sexta-feira, 25 de abril de 2014

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo


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EESE – Cap. III – Itens 16 a 19

Tema:  Mundos regeneradores
           Progressão dos mundos
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A - Texto de Apoio:

Mundos regeneradores

16. Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.

17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.

Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.

18. Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.

Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que uni mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

Progressão dos mundos

19. O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas uni meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.

Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa ideia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!

Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

- Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – O que são mundos regeneradores?

2 – Como se dá a progressão dos mundos?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Revista Espírita: O curador do campo Châlons

Outubro de 1866

Lê-se no Écho de l'Aisne, de 1º de agosto de 1866:
"Não se fala em nosso interior senão das maravilhas realizadas no campo de Châlons, por um jovem zuavo espírita que diariamente faz novos milagres.
"Numerosos comboios de doentes se dirigem a Châlons e, coisa incrível, um bom número deles voltam curados.
"Nestes últimos dias um paralítico, vindo de carro, depois de ter sido visto pelo `jovem espírita' achou-se radicalmente curado e voltou para casa galhardamente a pé.
"Quem puder explique estes fatos, que tocam ao prodígio; sempre há os que são exatos e afirmados por grande número de pessoas inteligentes e dignos de fé."
Renaud
Este artigo é produzido textualmente pela Presse Illustrée de 6 de agosto. O Petit Jorunal, de 17 de agosto, conta o fato nestes termos:
"Depois de ter podido visitar o quartel imperial, que penso já tenhais descrito aos leitores, isto é, a morada mais inteligente e, ao mesmo tempo, a mais simples que possa ter um soberano, mesmo que apenas por alguns dias, passei a tarde a correr à procura do zuavo magnetizador.
"Esse zuavo, um simples músico, é, há três meses, o herói do campo e suas imediações. É um homenzinho magro, moreno, de olhos profundamente enterrados nas órbitas, uma verdadeira fisionomia de derviche torneiro. Dele contam coisas incríveis e sou forçado a não falar senão do que contam, porque, desde alguns dias, por ordem superior, teve ele que interromper as sessões públicas que fazia no ‘Hotel de la Meuse’. Vinham de dez léguas ao redor. E1e recebia vinte e cinco a trinta doentes por vez, e à sua voz, ao seu olhar, ao seu toque, pelo menos dizem, subitamente os surdos ouviam, os mudos falavam, os coxos se iam, sobraçando as muletas.
"Tudo isto é bem certo? Nada sei. Conversei uma hora com ele. Chama-se Jacob, é simplesmente burginhão, exprime-se com facilidade, deu-me a impressão dos mais convencidos e dos mais inteligentes. Sempre recusou qualquer espécie de remuneração e não gosta de agradecimentos. Além disso, prometeu-me um manuscrito que lhe foi ditado por um Espírito. Inútil vos dizer que vos falarei dele assim que o receber, contudo se o Espírito tiver espirito."
René de Pont-Jest

Qual sua opinião?

A Vivi postou no face e pediu para perguntar como vc comentaria , explicaria, falaria, entenderia etc e tal a seguinte imagem:


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Solidão aumenta em 14% as chances de idosos morrerem de forma prematura

Solidão aumenta em 14% as chances de idosos morrerem de forma prematura

Pesquisa mostra que o problema apresenta mais riscos que a obesidade e a falta de dinheiro

