve opor-se-lhe sem necessidade. A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa (grifo nosso). Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência do equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá perigoso, das espécies animais e vegetais que se alimentam.”

Esta sub-questão “a” permite-nos muitas reflexões profundas, sobretudo a partir do trecho por nós destacado (A AÇÃO INTELIGENTE DO HOMEM É UM CONTRAPESO QUE DEUS DISPÔS PARA RESTABELECER O EQUILÍBRIO ENTRE AS FORÇAS DA NATUREZA E É AINDA ISSO O QUE O DISTINGUE DOS ANIMAIS, PORQUE ELE OBRA COM CONHECIMENTO DE CAUSA). Isso também serve para explicar a resposta da questão 687, quando Kardec, preocupado com a questão da demografia mundial, recebe a resposta de que Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Mas esquecemo-nos que, enquanto seres conscientes e inteligentes, devemos, de maneira consciente e deliberada, contribuir para esse equilíbrio. Se o homem se recusa a estabelecer esse equilíbrio, ele está se rebaixando à condição do animal que obra por instinto.

Devido à superioridade das nossas faculdades mentais em relação aos demais seres vivos da Terra, proliferamo-nos assustadoramente e agora temos problemas ecológicos por conta da nossa mega-população. Isso é ainda mais grave nos países asiáticos. A China hoje possui 1,3 bilhão de habitantes e isso não é um problema apenas do ponto de vista econômico e social, mas sobretudo ecológico.

A nossa população mundial tem crescido assustadoramente, não apenas pelos avanços das ciências médicas e nutricionais; isso só se tornou possível com o advento da industrialização e da produção massiva de alimentos. Acontece que todo nosso sistema produtivo (indústria primária, secundária e terciária) desenvolveu-se a partir de um modelo anti-ecológico e degradante. Hoje, a superpopulação é um dos fatores que mais contribui para o aquecimento global e esgotamento dos recursos naturais.

Assim como os animais se reproduzem assustadoramente, comprometendo o equilíbrio ecológico, conforme a citação da questão 963a, o homem proliferou-se de maneira descontrolada, comprometendo sua própria existência e as existências das demais espécies na Terra. Se a produção houvesse se desenvolvido sob critérios corretos e ecológicos, certamente a população mundial seria muito menor do que é hoje, e se hoje mesmo decidíssemos modificar drasticamente nosso sistema produtivo, isso comprometeria a sobrevivência de milhões de pessoas que dependem de um sistema insustentável desde a sua concepção.

Se quisermos permitir que os Espíritos continuem a reencarnar na Terra para progredirem, precisamos então reduzir a natalidade mundial; de outra maneira, não haverá Terra para Espírito nenhum reencarnar, pois se o crescimento populacional continuar no mesmo ritmo, não haverá como impedir as catástrofes decorrentes deste desequilíbrio que podem causar a extinção da espécie humana.

Também não podemos ignorar o problema social decorrente de uma natalidade descontrolada, sobretudo nas grandes periferias dos países sub-desenvolvidos ou em desenvolvimento, como o Brasil. Conforme a Doutrina Espírita, uma sociedade justa não é necessariamente uma sociedade onde todos estão em condição de absoluta igualdade. A pobreza pode existir, mas a miséria afeta a dignidade humana. Ser pobre não é motivo para não ter filhos, mas ser miserável é motivo de sobra para não ter filhos. O miserável vive de esmolas e isso, segundo a espiritualidade (O Livro dos Espíritos, questão 888), o degrada física e moralmente, embrutecendo-o.

Viemos aqui para evoluir e, para isso, precisamos das mínimas condições de sobrevivência. Quando não se tem essa consciência, geralmente nas camadas menos esclarecidas da sociedade, a natalidade é descontrolada e um grande número de Espíritos encarna em condições sub-humanas. Sabemos que isso não se dá por acaso e que aqueles que nascem em condições miseráveis estão resgatando grandes débitos do seu passado, mas isso não significa que devamos cruzar os braços e dizer que essa é a vontade de Deus. Isso equivaleria a dizer que não devemos ajudar o próximo porque cada um está pagando o que deve, sem nos lembrarmos que Deus pode utilizar-se de nós para por fim ao sofrimento do próximo.

