sábado, 24 de maio de 2014

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

 

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EESE – Cap. IV – Itens 8 a 11
Tema:  Ressurreição e reencarnação (continuação)
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A - Texto de Apoio:

8. Para se apanhar o verdadeiro sentido dessas palavras, cumpre também se atente na significação do termo água que ali não fora empregado na acepção que lhe é própria.

Muito imperfeitos eram os conhecimentos dos antigos sobre as ciências físicas. Eles acreditavam que a Terra saíra das águas e, por isso, consideravam a água como elemento gerador absoluto. Assim é que na Gênese se lê: "O Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava sobre as águas; - Que o firmamento seja feito no meio das águas; - Que as águas que estão debaixo do céu se reúnam em um só lugar e que apareça o elemento árido; -Que as águas produzam animais vivos que nadem na água e pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento."

Segundo essa crença, a água se tornara o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: "Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito", significam pois: "Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma." E nesse sentido que a principio as compreenderam.

Tal interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste.

9. O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida a quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção - "não sabes donde ele vem, nem para onde vai - significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que se lhe conheceria o começo. Como quer que seja, essa passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.

10. Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; - pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. - Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o EIias que há de vir. - Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 12 a 15.)

11. Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. -"Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência." Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: "Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir." Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. "Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência": outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura.

E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – No texto, qual o significado do termo “água”?

2 – Por que era muito comum a frase de Jesus: “Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

E, aí! Já leu?!

açaoreaçaoTítulo: Ação e Reação

Espírito: André Luiz

Médium: Francisco Cândido Xavier     

Sinopse: Descreve as regiões inferiores da esfera espiritual, objetivando mostrar o sofrimento a que se projeta a consciência culpada, após a morte do corpo físico. Através de 20 capítulos, apresenta estudos de casos reais, oferecendo orientações sobre assuntos como: débito aliviado; lei de causa-e-efeito; preparativos para a reencarnação; resgates coletivos e valor da oração. Enfatiza a importância da reencarnação como estágio sagrado de recapitulações das experiências, demostrando que as possibilidades de hoje vinculam a alma às sombras de ontem, "exigindo trabalho infatigável no bem, para a construção do amanhã, sobre as bases redentoras ao Cristo ".

Revista Espírita: O Exemplo é o mais poderoso agente de propagação

Junho, 1869

(SOCIEDADE DE PARIS, SESSÃO DE 30 DE ABRIL DE 1869)

Venho esta noite, meus amigos, falar-vos por alguns instantes. Na ultima sessão não respondi; estava ocupado alhures. Nossos trabalhos como Espíritos são muito mais extensos do que podeis supor e os instrumentos de nossos pensamentos nem sempre estão disponíveis. Tenho ainda alguns conselhos a dar-vos sobre a marcha que deveis seguir perante o publico, com o fito de fazer progredir a obra a que devotei minha vida corporal, e cujo aperfeiçoamento acompanho na erraticidade.
O que vos aconselho antes de mais nada e sobretudo, e a tolerância, a afeição, a simpatia de uns para com os outros e também para com os incrédulos.
Quando vedes um cego na rua, vosso primeiro sentimento e a compaixão. Que assim seja também para os vossos irmãos cujos olhos estão fechados e velados pelas trevas da ignorância ou da incredulidade. Lamentai-os, em vez de os censurar. Por vossa doçura, mostrai vossa resignação para suportar os males desta vida, vossa humildade em meio as satisfações, vantagens e alegrias que Deus vos envia; mostrai que há em vos um principio superior, uma alma obediente a lei, a uma verdade também superior: o Espiritismo.
As brochuras, os jornais, os livros, as publicações de toda a espécie são meios poderosos de introduzir a luz por toda a parte, mas o mais seguro, o mais intimo e o mais accessível a todos e o exemplo da caridade, a doçura e o amor.
Agradeço a Sociedade por ajudar aos verdadeiros infortúnios que lhe são indicados. Eis o bom Espiritismo, eis a verdadeira fraternidade. Ser irmãos: e ter os mesmos interesses, os mesmos pensamentos, o mesmo coração!
Espíritas, sois todos irmãos na mais santa acepção do termo. Pedindo que vos ameis uns aos outros, limito-me a lembrar a divina palavra daquele que, há mil e oitocentos anos, pela primeira vez trouxe a Terra o germe da igualdade. Segui a sua lei: ela e a vossa. Nada mais fiz do que tornar mais palpáveis alguns de seus ensinamentos. Obscuro operário daquele mestre, daquele Espírito superior emanado da fonte de luz, refleti essa luz como o verme luzidio reflete a claridade de uma estrela. Mas a estrela brilha nos céus e o verme luzidio brilha na terra, nas trevas. Tal e a diferença.
Continuai as tradições que vos deixei ao partir.
Que o mais perfeito acordo, a maior simpatia, a mais sincera abnegação reinem no seio da Comissão. Espero que ela saiba cumprir com honra, fidelidade e consciência o mandato que lhe e confiado.
Ah ! quando todos os homens compreenderem tudo o que encerram as palavras amor e caridade, na Terra não haverá mais soldados nem inimigos; só haverá irmãos; não haverá mais olhares torvos e irritados; só haverá frontes inclinadas para Deus!
Ate logo, caros amigos, e ainda obrigado, em nome daquele que não esquece o copo d'água e o óbolo da viúva.

