sábado, 11 de julho de 2015

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. X – Itens 19 a 21
Tema:   É permitido repreender os outros, notar as
            imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem?
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A - Texto de Apoio:

É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem?

19. Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?

Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. - S. Luís. (Paris, 1860.)

20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?

Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos? - S. Luís. (Paris, 1860.)

21. Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se toma apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. - São Luís. (Paris, 1860.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Podemos repreender os outros?

2 – Existem casos em que devemos divulgar o mal realizado pelo outro?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Palestra da 47ª Semana Espírita de Anápolis - Andrei Moreira


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: 'Elisabeth TB' via Espiritismo.Net – Equipe
Data: 7 de julho de 2015
Assunto: [Equipe] Palestra da 47ª Semana Espírita de Anápolis
Bom dia! Segue o link com o seminário e a palestra que o Andrei Moreira fez na semana espírita de Anápolis. A palestra foi sensacional. Seminário 47ª Semana Espírita de Anápolis-05 07 2015 Seminário com Andrei Moreira image 47ª Semana Espírita de Anápolis-05 07 2015 Seminário c... Visualizar em youtu.be Visualizado por Yahoo Palestra: 47ª Semana Espírita de Anápolis - Go -05 07 2015- palestra com Andrei Moreira image 47ª Semana Espírita de Anápolis - Go -05 07 2015- pales... Visualizar em youtu.be Visualizado por Yahoo Bom dia a todos. Beth Mana ETB















Você sabia?!

São os próprios espíritos que se melhoram e, melhorando-se passam de uma ordem inferior para outra mais elevada. Uns demoram mais; outros chegam mais depressa à perfeição.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Revista Espírita: PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETA



No dia 11 de fevereiro último o Sr. X..., um dos nossos mais ilustres literatos, achava-se em casa da Srta. Huet, com seis outras pessoas, há tempos iniciadas nas manifestações espíritas. O Sr. X... e a Srta. Huet assentaram-se face a face, em volta de uma mesinha escolhida pelo próprio Sr. X... Este último tirou do bolso um papel perfeitamente branco, dobrado em quatro e por ele marcado com sinal quase imperceptível, embora suficiente para ser facilmente reconhecido; colocou-o sobre a mesa e o cobriu com um lenço branco que lhe pertencia. A Srta. Huet pôs as mãos sobre a ponta do lenço; o Sr. X... fez o mesmo, pedindo aos Espíritos uma manifestação direta, com vistas à sua instrução. Pediu-a de preferência a Channing, evocado com essa finalidade. Ao cabo de dez minutos, ele mesmo levantou o lenço e retirou o papel, que trazia escrito de um lado o esboço de uma frase traçada com dificuldade e quase ilegível, mas na qual se podiam descobrir os rudimentos destas palavras: Deus vos ama; do outro lado estava escrito: Deus, no ângulo exterior, e Cristo, no fim do papel. Esta última palavra era escrita de modo a deixar uma impressão na folha dupla.

Uma segunda prova foi feita em condições exatamente iguais e, ao cabo de um quarto de hora, o papel continha, na face inferior, e em caracteres fortemente traçados em negro, estas palavras inglesas: God loves you e, mais abaixo, Channing. No fim do papel ele havia escrito em francês: Fé em Deus; enfim, no reverso da mesma página existia uma cruz com um sinal semelhante a um caniço, ambos traçados com uma substância vermelha.

Terminada a prova o Sr. X... exprimiu à Srta. Huet o desejo de obter, por seu intermédio, considerando-se a sua condição de médium escrevente, algumas explicações mais desenvolvidas de Channing, estabelecendo-se entre ele e o Espírito o seguinte diálogo:

P. Channing, estais presente?
Resp. – Eis-me aqui; estais contente comigo?

P. A quem se destina o que escrevestes, a todos ou a mim particularmente?
Resp. – Escrevi esta frase, cujo sentido se dirige a todos os homens; mas, escrevendo-a em inglês, a experiência é para vós, em particular. Quanto à cruz, é o sinal da fé.

