sábado, 15 de agosto de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o espiritismo

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EESE – Cap. XI – Itens 14 e 15
Tema:   Caridade para com os criminosos
            Deve-se expor a vida por um malfeitor?
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A - Texto de Apoio:

Caridade para com os criminosos

14. A verdadeira caridade constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao mundo. Completa fraternidade deve existir entre os verdadeiros seguidores da sua doutrina. Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a vós, pelas faltas que cometeis contra sua Lei. Considerai que sois mais repreensíveis, mais culpados do que aqueles a quem negardes perdão e comiseração, pois, as mais das vezes, eles não conhecem Deus como o conheceis, e muito menos lhes será pedido do que a vós.

Não julgueis, oh! não julgueis absolutamente, meus caros amigos, porquanto o juízo que proferirdes ainda mais severamente vos será aplicado e precisais de indulgência para os pecados em que sem cessar incorreis. Ignorais que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza e que o mundo nem sequer como faltas leves considera?

A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem, mesmo, nas palavras de consolação que lhe aditeis. Não, não é apenas isso o que Deus exige de vós. A caridade sublime, que Jesus ensinou, também consiste na benevolência de que useis sempre e em todas as coisas para com o vosso próximo. Podeis ainda exercitar essa virtude sublime com relação a seres para os quais nenhuma utilidade terão as vossas esmolas, mas que algumas palavras de consolo, de encorajamento, de amor, conduzirão ao Senhor supremo.

Estão próximos os tempos, repito-o, em que nesse planeta reinará a grande fraternidade, em que os homens obedecerão à lei do Cristo, lei que será freio e esperança e conduzirá as almas às moradas ditosas. Amai-vos, pois, como filhos do mesmo Pai; não estabeleçais diferenças entre os outros infelizes, porquanto quer Deus que todos sejam iguais; a ninguém desprezeis. Permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamentos. Em breve, quando os homens se encontrarem submetidos às verdadeiras leis de Deus, já não haverá necessidade desses ensinos: todos os Espíritos impuros e revoltados serão relegados para mundos inferiores, de acordo com as suas inclinações.

Deveis, àqueles de quem falo, o socorro das vossas preces: é a verdadeira caridade. Não vos cabe dizer de um criminoso: ~ um miserável; deve-se expurgar da sua presença a Terra; muito branda é, para um ser de tal espécie, a morte que lhe infligem." Não, não é assim que vos compete falar. Observai o vosso modelo: Jesus. Que diria ele, se visse junto de si um desses desgraçados? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão. Em realidade, não podeis fazer o mesmo; mas, pelo menos, podeis orar por ele, assistir-lhe o Espírito durante o tempo que ainda haja de passar na Terra. Pode ele ser tocado de arrependimento, se orardes com fé. E tanto vosso próximo, como o melhor dos homens; sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar; ajudai-o, pois, a sair do lameiro e orai por ele. Elisabeth de França. (Havre, 1862.)

Deve-se expor a vida por um malfeitor?

15. Acha-se em perigo de morte um homem; para o salvar tem um outro que expor a vida. Sabe-se, porém, que aquele é um malfeitor e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve, não obstante, o segundo arriscar-se para o salvar?

Questão muito grave é esta e que naturalmente se pode apresentar ao espírito. Responderei, na conformidade do meu adiantamento moral, pois o de que se trata é de saber se se deve expor a vida, mesmo por um malfeitor. O devotamento é cego; socorre-se um inimigo; deve-se, portanto, socorrer o inimigo da sociedade, a um malfeitor, em suma. Julgais que será somente à morte que, em tal caso, se corre a arrancar o desgraçado? E, talvez, a toda a sua vida passada. Imaginai, com efeito, que, nos rápidos instantes que lhe arrebatam os derradeiros alentos de vida, o homem perdido volve ao seu passado, ou que, antes, este se ergue diante dele. A morte, quiçá, lhe chega cedo demais; a reencarnação poderá vir a ser-lhe terrível. Lançai-vos, então, ó homens; lançai-vos todos vós a quem a ciência espírita esclareceu; lançai-vos, arrancai-o à sua condenação e, talvez, esse homem, que teria morrido a blasfemar, se atirará nos vossos braços. Todavia, não tendes que indagar se o fará, ou não; socorrei-o, porquanto, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração, que vos diz: "Podes salvá-lo, salva-o!" - Lamennais. (Paris, 1862.).