Allan Kardec 

(Transcrito da Revista Espirita de 1869, publicada pela EDICEL, traducao de Julio Abreu Filho)

E, aí! Já viu?!

SE FOSSE VERDADE

Título Original: Just Like Heaven
Ano: 2005
Gênero:Comédia/Romance

E Se Fosse Verdade... (Just Like Heaven) é foi lançado nos Estados Unidos no dia 16 de Setembro de 2005. Foi filmado em San Francisco. O filme é baseado no livro "If Only It Were True" (Se apenas isso fosse verdade...), de Marc Levy.

Sinopse:Elizabeth é uma estagiária de um hospital em São Francisco que dedicou toda a sua vida ao trabalho, sempre esperando para ser efetivada. Porém, exatamente na noite em que recebe a notícia pela qual aguardou a vida toda, ela sofre um grave acidente. Semanas depois, Elizabeth está de volta ao seu apartamento...mas agora é um fantasma, e nem desconfia da sua condição. O local está habitado pelo arquiteto David (Mark Ruffalo) que se assusta ao ver aquele "espírito" reclamando sua casa. Depois de muito estranhamento entre os dois, a dupla decide unir forças para descobrir o que exatamente aconteceu com Elizabeth. E ambos acabam percebendo que os caminhos do amor e do destino podem ser os mais impossíveis e impensáveis.

Comédia romântica, com classificação livre, este filme apresenta de forma clara, simples e bem-humorada o início do processo de desligamento do espírito por ocasião da desencarnação. Chamamos a atenção para o fato de que a proposta do filme não é mostrar a morte através da visão espírita, mas resultou numa produção rica de ensinamentos que encontram fundamentos abordados na doutrina espírita.

http://www.redeamigoespirita.com.br/group/filmesespritaseespiritualistas/forum/topics/e-se-fosse-verdade

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mural reflexivo: A arte do amor.

muralreflexivo1A ARTE DO AMOR

        Comunicação, a arte de falar um com o outro, dizer o que sentimos e pretendemos, falando com clareza, ouvir o que o outro fala, deixá-lo certo de que estamos ouvindo é, sem sombra de dúvida, a habilidade mais essencial para a criação e a manutenção de um relacionamento amoroso.
        A afirmativa é de Leo Buscaglia, professor de uma Universidade da Califórnia.
        Ele diz que o mais alto nível da comunicação é o não verbal. O que quer dizer: se você ama, mostre isto em atitudes. Faça coisas amorosas para o outro. Seja atencioso. Coloque os seus sentimentos na prática.
        Faça aquela comida favorita. Mande flores. Lembre-se dos aniversários. Crie os seus próprios feriados de amor. Não espere pelo Dia dos Namorados.
        E ele relaciona alguns pontos importantes para que uma relação a dois se aprofunde e se agigante, vencendo os dias, os meses e os anos.
        Diga sempre ao outro que o ama, através de suas palavras, suas atitudes e seus gestos. Não pense que o seu par já sabe disso. Ele precisa desta afirmação.
        Cumprimente sempre o seu amor pelos trabalhos bem-feitos. Não o deprecie. Dê o seu apoio quando ele falhar. Pense que tudo o que ele faz por você, não o faz por obrigação. E estímulo e elogio asseguram que ele vai repetir a dose.
        Quando você se sentir solitário, incompreendido, deixe-o saber. Ele se sentirá mais forte por reconhecer que tem forças para confortar você.
        Afinal, os sentimentos, quando não externados, podem ser destrutivos. Lembre que, apesar de amá-lo, o outro ainda não pode ler a sua mente. Não se feche em si mesmo.
        Expresse sentimentos e pensamentos de alegria. Eles dão vida ao relacionamento. É maravilhoso celebrar dias comuns, datas pessoais, como o primeiro encontro, o primeiro olhar, o dia da reconciliação depois de um breve desentendimento.
        Dê presentes de amor sem motivo. Ouça a sua própria voz a falar de sua felicidade.
        Diga ao seu amor que ele é uma pessoa especial. Não deprecie os sentimentos dele. O que ele sente ou vê é sua experiência pessoal, portanto, importante e real.
        Abrace sempre. A comunicação de amor não verbal revitaliza a relação.
       Respeite o silêncio do seu companheiro. Momentos de quietude também fazem parte das necessidades espirituais de cada um.
       Finalmente, deixe que os outros saibam que você valoriza a quem ama, pois é bom partilhar as alegrias de um saudável relacionamento com os outros.
*   *   *
        É possível que você esteja pensando que todas essas ideias não são realmente necessárias entre pessoas que se amam. Elas acontecem de forma espontânea.
        Mas, nem tanto. Nem sempre. São esses vários aspectos da comunicação que constituem o alicerce de um relacionamento amoroso saudável. Eles também produzem os sons mais maravilhosos do mundo. Os sons do amor. Experimente!

(Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro Amando uns aos outros, de Leo Buscaglia, ed. Nova Era. - www.momento.com.br)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Anotações esparsas sobre o tema família


Anotações esparsas sobre o tema família

 

  • É na família que começa o nosso conviver, ela é nossa sala de aula principal para a evolução espiritual e o aprendizado de amor;
  • E, hoje, vivemos uma época de grandes transformações, que geram evolução e progresso. E como toda evolução, para que ela aconteça, necessário se faz haja mudanças.
    E essas mudanças geram, consequente e normalmente, uma época de desorganização e é nessa etapa que a família  encara seus grandes desafios: onde a necessidade de se adequar ás transformações, mudanças, evoluções se faz mais necessária; pois esse momento de desorganização não gera, não tem um script, um roteiro pronto e direcionador.
    Esse não existir um script, um roteiro do que cada um pode fazer, gera uma liberdade maior para que cada família busque maneiras de se integrar consigo mesmo e com o mundo e é aí que o cenário nos aparece diversificado:
  • Uns se sentem tão abalados com esse processo de transformação e por essa desordem (ou aparente desordem) que se seguram, ficam arraigados, enraizados, firmemente em modo de viver ultrapassado, na tentativa de preservar, de manter os aspectos, valores, proposições passadas e algumas vezes decadentes, acreditando, com isso, defender os interesses coletivos;
  • Outros se aproveitam da oportunidade para liberarem, para extravasarem, seus próprios impulsos desequilibrados e extremamente egoístas e com isso fomentarem uma (aparente) desordem maior  e
  • Alguns outros conseguem perceber a transitoriedade da desorganização e que ela necessita de contribuições significativas e sólidas para edificar o progresso de forma saudável e segura.
 
  • Nessa última posição que devemos buscar ficar ou nos inserir, a fim de que com o conhecimento de que as mudanças são necessárias ao progresso e à evolução em sua integralidade, sabendo que a família é a base da formação social, é a célula básica da sociedade, sabendo que é na família que se reúne espíritos entrelaçados pelas experiências vividas anteriormente, sabendo que é na família que há a maior possibilidade de reajustes às leis divinas; necessário nos faz saibamos contribuir positivamente para que as transformações ocorram em bases de contribuição com a própria perspectiva de evolução do individuo, do coletivo, do plano terrestre.
  • E para que consigamos vivenciar tal posição, precisamos enfrentar nossa própria percepção, ampliar nosso entendimento e através disso perceber a necessária reestruturação da estrutura, da dinâmica, familiar; necessário nos fará reformular ideias, colocar novas perspectivas, verificar e ampliar o conhecimento da lei da evolução dos seres, dos grupos sociais e do mundo, buscando nos adequarmos sem nos distanciarmos da perceptiva do progresso e do processo evolutivo, dando qualidade nas relações humanas, que se iniciam, no mundo material, pela família.
  • É termos a certeza de que, embora a aparente desorganização se apresente a nós no mundo contemporâneo, a família sobreviverá aos tempos, no entanto, se apresentará em um novo modelo. E esse novo modelo vem surgindo e sendo construído passo a passo e é e será consequência inevitável das mudanças e transformações que se impõem necessariamente a nós.
  • E colocar nosso entendimento reencarnacionista, nosso entendimento do processo evolutivo de forma efetiva, a fim de que possamos contribuir efetivamente para a formação familiar  se estabeleça com base no afeto equilibrado, com base na autoridade sem autoritarismo, com base no crescimento pessoal/individual do ser, o qual é o único que poderá possibilitar solucionar qualquer problema, ainda que o coletivo o pressione; é uma dos grandes desafios perante esse processo de transformação que vivenciamos e que se inicia pela família e se a família não está bem, não está organizada, não está operando, consequentemente nada está bem, nada está organizado e nada está operando.
  • Assim, hoje, a nossa proposta é justamente essa a de refletir o fortalecimento, a reestruturação da dinâmica, da estrutura, familiar no tempo contemporâneo, ainda que ele nos seja difícil de colocar em perspectiva, porque só o distanciamento temporal poderá nos dar a verdadeira perspectivas das transformações que está acontecendo e dos novos modelos que se estão construindo.
     