CHICAGO (EUA) - O sentimento de solidão pode aumentar as chances de uma pessoa mais velha morrer de forma prematura em até 14%, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
O trabalho liderado pelo cientista e professor de psicologia John Cacioppo mostra que o impacto da solidão na morte prematura é quase tão forte quanto o desfavorecimento socioeconômico, que representa 19%. A análise, feita com dados de 2010, mostrou que a solidão oferece o dobro de riscos da obesidade, por exemplo.
Os pesquisadores analisaram as taxas de declínio da saúde física e mental com o passar dos anos. Sobre a solidão, eles constataram que as consequências são dramáticas. O sentimento de estar isolado dos outros pode interromper o sono, elevar a pressão arterial, aumentar o cortisol - o hormônio do estresse -, alterar o sistema imunológico e aumentar a depressão.
Cacioppo disse na conclusão do estudo que as pessoas mais velhas podem evitar as consequências do problema ficando em contato com os ex-colegas de trabalho, participando de tradições familiares e compartilhando bons momentos com a família e amigos.
- Nos Estados Unidos, a cada dia, entre 2011 e 2030, uma média de 10 mil pessoas vão alcançar os 65 anos. Elas têm que pensar sobre como proteger-se da depressão, bem-estar subjetivo e baixa mortalidade precoce - disse.
A pesquisa apontou que existem três dimensões para conexões entre as pessoas: relacionamentos íntimos saudáveis, quando você tem alguém em sua vida que sabe exatamente quem você é; conexão relacional, pessoas com quem você tem contatos cara a cara que são gratificantes; e conexão coletiva, que vem da sensação de fazer parte de um grupo ou coletivo.
Segundo o pesquisador, as pessoas mais velhas que vivem sozinhas não serão necessariamente solitárias se eles permanecerem socialmente engajadas e desfrutando da companhia dos que os rodeiam.
- Alguns aspectos do envelhecimento, tais como cegueira e perda de audição, no entanto, colocam os mais idosos em um risco - concluiu.

Notícia publicada no Jornal O Globo, em 17 de fevereiro de 2014.

Jorge Hessen* comenta
Pesquisa realizada por John Cacioppo, cientista e professor de psicologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, sugere que o isolamento impacta e acelera o extermínio “prematuro” do idoso solitário. Para Cacioppo há fatores de risco em face do sentimento de solidão, dentre os quais estão a interrupção frequente do sono, elevação da pressão arterial, aumento do cortisol (hormônio do estresse), alteração do sistema imunológico e aumento da depressão.(1) Talvez realmente a solidão seja preocupante enfermidade dos dias de hoje.
Os recursos tecnológicos, avançando em uma velocidade vertiginosa, propõem “democratizar” as relações sociais. Tais recursos vêm disponibilizando recursos sedutores, a saber: a TV digital, os smartphones com suas múltiplas funções, os vídeos e filmes de alta definição, os notebooks, os tablets, a internet, as redes sociais, os jogos eletrônicos virtuais; eis aí uma lista mínima do que a tecnologia tem proporcionado.
Há uma respectiva quebra da necessidade de se estar fisicamente “junto”, a fim de conversar, ampliar amizade, trocar emoções. Consegue-se através do aplicativo whatsapp, por exemplo, dialogar, trocar mensagens, vídeos, fotos, de qualquer lugar, horário e distância, conectando-se todos a tudo. Viabiliza-se resgatar amizades perdidas no tempo, reencontrar familiares que a distância afastou e refazer relacionamentos que se submergiram pelos caminhos. Entretanto, paradoxalmente, a tecnologia que nos cerca externamente pouco preenche interiormente. De tal modo que não será a tecnologia que nos afastará da “má solidão”, aliás, característica dos que não vivem valores da solidariedade, da compaixão, da fraternidade.
Vive-se hoje a estranha sensação de que não se está sozinho na multidão. Indivíduos cercados por pessoas em ônibus, metrôs, aviões, estádios, localidades de trabalho, avenidas, ruas. Contudo, nessa selva de pedras existem muitos sujeitos solitários. E quanto mais são cercados de gente, de barulho, de tarefas, mais se agrava a sensação de que estão sozinhos. Parece contraditório? Será a “maligna solidão” a ausência de companhia, de pessoas à volta de certos solitários? Consistiria em estar longe das civilizações?
Mas será que toda solidão é malfazeja? Notemos a rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho. Lord Byron dizia que "na solidão é quando estamos menos só."(2) Para certas horas a saudável solidão é para o espírito o que a dieta é para o corpo. Muitas vezes, para ouvirmos a voz sincera da consciência precisamos saber fazer silêncio em torno de nós e dentro de nós. Há momentos em que é imprescindível a busca da benéfica solidão para nos encontrarmos conosco, em um reencontro com a própria alma, de maneira tranquila e serena, sabendo que guardamos em nossa intimidade a chave para nossa ascensão espiritual. É nesses momentos de introspecção que conseguimos analisar atitudes, valores e sentimentos. Sob esse ponto de vista, a meiga solidão será oportuna companheira a ser buscada, para que possamos nos encontrar e nos conhecer.
Não esqueçamos que em nossa marcha rumo à luz imperecível cultivamos diálogos que dizem respeito somente a nós mesmos. Nada nos impede, pois, com regularidade, evadirmo-nos do mundo, buscando momentos de magna solidão, em que teremos apenas nós mesmos para viajar em torno da consciência, pois quando silencia o mundo à nossa volta conseguimos ouvir a voz da consciência e até mesmo escutar o nosso “EU” histórico. Serão esses espaços de abençoada solidão que nos consentirão reavaliar comportamentos para, nas próximas experiências, evitar que repitamos os mesmos desacertos, em análogas ocasiões. A sós, diariamente, alguns momentos para meditar a respeito do que fazemos, como fazemos, nos permitirá marchar por estradas íntimas e nos desvendar em profundidade.
Há quem use a prodigiosa solidão como tempo de inspiração, análise e programação. Quando fazemos silêncio exterior, damos vazão ao mundo interno, intenso e palpitante. Há tanta gente mergulhada em alaridos indigestos, dominada por conversas maledicentes ou pelo estrondo de risadas burlescas; há tanta gente rodeada de pessoas, mas com a alma amargurada, oprimida, oca. Lembremos que tudo tem o seu tempo determinado, conforme narra o Eclesiastes. Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de colher, tempo de chorar e tempo de sorrir; tempo de falar e tempo de silenciar também.”(3) Então, por que temer a santa solidão? Se a vida nos oferece a bondosa solidão, saibamos abrigá-la como um tesouro. Aproveitemos cada instante para meditações. Encaremos tudo e todas as circunstâncias como ensejo de aprendizado.
Obviamente Deus nos criou para viver em sociedade. Não nos ofereceu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação humana. É natural que o “isolamento absoluto” seja contrário à lei da Natureza, até porque por instinto buscamos a sociedade e devemos concorrer para o progresso, auxiliando-nos mutuamente. Ora, completamente isolados, não dispomos de todas as faculdades. Falta-nos o contato com os outros de nós. No isolamento incondicional ficamos brutos e morremos.(4) Por essas criteriosas razões é importante caracterizar as distintas solidões – aquelas que significam fuga definitiva do convívio social daquela outra que nos abastece a alma a fim de que jamais constemos no rol dos seres solitários.

