sábado, 8 de agosto de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE– Cap. XI – Itens 11 a 13
Tema:   O egoísmo
            A fé e a caridade
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A - Texto de Apoio:

O egoísmo

11. O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. E a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.

É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. Cabem-vos a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao Cristianismo toda a sua força e desobstruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações. -Emmanuel. (Paris, 1861.)

12. Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade; mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios. A rigidez mata os bons sentimentos; o Cristo jamais se escusava; não repelia aquele que o buscava, fosse quem fosse: socorria assim a mulher adúltera, como o criminoso; nunca temeu que a sua reputação sofresse por isso. Quando o tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.

Começai vós por dar o exemplo; sede caridosos para com todos indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.

O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito. Pascal. (Sens, 1862.)

A fé e a caridade

13. Disse-vos, não há muito, meus caros filhos, que a caridade, sem a fé, não basta para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar felizes. Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Na verdade, impulsos generosos se vos depararão, mesmo entre os que nenhuma religião têm; porém, essa caridade austera, que só com abnegação se pratica, com um constante sacrifício de todo interesse egoístico, somente a fé pode inspirá-la, porquanto só ela dá se possa carregar com coragem e perseverança a cruz da vida terrena.

Sim, meus filhos, é inútil que o homem ávido de gozos procure iludir-se sobre o seu destino nesse mundo, pretendendo ser-lhe licito ocupar-se unicamente com a sua felicidade.Sem dúvida, Deus nos criou para sermos felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre tem que servir exclusivamente ao aperfeiçoamento moral, que mais facilmente se adquire com o auxílio dos órgãos físicos e do mundo material. Sem levar em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos gostos, dos pendores e das necessidades, é esse também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Com efeito, só a poder de concessões e sacrifícios mútuos podeis conservar a harmonia entre elementos tão diversos.

Tereis, contudo, razão, se afirmardes que a felicidade se acha destinada ao homem nesse mundo, desde que ele a procure, não nos gozos materiais, sim no bem. A história da cristandade fala de mártires que se encaminhavam alegres para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não se vos faz mister nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e exclusivamente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé. -Espírito protetor. (Cracóvia, 1861.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Por qual razão devemos nos esforçar por largar a couraça que cobre os nossos corações?

2 – Por que a caridade é impossível sem a fé?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dicionário Michaelis muda definição de casamento após pressão online

Dicionário Michaelis muda definição de casamento após pressão online

Ricardo Senra - @ricksenra
Da BBC Brasil em Londres

De "União legítima entre homem e mulher" para "Ato solene de união entre duas pessoas".

A petição online criada pelo paulista Eduardo Santarelo surtiu efeito: casado há três anos com o companheiro Maurício, ele pedia a alteração da definição de "casamento" no tradicional dicionário Michaelis em português.

Após mais de 3 mil pessoas endossarem o pedido de Maurício no site Change.org, Breno Lerner, diretor da Editora Melhoramentos, responsável pela publicação, se posicionou: "Agradecemos ao organizador e signatários por nos alertarem sobre este importante tópico", disse Lerner. "Solicitamos a nossos dicionaristas uma nova redação do verbete."

A mudança na versão digital do dicionário já aconteceu. "Para as versões em papel, conforme sejam feitas as reimpressões e novas edições, o verbete será corrigido", informou o diretor da editora.

Na definição anterior, casamento aparecia como "união legítima entre homem e mulher", e "união legal entre homem e mulher, para constituir família".

O novo verbete não traz em nenhum momento as palavras homem ou mulher – agora a definição de casamento se refere a "pessoas":

"Ato solene de união entre duas pessoas; casório, matrimônio. 2 Cerimônia que celebra vínculo conjugal; matrimônio. 3 União de um casal, legitimada pela autoridade eclesiástica e/ou civil; matrimônio", informa o Michaelis.

Parceria

No texto da petição, Santarelo diz que vive "três anos de amor e parceria" e que acredita ser "inaceitável que, até hoje, eu, meu companheiro e muitos outros casais ainda não sejam representados em um dos mais respeitados e influentes dicionários da Língua Portuguesa".

"O casamento entre pessoas do mesmo sexo tem desafios jurídicos e também simbólicos", afirma o cientista político.