  • Nesse aspecto podemos ter uma variação de olhar: falar da família através dos tempos sob a perspectiva antropológica, sob a perspectiva jurídica, sobre a perspectiva sociológica, sobre a perspectiva espiritual; falar sobre sua formação espiritual, sua formação material; falar sobre o ser família sob o aspecto psíquico.
  • Assim, dando uma pincelada em um cadinho de tudo vamos verificar que a sociologia, em síntese das sínteses, afirma que a família era vista como um agrupamento de pessoas ligadas pelos laços da consanguinidade e, através dos tempos, hoje eles afirmam que a família é uma abrangência maior onde pode ser considerada família casal com ou sem filhos ou pessoas que se unem por afinidade. Aliás esse conceito atual de família ligadas por afinidade se aproxima bastante do Evangelho segundo o espiritismo, onde aprendemos que os verdadeiros laços de família são os da afinidade espiritual ( cap XIV, item 8)
  • No Direito, fala-se em que antes de se chegar ao atual estado entre casal de monogamia, a família passou por diversos estágios de evolução, por isso sem poder-se dizer efetivamente sua origem de forma segura. Mas até chegarmos á monogamia, a família não poderia ser assim chamada face à promiscuidade das relações de parentesco. Engel ( jurista autor de vários livros e teorias) classificou em três fases a evolução da formação familiar antes de se chegar à forma monogâmica: consanguínea(casamento de irmãos e irmãs, carnais e colaterais, no seio de um grupo), punaluana(casamento colectivo de grupos de irmãos e irmãs, carnais e colaterais, no seio de um grupo) e sindiásmica(casamento de fácil dissolução por ambos). Hoje já temos, além do tradicional, novos modelos de família, no âmbito jurídico, por exemplo: anaparental, reconstituída, nuclear, União estável, eudemonista e homoafetiva.


è  Família Monoparental: É a  família constituída por uma pessoa, independente de sexo,  que encontra-se sem companheiro, porém vive com um ou mais filhos. Pode ocorrer do fim de uma família bioparental,  ou seja, como ocorre com as viúvas, separadas, adoção, divorciadas e solteiras que a princípio viviam em união estável, ou até mesmo em casos de ser por opção.

è O Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, prevê a possibilidade, independente do estado civil uma pessoa sozinha, tanto o homem quanto a mulher, poderá  adotar uma criança, e assim se tornar uma família, está  disposto no art. 42 do ECA.

è  Família Nuclear: Era considerado como único e legítimo modelo de família, onde tinha o homem, a mulher e seus descendentes.  Era o modelo inspirado na Revolução Industrial.

è Refletia a ideia de sociedade dinâmica e mais produtiva. Pois era um como um núcleo pequeno, onde um chefe provedor do lar, poderia com facilidade resolver questões geográficas ou sociais.

è Representando assim, um modelo de sociedade capitalista. 

è Família Reconstituída: Quando ocorre o divórcio, surge então a chance de uma nova família. Além de juntar marido e mulher, também os filhos provenientes de relações anteriores, vivendo todos sobre o mesmo teto. Seja proveniente de um  novo casamento ou uma união estável, os filhos possuem origens distintas quanto a paternidade biológica. Diante da realidade atual, este modelo tende a aumentar sua incidência.

è  União Estável: Com advento da Constituição Federal de 1988, a união estável, no passado estigmatizada pela expressão de concubinato, em que a mulher era classificada vulgarmente como amante ou amásia, foi equiparada à figura de entidade familiar.

è É definida como aquela formada por um homem e uma mulher livre de formalidades legais do casamento, com o animus de conviverem e constituir família.

è Em assim sendo, se a união estável é entidade familiar, como também o casamento, não há como se fugir da conclusão de que as regras do instituto da guarda devem ser aplicadas à união estável. 

è Família Anaparental: É a convivência de pessoas sem vínculos parentais que convivem por algum motivo, possuindo uma rotina  e dinâmica que os aproximaram, podendo ser estas afinidades sociais, econômicas ou outra qualquer.

è  Família Eudemonistas: A princípio pode ter uma formação convencional, pais, filhos, mas ao observar sua constituição, nota-se que  em seus indivíduos existe pouco apego a regras sociais que formulam as famílias mais tradicionais, religião, moral ou política.
 