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Em que consiste a verdadeira caridade?

2 – Deve-se expor a vida por um malfeitor?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Mural Reflexivo: Verdadeira identidade

unnamed[1]Verdadeira identidade

    Qual é sua identidade?

    Quando alguém lhe faz essa pergunta, é natural que você busque um documento de identificação e o apresente a quem o solicita, ou, então, decline o número que traz guardado na memória.

     Mas você já se deu conta de que esse documento de identidade é válido somente para o mundo físico?

    Quando você fizer a grande viagem de retorno ao mundo espiritual, deixará tudo o que diz respeito a este mundo na aduana do túmulo e seguirá apenas com os seus recursos pessoais.

    Suas obras serão a sua identificação. Elas falarão em seu favor ou contra você.

    Por essa razão, vale a pena pensar em tudo o que diga respeito aos verdadeiros valores da vida.

    Mesmo que você tenha um valioso relógio de ouro, o que falará em seu favor será o que tiver feito das suas horas.

    Ainda que ocupe um cargo importante junto aos homens, o que falará de você será sua autoridade moral.

     Pode possuir roupas de grife e esmerar-se na aparência, mantendo-se sempre impecável, sua testemunha de defesa será o sentimento com que reveste suas ações.

    Mesmo que possua os calçados mais caros e finos do mundo, sua identidade serão os seus passos.

    Ainda que se adorne das mais belas jóias e enfeites raros, somente as ações no bem lhe garantirão a beleza da alma.

    Por mais que possua títulos e honrarias, a honradez será a virtude que lhe abrirá as portas da felicidade.

    Assim, entendemos que não serão as coisa que possuímos que se constituirão em nossa identidade no mundo espiritual, mas o que efetivamente tivermos realizado.

    Em verdade, os bens materiais não são obstáculos à conquista das virtudes, mas não podem ser confundidos com estas.

    Pensemos na grandeza das credenciais de madre tereza de calcutá, de irmã dulce, de dr. Bezerra de menezes e de tantos anônimos que deixaram a terra em silêncio e foram recebidos com todas as honras no além.

    Madre tereza, em sua simplicidade e humildade, jamais deixou de falar com firmeza dos ideais nobres que defendia diante de quem quer que fosse.

    As autoridade mundiais calavam-se ante aqueles dois olhos miúdos que traziam um brilho singular. Mais pareciam duas estrelas engastadas num rosto marcado pelas agruras da vida.

    Irmã Dulce, uma criaturinha franzina e de saúde frágil, era possuidora de uma fortaleza ímpar. Sua simples presença já dava notícias de sua grandeza moral.

    Dr. Bezerra de Menezes, conhecido como médico dos pobres, foi reconhecido político de nosso país, e jamais se deixou enredar nas malhas da indignidade e da insensatez. Dedicou-se com amor aos sofredores de toda ordem e fez da sua vida um exemplo de doçura.

    De volta ao mundo espiritual, será que estas pessoas precisaram apresentar sua identidade, ou será que suas obras falaram em seu favor?

    Considerando que todos teremos que fazer a viagem de volta, mais cedo ou mais tarde, seria oportuno que fizéssemos um pequeno balanço em nossa bagagem para verificar o quanto de bens eternos já temos guardado.

    Mas é importante lembrar que somente poderemos levar conosco as aquisições que tenham o selo dos bens eternos.

    Pense nisso!

    Os bens materiais são excelente meio de evolução para os homens, se usados com sabedoria e justiça.

    Mas sempre vale a pena lembrar as sábias palavras do Mestre de Nazaré: "de que adianta ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma?"

    Pense nisso!

(Fonte: Momento Espírita - http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=666&let=V&stat=0)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Pergunta feita: referência bibliográfica sobre juventude e tempo de escolha de profissões…

 

Nome: H.
Assunto: Juventude:Tempo
Mensagem: Temos uma irmã que foi convida a fazer uma palestra com este tema: JUVENTUDE: Tempo de escolhas de profissões. Ajude-nos informando referências bibliográficas nas obras básicas, e outras por favor sobre o tema... O Tema Central do Encontro Espírita onde ela fará o estudo é Senhor que queres que eu faça? (Passagem de Paulo de Tarso) Aguardamos sua valiosa cooperação.
Fraternalmente!!