Chegar à África e dizer que as pessoas não devem usar camisinha seria uma atitude fanática, irresponsável e alienada. Seria o mesmo que permitir que milhares de espíritos nasçam em condições miseráveis, agravando ainda mais os problemas sociais e ambientais, sem que isso seja para eles uma oportunidade legítima de progresso, já que, conforme a questão 888, a miséria degrada física e moralmente ao invés de proporcionar o progresso. Vale ressaltar que estamos falando de condições de miserabilidade e não simplesmente de pobreza. Lembremos também que a prevenção através do uso da camisinha pode evitar um grande número de gravidezes indesejadas e, por fim, evitar também um grande número de abortos. O aborto, este sim, é uma agressão física à mulher, além de gerar graves consequências espirituais para quem o pratica.

Alguns opositores ao uso de métodos contraceptivos alegam que com o advento destes métodos deram-se as pessoas as condições para usufruir mais promiscuamente do sexo, ou seja, se há camisinha para me proteger, eu posso fazer sexo à vontade, e com quem quiser, sem correr riscos. Mas como as pessoas que possuem vida promíscua sempre se descuidam, ou mesmo pelo fato destes métodos eventualmente falharem, isso contribuiu para um aumento nas gravidezes indesejadas e, consequentemente, no número de abortos. Para defender este argumento, apresentam estatísticas que mostram como o número de abortos acompanha o aumento no uso de anticoncepcionais.

De fato, estas estatísticas são verdadeiras, mas é falsa a relação que se faz entre elas. É um argumento retórico e frágil. O que se deu foi que a sociedade moderna, com a liberação sexual ocorrida nos fins da década de 60, com os valores materialistas de uma sociedade de consumo, onde as pessoas possuem valor de objeto, banalizou o sexo. O sexo tornou-se instrumento de servilismo e exploração da mídia ou de repressão e controle por parte das religiões, foi banalizado, erotizado ou reprimido e em todos os casos isso promove um uso descontrolado e abusivo. É por isso que as pessoas se tornaram mais promíscuas e é por isso que passaram a usar mais os métodos contraceptivos. O aumento no uso dos métodos contraceptivos é consequência e não causa da promiscuidade.

Neste caso, não faria efeito proibir os métodos contraceptivos; sem eles, certamente, o número de abortos aumentaria ainda mais. A repressão nunca tem efeito positivo; a educação é a única via capaz de transformar e disciplinar o ser humano para o uso equilibrado e saudável das funções sexuais.

A ideia de proibir os métodos contraceptivos é uma atitude inspirada nos postulados ortodoxos das religiões tradicionais que tratam o tema como um tabu e acham que o sexo deve ser usado apenas para a procriação. Porém, essa ideia não tem fundamento no Espiritismo, que admite o usufruto do sexo como meio de troca de energias salutares entre o casal. Assim, se um casal já teve os filhos que deveria ter, ou se ainda não chegou o momento de tê-los, que problema há em usar os métodos contraceptivos para evitar a gravidez?

Por fim, podemos resumir os nossos argumentos em defesa dos métodos contraceptivos da seguinte maneira:

• O homem torna-se instrumento de Deus pelo uso de sua inteligência, assim ele deve prover conscientemente seus caminhos e não deixar que o acaso decida por ele;

• Conforme temos visto, existem pessoas que podem não ter filhos mesmo quando casados, sem com isso transgredir seu planejamento reencarnatório. É o caso, por exemplo, de Allan Kardec, que não teve filhos;

• Usar a tabelinha, assim como usar qualquer outro método contraceptivo, é um meio de intervir deliberadamente no processo reprodutivo; neste sentido, a tabelinha é um método contraceptivo igual a qualquer outro;

• A reprodução acelerada é anti-ecológica e insustentável. Comprometerá a vida no planeta Terra e a existência da própria espécie humana. Então, se quisermos dar a vez para a “fila” de desencarnados, precisamos reduzir a natalidade para garantir a vida em nosso planeta;

• Não existe nenhum princípio no Espiritismo que seja contrário ao controle de Natalidade; pelo contrário, a doutrina nos dá argumentos para realizá-lo de maneira equilibrada e consciente;