  • Estudos antropológicos afirmam que a família não se originou no afeto natural. A família era um grupo de pessoas a quem a religião permitia invocar os mesmos manes e oferecer banquete fúnebre aos mesmos antepassados; sendo pois impossível determinar como se instituiu a família, supondo-se, no entanto, que os seres primitivos se tenham agrupado por necessidade de proteção e segurança.
  • A família, pois, como vemos, é um elemento ativo, não permanecendo estacionada, sempre caminhando e caminhando de uma forma inferior para uma forma superior à medida que a sociedade evolui.
  • Passada essa perspectiva , verificamos nosso conhecimento espiritual em um processo de vida contínua e dentro dele verificamos que a família é a associação mais importante  pois tem em si mesma a função educadora e regenerativa. O renascimento terrestre proporciona oportunidade de elevação, resgate, reajuste, burilamento, melhoria, evolução perante companheiros de experiências passadas.
  • A família, na perspectiva espiritual, é formada por espíritos afins em gostos, em progresso moral, em afeição, em simpatias, em antipatias, em reequilíbrio, em reajustes. Sendo organizada, formada, no plano espiritual; planejamento este baseado nos laços nos quais nos comprometemos através das experiências vivenciadas no passado.
  • A família, ainda na perspectiva espiritual, vai além da formação consanguínea, ela se forma também pelos laços espirituais, onde o relacionamento se fortalece e se perpetuam no mundo dos Espíritos.
  • A família é obra de amor que recebemos para nos auxiliar no processo evolutivo. É onde aprendemos cooperação, carinho, perdão, fraternidade, paciência e tudo mais; em um processo contínuo de crescimento, de amadurecimento do espírito. É na convivência familiar que estabelecemos, de verdade, o aprender e o ensinar, onde encontramos todos os instrumentos, aparelhos e condutas necessárias ao nosso próprio aprimoramento; é onde verificamos os elos necessários a este aprimoramento.
  • Na família renasce nossas esperanças na forma de trabalho, num exercício diário de amor. Dar a verdadeira importância para a família não basta, onde também devemos treinar o amor para com cada um. Pois de nada adianta sermos uma pessoa amorosa com os amigos e pessoas de fora do nosso convívio familiar e em casa sermos um troglodita. De nada também adianta renegarmos nossa família e assim ignorando-os não teremos o reajuste necessário. E para que deixarmos para outra encarnação se podemos reajustar nessa? Portanto o mais sensato é enfrentarmos tudo com amor e encararmos os problemas tentando sempre saná-los, pois é como um remédio que pode ser ruim na ingestão, mas seu efeito na cura será fundamental.
  • E falar em ser família é algo difícil uma vez que a colocação não é teórica, mas sim prática, vivenciada minuto a minuto com todos aqueles que estão junto a nós.
     
  • Como verificamos a família vem se transformando, evoluindo, se aprimorando, ainda que tenhamos dificuldade em perceber, aceitar, conviver, com tais mudanças; as quais enquanto viventes delas não conseguimos distinguir seu papel no futuro;
  • Sendo certo, no entanto, que a família é a célula básica da sociedade e  é através dela e dos aprendizados que obtemos dentro do seu seio que vamos aprimorando nossas relações enquanto indivíduos e enquanto integrantes do coletivo, do social.
  • Formamos grupos: nas escolas, na faculdade, na rua, nos locais de trabalho, nos clubes, nas Casas Espíritas ou nos templos religiosos que elegemos; no entanto, a célula básica da sociedade é a família, cujo núcleo é os filhos. Assim é que quaisquer problemas ou conflitos ou desajustes, enfim, quaisquer aspectos negativos que ocorram dentro da célula básica, que é a família, refletirá nos filhos, que por sua vez acarretará o caos familiar e, como consequência dele, o caos social. Destarte, a sociedade somente reflete o equilíbrio ou o desequilíbrio ocasionado pelo que existe dentro da sua célula básica, ou seja, dentro da família, que se estruturada sobre bases concretas, alicerçadas no amor, na educação moral, na afetividade, a fim de que fortalecida a família é ela quem comandará a forma de existência da sociedade, da coletividade.
     
  • Emmanuel diz em vida e sexo : De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais  importante, do  ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.
     
     
  • Leopoldo Machado, diz, no livro da Dalva Silva, Conflitos Conjugais, sobre a convivência que nos serve de reflexão aqui: A família é uma escola sublime de almas imortais. As luzes que diariamente se acendem em nós pelas lições incessantemente renovadas, no reduto do lar, descortinam o horizonte vasto do progresso que nos aguarda além dos sofrimentos que atravessamos.

    Precisamos aprender a ver nossa vida de um ponto mais alto, descortinar mesmo os horizontes que o estudo espírita pode nos proporcionar, percebendo que o sofrimento vivido hoje, se bem aproveitado, será importante peça na construção do amanhã de paz.

    Por que ver as coisas do ponto de vista acanhado das limitações físicas, quando o Espiritismo já ampliou tanto as nossas possibilidades de percepção da grandiosidade do Universo, das chances que se renovam na reencarnação, da magnitude das leis que regem a vida, conduzindo o homem à sua destinação sublime?
     