Notas e referências bibliográficas:
(2) George Gordon Byron, comumente conhecido como Lord Byron; foi um escritor/poeta inglês do século XIX;
(3) Eclesiastes, 3:1-8;
(4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questões 766, 767 e 768, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Revista Espírita: Introdução ao estudo do perispírito

Até agora só se tinham idéias muito incompletas sobre o mundo espiritual ou invisível. Imaginavam-se os Espíritos como seres fora da humanidade. Os anjos também eram criaturas à parte, de uma natureza mais perfeita. Quanto ao estado das almas após a morte, os conhecimentos não eram mais positivos. A opinião mais geral deles fazia seres abstratos, dispersos na imensidade e não tendo mais relações com os vivos, a não ser que, segundo a doutrina da Igreja, estivessem na beatitude do céu ou nas trevas do inferno. Além disso, as observações da Ciência, não parando na matéria tangível, resulta entre o mundo corporal e o mundo espiritual, um abismo que parecia excluir toda reaproximação. É este abismo que novas observações e o estudo de fenômenos ainda pouco conhecidos vem encher, ao menos em parte.
Para começar o Espiritismo nos ensina que os Espíritos são as almas dos homens que viveram na Terra, que progridem sem cessar, e que os anjos são essas mesmas almas ou Espíritos chegados a um estado de perfeição que os aproxima da Divindade.
Em segundo lugar, ensina-nos que as almas passam alternativamente do estado de encarnação ao de erraticidade, que neste último estado elas constituem a população invisível do globo, ao qual ficam ligadas, até que aí tenham adquirido o desenvolvimento intelectual e moral que comporta a natureza deste globo, depois do que o deixam, passando a um mundo mais adiantado.
Pela morte do corpo, a humanidade corporal fornece almas ou Espíritos ao mundo espiritual. Pelos nascimentos, o mundo espiritual alimenta o mundo corporal. Há, pois, transmutação ou deversão incessante de um no outro. Esta relação constante os torna solidários, pois são os mesmos seres que entram no nosso mundo e dele saem alternativamente. Eis um primeiro traço de união, um ponto de contato, que já diminui a distância que parecia separar o mundo visível do mundo invisível.
A natureza íntima da alma, isto é, do princípio inteligente, fonte do pensamento, escapa completamente às nossas investigações. Mas sabe-se agora que a alma é revestida de um envoltório ou corpo fluídico, que dela faz, após a morte do corpo material, como antes, um ser distinto, circunscrito e individual. A alma é o princípio inteligente considerado isoladamente. É a força atuante e pensante, que não podemos conceber isolada da matéria senão como uma abstração. Revestida de seu envoltório fluídico, ou perispírito, a alma constitui o ser chamado Espírito, como quando está revestida do envoltório corporal, constitui o homem. Ora, posto que no estado de Espírito goze de propriedades e de faculdades especiais, não cessou de pertencer à humanidade. Os Espíritos são, pois, seres semelhantes a nós, pois cada um de nós torna-se Espírito após a morte do corpo, e cada Espírito torna-se homem pelo nascimento.
Esse envoltório não é a alma, pois não pensa: é apenas uma vestimenta. Sem a alma, o perispírito, assim como o corpo, é uma matéria inerte privada de vida e de sensações. Dizemos matéria, porque, com efeito, o perispírito, posto que de uma natureza etérea e sutil, não é menos matéria com os fluidos imponderáveis e, demais, matéria da mesma natureza e da mesma origem que a mais grosseira matéria tangível, como logo veremos.
A alma não reveste o perispírito apenas no estado de Espírito; é inseparável desse envoltório, que a segue na encarnação, como na erraticidade. Na encarnação, é o laço que a une ao envoltório corporal, o intermediário com cujo auxílio age sobre os órgãos e percebe as sensações das coisas exteriores. Durante a vida, o fluido perispiritual identifica-se com o corpo, cujas partes todas penetra; com a morte, dele se desprende; privado da vida, o corpo se dissolve, mas o perispírito, sempre unido à alma, isto é, ao princípio vivificante, não perece. Apenas a alma, em vez de dois envoltórios, conserva apenas um: o mais leve, o que está mais em harmonia com o seu estado espiritual.
Posto que esses princípios sejam elementares para os Espíritas, era útil lembrá-los para a compreensão das explicações subseqüentes e a ligação das idéias.
Algumas pessoas contestaram a utilidade do invólucro perispiritual da alma e, em conseqüência, a sua existência. Dizem que a alma não precisa de intermediário para agir sobre o corpo; e, uma vez separada do corpo, ele é um acessório supérfluo.