• Se os métodos de prevenção não são 100% seguros, isso não é argumento para que não sejam usados. Defender o uso de métodos contraceptivos não significa estimular a promiscuidade, mesmo que as campanhas veiculadas atualmente na mídia assim procedam;

• Devemos lutar contra posições retrógradas e pseudo-moralistas inspiradas na ortodoxia das religiões tradicionais e que são uma ameaça à sociedade. Estas ideias trazem implícita a ideia do sexo como pecaminoso e sujo e estão descontextualizadas da nossa realidade social, econômica, ecológica e espiritual. Aqueles que pregam estas ideias responderão pelas consequências geradas na sociedade e pelos desequilíbrios advindos ao planeta Terra;

• Não podemos saber com certeza do conteúdo do nosso planejamento reencarnatório. O caminho seguro para que nossas vidas se desenrolem conforme o planejado é: ouvir a voz da consciência, tomar decisões baseadas em princípios de vida edificantes e altruísticos e não movido por interesses mesquinhos e egoístas; escolher as atividades que tenhamos mais afinidade e que nos sentimos intimamente mais propensos a realizá-las e, por fim, deixar que os fatos se desenvolvam naturalmente.

quinta-feira, 12 de março de 2015

'A vida no Brasil não é normal, é só trabalho', conta boliviana que foi escravizada em SP

'A vida no Brasil não é normal, é só trabalho', conta boliviana que foi escravizada em SP

Mariana Schreiber
Enviada especial da BBC Brasil a El Alto (Bolívia)