    Por que ver como fardo pesado o agrupamento humano a que nos ligamos na experiência que a encarnação nos propicia?

    Por que considerar o corpo físico mais do que o instrumento valioso de reajuste dos relacionamentos pretéritos e ferramenta de trabalho para o polimento da alma?

    Por que interpretar os fatos como se somente nós tivéssemos as luzes da destinação de cada um?

    Afinal, por que querer que Deus nos dê conta de seus desígnios?

    Há momentos em que os fatos da vida, todos sob a direção indefectível do Eterno Bem, funcionam como o fogo que permite a moldagem dos metais e agem sobre nossa alma de maneira dolorosa, mas permitem que nos tornemos flexíveis às novas diretrizes e às retificações necessárias.

    Humildade é receita para o dia a dia. A síntese luminosa do Evangelho há séculos nos conclama a amar até os inimigos; a perdoar setenta vezes sete vezes; a andar dois mil passos com aquele que nos pede a caminhada de mil; a entregarmos também a túnica ao que nos leve a capa. Por que não praticarmos isso entre as quatro paredes que nos guardam em segurança nos caminhos do mundo?

    É a caridade a porta estreita e difícil, exigindo renúncia ao acomodamento a que nos habituamos. Ela é nossa possibilidade de recuperação do tempo, a chance do melhor aproveitamento das horas.
     
    Estejamos confiantes, pois, em nossa luta. A lei de Deus nunca se engana, estamos no lugar certo, com aqueles a quem devemos amar. A dor nunca bate em porta errada. Percebamos o conflito em família como recurso precioso ao nosso entendimento ainda vacilante e consideremos o amor a argamassa indispensável à consolidação da fé que, por hora, apenas bruxuleia qual tênue chama no imo de nossos corações, ameaçada com os vendavais da emoção em desequilíbrio que ainda alimentamos"
     
    (Espírito: Leopoldo Machado. in: Conflitos Conjugais. Edicel)
     
  • Textos que ficam para nossa reflexão e para nos reavivar a questão de ser a família a referência de nossas sensações de segurança e aconchego, bem como a estrutura capaz de nos sustentar nas lutas da vida diária.
     

domingo, 18 de maio de 2014

TCI e Espiritismo

TCI e Espiritismo

Pedro da Fonseca Vieira

“Mais tarde, a eletricidade fará sua revolução medianímica, e como tudo será mudado na maneira de reproduzir o pensamento do Espírito, não encontrareis mais dessas lacunas, algumas vezes lamentáveis, sobretudo quando as comunicações são lidas diante de estranhos.” (GUTEMBERG, em Revista Espírita, abril de 1864, “O Espiritismo e a franco-maçonaria”).
É difícil imaginar alguma inovação tecnológica dos últimos 50 anos em que a eletrônica não tenha tido participação direta e determinante. O domínio sobre as pequeníssimas potências elétricas tem permitido o desenvolvimento de soluções antes impossíveis que se traduzem em conforto, saúde e, de forma especial, facilidade de comunicação.
Por outro lado, a história está recheada de fenômenos de comunicações mediúnicas, das quais as de efeitos físicos chamam especial atenção, normalmente se utilizando de um instrumento para sua efetivação. Quem não se recorda do tabernáculo construído para a comunicação do Espírito Yhvh com o povo hebreu, da telegrafia espiritual ocorrida com as Irmãs Fox nos EUA ou das mesas girantes em todo o mundo no século XIX?
A questão a ser levantada é: seria possível que os Espíritos, que se têm utilizado de todas as formas possíveis de contato com o mundo físico desde a Antigüidade, também utilizem a nova instrumentação disponível para a comunicação com o mundo físico? A opinião de Thomas Alva Edison, o grande inventor da lâmpada elétrica, foi dada à revista Scientific American em uma entrevista na qual afirmou: “É razoável concluir que aqueles que deixam a Terra desejarão se comunicar com os que aqui ficaram. Inclino-me para acreditar que essa personalidade será capaz de afetar um aparelho. Tal instrumento, quando disponível, deverá registrar algo”.
A próxima questão é: o que o Espiritismo pode oferecer como subsídios para o entendimento desse fenômeno, supondo-o possível?
Toda comunicação que envolva mediunidade de efeitos físicos obedece à mecânica ilustrada abaixo e se difere do processo da mediunidade de efeitos inteligentes por empregar um tipo especial de energia (ou fluido) vital do doador que se convencionou chamar de ectoplasma. Para o leitor atento, recomendamos o estudo de O Livro dos Médiuns, em especial os capítulos I, II, IV e V da 2ª parte.

