sábado, 6 de outubro de 2012

Operário sobrevive após ter cérebro atravessado por um vergalhão de 2m de comprimento

Operário sobrevive após ter cérebro atravessado por um vergalhão de 2m de comprimento

Ele, que trabalhava em uma obra em Botafogo, foi operado por cinco horas e não apresenta sequelas

MARIA ELISA ALVES

RIO - Um operário da construção civil, de 24 anos, foi atingido na cabeça por um vergalhão que despencou do quinto andar do prédio em que ele trabalhava, uma obra em Botafogo, e sobreviveu. O pedaço de ferro, de dois metros de comprimento, atravessou, na manhã de quarta-feira, o capacete de Eduardo Leite, perfurou o cérebro e saiu pela região entre os olhos, acima do nariz. O impacto foi de 300 quilos. Os bombeiros cortaram uma parte do vergalhão no local do acidente e levaram o ferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde a vítima, para espanto de todos, chegou falando normalmente. Eduardo foi submetido a uma cirurgia de cinco horas e não apresenta nenhum tipo de sequela.

— A equipe é muito bem treinada, e o anjo da guarda dele também estava de plantão — disse o médico Ruy Monteiro, chefe da Neurocirurgia do hospital, e que participou da cirurgia.

Segundo o diretor do Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, o paciente está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), e respira sem a ajuda de aparelhos. Ontem, 24 horas após a cirurgia, almoçou normalmente e recebeu visitas da família.

— Não sabemos como o cérebro vai reagir daqui em diante. Vamos descobrir nos próximos dias. O cérebro é a parte do corpo mais difícil de prever — diz Essinger.

O vergalhão atingiu a parte do cérebro responsável pelas emoções. Eduardo poderia ter ficado sem memória, ou desorientado. Mas nada disso aconteceu:

— Ele está lúcido e consciente — diz o diretor do Miguel Couto.

Segundo Essinger, o paciente, depois de tanto azar, deu sorte. Se o vergalhão tivesse caído três centímetros para o lado, teria atingido a parte do cérebro responsável pela parte motora:

— Por três centímetros, ele estaria sem mexer os braços e as pernas. Se fosse apenas mais um centímetro para a direita, ele teria perdido um olho.


Risco de infecção

Segundo Essinger, o risco agora é que o paciente contraia uma infecção:

— Quando o vergalhão entrou no cérebro, levou também muita poeira, sujeira. Estamos medicando o paciente com antibióticos e, se tudo der certo, ele poderá ter alta em uma semana — disse Essinger.

Para evitar contaminar o cérebro com secreções dos seios da face, típicas de quem tem sinusite, por exemplo, o vergalhão foi puxado para baixo durante a cirurgia.

Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o médico Miguel Giudicissi Filho elogiou a atuação da equipe médica e explicou que somente após exames de médio e longo prazos será possível indicar o tipo de sequela do paciente. Segundo ele, não existe área do cérebro que seja afetada sem produzir algum dano, mas ele pode ser imperceptível:

— Os médicos mostraram habilidade e treino. Precisamos esperar novos exames, pode ser que a sequela seja pequena ou numa área não importante para o paciente.


Os médicos que salvaram a vida do paciente

O plantão de 12 horas estava apenas começando quando o neurocirurgião Ivan Sant’Ana, que estava na emergência do Hospital Miguel Couto, foi avisado que um homem com um vergalhão atravessado na cabeça tinha acabado de chegar. Com 35 anos de experiência, o médico, que trabalha também no Hospital do Andaraí, mandou chamar o chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, e, em pouco tempo, começou a planejar, junto de Ruy, a cirurgia para a retirada do ferro. Ontem, nem mesmo ele acreditava no resultado tão bom, o paciente sobreviveu e não apresenta sequelas.

— Minha esposa disse que o “Homem” deu outra chance a ele. Casos assim não são comuns mesmo.

Ivan disse que não ficou nervoso com o tamanho da responsabilidade:

— Depois de 35 anos de neurocirurgia, você sabe dos riscos e se prepara. Não fica nervoso. Mas tem uma certa apreensão. O ferro passou bem perto de estruturas nobres do cérebro.

O cirurgião passou cinco horas operando o trabalhador. Ele disse que o momento mais delicado da cirurgia foi o da retirada do vergalhão:

— Nós escovamos o couro cabeludo do paciente e o pedaço de ferro que estava na entrada do ferimento para evitar que qualquer poeira entrasse e causasse uma infecção no cérebro. Depois, fomos retirando lentamente. Retirava um pouco, avaliava, retirava um pouco mais. Depois que o ferro saiu, lavamos o cérebro com muito soro e cauterizamos as áreas onde havia sangramento. O perigo agora é ele contrair uma infecção. O paciente está tomando muito antibiótico para evitar isso.