P. Por que a fizestes em cor vermelha?
Resp. – Para vos pedir fé. Eu nada podia escrever, era muito longo. Dei a vós um sinal simbólico.

P. O vermelho é, pois, a cor que simboliza a fé?
Resp. – Certamente; é a representação do batismo de sangue.

Observação – A Srta. Huet não sabe inglês e o Espírito quis dar, assim, uma prova a mais de que seu pensamento era estranho à manifestação. Ele o fez espontaneamente e de boa vontade, mas é mais que provável que se tivessem pedido como prova ele não teria se prestado a isso. Sabe-se que os Espíritos não gostam de servir de instrumento visando experiências. Muitas vezes as provas mais patentes surgem quando menos se espera; e quando os Espíritos agem por sua iniciativa, freqüentemente dão mais do que se lhes teria pedido, seja porque desejam mostrar sua independência, seja porque, para a produção de certos fenômenos, seria necessário o concurso de circunstâncias que, nem sempre,nossa vontade é suficiente para as fazer nascer. Nunca seria demais repetir que os Espíritos têm livre-arbítrio e querem provar-nos que não se submetem aos nossos caprichos. Eis por que raramente acedem ao desejo da curiosidade.

Os fenômenos, seja qual for a sua natureza, jamais estão, de uma maneira certa, à nossa disposição, e ninguém poderia gabar-se de obtê-los à vontade e num dado momento. Quem os quiser observar deve resignar-se a esperá-los e, muitas vezes é, da parte dos Espíritos, uma prova para a perseverança do observador e do fim a que se propõe. Os Espíritos pouco se preocupam em divertir os curiosos e só se ligam de boa vontade às pessoas sérias, que provam vontade de instruir-se, para tanto fazendo o que for necessário, sem mercadejar seu esforço e seu tempo.

A produção simultânea de sinais em caracteres de cores diferentes é um fato extremamente curioso; contudo, não é mais sobrenatural que os outros. Podemos dar-nos conta desse fato lendo a teoria da escrita direta na Revista Espírita do mês de agosto de 1859. Com a explicação desaparece o maravilhoso, resultando num simples fenômeno que tem sua razão de ser nas leis gerais da Natureza, e no que poderíamos chamar a fisiologia dos Espíritos.

02 Encontros : Julho-RJ (1o. Encontro de Cultura e Pesquisa Espírita - XII Colóquio França-Brasil) E Agosto-SP (11o. ENLIHPE–Tema central: atuais pesquisas sobre reencarnação)

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Jader Sampaio
Assunto: Ajuda na divulgação
Para: P.V.

Pedro,
Tudo bem?

Gostaria de pedir sua ajuda para a divulgação de dois eventos.

No final de agosto teremos o 11o. ENLIHPE. Ele acontecerá em São Paulo, no auditório da USE-SP em Santana. Este ano teremos grupos de trabalho que apresentarão sínteses das atuais pesquisas sobre reencarnação, que encontramos nos Periódicos Capes, e o Prof. Cosme Massi irá fazer uma conferência. Estou enviando em anexo nosso cartaz em arquivo png, com as demais informações para inscrição. Este evento está aberto ao grande público, com foco nos jovens espíritas universitários.


O segundo evento acontecerá mais cedo, de 31 de julho a 02 de agosto. É o 1o. Encontro de Cultura e Pesquisa Espírita - XII Colóquio França-Brasil. Ele reunirá membros do Conselho Espírita Internacional, especialmente os franceses, e professores franceses que estudaram o espiritismo, como Marion Aubrée, com estudiosos e professores brasileiros, como o Evandro Noleto Bezerra, Alexander Moreira-Almeida, Samuel Magalhães, Nadja do Couto Valle e Luciano Klein Filho, entre outros. Fiz uma chamada deste evento no Espiritismo Comentado no http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2015/06/i-encontro-da-cultura-e-pesquisa.html
O Encontro acontecerá na UERJ, no bairro Maracanã, e temos 900 lugares, ou seja, um belo desafio...