Figura 1 - Esquema geral da mediunidade de efeitos físicos
A ação dos Espíritos é sobre os objetos materiais, o que nos faz questionar o que seria matéria. Uma onda eletromagnética, como a luz, por exemplo, é matéria? Segundo O Livro dos Espíritos, em sua questão 27, existem no Universo três elementos gerais: Deus, Princípio Espiritual e Princípio Material. Não sendo a luz nem Deus nem Espírito, só lhe resta encaixar-se, de alguma forma, no conceito de matéria, o que corresponde exatamente às modernas abordagens físicas. Seria, portanto, teoricamente, possível que um Espírito agisse sobre uma onda eletromagnética, fazendo com que ela reproduza seu pensamento, de alguma forma. Esse é o princípio de funcionamento da chamada comunicação dos Espíritos através de aparelhos eletro-eletrônicos, que ganhou o nome de Transcomunicação Instrumental, a partir da década de 1980.
O impulso natural é considerar que tal ação seria mais difícil para os Espíritos, principalmente quando pensamos nos aparatos cheios de botões que permeiam nossas vidas, de um simples controle remoto a uma moderna cabine de avião. Será verdade? A eletricidade é descrita em O Livro dos Espíritos, questão 27-a como “matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente”. Ao mesmo tempo, o ambiente onde vivem os Espíritos é tratado magistralmente na obra “A gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo”, capítulo XIV, em especial item 5, onde, sob o título de “fluidos espirituais”, é definido como material, porém muito menos grosseiro que a matéria do mundo físico. A Figura 2 ilustra, portanto, a gradação material de que tratamos anteriormente.

Figura 2 - Gradações de níveis de sutileza de matéria
Consideramos, por fim, que as possibilidades tecnológicas do mundo espiritual são muito maiores do que as do mundo físico. Este fato nos permite supor a maior facilidade de comunicação, por proximidade de sutileza material, da TCI em relação aos fenômenos de efeitos físicos comumente relacionados na literatura, como transporte e levitação de objetos, pirogenia, tiptologia, sematografia, pneumatofonia, pneumatografia, materialização de Espíritos, entre outros. Esta é uma diferença qualitativa.
Outra diferença, essa mais simples por ser conseqüência direta das nossas conhecidas leis da física do mundo material, é a quantitativa. A mecânica clássica nos informa que a potência necessária para erguer uma mesa, de, digamos, pouco mais de 10kg de massa, a 10cm de altura, em 10 segundos, é de aproximadamente 1W (Watt) – exemplo esse bem próximo da realidade das mesas girantes do século XIX. Se considerarmos a potência necessária para modular um sinal de rádio AM (o sinal modulante representa a parte “inteligente” da comunicação), por exemplo, chegaremos a números da ordem de 0,000001W, ou seja, 1 milhão de vezes menos energia. As constatações parecem nos apontar no sentido de uma facilidade maior para se ouvir a voz de um Espírito no rádio do que se produzir outro fenômeno físico qualquer.
O que caracteriza alguém como sendo médium de efeitos físicos, se todos os seres humanos exteriorizam incessantemente fluido vital e ectoplasma? A quantidade e a qualidade desse fluido devem ser superiores ao limiar mínimo requerido para o fenômeno. Para termos de comparação, seria como tentar usar um motor de geladeira para mover um caminhão: sem uma potência mínima, o movimento é impossível. Supondo se deseje o movimento, há duas saídas: providenciar um motor de caminhão (raro) ou usar o motor disponível para mover um carrinho de rolimã (mais abundante). A Transcomunicação Instrumental propõe abaixar o limiar necessário à produção dos fenômenos de efeitos físicos, já que os aparelhos eletrônicos já fizeram uma parte para nós. O efeito imediato é que o número de pessoas capazes de produzir esse fenômeno será muito maior do que para levantar uma mesa. Esse fato tem gerado confusões nos pesquisadores, alguns afirmando, por isso, que a intervenção de um médium é dispensável – o que é um erro conceitual.
Corroborando com toda a teoria, de fato, a história registra diversos contatos feitos pelos Espíritos através dos mais diferentes aparelhos nas mais variadas épocas. Em 1909, Augusto de Oliveira Cambraia registrou um seu invento, o Telégrafo Vocativo Cambraia, com os seguintes dizeres em relação a seu objetivo: “transmissão de correspondência universal, sendo feito com Espíritos iluminados. Serve para obter da falange de Espíritos a correspondência para o engrandecimento moral e espiritual do Planeta Terra”. O inventor do rádio, padre Roberto Landell de Moura (foto 1), costumava andar com uma caixinha preta com a qual freqüentemente falava em italiano.