A isto respondemos, para começar, que o perispírito não é uma criação imaginária, uma hipótese inventada para chegar a uma solução; sua existência é um fato constatado pela observação. Quanto à sua utilidade, durante a vida ou após a morte, é preciso admitir que, desde que existe, é que serve para alguma coisa. Os que contestam a sua utilidade são como um indivíduo que, não compreendendo as funções de certas engrenagens num mecanismo, concluíssem que elas só servem para desnecessariamente complicar a máquina. Não vê que se a menor peça fosse suprimida, tudo seria desorganizado. Quantas coisas, no grande mecanismo da natureza, parecem inúteis aos olhos do ignorante e, mesmo, de certos cientistas, que de boa fé julgam que se tivessem sido encarregados da construção do Universo, o teriam feito melhor!
O perispírito é uma das mais importantes engrenagens da economia. A Ciência o observou nalguns de seus efeitos e, seguidamente, tem sido designado como fluido vital, fluido ou influxo nervoso, fluido magnético, eletricidade animal, etc., sem se dar precisa conta de sua natureza e de suas propriedades, e, ainda menos, de sua origem. Como envoltório do Espírito após a morte, foi suspeitado desde a mais alta antigüidade. Todas as teogonias atribuem aos seres do mundo invisível um corpo fluídico. São Paulo diz em termos precisos que nós renascemos com um corpo espiritual (I Cor. XV: 35-44 e 50)
Dá-se o mesmo com todas as grandes verdades baseadas nas leis da natureza, e das quais, em todas as épocas, os homens tiveram a intuição. É assim que, desde antes de nossa era, notáveis filósofos tinham suspeitado da redondeza da Terra e seu movimento de rotação, o que nada tira ao mérito de Copérnico e de Galileu, mesmo supondo que estes últimos tenham aproveitado as idéias de seus predecessores. Graças a seus trabalhos, o que não passava de opinião individual, uma teoria incompleta e sem provas, desconhecida das massas, tornou-se uma verdade científica, prática e popular.
A doutrina do perispírito está no mesmo caso. O Espiritismo não foi o primeiro a descobri-lo. Mas, assim como Copérnico para o movimento da Terra, ele o estudou, demonstrou, analisou, definiu e dele tirou fecundos resultados. Sem os estudos modernos mais completos, esta grande verdade, como muitas outras ainda estaria no estado de letra morta.
O perispírito é o traço de união que liga o mundo espiritual ao mundo corporal. O Espiritismo no-los mostra em relação tão íntima e tão constante, que de um ao outro a transição é quase insensível. Ora, assim como na natureza o reino vegetal se liga ao reino animal por seres semivegetais ou semi-animais, o estado corporal se liga ao estado espiritual não só pelo princípio inteligente, que é o mesmo, mas ainda pelo envoltório fluídico, ao mesmo tempo semimatéria e semi-espiritual, desse mesmo princípio. Durante a vida terrena, o ser corporal e o ser espiritual estão confundidos e agem de acordo; a morte do corpo apenas os separa. A ligação destes dois estados é tal, reagem um sobre o outro com tanta força, que dia virá em que será reconhecido que o estudo da história natural do homem não seria completo sem o do envoltório perispiritual, isto é, sem por um pé no domínio do mundo invisível.
Tal aproximação é ainda maior quando se observa a origem, a natureza, a formação e as propriedades do perispírito, operação que decorre naturalmente do estudo dos fluidos.
É sabido que todos os animais tem como princípios constituintes o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono, combinados em diferentes proporções. Ora, como dissemos, esses mesmos corpos simples tem um princípio único, que é o fluido cósmico universal. Por suas diversas combinações eles formam todas as variedades de substâncias que compõem o corpo humano, o único de que aqui falamos, posto seja o mesmo em relação aos animais e às plantas. Disto resulta que o corpo humano, na realidade, não passa de uma espécie de concentração, de condensação ou , se quiser, da solidificação do gás carbônico. Com efeito, suponhamos a desagregação completa de todas as moléculas do corpo, reencontraremos o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono; em outros termos, o corpo será volatilizado. Os quatro elementos, voltando ao seu estado primitivo por uma nova e mais completa decomposição, se os nossos meios de análise o permitissem, dariam o fluido cósmico. Esse fluido, sendo o princípio de toda a matéria, é ele mesmo matéria, posto que num completo estado de eterização.
Um fenômeno análogo se passa na formação do corpo fluídico, ou perispírito: é, igualmente, uma condensação do fluído cósmico em redor do foco de inteligência, ou alma. Mas aqui a transformação molecular opera-se diferentemente, porque o fluido conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo humano tem, pois, sua fonte no mesmo fluido; um e outro são matéria, posto sob dois estados diferentes. Assim, tivemos razão de dizer que o perispírito é da mesma natureza e da mesma origem que a mais grosseira matéria. Como se vê, nada há de sobrenatural, desde que se liga, por seu princípio, às coisas da natureza, das quais ele mesmo não passa de uma variedade.