RESPOSTA:

Olá H.!!

Enviando abaixo algumas questões de ' O Livro dos Espíritos' sobre escolha profissional.

Espero que ajude!!

um abraço, Karina.

928. Evidentemente, por meio da especialidade das aptidões naturais, Deus indica a nossa vocação neste mundo. Muitos dos nossos males não advirão de não seguirmos essa vocação?

“Assim é, de fato, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam seus filhos da senda que a Natureza lhes traçou, comprometendo-lhes a felicidade, por efeito desse desvio. Responderão por ele.”

a) - Acharíeis então justo que o filho de um homem altamente colocado na sociedade fabricasse tamancos, por exemplo, desde que para isso tivesse aptidão?

“Cumpre não cair no absurdo, nem exagerar coisa alguma: a civilização tem suas exigências. Por que haveria de fabricar tamancos o filho de um homem altamente colocado, como dizes, se pode fazer outra coisa? Poderá sempre tornar-se útil na medida de suas faculdades, desde que não as aplique às avessas. Assim, por exemplo, em vez de mau advogado, talvez desse bom mecânico, etc.”

No afastarem-se os homens da sua esfera intelectual reside indubitavelmente uma das mais frequentes causas de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada constitui fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio, sobrevindo a tudo isso, impede que o que fracassou recorra a uma profissão mais humilde e lhe mostra o suicídio como remédio para escapar ao que se lhe afigura humilhação. Se uma educação moral o houvesse colocado acima dos tolos preconceitos do orgulho, jamais se teria deixado apanhar desprevenido.

Desigualdade das aptidões

804 Por que Deus não deu as mesmas aptidões a todos os homens?

– Deus criou todos os Espíritos iguais; mas, como cada um viveu mais ou menos, consequentemente, adquiriu maior ou menor experiência; a diferença está na experiência e na vontade, que é o livre-arbítrio. Daí uns se aperfeiçoarem mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. A variedade dessas aptidões é necessária, para que cada um possa concorrer com os desígnios da Providência no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não pode ou não sabe fazer o outro faz; é assim que cada um tem o seu papel útil. Depois, todos os mundos sendo solidários uns com os outros, é natural que habitantes de mundos superiores, na sua maioria criados antes do vosso, venham aqui habitar para dar o exemplo. (Veja a questão 361.)

805 Ao passar de um mundo superior a outro inferior, o Espírito conserva a integridade das faculdades adquiridas?

– Sim, já dissemos, o Espírito que progrediu não regride; pode escolher, no estado de Espírito, um corpo mais grosseiro ou uma posição mais precária do que a anterior, mas tudo isso deve sempre lhe servir de ensinamento e ajudá-lo a progredir. (Veja a questão 180.)

Assim, a diversidade das aptidões entre os homens não tem relação com a natureza íntima de sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento que tenha alcançado como Espírito, durante as várias encarnações. Deus, portanto, não criou a desigualdade das faculdades ou aptidões, mas permitiu que Espíritos de diferentes graus de desenvolvimento mantivessem permanente contato, a fim de que os mais avançados pudessem ajudar o progresso dos mais atrasados e também para que os homens, tendo necessidade uns dos outros, praticassem a lei de caridade que deve uni-los.

768. O homem, ao buscar a sociedade, obedece apenas a um sentimento pessoal ou há também nesse sentimento uma finalidade providencial, de ordem geral?

— O homem deve progredir, mas sozinho não o pode fazer não possui todas as faculdades; precisa do contato dos outros homens. No isolamento ele se embrutece e se estiola.

Comentário de Kardec: Nenhum homem dispõe de faculdades completas e é pela união social que eles se completam uns aos outros, para assegurarem o seu próprio bem-estar e progredirem. Eis porque, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade e não isolados.

O Livro 'O Consolador' - Emmanuel

50 –A vocação é uma lembrança das existências passadas?

-A vocação é o impulso natural oriundo da repetição de análogas experiências, através de muitas vidas. Suas características, nas disposições infantis, são o testemunho mais eloquente da verdade reencarnacionista.