                                      
         Foto 1 - Landell de Moura                      Foto 2 - Friedrich Jürgenson
Mas foi a partir de 1959 que se considera oficialmente o início das pesquisas na área das ditas “vozes eletrônicas”, quando um ornitólogo e produtor artístico poliglota chamado Friedrich Jürgenson (foto 2), ao tentar gravar o canto de um pássaro diurno (tentilhão), captou ruídos e uma voz masculina que se expressava a ele em norueguês, além do canto de um pássaro noturno (alcaravão). Interessado no fenômeno e certificando-se de que o equipamento funcionava a contento, prosseguiu e conseguiu centenas de outras, em reuniões específicas para tanto.
Já no fim da década de 1960, o psicólogo e bacharel em letras Konstantin Raudive (foto 3), discípulo de Carl Gustav Jung, após reunir mais de 72.000 frases gravadas, atesta a individualidade da entidade comunicante, um passo importante nas pesquisas que se desenrolariam dali.

                            
              Foto 3 - Konstantin Raudive                         Foto 4 - George Meek 
Mas foi na década de 1980 que as pesquisas receberam o seu mais forte impulso, com o grupo que desenvolveu um aparelho específico para a comunicação com o mundo espiritual – o Spiricom. O engenheiro eletrônico e grande inventor estadunidense George William Meek (foto 4) investiu mais de US$ 600.000,00 em pesquisas e, após o concurso de William John O’Neil (foto 5), reconhecido médium de efeitos físicos e técnico em eletrônica, obteve interessantíssimos resultados com o Spiricom geração Mark IV (foto 6) e deixou em fase de planejamento desdobramentos do projeto para os anos vindouros.
                     
              Foto 5 - Bill O´Neil                          Foto 6 - Bill O´Neil e o Spiricom
Hoje em dia, vários são os pesquisadores e associações que se dedicam ao estudo e à prática da Transcomunicação Instrumental. A AA-EVP (Associação Americana para o Fenômeno das Vozes Eletrônicas) realizou congresso de grande sucesso, reunindo pesquisadores de várias partes do mundo. Na Europa não foi diferente. Pesquisadores também se reuniram na cidade de Vigo, na Espanha, para o segundo encontro, com o objetivo de tratar do assunto, este com foco bastante científico. No Brasil, encontramos diversos pesquisadores espíritas e não espíritas que se dedicam à análise das comunicações transcendentais através de aparelhos eletrônicos, em especial o saudoso Dr. Hernani Guimarães Andrade, um dos maiores investigadores espíritas que o mundo já conheceu, e, atualmente a autora de vários livros, Sonia Rinaldi, e o parapsicólogo espírita Clóvis Nunes, entre outros.
Os grupos espíritas precisam, ao retomar o caráter investigativo científico da Doutrina Espírita, tão valorizado pelos autores clássicos do Espiritismo, em especial o Prof. Allan Kardec, seu codificador, se organizar para dedicarem-se também ao assunto. Com esse mote, formou-se em 2002 um grupo de engenheiros, técnicos e médiuns no Centro Espírita Cristófilos, em Botafogo, no Rio de Janeiro – o GEPEC (Grupo Espírita de Pesquisas Eletrônicas Cristófilos) – que tem promovido encontros de estudo e realizado práticas no sentido da melhor compreensão e divulgação dessa possibilidade que nos traz a tecnologia.
A indústria cinematográfica, com o filme “Vozes do Além”, lançado pela Universal Pictures, recentemente, começa a explorar o fenômeno e possui, em sua cópia de DVD, importantes “extras” feitos pela AA-EVP sobre o assunto.
Embora o assunto seja empolgante e promissor, o enfoque espírita indica que toda comunicação com o mundo espiritual deve ter finalidade eminentemente útil e clara. Essa finalidade, como sempre, é proclamar a imortalidade da alma, a existência de Deus e comprovar, mais uma vez, que o amor não morre, consolando, assim, os corações na expressão mais pura da proposta de Jesus, esquecida por tanto tempo. Ele próprio, aliás, profetizara: “Digo-vos, em verdade: se estes se calarem, as pedras clamarão”.
Ó, pedras do mundo moderno, bem-vindas sejam para que os bons espíritos as utilizem para sua tarefa de esclarecimento e de paz!

Leituras recomendadas:
- A Transcomunicação através dos tempos, de Hernani Guimarães Andrade;
- Espiritismo e Transcomunicação, de Djalma Motta Argollo;
- Transcomunicação - Comunicações Tecnológicas com o Mundo dos “Mortos”, de Clóvis Nunes;
- Gravando Vozes do Além, de Sonia Rinaldi;
- Os mortos nos falam, do Pe. François Brune;
- Ponte Entre o Aqui e o Além - Teoria e Prática da Transcomunicação, de Hildegard Schäfer;
- Spiricom Report, de George William Meek (http://www.worlditc.org/h_07_meek_spiri_000_007.htm
).