Sendo o fluido universal o princípio de todos os corpos da natureza, animados e inanimados e, por conseqüência, da terra, das pedras. Moisés estava certo quando disse: "Deus formou o corpo do homem do limo da terra." Isto não quer dizer que Deus tomou terra, a petrificou e com ela modelou o corpo do homem, como se modela uma estátua com barro, como acreditaram os que tomam ao pé da letra as palavras bíblicas, mas que o corpo era formado dos mesmos princípios ou elementos que o limo da terra, ou que tinham servido para formam o limo da terra.
Moisés acrescenta: "E lhe deu uma alma vivente, feita à sua semelhança" faz , assim, uma distinção entre alma e corpo; indica que ela é de natureza diferente, que não é matéria, mas espiritual e imaterial como Deus. Diz: uma alma vivente, para especificar que nela só está o princípio de vida, ao passo que o corpo, formado de matéria, por si mesmo não vive. As palavras: à sua semelhança implicam uma similitude e não uma identidade. Se Moisés tivesse olhado a alma como uma porção da Divindade, teria dito: Deus o anima dando-lhe uma alma tirada da sua própria substância, como disse que o corpo tinha sido tirado da terra.
Estas reflexões são uma resposta às pessoas que acusam o Espiritismo de materializar a alma, porque lhe dá um envoltório semimaterial.
No estado normal, o perispírito é invisível aos nossos olhos e impalpável ao nosso tato, como o são uma infinidade de fluidos e de gases. Contudo, a invisibilidade, a impalpabilidade, e mesmo a imponderabilidade do fluido perispiritual não são absolutas. Eis por que dizemos no estado normal. Em certos casos, ele sofre, talvez, uma condensação maior, ou uma modificação molecular de natureza especial, que o torna momentaneamente visível ou tangível. É assim que se produzem as aparições. Sem que haja aparição, muitas pessoas sentem a impressão fluídica dos Espíritos pela sensação do tato, o que é o indício de um natureza material.
De qualquer maneira por que se opere a modificação atômica do fluido, não há coesão como nos corpos materiais: a aparência se forma e se dissipa instantaneamente, o que explica as aparições e as desaparições súbitas. Sendo as aparições o produto de um fluido material invisível, tornado visível por força de uma mudança momentânea na sua constituição molecular, não são mais sobrenaturais que os vapores que alternadamente se tornam visíveis ou invisíveis pela condensação ou pela rarefação. Citamos o vapor como ponto de comparação, sem pretender que haja similitude de causa e efeito.
Algumas pessoas criticaram a qualificação de semimaterial dada ao perispírito, dizendo que uma coisa é matéria ou não o é. Admitindo que a expressão seja imprópria, seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial para exprimir esse estado particular da matéria. Se existisse um mais apropriado à coisa, os críticos deveriam tê-lo indicado. O perispírito é matéria, como acabamos de ver, falando filosoficamente, e por sua essência íntima. Ninguém poderia contestá-lo; mas não tem as propriedades da matéria tangível, tal como se a concebe vulgarmente; não pode ser submetido à análise química; porque, embora tenha o mesmo princípio que a carne e o mármore e possa tornar as suas aparências, na realidade nem é carne nem mármore. Por sua natureza etérea, tem, ao mesmo tempo, da materialidade por sua substância, e da espiritualidade por sua impalpabilidade; e a palavra semimaterial não é mais ridícula do que semiduplo e tantas outras, porque também pode se dizer que uma coisa é dupla ou não o é.
Como princípio elementar universal, o fluido cósmico oferece dois estados distintos: o de eterização ou de imponderabilidade, que pode se considerar como o estado normal primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade, que, de certo modo, não é senão consecutivo. O ponto intermediário é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas aí, ainda, não há transição brusca, porque se pode considerar os nossos fluidos imponderáveis como um termo médio entre os dois estados.
Cada um desses dois estados necessariamente dá lugar a fenômenos especiais. Ao segundo pertencem os do mundo visível, e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, chamados fenômenos materiais, são do campo da Ciência propriamente dita; os outros, qualificados de fenômenos espirituais, porque se ligam à existência dos Espíritos, são da atribuição do Espiritismo. Mas há entre eles tão numerosos pontos de contato, que servem para mútuo esclarecimento e, como dissemos, o estudo de uns não poderia ser completo sem o estudo dos outros. É à explicação desses últimos que conduz o estudo dos fluidos de que, posteriormente, faremos assunto para um trabalho especial.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Pergunta feita: Dúvidas...