"Eu sinto saudade do Brasil. Mas não era uma vida normal. Era só trabalho", resume a boliviana Malena Aruquipo Rios, de 37 anos, 15 deles vividos em São Paulo.
Após duas passagens pela capital paulista (uma de quatorze anos e outra de um), ela está de volta a El Alto, uma cidade satélite contígua à capital La Paz, desde 2013.
Com tradição no setor têxtil, El Alto é o principal pólo de emigração para São Paulo, a metrópole onde milhares de bolivianos são explorados em oficinas de costura.
Considerada a capital mundial da etnia aymara – do presidente Evo Morales –, a cidade se desenvolveu nos últimos anos, mas continua exportando mão de obra barata para o Brasil.
A presidente Dilma Rousseff desceu de seu avião no aeroporto de El Alto na última quinta-feira quando esteve por apenas quatro horas na Bolívia para prestigiar a posse do terceiro mandato de Evo Morales e reativar a relação entre os dois países.
Malena veio ao Brasil aos 20 anos de idade, em 1998, quando esse fluxo migratório começava a se intensificar. Falando com voz tímida e jeito desconfiado, ela conta que deixou a casa da sua família com objetivo de trabalhar um ano, juntar dinheiro e voltar para estudar ou abrir um negócio.
Mas a motivação econômica não foi a única razão que a levou a cruzar de ônibus os 2,9 mil km que separam as duas cidades – ela também tinha curiosidade.
"A princípio não queria, (porque) eu estava namorando e estudando. Mas depois pensei: por que não? Quem não quer conhecer outro país? Sempre gostei do idioma quando ouvia na TV", recorda.
Foi seu pai que sugeriu que ela trabalhasse como babá para uma família conhecida de bolivianos. Mas a promessa de ganhar US$ 100 por mês (R$ 110 na época) não se concretizou e boa parte da sua vida nos anos seguintes foi de escravidão, segundo as leis brasileiras.
Ameaças
Em seu primeiro trabalho, numa oficina de costura em Tucuruvi (norte de São Paulo), sua jornada começava às 7h da manhã e terminava às 3h da madrugada, com apenas dois breves intervalos para refeições. Além de cuidar das crianças, ela cozinhava e arrumava a oficina.
Depois que os costureiros terminavam seus trabalhos, à 1h, Malena organizava o local: varria o chão, dobrava os tecidos e separava as peças de roupa que eram levadas por coreanos, os intermediários entre a oficina e as empresas de varejo.
Ao longo de seis meses nessa condição, tudo o que recebeu foram R$ 50. Sua patroa ameaçava denunciá-la à imigração brasileira se ela abandonasse o trabalho.
Certo dia, fugiu. "Uma noite, quando acabei de trabalhar, fui andando até Santana (também no norte de São Paulo)", lembra. Sem saber falar a língua, ficou perdida pelo bairro: "Eu chorava sem parar."
De manhã, foi socorrida por algumas pessoas na rua que sugeriram que ela deveria voltar para casa, mas não quis retornar de mãos abanando. "Eu tinha ido para juntar dinheiro e ainda não tinha conseguido nada. Então fiquei mais", lembra.
Malena havia conseguido o contato de outra oficina de bolivianos em Guarulhos. Lá, o trabalho era semelhante e ela recebia R$ 130. "(A patroa) pagava certinho, mas muitas vezes não tinha comida e a gente passava fome. E não podia sair para procurar outro emprego."
Nessa oficina, com dez trabalhadores bolivianos, ela conheceu seu marido. Depois de um ano, o casal decidiu procurar outro local para trabalhar. Quando saíram, os patrões se recusaram a pagar seu último salário.
Ainda foram costureiros em Santana, no Bom Retiro, em Itaquera e na Penha. Os patrões costumavam ser brasileiros ou bolivianos. Em um desses lugares, sem alojamento, chegou a dormir com sua filha Taina, de dois anos, no chão da cozinha. Também era comum sofrer assédio dos donos das oficinas, conta.
Escravidão
O Código Penal Brasileiro considera que uma atividade é "análoga à escravidão" se houver qualquer um desses quatro elementos presentes: trabalho forçado, jornada exaustiva, condições degradantes de trabalho ou restrição à locomoção por dívida.
A BBC Brasil perguntou a Malena se ela entendia que estava sendo explorada como escrava. Na sua visão, isso só acontecia quando não recebia. "No início sim, não me pagavam, a comida era muito ruim. Depois melhorou."
No início da vida em São Paulo, Malena mal saía na rua: além de coragem, também lhe faltavam tempo e dinheiro. "Eu demorei três anos para falar português e andar pela cidade sozinha", diz.
Em 2003, uma oficina pagou ao casal com máquinas de costura e eles decidiram trabalhar por conta própria com mais dois casais. Alugaram um apartamento de três quartos na Armênia onde todos moravam e trabalhavam juntos.
Costurando por conta própria, Malena conseguia ganhar até R$ 600, mas ela diz que a rotina era até mais pesada.
"Tínhamos que trabalhar mais para conseguir pagar as contas – aluguel, luz, água. Muitas vezes nem dormíamos para entregar o serviço."