"Por isso, fiquei muito chocado ao constatar que o dicionário Michaelis ainda define a palavra 'casamento' como a 'união legítima de homem e mulher'", diz, pedindo que "o dicionário compreenda o momento histórico" e mude esta definição "em respeito aos milhões de brasileiros que, como eu, constroem seus casamentos homoafetivos."

Ele cita a decisão recente da Suprema Corte norte-americana, que regulamentou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.

No Brasil, cartórios são obrigados, desde 2013, a celebrar casamentos entre dois homens ou duas mulheres e não podem se recusar a tornar uniões homoafetivas estáveis em casamentos, com os mesmos direitos de casais heterossexuais.

A equiparação entre uniões entre gays, lésbicas e casais heterossexuais tinha sido reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dois anos antes, em 2011.

Outros dicionários

Outros dicionários populares no Brasil já definem casamento como união entre pessoas, sem indicação de gênero.

No Houaiss, casamento é o "ato ou efeito de casar(-se)", "o ritual que confere o status de casado".

O Aurélio diz que casamento é o “contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais”.

Para Pedro Prata, diretor de comunicação da Change, onde a petição foi publicada, a iniciativa de Eduardo mostra a "eficiência da mobilização".

"Em dois dias, ele mudou um conceito que permanecia o mesmo há décadas", afirma. "A plataforma serve para todos os tipos de causas, para as mudanças que importam para as pessoas."

Notícia publicada na BBC Brasil, em 2 de julho de 2015.

Breno Henrique de Sousa* comenta

Ativismo

Hoje em dia as minorias estão organizadas para fazer valer os seus direitos e marcar seu espaço na sociedade. Apesar dos movimentos ativistas pelo mundo, muitas sociedades ainda não estão acostumadas com as expressões de liberdade e livre pensamento desses grupos. Infelizmente, ainda hoje, eles sofrem todos os tipos de violência e eu rezo todos os dias para que eles não reajam também com violência, nivelando-se aos seus agressores e manchando a luta pelos direitos civis, especialmente a livre expressão.

A paz será sempre o caminho que edificará qualquer sociedade e a violência não se pode combater com violência. Não devemos achar que a paz significa indiferença ou moleza diante dos desafios, a verdadeira paz é a ação no bem de maneira firme e enérgica. Nós, espíritas, já sofremos ao longo da história inúmeros atentados contra a nossa liberdade de expressão, naturalmente, nada que se compare ao holocausto, mas tivemos as nossas lutas e foi arduamente que conquistamos nosso espaço na sociedade.

Basta dizer-lhes que Kardec teve seus livros queimados na fogueira da inquisição, que o Espiritismo no Brasil já foi proibido por lei e que muitos de seus seguidores foram presos e perseguidos por praticá-lo. A igreja católica, desde o surgimento do espiritismo até meados do século passado, empenhou-se através de seus líderes e sacerdotes numa campanha difamatória contra o Espiritismo acusando-o de demoníaco, ideia que até hoje persiste nas mentalidades tacanhas e sectárias.

Nesse sentido o movimento espírita foi e é um exemplo de resistência e militância pacífica. Ao invés de estabelecer uma nova cruzada, respondemos firmemente aos nossos detratores usando a lógica e o bom senso para demonstrar a fragilidade de seus argumentos. Trabalhamos no bem e no esclarecimento do que é o Espiritismo e conquistamos a cada dia mais respeito no Brasil e pelo mundo afora.

Dessa forma não podemos ser coniventes com qualquer atitude discriminatória ou preconceituosa, nem que pode a liberdade de expressão e pensamento de qualquer segmento da sociedade. Devemos prezar pela liberdade mesmo quando não concordemos com as ideias e pensamentos do outro. Nesse caso específico, para as religiões estabelecidas, o matrimônio é um sacramento que ocorre entre pessoas do sexo oposto, porém, legalmente muitas sociedades já reconhecem a união civil de pessoas do mesmo sexo, o que amplia o conceito de matrimônio ou casamento. É apenas um ajuste do termo conforme as mudanças naturais da língua. A língua é viva e as palavras sofrem alterações e ajustes de seus significados. Aqui também o que vemos é uma conquista do ativismo que procura estabelecer marcos visíveis na sociedade que validem suas conquistas e ideologias.