Nome: R,
Idade: 17
estado: Pr
Assunto: Dúvidas
Mensagem: A minha tia tinha um terrero ela que me encentivou a seguir o espiritismo. Só que eu tenho muitas duvidas em relação a isso. Porque a minha mãe fala que isso só faz mal as pessoas mas eu não acho isso. E eu tenho umas visões de vez em quando que me alertam em muita coisa queria saber mais a respeito disso.
Se puderem me ajudar agradeço.
==============
Olá, R!
Muita paz a você!
Inicialmente, devemos diferenciar o Espiritismo das demais religiões. Não tratamos aqui de uma ser melhor que a outra, mas, embora todas nos levem ao mesmo destino, cada uma segue por seu caminho.
Sua tia era a coordenadora dos trabalhos de um terreiro. Normalmente, os rituais da Umbanda e do Candomblé são praticados nos terreiros. No Espiritismo, todos os trabalhos são realizados nos Centros Espíritas ou Sociedades Espíritas, que são bem diferentes dos terreiros.
Atualmente, encontramos praticantes da Umbanda e do Candomblé que, erroneamente, dão o nome de Centros Espíritas aos seus centros de reunião, o que acaba causando uma grande confusão, mas aprendendo a diferenciá-las tudo se resolve.
Bem, o Espiritismo, ou Doutrina Espírita, desenvolve seus trabalhos baseados na instrução (estudos e palestras) e na prática da caridade, que são os trabalhos com nossos irmãos necessitados, encarnados e desencarnados, estes últimos através da mediunidade, sempre seguindo os ensinamentos de Jesus.
Para facilitar seu entendimento, indicaremos ao final vídeos bem interessantes que falam dos vários aspectos do Espiritismo.
Para adiantar, leia o resumo contido no site http://www.cvdee.org.br/resumode.asp, onde poderá resolver muitas de suas dúvidas.
O bem e o mal, ao contrário do que sua mãe diz, R, não estão nas religiões, mas no coração das pessoas. As religiões, sejam elas quais forem, todas fazem o homem se elevar a Deus. Se Deus é o objetivo, então, somente através do amor podemos alcançá-Lo. O que acontece, porém, é que as pessoas têm muito medo daquilo que desconhecem, e é assim com todas as religiões. Criamos ideias erradas, nos tornamos preconceituosos, brigamos para impor nossas opiniões sobre as dos outros, o que mostra o tamanho dos nossos erros, pois devemos nos respeitar sempre, principalmente se fazemos o bem. Jesus disse: "Conhece-se a árvore pelos seus frutos". Se o fruto é bom, a árvore é boa, ou seja, se alguém faz o bem em nome da sua fé, é porque a fé é boa.
Infelizmente, essas dúvidas e conflitos não se resolvem de uma hora para a outra. Para nós, que vemos o mundo de uma forma mais aberta, já nos adiantamos. Aos que ainda não compreenderam o sentido da vida, esses terão seu momento de despertar, pois Deus assim o quer.
Com relação às visões quem nos diz ter, essa é o que chamamos de faculdade mediúnica, que é a capacidade de perceber e interagir com os Espíritos. Todos nós somos médiuns, sejamos novos, velhos, pretos, brancos, ricos pobres, dessa ou daquela religião, mas alguns são mais sensíveis à presença dos espíritos. A história do mundo nos mostra incontáveis acontecimentos desse tipo. A Bíblia, por exemplo, traz vários episódios de mediunidade, mas alguns preferem chamá-la de “dons de Deus”. Seja com que nome a conheçam, será sempre a mesma coisa.