Desenvolva o tema…

qualsuaopiniao

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Graça, Mérito e Outros Assuntos Afetos ao Amor Divino

 

Graça, Mérito e Outros Assuntos Afetos ao Amor Divino*


Marcus Braga

Por conta da conclusão do ensino médio de pessoa próxima, compareci a um culto ecumênico, no qual houve espaço para a fala dos diversos segmentos religiosos representados. Nestas, destacou-se uma que tratou da temática da graça, como caminho de salvação e de redenção da criatura humana, a despeito de sua conduta ou dos conceitos mais elementares de justiça.

Defendeu o companheiro, em um discurso conhecido de outras plenárias e atores, a visão de uma salvação que viria pela fé, independente das suas obras. Fé em um conceito difuso, que mistura um sentimento íntimo e de superação com uma crença específica em determinada entidade, no caso Jesus. Uma dita salvação dos filhos de Deus que nega aspectos geográficos e históricos, distribuindo bênçãos de forma segregadora e não universalizante, como uma loteria salvacionista.
De Lutero às indulgências da Idade Média, essas ideias e discussões são antigas, imbricadas nos velhos jogos entre a religião e o poder formal. Surgem às vezes travestidas com roupagens do novo, perambulando por aí, nos discursos, nas ideias sedutoras de sermos salvos por uma opção momentânea, ignorando a grandeza do que pensamos ser uma vida eterna. Causa-nos espanto, mas são posturas concretas e que se materializam em situações tragicômicas do bom ser tomado pelo mau, na desconsideração da sentença cristã que se reconhece a árvore pelos frutos.
Instigante discussão esta, que pode aplacar consciências ao justificar os atos mais reprováveis, dissociando, de forma lamentável, a ação, a intenção do espírito encarnado e o seu destino futuro, subordinando essa vinculação a crenças determinadas, ao humor divino, em um movimento que fortalece os sectarismos, as lutas e as politicagens que pululam na história das religiões.
Dependeríamos, nessa ótica, da graça, como um bem imerecido, um dom gratuito que Deus concede à humanidade, motivado pela sua misericórdia, em situações que, apesar de parecerem sem lógica, são regidas por regras implícitas, como a fé ou a adoção de determinados ritos, que fariam esse Deus sorrir para nós.
Aí, surge o “pulo do gato” de Kardec e dos espíritos da codificação. A proposta espírita é diferente! É uma proposta que conjuga a ideia de mérito e a de misericórdia. Alia justiça com amor...
Mérito na Lei de Ação e Reação, na necessidade de reparação do ato que prejudica o próximo pelo próprio autor, na colheita livre, mas que tem a semeadura  obrigatória, enxergando um Lei de “causa e efeito”, na qual erramos e aprendemos. Segundo Emmanuel, “Jesus a ninguém prometeu direitos sem deveres”(1). Ideias estampadas nas próprias obras espíritas, nos romances e narrativas do plano espiritual e que elevam a ideia de justiça a outro patamar.
O mérito é pedagógico, permite ao espírito aprender e crescer, com erros e acertos, tornando factível o conceito da vida eterna. Não importa nesse sentido o punir e sim o crescimento, a luta, na justa interrogação de “O Livro dos Espíritos”: “ Onde estaria o merecimento sem a luta?”(2).
Entretanto, Deus é amor e assim também é a sua Lei... O que seria de nós sem a misericórdia divina? É necessário compreender a fragilidade da criatura humana, e a sua luta para superar seus desafios diariamente. A obra evangélica transmite essa compaixão em várias passagens, nas quais Jesus mostrou que conhece bem a natureza do espírito encarnado, suas fraquezas e possibilidades.
A palavra misericórdia vem da fusão das palavras miserere (ter compaixão), e cordis (coração), ou seja, um novo olhar da realidade com amor no coração. “A misericórdia é o complemento da mansuetude (...) Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas.”(3) Amor com equilíbrio, pois o perdão das ofensas não implica em abandonar o conceito de justiça e a ideia de que o espírito necessita aprender para crescer.
O psicólogo Erich Fromm tratou bem da questão dessas duas grandezas,  quando se referiu ao equilíbrio entre o princípio paternal e maternal, representado o segundo pelo amor incondicional, sem recompensas, e o primeiro pelo amor em razão dos próprios méritos”(4). Deus tem os dois princípios em harmonia. Ama seus filhos incondicionalmente, mas exige deles compromissos com o seu crescimento espiritual, na medida de suas capacidades. Esses princípios permeiam toda a evolução da humanidade!
A graça, por esse prisma, seria fruto de um Deus carente, sequioso de servidores para adorá-lo, como eram os deuses da antiguidade que inspiraram alguns desses paradigmas. Voltamos aos deuses antropomórficos! Essa visão teológica tornaria valores como respeito ao próximo, trabalho e justiça sem sentido. O mundo seria um paraíso da inação, com todos a espera dessa graça, como ocorreu concretamente na Idade Média, em espetáculos de hipocrisia e de miséria moral.
Não se trata só de uma questão de justiça, de punir, e sim uma questão de pedagogia, de evolução, de crescimento e aprimoramento, como necessidades intrínsecas do espírito. Que graça teria sermos criados apenas para acolher um caminho que muitos não tem acesso, para sermos salvos de um pecado que não cometemos, por circunstâncias ao bel prazer da divindade?
Assim, no paradigma espírita, para todos é possível crescer, nas diversas roupagens reencarnatórias, e esvaziam-se instrumentos de poder e caminhos exclusivistas, pois a justiça e o mérito se fazem para cada um, mas tem como fiel da sua balança o amor, a misericórdia divina, que com seus múltiplos acréscimos, nos conduz diante das provas duras da existência, para a cada dia recomeçar.
O espiritismo, como se propõe a ser uma doutrina libertadora, de amadurecimento e evolução de espíritos, nos aponta o crescimento espiritual pela  construção de nosso caminho, com os outros, convivendo e vivendo, amando e sendo amado, errando e tentando acertar, mas sob o olhar de um pai amoroso, que vela por nós, ajudado por outros espíritos como nós.