* Breno Henrique de Sousa é paraibano, professor da Universidade Federal da Paraíba nas áreas de Ciências Agrárias e Meio Ambiente. Está no movimento Espírita desde 1994, sendo articulista e expositor. Atualmente faz parte da Federação Espírita Paraibana e atua em diversas instituições na sua região.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Arte em destaque no Rio de Janeiro

 

Acontecerá no dia 8 de agosto de 2015, de 15h às 20h na sede do Canto do Rio FC, o Evento Beneficente "Harmonias do Bem".

Na programação do evento, música, audiovisual, teatro, pintura mediúnica, quadrinhos, poesia e dança, além de mini-stands com diversas ações ligadas à Doutrina Espírita. Toda a renda será destinada à Escola de Educação Espírita Joana de Cusa e para a criação do Instituto Célula.

A sede do Canto do Rio FC fica na Avenida Visconde do Rio Branco, 701 - Centro, Niterói/RJ. Mais informações em www.harmoniasdobem.com.br ou pelo telefone (21) 98760-2777.

Simpósio Espírita em Santa Catarina

 

Será realizado no dia 8 de agosto de 2015, de 8h30 às 18h no Centro Multiuso de São José/SC, o 1º Simpósio da Associação Médico-Espírita de Santa Catarina.
O tema central é “Ciência, Saúde e Espiritualidade”. Na programação, palestras de Gilson Luis Roberto (RS), Sérgio Felipe (SP), Julio Goetzer, Luiz Melo e Odi Oleiniscki (SC), além de uma mesa redonda sobre aborto.
O Centro Multiuso de São José fica na Avenida Beira-Mar, s/nº - Campinas, São José/SC. Mais informações em www.ame-sc.org.br ou pelo telefone (48) 3241-2506.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Primeiro roubo em 50 anos causa comoção em vilarejo britânico

Primeiro roubo em 50 anos causa comoção em vilarejo britânico

Canna é uma pequena ilha de apenas 7 km de extensão na Escócia onde vivem cerca de 20 pessoas. Um lugar bastante tranquilo, que foi abalado por um roubo na última semana.

O incidente aconteceu em uma loja gerenciada por voluntários que vendia comidas, produtos de higiene pessoal e outros utensílios. Doces, pilhas e chapéus de lã artesanais foram roubados, e a loja foi revirada pelos ladrões.

Parece pouco, mas o roubo chocou os moradores de Canna, que não viam nada parecido acontecer por ali havia 50 anos.

No Facebook, a Comunidade de Desenvolvimento da Ilha de Canna disse estar "extremamente decepcionada" com o incidente.

A loja ficava destrancada durante a noite para que pescadores pudessem utilizar o wi-fi local e comprar itens de primeira necessidade enquanto descansavam no píer até o dia seguinte. O pagamento era feito na "caixa da honestidade": eles deixavam o dinheiro junto com um bilhete descrevendo o que haviam comprado.

No entanto, após o roubo, os responsáveis pela loja já estão pensando em trancá-la durante as madrugadas.

A polícia escocesa afirmou que quer falar com todas as pessoas que atracaram no píer durante o final de semana.

Raridade

Um porta-voz da polícia local disse que o incidente deve ter acontecido entre 20h da sexta-feira e 8h do sábado.

"Vários itens foram roubados, incluindo os chapéus artesanais de lã, confeitos e produtos de higiene pessoal. Um inquérito foi instaurado e vamos começar a ouvir moradores e outras pessoas que passaram pelo píer entre os dias do incidente."

A última vez que um roubo foi registrado em Canna foi na década de 1960, quando uma placa de madeira esculpida na igreja local foi levada. O caso nunca foi resolvido, e a placa nunca foi encontrada. A polícia escocesa não tem registros computadorizados para confirmar o caso.

Desde então, houve um pequeno incidente em 2008, quando um policial assumiu ter cometido duas agressões e uma "violação de paz" naquele ano. Fora isso, nenhum roubo, assalto ou qualquer coisa parecida aconteceu em Canna até a última semana.

A gerente da loja, Julie McCabe, disse ao jornal Aberdeen Press and Jounal que o incidente provocou comoção na comunidade. "Eu cheguei e percebi que muitas coisas não estavam lá. Todos os doces tinham sumido. Estou chocada, não sei como alguém pode fazer isso com a nossa comunidade", afirmou.