Você pode nos ajudar a divulgar em suas redes, na lista e no grupo que está frequentando?
Agradeço de antemão.
Um abraço
Jáder Sampaio

11 ENLIHPE

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A Magia Da Atitude

amagiadaatitudeA Magia Da Atitude


Marcus Braga

Diante do guichê do Departamento de Trânsito, a Professora Universitária, a frente de volumosa fila, chama pelo gerente aos berros, indagando-o se sabe o preposto ser ela uma famosa pesquisadora, com muitos livros escritos, e que não pode perder ali seu precioso tempo.

Na delegacia, diante de um acidente com vítima não fatais, militar de alta patente clama por tratamento diferenciado frente a suas prerrogativas, no famoso “fiz por merecer”, em relação ao entregador de pizza envolvido na contenda.
Alto funcionário público, diante do posto de devoluções de um supermercado, invoca o gerente no famoso “você sabe com quem está falando?” e a discussão por pouco não termina em uma voz de prisão.
Abonado empresário, saindo de luxuoso shopping center, tromba em funcionário do estabelecimento e em fúria desmedida, ameaça buscar a supervisão para pedir a sua demissão, exalando sobre o funcionário impropérios.
Exemplos fictícios, muitas vezes ocultos, mas que se materializam com diversos atores nas páginas de jornais e nos comentários de corredor. Revelam uma cultura de hierarquias, de privilégios, de exceções e de tantas outras práticas que esquecem a transitoriedade da vida, em uma verdade que a reencarnação vem trazer a nós espíritas, de forma límpida e inconteste.
Invocamos exceções e submissões por conta de cargos e posses, movidos por sentimentos de insegurança e de orgulho, que nos fazem temer pela injustiça e pensar-nos com mais direitos que os outros, respectivamente, em uma lógica de grosserias, desrespeitos e opressão, esquecidas as muitas voltas na roda gigante da vida. O medo, nosso velho inimigo, nos faz reagir agressivamente... O orgulho, nosso companheiro de todas as horas, nos traz um sentimento de superioridade, a alimentar nossa insegurança. Aí está a raiz dessas atitudes.
Seres interdependentes, gregários, sociais, dependemos de nosso próximo. E mais, pela ótica cristã, temos o dever de amá-lo como a nós mesmos. Para além de uma discussão democrática, de cidadania, falamos de uma discussão de amor, de cristandade, na percepção, humilde e realista, da nossa vida social, seus inúmeros percalços e de que devemos contribuir para uma vida com urbanidade e não atribular a existência dos que nos cercam.
E isso vale para toda ordem de destaque e evidência, considerando, obviamente, que no movimento espírita não estamos livres dessas questões, diante do médium, do palestrante e do dirigente, transladando essa cultura patrimonialista, de personalismo, para a nossa prática religiosa, com hierarquias e endeusamentos.
Os diversos papéis que desempenhamos na vida terrena são provas, experiências de aprendizado, nos quais importam as nossas entregas, e a maneira que fazemo-las. Não valemos pelo que somos... Somos o que nós fazemos, e como fazemos, e nos importa o que isso reverte para um mundo melhor, e consequentemente, um espírito melhor. Lembrando de Kardec, não nos basta sermos bons e sim, fazer o bem!
André Luiz, na Obra Sinal Verde, falando das profissões, indica que “O essencial em seu êxito não é tanto aquilo que você distribui e sim a maneira pela qual você se decide a servir”, apontando a importância do que fazemos e do como isso se dá. Essa é a medida de Deus sobre nós....
Da mesma forma, o Livro dos Espíritos, na Pergunta 804, no estudo da Lei de Igualdade, aponta que “(...) O que um não faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar(...)”, valorizando essa interdependência, na qual cada um tem a sua devida importância e merece respeito, na vida comum.
A despeito de todo sacrifício, justo e merecido, para galgarmos uma posição profissional, a doutrina espírita nos lembra que ali estamos para produzir o melhor, com as ferramentas que aquela posição nos oferta e que, aquela oportunidade de hoje contou com a colaboração de inúmeras pessoas, encarnadas e desencarnadas.
Faz-se necessário refletirmos essa nossa prática de alimentarmos modernas realezas individuais, entendendo que os cargos, as posses, as hierarquias, todos esses aspectos são ferramentas a viabilizar nossas entregas, no privilégio de ser útil, de servir ao próximo, fortalecendo a nossa melhoria como espíritos, na dinâmica da vida terrena, como espaço de aprendizado. Finda essa reencarnação, retornamos ao pó comum, como corpo, e à pátria espiritual, como espírito, carregando na nossa bagagem espiritual a grandeza de nossas atitudes.