Referências:

1 - Caminho Espírita-Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Espíritos Diversos.
2 - O Livro dos Espíritos, Pergunta 119.
3 - O Evangelho Segundo o Espiritismo.
4 - A Arte de Amar. Erich Fromm. Editora Martins Fontes.

4 de agosto 2015

* Publicado originalmente na Revista Eletrônica "O Consolador"

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Teoria Da Presciência

 

Teoria da Presciência

Claudio C. Conti

Este tema é apresentado por Kardec no livro A Gênese, mais precisamente no capítulo XVI que inicia com o seguinte questionamento: Como é possível o conhecimento do futuro?
Esta é uma questão intrigante é normalmente considerada como fazendo parte apenas de filmes de ficção, tais como Dejá Vú, com Denzel Washington, e O Vidente, com Nicolas Cage; estes são os dois mais recentes dentre vários outros que poderíamos citar; filmes e seriados com esta temática são produzidos desde longa data.

Ainda no século XIX, Kardec já havia vislumbrado esta possibilidade diante de certas mensagens recebidas dos espíritos desencarnados e, também, combinando-as com as predições encontradas nos Evangelhos Canônicos e que são debatidos no mesmo livro (A Gênese).
Duas possibilidades são apresentadas por Kardec quanto ao conhecimento do futuro, que são:
1)    Resultado de eventos em andamento;
2)    Eventos futuros que não guardam relação com os atuais.
Como pode-se perceber, este é um tema que requer certa elaboração de ideias e conceitos. Diante da dificuldade inerente ao tema, Kardec inicia a explicação com um exemplo bastante trivial: um homem no topo de uma montanha observando um viajante ao longo no percurso abaixo. Apesar da boa comparação, este exemplo é apenas didático, pois descreve uma situação puramente material. Contudo, sua intenção neste exemplo é salientar a posição privilegiada do espírito desencarnado com relação aos encarnados.
Apesar do exemplo do homem na montanha ser útil na comparação com o espírito desencarnado, esta situação seria mais aplicável a resultados decorrentes de eventos que estariam em andamento. Desta forma, no item 3, Kardec entra na questão propriamente dita, isto é, o conhecimento de eventos que não guardam relação com os eventos em andamento e diz:
“Se, agora, sairmos do âmbito das coisas puramente materiais e entrarmos, pelo pensamento, no domínio da vida espiritual, veremos o mesmo fenômeno produzir-se em maior escala. Os Espíritos desmaterializados são como o homem da montanha; o espaço e a duração não existem para eles”.
Importante salientar que a possibilidade de conhecer o futuro não é a condição de todos os espíritos, pois está diretamente relacionada com elevação espiritual.
Porém, o questionamento sobre como é possível para os espíritos a partir de certa elevação vislumbrar situações que ainda estariam por acontecer ainda permanece. Resta, estão, discutir a questão do tempo e a sua própria essência que, quando analisada à luz do Espiritismo, fornece esclarecimentos de como os espíritos mais evoluídos podem acessar acontecimentos que estão, para nós, no futuro.
Na questão 27 d’O Livro dos Espíritos, onde Kardec questiona sobre os elementos gerais do universo, a resposta obtida apresenta considerações sobre o fluido cósmico.