Quando o paciente chegou, curiosos tiraram fotos da vítima, ainda com o ferro na cabeça. O chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, disse que o caso, apesar de inusitado, não surpreendeu tanto assim a equipe:

— Para a gente que trabalha em emergência, não é fácil levar um susto não. Mas, com certeza, esse caso não é habitual.

Há 19 anos no Miguel Couto, quatro deles como chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, que também atua na rede privada, disse que a cirurgia foi feita pouco tempo após a chegada do paciente. E atribui o resultado à habilidade da equipe.

— É muito importante ter uma equipe preparada para qualquer situação. Já tratamos de uma machadada na testa, mas o paciente estava sem o machado. Estamos sempre prontos para o que for.

Notícia publicada no Jornal O Globo, em 16 de agosto de 2012.


Breno Henrique de Sousa* comenta

Por alguns centímetros

A separação entre a vida e a morte pode ser de alguns centímetros de distância ou alguns segundos que nos permitem escapar de um acidente. A morte parece uma constante que nos cerca, da qual sempre tentamos escapar, mas que um dia, fatalmente, nos pega.

Temos um dia certo para morrer ou estamos nas mãos da sorte? Será que tudo que nos separa da morte são os centímetros e os segundos? Essa perspectiva parece assustadora. A fragilidade da vida é assustadora desde que encaremos a vida do ponto de vista materialista e a morte como sendo a aniquilação. Esta perspectiva pode ser um dos fundamentos para medos patológicos como o pânico e o desespero.

Tudo é diferente quando enxergamos a vida através do olhar espírita. A fragilidade e a precariedade da vida se transformam em uma lição de desapego nos fazendo refletir que a qualquer momento, por mais que desfrutemos de boa saúde, podemos ser chamados ao “outro lado da vida”, deixando para trás todas as coisas que julgávamos importantes.

A iminência da morte nos demonstra o caráter provisório da vida. Ela é passageira. Em breve partiremos e a grande questão é: o que levamos para a outra vida? E o que deixamos de bom? É certo que em breve também voltaremos em um novo corpo para prosseguir nossa caminhada de aperfeiçoamento.

Para o Espiritismo, quando reencarnamos, temos uma programação que define em linhas gerais nossa existência. É planejado que gênero de vida teremos, fatos importantes, uma estimativa de tempo de vida física. Este planejamento desenrola-se naturalmente e somos levados intuitivamente e pelas circunstâncias que se nos apresentam “casualmente” para dar cumprimento ao mesmo. São estes “acasos” da vida, que na verdade não são nada casuais, que nos afastam alguns centímetros ou segundos da morte, que não deve chegar antes da hora planejada. Pelo livre-arbítrio, pode o homem alterar o curso planejado para sua existência. Pode alterar para melhor, superando as expectativas, ou para pior, por exemplo, interrompendo prematuramente sua vida pelo suicídio. Mas, mesmo entre aqueles que tentam o suicídio, existem os que falham em sua tentativa e escapam por razões misteriosas.

Deus, muitas vezes, permite que cheguemos à beira do abismo como uma lição para valorarmos a vida, para termos ciência de sua fragilidade e importância. Quantos não dizem depois de escapar da morte: “nasci de novo”, sendo renovados pela experiência e, muitas vezes, mudando sua perspectiva diante da vida. Hoje mesmo, vi na TV outra notícia de outro operário, também no Rio de Janeiro, que teve o pescoço atravessado por um vergalhão. Esse caso é menos impressionante do que o primeiro que teve o cérebro atravessado, mas, igualmente, por alguns centímetros, ele poderia ter perdido a vida. Alguns centímetros é a diferença entre uma bala perdida e uma bala que passa de raspão.

A vida física é precária e frágil, perene é apenas a vida espiritual que deve ser buscada com mais interesse. Estamos a apenas alguns centímetros de perder tudo o que faz parte da vida material, que se renova constantemente. Deus nos dá lições de desapego demonstrando-nos quais devem ser as maiores prioridades da existência.

* Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Estudo dirigido: O Livro dos Médiuns

No cap. VI, o codificador estuda as manifestações visuais. Em relação a esse tipo de fenômeno, marque V ou F, justificando sua resposta.
 
( ) Ocorrem mais comumente nas doenças e à noite.
( ) Pode ocorrer em condições normais, mas na maioria das vezes se manifesta em um estado especial.
( ) essa faculdade pode desenvolver-se pelo exercício, mas isso deve ser evitado.
( ) certos Espíritos poderiam ser vistos com a forma de animais.
( ) dois médiuns observam o mesmo espírito sempre da mesma forma.
( ) quando ocorrem durante o sono são chamados de visões.
( ) as partes menos precisas nas aparições são os membros inferiores.
 