Ainda assim, preferia esse esquema por causa da filha, que nasceu em 2000. "Na oficina em que a gente trabalhava antes, eu tinha que deixar ela trancada num quarto. Os donos reclamavam."
Retorno
Em 2011, a boliviana decidiu voltar com Taina para El Alto, após uma separação complicada do marido. Pesou em sua decisão o futuro da filha – na Bolívia ela poderia ter uma educação e um ambiente familiar melhor, perto dos avós e dos tios.
"As amiguinhas que ela tinha no Brasil eram muito precoces. Com nove anos, ela queria ir sozinha passear no shopping. Isso me preocupava."
Quatro anos depois do retorno, Taina parece adaptada, mas o início foi difícil. "Ela achava tudo feio aqui, a cidade, as pessoas", diz a mãe.
Malena ainda voltou sozinha para o Brasil por um ano em 2013. Novamente trabalhou em oficina de costura, ganhando cerca de R$ 500 por mês. Dessa vez, conseguiu cumprir seu objetivo de estudar – nos fins de semana, fez um curso profissionalizante gratuito de manicure.
Apesar da vida difícil no Brasil, ela diz sentir saudade de São Paulo. "Lá é muito bonito", diz, contrariando a fama de feia da capital paulista. "Foram 15 anos…", repete, justificando o sentimento.
Acordo
Um acordo de 2012 do Mercosul, do qual a Bolívia já é membro associado, dá direito a qualquer boliviano solicitar visto permanente para morar e trabalhar no Brasil. O governo brasileiro entende que a própria legalização dos bolivianos é uma forma de deixá-los menos vulneráveis à exploração, explica o diretor do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, João Guilherme Granja.
Outra prioridade, diz Granja, é melhorar o atendimento ao estrangeiro que chega ao país. Ele cita a inauguração do Centro de Integração e Cidadania do Imigrante, em São Paulo, que conta com atendimento da Defensoria Pública da União e terá em breve um posto da Polícia Federal para regularização de papéis.
O local foi construído pelo governo estadual com recursos de multas aplicadas em empresas que exploravam trabalho escravo e também com R$ 6 milhões doados pela Zara, que em 2011 foi responsabilizada por escravizar 16 bolivianos em duas oficinas de fornecedores.
"O imigrante não é um problema. Queremos que ele seja bem tratado", afirma Granja.
No último sábado, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva discursou para milhares de bolivianos em uma praça no centro de São Paulo. Um vídeo postado em sua página no Facebook mostra o momento em que, sob aplausos, ele parabeniza Morales e afirma que "os imigrantes têm que ser tratados (no Brasil) como irmãos, como brasileiros, como iguais".
A Embaixada brasileira em La Paz informou à BBC que tem atuado junto a rádios locais de El Alto para alertar a população sobre as redes de aliciamento de trabalho escravo e explicar sobre a possibilidade de emigrar legalmente para o país.
Segundo a Embaixada, estima-se que mais de um milhão de bolivianos vivam no Brasil, mas é muito difícil saber precisamente, pois muitos não são registrados ou vão e voltam com regularidade. Os números do Ministério da Justiça indicam que há 121 mil regularmente no país.
O valor crescente de recursos enviados do Brasil para a Bolívia nos últimos anos são outro indicativo da expansão da imigração. Segundo dados do Banco Central boliviano, em 2007, os reais representavam cerca de 0,6% das remessas enviadas por bolivianos no exterior ao país – que somam cerca de US$ 1 bilhão por ano. Já em 2014, eram 5% do total.
'Não quero isso para minha filha'
Malena conseguiu regularizar sua vida no Brasil ainda antes de completar um ano no país, mas nunca obteve um trabalho de carteira assinada. Apesar disso, ela diz que não se sentiu excluída do restante da sociedade. "Muitos chamavam os bolivianos de bêbados, mas eu tinha amigas brasileiras também", conta.
Sua intenção é fazer uma visita com a filha a São Paulo no fim do ano, mas voltar definitivamente não está nos planos. A maior preocupação de Malena é a educação de Taina. "Não quero que ela passe pelo sofrimento que eu passei."
Segundo a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo Christiane Nogueira, há milhares de oficinas de costura em São Paulo. Devido à fiscalização na cidade, o órgão tem notado o surgimento de oficinas em municípios vizinhos e também em Minas Gerais e Santa Catarina.
"É impossível fecharmos todas. Tem que ser feita uma discussão maior sobre a terceirização do trabalho pelas empresas de moda. Há uma cegueira deliberada das empresas, que fingem que não veem o trabalho escravo nos fornecedores", afirma a procuradora.
Um balanço divulgado pelo Ministério do Trabalho na quarta-feira mostra que 1,4 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em 2014, sendo 82 deles de oficinas de costura no estado de São Paulo.
No caso mais recente, de novembro, a varejista Renner foi responsabilizada pela exploração de 37 costureiros em uma oficina terceirizada em São Bernardo (SP).