A resposta apresentada pelos espíritos é relativamente complexa e não caberia o maior aprofundamento neste estudo, contudo podemos ressaltar a seguinte colocação na resposta: “Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo (o fluido cósmico) com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais”. O fluido cósmico, portanto, apresenta propriedades distintas da matéria.
Observando nossa existência como encarnados percebemos que não está atrelada apenas à matéria. Existem outros fenômenos aos quais estamos sujeitos e que, de certa forma, regem nossas vidas, tais como o tempo e o espaço; de que seriam formados?
O capítulo VI, também do livro A Gênese, intitulado Uranografia Geral, aborda esta e outras questões relacionadas: o espaço e o tempo, a matéria, as leis e as forças, dentre outros. Tanto o tempo, quanto o espaço, forças, etc, são modificações do fluido, portanto, formados por fluido cósmico.
A nossa percepção de tempo e espaço são formas como o fluido cósmico se expressa e a ação do pensamento sobre este fluido dependerá, obviamente, do nível evolutivo do espírito.
Por isso que a capacidade de prever o futuro pode, às vezes, se manifestar no encarnado, como Kardec diz no item 6: “É assim que em certas ocasiões essa faculdade se desenvolve providencialmente, na iminência de perigos, nas grandes calamidades, nas revoluções, e é assim também que a maioria das seitas perseguidas adquire numerosos videntes”.
Numerosas vezes em nossa experiência terrena sentimos o efeito de intuições sobre caminhos a seguir, decisões a tomar, e costumamos chamar de sorte ou azar, porém sorte ou azar são coisas que não existem. O que existe é a capacidade de sentir o ambiente e ler nas entrelinhas da Criação, mas é preciso fazer bom uso para não trazer consequências desagradáveis; podemos considerar que consequências desagradáveis que vivenciamos hoje podem ser decorrentes de mal uso em outras encarnações.

17 de Julho de 2015

* Publicado originalmente em 10/05/2015 no site www.ccconti.com.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

47ª Semana Espírita de Anápolis - Go - Palestra com André H. de Siqueira

 

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: 'Elisabeth TB' via Espiritismo.Net - Equipe

Nosso amigo André estava parecendo um anjo, aureolado. rsrs

https://youtu.be/Jz4hvgFfO6I 47ª Semana Espírita de Anápolis - Go - Palestra com André H. de Siqueira

47ª Semana Espírita de Anápolis - 07 07 2015 - André H. de Siqueira

47ª Semana Espírita de Anápolis - 07 07 2015 - André H. de Siqueira

youtube.com

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Área de anexos

Visualizar o vídeo 47ª Semana Espírita de Anápolis - 07 07 2015 - André H. de Siqueira do YouTube

47ª Semana Espírita de Anápolis - 07 07 2015 - André H. de Siqueira

16 Congresso Espírita da Bahia – FEEB

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: 'Heleneide Melo De Andrade' via Espiritismo.Net – Equipe Assunto: [Equipe] Enc: 16º Congresso Espírita da Bahia>

edinolia pinto <noliapintopeixinho@gmail.com> escreveu:

Caros

Comunicamos que a realização das atividades do evento em pauta, neste anos, acontecerão nos espaços do Fiesta Convention Center (ver anexo)

Agradecemos desde já a parceria de todos no sentido de divulgação e participação.

Paz

Edinolia Peixinho

Cartaz A5