29 de Junho de 2015 - Marcus Braga

* Publicado originalmente na Revista Cristã de Espiritismo

terça-feira, 7 de julho de 2015

Pesquisa só para espíritas – prazo final: 31/07/2015

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Raphael Vivacqua Carneiro
Assunto: [Equipe] Pesquisa para Espíritas
Olá, amigos!
Faço parte de um grupo de discussão de pesquisadores espíritas. Um dos participantes elaborou o questionário de pesquisa abaixo, cujos resultados serão interessantes para conhecermos melhor o pensamento atual no meio espírita. Já preenchi as minhas respostas e convido os amigos a participarem também.
Abraços, Raphael
From: mailto:lihpe87@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, June 24, 2015 6:05 PM
To: lihpe87@yahoogrupos.com.br
Subject: [lihpe87] Pesquisa para Espíritas
Caros colegas espíritas,

Este e-mail é um convite para você participar de uma pesquisa para identificar as diversas maneiras de entender a doutrina espírita. Seu objetivo é obter dados para direcionar futuras ações de comunicação das instituições espíritas.
É muito importante a sua participação e dos espíritas de sua relação, se puder fazer a gentileza de convidá-los.
A pesquisa é anônima e para preenche-la você deve clicar no link abaixo que irá abrir um formulário eletrônico cedido pelo Google.

Link:
http://goo.gl/forms/sWvmbqbsBc

O prazo para preenchimento é até 31 de julho de 2015.
A pesquisa é independente e seus resultados serão oferecidos ao movimento espírita e publicados no endereço da internet: http://franzolim.blogspot.com.br/

Agradeço muito sua ajuda e por estar colaborando para melhor divulgar a doutrina no público espírita.

Permaneço à disposição para outros esclarecimentos.

Atenciosamente,

Ivan Franzolim
Escritor, pesquisador e orador espírita
Pós graduado em Marketing e Comunicação Social

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Arara da felicidade (7)

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

Revista Espírita: SUPERSTIÇÃO


Lê-se no Siècle, de 6 de abril de 1860:

“O Sr. Félix N..., jardineiro dos arredores de Orléans,passava por ter a habilidade de isentar os conscritos do sorteio, isto é, de os fazer obter um bom número. Prometeu ao Sr. Frédéric Vincent P..., jovem vinhateiro de St-Jean-de-Braye, fazê-lo tirar o número que quisesse, mediante a quantia de 60 francos, trinta dos quais adiantadamente e o restante após o sorteio. O segredoconsistia em rezar três Pater e três Ave durante nove dias. Além disso, o feiticeiro afirmava que, graças ao que fazia de sua parte, a coisa beneficiaria o conscrito e o impediria de dormir durante a última noite, mas que ficaria isento. Infelizmente o encanto não funcionou; o conscrito dormiu como de costume e tirou o número 31, que o fez soldado. Repetidos duas vezes ainda, esses fatos não puderam ser mantidos em segredo e o feiticeiro Félix foi levado à justiça.”