Notícia publicada na BBC Brasil, em 29 de janeiro de 2015.

Jorge Hessen* comenta
Uma palavra que faz parte do vocabulário e da vida de qualquer pessoa é trabalho. O hábito de acordar cedo, se preparar e sair para a batalha do ganha-pão é comum na vida de bilhões de pessoas que precisam ganhar o salário para sustento próprio ou da família. A origem da palavra trabalho vem do Latim tripalium, que significa castigo. A etimologia da palavra até que é bem pertinente, pois muitas pessoas consideram o trabalho uma verdadeira tortura diária.
O tripalium do latim era, na verdade, uma espécie de estaca que era fincada no chão para servir de tronco para o castigo dos escravos da Idade Média. O significado da palavra trabalho contribui para uma visão desagradável dessa atividade diária tão importante na vida do homem. Ainda hoje, trabalhar é visto como um castigo imposto aos cidadãos, mas a interpretação de trabalho deve ser positiva, pois é uma atividade que engrandece o homem e lhe dá a oportunidade de progredir na vida. O trabalho é, portanto, gratificante!
Sore a reportagem, não desconhecemos que há milhares de estrangeiros mantidos em regime de trabalhos escravos no Brasil. Muito se afastam de seus familiares através de uma espécie de sequestro (aliciamento) com promessas de melhoria de vida. Alguns alimentam o objetivo de trabalhar um período, juntar dinheiro e voltar para a terra natal a fim de estudar, abrir um negócio, etc.
Tais aliciados sofrem todo tipo de coerção moral e física vivendo em regime de escravidão, segundo as leis brasileiras.
Pois a legislação brasileira considera que uma atividade é "análoga à escravidão" se houver: trabalho forçado, jornada exaustiva, condições degradantes de trabalho ou restrição à locomoção por dívida.
A reportagem lembra com muita justeza que urge uma discussão maior sobre a terceirização do trabalho pelas indústrias da “moda”. Há uma cegueira deliberada das empresas, que dissimulam que não notam o trabalho escravo nos seus “caridosos” fornecedores.
O jargão “trabalho equivalente ao de escravo” procede do fato de que o trabalho escravo formal foi extinto pela Lei Áurea (13 de maio de 1888). Naqueles anos, o Estado brasileiro tolerava a propriedade de uma pessoa por outra, não mais reconhecida pela legislação, o que se tornou ilegal após essa data. Não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade. Todo ser humano nasce igual em direito à mesma dignidade. E, portanto, nascemos todos com os mesmos direitos fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição e nos transformam em coisas, instrumentos descartáveis de trabalho. Quando um trabalhador mantém sua liberdade, mas é excluído de condições mínimas de dignidade, temos também caracterizado trabalho escravo.
A capacidade de trabalho é um diferencial importante na vida do espírito. Quando surgiu, no Brasil, a obra “Nosso Lar”, alguns ficaram desapontados e rebelados ao depararem que a vida no além-túmulo prosseguia de modo muito análogo, inclusive com exigências de árduos trabalhos braçais. Os “espíritas” ignorantes esperavam ir para o “céu”, ficarem de “papo pro ar”, escutando as harpas dos anjos tocando Ave Maria. Porém, André Luiz enfatiza na obra que o trabalho é fator indispensável para o progresso do espírito, e que a oportunidade de trabalhar, mo mundo dos “mortos”, é considerada a maior bênção possível.
Costuma-se dizer que o povo brasileiro adora carnaval, praia e futebol e não é muito chegado ao trabalho. Folclore ou não, desconhecemos se noutros países é diferente. Mas é fato que temos um legado colonial em que o trabalho era considerado baixo, vil. Para os portugueses que colonizaram o Brasil, filhos de um povo que havia conquistado grande glória no tempo das Grandes Navegações, a atividade laboral, principalmente braçal, era considerada coisa inferior.
Por isso a escravidão. Mão-de-obra escrava para servir pessoas que consideravam o trabalho uma ofensa. Nas “Escrituras Sagradas”, em o livro Gênesis, registra que o trabalho é considerado como um castigo: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto”; é o que Deus diz a Adão quando foi desobedecido.
Infelizmente a Pátria do Evangelho foi erguida a braço negro e escravo. Se dependesse do suor do rosto de quem nos colonizou, naquela instância e momento recuados, não estaríamos aqui em Brasília escrevendo. A rigor, o trabalho, ao lado da família, é uma das colunas do nosso desenvolvimento espiritual aqui na Terra. Sejamos gratos ao trabalho, à nossa capacidade de fazer, de produzir, de transformar, de construir.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

quarta-feira, 11 de março de 2015

22/03/2015: Congresso Espírita no Rio de Janeiro

Congresso Espírita no Rio de Janeiro

Será realizado no dia 22 de março de 2015, de 8h30 às 13h no Centro Espírita Léon Denis (CELD) no Rio de Janeiro, o 6º Congresso de Estudos Espíritas.
Na programação, palestras sobre Espiritismo e Psicologia, O Meio Ambiente, Deolindo Amorim, Espiritismo e a Tecnologia, Mulheres Espíritas, Ufologia e Espiritismo e Valorização da Vida e da Gravidez.
O CELD fica na Rua Abílio dos Santos, 137 - Bento Ribeiro, Rio de Janeiro/RJ. Mais informações no site
www.celd.org.br ou pelo telefone (21) 2452-1846.