"Estamos pensando em colocar câmeras, mas não queremos fazer isso porque vai contra toda a ideia de honestidade que temos aqui. Quando você vive em uma pequena ilha, você precisa confiar no seu vizinho e em todas as pessoas que circulam ali."

A instituição National Trust for Scotland, responsável pela ilha, também se manifestou sobre a situação. "Sentimos muito por esse incidente na loja de Canna, onde a comunidade se esforça bastante para manter o negócio. Felizmente, incidentes como esse são extremamente raros, e Canna é um lugar muito seguro."

Notícia publicada na BBC Brasil, em 17 de junho de 2015.

Jorge Hessen* comenta

A HONESTIDADE NÃO NECESSITA DE ELOGIOS – É OBRIGAÇÃO HUMANA

Não experimento qualquer regozijo quando leio as notícias sobre pessoas que são festejadas por atos de honestidade. Isso significa que ser honesto é ser exceção numa maioria desonesta. Despertou-nos a atenção um recente roubo ocorrido em Canna, uma pequena ilha da Escócia. O imprevisto ocorreu em uma loja gerenciada pelos próprios fregueses, que vendia comidas, produtos de higiene pessoal e outros utensílios. Produtos como doces, pilhas e chapéus de lã artesanais foram roubados, sendo a loja revirada pelos ladrões. Parece coisa pequenina para nós brasileiros, mas o roubo assombrou os residentes de Canna, que não viam nada parecido acontecer por ali havia meio século.

A loja permanece aberta em tempo integral e o pagamento da compra dos produtos é feito na “boa fé” ou "caixa da honestidade": os fregueses deixam o dinheiro junto com um bilhete descrevendo o que compraram. Se confrontarmos a realidade do Brasil, seja na educação, na saúde, na ética, na honestidade com outros países sérios, surgem desculpas sempre esfarrapadas quais: o Brasil é “especial”, é a “pátria do Evangelho”(!??...), é continental, tem uma história “mística” etc... A cantilena é incansavelmente repetida.

Não obstante saibamos que o Brasil como território é um paraíso, um lugar formoso; de uma natureza exuberantemente cativante, com rios, cachoeiras, florestas, ilhas e mares de nos fazem suspirar. Mas, inventamos “trocentas” desculpas para nossos déficits e barbáries morais. Em face disso, é urgente uma insurreição moral, entronização do cultivo da honestidade, destruição do status do embuste, o fim da vulgaridade inebriante, notadamente a que tange para a degeneração ética através de permissões para a pilhagem, a falcatrua, a corrupção em todas os covis institucionais do País.

Acredite se puder, mas recentemente decifrei uma “pesquisa” garantindo que os brasileiros, na sua maioria, são “honestos”. Isso mesmo, honestos! Seria cômico se não fosse trágico tal resultado. É risível confiar em tal “pesquisa”! Os questionários abordavam circunstâncias como não devolver o troco recebido a maior, sonegar imposto de renda, estacionar na vaga destinada a idosos e deficientes físicos, apossar-se de canetas, lápis, borrachas, elásticos e envelopes da empresa ou órgão público onde trabalha, ficar com o dinheiro de uma carteira achada na rua, “furar” a fila no embarque do ônibus, exceder o limite de velocidade ou avançar o sinal de trânsito,  usar cópia ilegal de softwares de computador, dirigir quando bebeu acima do limite permitido, etc, etc, etc, etc, etc...

Tal “pesquisa” realizada no “Coração do mundo”(!?) concluiu que os brasileiros são mais honestos que os europeus submetidos à mesma “pesquisa”. É óbvio que tal “pesquisa” no Brasil não é a radiografia da realidade: os brasileiros, com as justas ressalvas, são capazes de múltiplos atos desonestos. Ora, num país em que ainda impera a chamada “Lei de Gerson” em que o fim é obter vantagem, o meio utilizado não faz diferença. As respostas dos “entrevistados” atestam um fato inquietante que além de desonestos os “entrevistados” são ao mesmo tempo mentirosos.

Impossível negar que a grande maioria dos brasileiros praticam os pequenos atos de desonestidade contidas nas perguntas da “pesquisa”, porém, raros são capazes de admitir que o cometeriam. Diante de tantas evidências, seria justo hastearmos a bandeira de um povo incorruptível?... E como transformar essa conjuntura? É elementar, meu caro Watson!, diria Sherlock Home, é necessário que assumamos a consciência de que não somos sinônimo de reputação “NOTA DEZ”, em seguida, cultivarmos as transformações necessárias em nossa índole comportamental. Desonestidade é, especialmente, desrespeito pelo próximo e todo ato desonesto provoca algum tipo de prejuízo à sociedade.