As explicações sobre a mediunidade são profundas e precisam de um estudo cuidadoso. Porém, temos um excelente livro que trata do assunto de forma mais simplificada para tirar suas dúvidas mais urgentes: “Mediunidade: caminho para ser feliz”, de Suely caldas Schubert. Recomendamos que você o leia. Ao final, um trecho para conhecê-lo.
Finalmente, procure conhecer aí em sua cidade uma instituição espírita. Para evitar a confusão que mencionamos acima, lembre-se de que ela deve fazer parte da Federação Espírita do Paraná. Acesse http://www.feparana.com.br/ure.php?cidade=Curitiba ou telefone para a Federação para informar-se melhor. Para jovens, nos Centros Espíritas, existem as mocidades espíritas, que proporcionam momentos muito bacanas para a troca de ideias e fazer amigos. Esses encontros vão te ajudar bastante.
Assista, então, aos seguintes vídeos:
- www.espiridigi.net/videos
Revista Informação
- Por que Espiritismo?
- A Filosofia Espírita
- A Moral Espírita
- A Prática Espírita
- O Fenômeno Mediúnico
- Sobre a Morte e o Morrer
- Reencarnação
- As Obras Básicas - O Princípio
Nesse site acima, outros vídeos estão disponíveis e são bem interessantes.