( fonte: apostila de estudos das obras codificadas por Allan Kardec. IDE-JF/MG)


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Richard Simonetti artigo: Um Natal de Verdade

 
Um Natal de Verdade

A presença do rico automóvel diante da residência humilde, acontecimento inusitado naquela vila paupérrima e distante, despertou intensa curiosidade. Rostos surgiram nas janelas. Muita gente olhando de longe.
Desceram Gumercindo e Maria do Carmo, casal de meia-idade.
Sofrida mulher os atendeu, rodeada por três crianças tímidas grudadas em sua saia. No colo materno chorava um bebê, lamento ardido de fome… logo apareceu o marido, figura lastimável, barba por fazer, olhar assustado. O visitante quebrou o gelo:
– Estamos aqui em tarefa de amizade. Temos recebido incontáveis bênçãos de Deus, negócios prósperos, filhos saudáveis, casa ampla e confortável, muita fartura. No entanto, eu e minha esposa não nos sentimos em paz. O que nos sobra, falta em muitos lares. Isso vem pesando em nosso coração. Decidimos, por isso, ir ao encontro de nossos irmãos…
– Pois é – completou Maria do Carmo – gostaríamos de saber como vivem, suas dificuldades e problemas. Como poderemos ajudá-los. Iniciaremos nosso entendimento neste Natal, oferecendo-lhes brinquedos, roupas e alimentos, em nome de Jesus.
– Tenho certo de que foi Ele quem os inspirou – interrompeu, emocionado, o dono da casa. – Nossa situação é desesperadora. Estou desempregado há seis meses… já não temos recursos nem para a comida. A luz foi desligada por falta de pagamento… minha esposa está doente. As crianças cobram-me o presente. Querem saber por que Papai Noel não visita gente pobre. Eu decidira que a situação iria mudar, por bem ou por mal. Planejara assaltar abastada mansão. Enfrentaria a polícia, mataria se preciso, mas não regressaria ao lar de mãos vazias… No entanto, não sou criminoso. Tenho uma existência toda de trabalho honesto, cultivando respeito às leis… Os senhores salvaram-me de um pesadelo.
Sufocado pela emoção, derramando-se em lágrimas, o operário ajoelhou-se e beijou as mãos de seus benfeitores, sem que estes pudessem evitar o gesto extremo de humildade e reconhecimento.
Após alguns minutos de entendimento fraterno, Gumercindo e Maria do Carmo entregaram os presentes e partiram, levando a certeza de que aquela família teria um Natal feliz. Felicidade maior ia em seus corações. Haviam descoberto a insuperável alegria que o exercício da solidariedade proporciona.
***
A violência e o crime são desvios lamentáveis que se oferecem àqueles que transitam pelos caminhos da miséria e do infortúnio. A própria sociedade contribui para tão desastrosas opções ao ignorar a existência desses infelizes.
Quando nos dispusermos a superar as barreiras da indiferença, do comodismo, do apego aos bens transitórios, oferecendo amparo e orientação aos irmãos em dificuldade, a mensagem do Natal começará a ser observada, favorecendo a erradicação do mal.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Você sabia?

"Os espíritos classificaram os mundos em 5 categorias: 1) Mundos primitivos - onde se verifica as primeiras encarnações. 2) Mundos de expiação e provas - no qual o mal predomina. 3) Mundos de regeneração - onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem novas forças. 4) Mundos felizes - onde o bem supera o mal. 5) Mundos divinos - onde moram os espíritos puros."

domingo, 30 de setembro de 2012

Pergunta feita: Pesadelos

Tenho muitos pesadelos e gostaria de saber se os pesadelos podem ser sinais ou não, quando são premonições e quando não são.
 
Os sonhos são causados por diversos fatores, entre os quais podemos citar, rapidamente:
- ação do sistema nervoso autônomo durante o sono, com formação de imagens no cérebro;
- recordação dos acontecimentos diários ou das preocupações cotidianas, revestidos por um amplo simbolismo;
- recordação de vivencias passadas, arquivadas no inconsciente
- ação espiritual, quando o espirito se afasta do corpo durante o sono e se
encontra com outros espíritos;
- clarividência em estado espiritual, permitindo-nos tomar conhecimento de
situações que ocorrem em outros lugares.
Assim, denominando pesadelos os sonhos "ruins", aqueles que causam uma má impressão, ou algum tipo de emoção perturbadora, não podemos generalizar nenhuma situação. Os pesadelos podem constituir-se em sinais que nos são transmitidos por outros espíritos ou por nossas recordações inconscientes, e também podem, embora nao seja comum, serem premonitórios. No entanto, desconhecemos qualquer regra pela qual possamos classifica-los em uma situação ou outra.
(Fonte: CVDEE)