No país em que o valor máximo da vida pode ser depositado em instituições financeiras, onde o sensualismo e o culto ao corpo físico substituiu os valores do espírito, onde a honestidade é desmoralizada sem piedade pelo indesejável “jeitinho”, continuaremos bem longe da harmonia social. Apesar disso, é preciso confiar no futuro. Importa assumirmos sincera confiança nos homens que vivem nestas plagas abençoadas e no porvir edificarmos os alicerces do edifício do Evangelho de Jesus na Pátria do “Cruzeiro do Sul”.

Tudo no Universo encontra-se em constante metamorfose e aprimoramento, por isso o progresso é uma das finalidades da vida. Na natureza não ocorrem saltos. Algumas etapas devem ser percorridas para ser possível atingir-se a fase subsequente. Tais conquistas não são obras do acaso e nem brotam de um momento para o outro. Todavia, a honestidade é justamente uma das primeiras virtudes a serem conquistadas por quem deseja a paz e a felicidade na sociedade.

Ser honesto implica confirmar fidelidade em todos os aspectos da existência. O homem honesto realiza as tarefas que lhe cabem, com ou sem testemunhas e aplausos, até porque, ao agir honestamente, ninguém faz mais do que a obrigação.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

domingo, 2 de agosto de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB – 1970 - A006 – Examinando a obsessão - 2ª parte - CONCLUSÃO

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A006 – Examinando a obsessão - 2ª parte

CONCLUSÃO

1 – A despeito do que oferecem muitas técnicas ditas “desobsessivas” em algumas Casas Espíritas (e também, mesmo que inconsciente, em outras religiões cristãs), que prometem resultados rápidos para os obsediados, sabemos que o tratamento da obsessão é de largo curso. Por quê?

O tratamento da desobsessão acontece gradativamente, pois é indispensável transformação íntima do encarnado através de condutas e pensamentos equilibrados.

Esta união é complexa, pois ocorre através da sintonia entre o homem e o Espírito em sofrimento.

Os motivos pelos quais um Espírito procura insistentemente prejudicar uma pessoa são diversos e podem ocorrer como consequência de erros praticados em outras existências.

2 – "do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão." No que consiste este tratamento, e qual seu elemento mais forte para a quebra das relações obsessivas? Por que é do paciente a grande responsabilidade no sucesso do tratamento?

É fundamental que o paciente procure sua melhoria moral, pois somente existe obsessão quando há sintonia entre encarnado e desencarnado.

Por maior que seja a abnegação da equipe de médiuns, bem como a proteção dos Espíritos bons, somente quando o paciente modifica seus pensamentos e atitudes para o bem é que ele impede a ação do Espírito obsessor.

3 – Qual o efeito da fluidoterapia, especialmente o passe, no tratamento de desobsessão?

A água fluidificada e o passe funcionam com ótimos lenitivos para o paciente que encontra suas energias renovadas. Os bons fluidos expulsam os fluidos ruins presentes no perispírito e modificam a atmosfera do paciente dificultando a ação do Espírito obsessor.

Se o paciente, além do tratamento recebido na casa espírita, procurar o estudo e prática da caridade, conseguirá desvencilhar-se da influência ruim com maior facilidade, pois não estará mais favorecendo a sintonia com o Espírito em desequilíbrio.

A mudança do paciente poderá também servir como um exemplo para a transformação do Espírito obsessor para o bem.

4 – Que quis dizer o Mestre quando afirmou: “contra esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”? O que significam a oração e o jejum para a equipa mediúnica de desobsessão?

Por oração e jejum, Jesus quis fazer referência à disciplina moral e espiritual por parte dos enfermos encarnados e toda a equipe de desobsessão. Sabemos que o obsessor é um espírito atormentado, ferido na sua história e desejoso de justiça; logo, somente com a demonstração real, contínua e persistente de transformação moral por parte dos encarnados se conseguirá convencer o espírito obsessor a abandoná-los. Do contrário, pensa ele, "são os mesmos de tempos atrás, motivo pelo qual não os abandonarei."

cordialmente

Equipe Manoel Philomeno