- www.virtual.espiridigi.net - seção Multimídia > vídeos
Programas Espíritas
- Terceira Revelação - 21 - Doutrina Espírita
- Terceira Revelação - 06 - A mediunidade ao longo da história
- Terceira Revelação - 08 - Mediunidade
Esperamos ter ajudado.
Estamos à disposição para auxiliar no que for necessário e conte sempre conosco.
Um abraço,

André.
Equipe Espiritismo Net Jovem
Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp

Recomendamos, caso seja possível e haja interesse, participar de nossas atividades na Internet: no Paltalk: categoria "Central & South America" - subcategoria "Brazil", sala ESPIRITISMO NET JOVEM - Às sextas-feiras, 21h, com estudo das Obras Básicas.

domingo, 20 de abril de 2014

Mural reflexivo: Como fazer alguém feliz




COMO FAZER ALGUÉM FELIZ



    Aquele professor era diferente de todos os demais. Os deveres de casa que ele passava eram sempre surpreendentes. Criativos.

    Enquanto os outros professores nos mandavam responder perguntas ao final do capítulo ou solucionar os problemas de números tal a tal, ele tinha tarefas bem diversas para nossa classe.

    Naquela quinta feira ele falou a respeito do comportamento como um meio de comunicação.

    “Nossos atos falam mais do que as palavras. O que as pessoas fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo”, afirmou.

    “Agora, como dever de casa, vejam se conseguem mudar uma pessoa, massageando o ego dela o bastante. Tanto que vocês percebam uma mudança em seu comportamento. Na próxima aula, vocês relatarão seus resultados.”

    Quando cheguei em casa, naquela tarde, olhei para minha mãe e vi que ela estava sentindo muita pena de si mesma. Os cabelos lhe caíam sobre o rosto. A voz parecia um lamento. Enquanto preparava o jantar, ela ficou suspirando.

    Quando cheguei, não falou comigo. E assim eu também não falei com ela.

    O jantar foi triste. Papai estava sem vontade para falar. Foi aí que decidi colocar em ação o dever de casa.

    “Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da universidade está encenando? Por que você e papai não vão assisti-la hoje à noite?”

    “Esta noite não dá”, disse logo meu pai. “Tenho uma reunião importante.”

    “Naturalmente”, foi a resposta seca de minha mãe.

    “Bem, por que não vai comigo?” – quando acabei de formular a pergunta, me arrependi. Imagine: um rapaz do segundo grau sair à noite com sua mãe. Mas agora não havia mais conserto.

    Ela perguntou toda animada:

    “De verdade? Rapazes não costumam sair com as mães.”

    Eu engoli em seco antes de tornar a falar:

    “Não existe nenhuma lei dizendo que a gente não pode sair com a mãe. Vá se arrumar.”

    Ela carregou uns pratos até a pia. Seus passos estavam mais leves, em vez de arrastados.

    Papai e eu lavamos a louça e ele comentou o quanto eu era um filho atencioso e gentil.

    Deprimido, eu pensei :

    ”Tudo por causa da aula de psicologia.”

    Mamãe voltou para a cozinha, mais tarde, parecendo cinco anos mais nova.

    Parecendo não acreditar no que estava acontecendo, ela insistiu:

    “Você tem certeza de que não vai sair com ninguém esta noite?”

    “Agora eu vou. Vamos nessa!”

    A noite não foi tão desagradável como eu pensara. A maioria dos meus amigos certamente fez algo de mais empolgante naquela noite do que assistir uma peça de teatro.

    Ao final da noite, minha mãe estava genuinamente feliz. E eu próprio, bastante satisfeito.

    Acabei me dando super bem no dever de casa. E aprendi um bocado sobre como fazer alguém feliz. 

* * *
    Pode ser que você não tenha dever de psicologia para fazer em casa. Pode ser que você nem esteja estudando. Não importa.

    Na universidade da vida, o curso não acaba nunca. Sempre é tempo de aprender e exercitar. Por isso, tente hoje, fazer alguém feliz.

    Pode ser seu filho, sua esposa, sua mãe. Que tal um amigo, um irmão?

    Simplesmente alguém que transite em seu caminho. Observe, ofereça seu tempo, sua companhia. Faça um comentário gentil. Abrace, beije, converse. Proponha um passeio. Um programa diferente.

    E descubra como é bom fazer alguém feliz.

    (Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Como massagear um ego, de autoria de Kirk Hill, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=861&let=C&stat=0)