Conferência Espírita no Paraná

Conferência Espírita no Paraná

Acontecerá de 13 a 15 de março de 2015 na Expotrade em Pinhais a 17ª Conferência Estadual Espírita no Paraná.

O tema central é "O Céu e o Inferno - A Justiça Divina Segundo o Espiritismo". Na programação, palestras de Divaldo Franco, Alberto Almeida, Haroldo Dutra Dias e Sandra Borba.

O Expotrade fica na Rodovia João Leopoldo Jacomel, 10454 - Pinhais, Curitiba/PR. Mais informações podem ser obtidas através do site www.conferenciaespirita.com.br ou pelo telefone (41) 3223-6174.

15 ENDOARTE – Encontro Doutrinário de Arte Espírita – FEPE/FERM/CREOESTE

 

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Divaldo Franco - Um mundo em transição e as doenças emocionais – FEEMT – Mato Grosso –Abril/2015

 

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segunda-feira, 9 de março de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. IX – Itens 6 e 7
Tema:   A afabilidade e a doçura
        A paciência
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A - Texto de Apoio:
A afabilidade e a doçura
6. A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que aso brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás.
A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem desforrar-se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: "Aqui mando e sou obedecido", sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: "E sou detestado."
Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana. - Lázaro. (Paris, 1861.)
A paciência
7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.
Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 – Como podemos desenvolver a afabilidade e a doçura?
2 – Por que podemos afirmar que a paciência é uma caridade?
3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.















domingo, 8 de março de 2015

Música: Não é mole não – cancioneiro

https://www.youtube.com/watch?v=Mjxly4Q8O7M

NÃO É MOLE, NÃO!

(César Tucci)

E C#m A B

Se a sua fé é como gelatina

E C#m A B E

É mole, balança, por qualquer coisa desmancha

C#m A B

Preste atenção no que Jesus ensina

E C#m A B

Porque a fé verdadeira move até colina

A E/G# F#m A E/G# B7

E C#m A B

Se a paciência é como sorvete

E C#m A B

Derrete, e quando esquenta desaparece

E C#m A B

Preste atenção no que Jesus indica

E C#m A B

Um dia a Terra será de quem se pacifica

A E/G# F#m A E/G# B7

E C#m A B

Se o seu amor é como chiclete

E C#m A B

É doce só no começo depois logo esquece

E C#m A B

Grudento, puxento, estoura a qualquer momento

E C#m A B

Preste atenção no que Jesus dizia

E C#m A B

“Amai-vos como eu vos amei...” , sempre, todo dia

E C#m A B

“Amai-vos como eu vos amei...” , sempre, todo dia

E C#m A B E

Rapadura é doce, mas não é mole não (se quiser crescer)

C#m A B E

Tem que se dar, tem que se esforçar, ter vontade de montão

C#m A B E

Tem que doar, tem que perdoar, serenar seu coração

E C#m A B E

Um dia a Terra será de quem se pacifica

Fonte: http://www.cancioneiro.com.br/download.asp

Música: Janela do meu coração – cancioneiro

 

https://www.youtube.com/watch?v=Uc93e837y6U

JANELAS DO MEU CORAÇÃO

(César Tucci)

F C F F7

Pela vidraça eu vejo o mundo à minha frente

Bb F

Pela janela do meu coração

Em 5-/7 A Dm

E se o vidro tiver cores diferentes

Bb C

O mundo ganha outra coloração

Dm C

Se eu estou triste tudo fica meio cinza

Em 5-/7 A Dm

Se estou alegre logo muda o tom

C F

Se tô com raiva então a coisa fica preta

Bb C

E fico achando que nada tá bom

Dm C

Mas, se eu quiser olhar o mundo de verdade

Em 5-/7 A Dm

E ver as coisas como elas são

Dm/C C F

Eu tomo a chave do amor, da caridade

Bb C F

E abro a janela do meu coração

fonte: http://www.cancioneiro.com.br/download.asp

Espiritirinhas – Armandinho: olhos mais lindos…

olhos pra ver o mundo