Os adversários do Espiritismo o acusam de despertar idéias supersticiosas. Mas, o que haverá de comum entre a doutrina que ensina a existência do mundo invisível, comunicando-se com o mundo visível, e fatos da natureza do que relatamos, que são os verdadeiros tipos de superstição? Onde se viu alguma vez que o Espiritismo tenha ensinado semelhantes absurdos? Se aqueles que o atacam a tal respeito se dessem ao trabalho de estudá-lo, antes de o julgar tão levianamente, não somente saberiam que ele condena todas as práticas divinatórias, como lhes demonstra a inutilidade. Portanto, como temos dito muitas vezes, o estudo sério do Espiritismo tende a destruir as crenças verdadeiramente supersticiosas. Na maioria das crenças populares há, quase sempre,um fundo de verdade, embora desnaturada e amplificada. São os acessórios, as falsas aplicações que, a bem dizer, constituem a superstição. Assim é que os contos de fadas e de gênios repousam sobre a existência de Espíritos bons ou maus, protetores ou malévolos; que todas as histórias de fantasmas têm sua origem no fenômeno muito real das manifestações espíritas, visíveis e mesmo tangíveis. Tal fenômeno, hoje completamente provado e explicado, entra na categoria dos fenômenos naturais, que são uma conseqüência das leis eternas da criação. Mas o homem raramente se contenta com a verdade que lhe parece muito simples; pela imaginação ele a reveste com todas as quimeras e é então que cai no absurdo. Vêm depois os que têm interesse em explorar essas mesmas crenças, às quais juntam um prestígio fantástico, próprio a servir aos seus interesses. Daí essa turba de adivinhos, de feiticeiros,de ledores da sorte, contra os quais a lei impõe o rigor da justiça. O Espiritismo verdadeiro, racional, não é, pois, mais responsável pelos abusos que se cometem em seu nome, do que o é a Medicina, pelas fórmulas ridículas e pelas práticas empregadas por charlatães ou pessoas ignorantes. Ainda uma vez: Antes de julgá-lo, dai-vos ao trabalho de o estudar.

Concebe-se um fundo de verdade em certas crenças,mas talvez se pergunte sobre que pode repousar a que originou o fato acima, crença muito espalhada em nosso interior, como se sabe. Parece-nos que tem seu princípio no sentimento intuitivo dos seres invisíveis, aos quais se é levado a atribuir um poder de que muitas vezes não dispõem. A existência dos Espíritos enganadores que pululam à nossa volta, em conseqüência da inferioridade do nosso globo, como insetos nocivos num pântano, e que se divertem à custa das pessoas crédulas, predizendo-lhes um futuro quimérico,sempre próprio a lisonjear seus gostos e desejos, é um fato cuja prova nos é dada diariamente pelos médiuns atuais. O que se passa aos nossos olhos tem ocorrido em todas as épocas, pelos meios de comunicação em uso conforme o tempo e os lugares; eis a realidade. Com o auxílio do charlatanismo e da cupidez, a realidade passou ao estado de crença supersticiosa.

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

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(Fonte: Arara da felicidade – msgs de otimismo – reflexões)

domingo, 5 de julho de 2015

A Teoria da Beleza e a Frenologia

A Teoria da Beleza e a Frenologia

André Henrique de Siqueira

Um dos textos que mais tem recebido críticas nas lides espíritas - tanto por opositores quanto por estudiosos do espiritismo - tem sido aquele referente à teoria da beleza, publicado como um capítulo do livro Obras Póstumas.
Antes que tudo importa esclarecer a natureza dos textos que deram origem ao livro Obras Póstumas.

Os textos não foram publicados por Allan Kardec, são compilações de seus rascunhos que, após sua morte, foram publicadas por seus admiradores. O fato é importante por que ressalta não terem os textos passados pelo crivo de análise que sempre marcou as publicações kardequianas.
Dito isto, cabe voltar à matéria da teoria da beleza para encontrar as justificativas pelas quais Kardec trataria do assunto.
O tema envolve uma análise detalhada de dois problemas que desapareceram em nosso cenário cultural moderno: (a) O problema da Beleza - relegado ao ostracismo pela influência cultural do consumismo, o qual passou a ditar os padrões de beleza praticados; e (b) A frenologia - um problema considerado científico no século XIX, e contra o qual Kardec escreveu o texto da Teoria da Beleza em virtude das implicações éticas que ela gerava à luz do entendimento do homem como um ser espiritual.
A frenologia foi relegada ao plano dos erros da ciência, mas ao lermos os textos de Obras Póstumas fora do contexto cultural do século XIX, perdemos o problema contra o qual Kardec se posicionava. Neste texto tentaremos recuperar o problema enfrentado e a solução proposta pelo professor Rivail (Allan Kardec).
Iniciemos considerando o conceito de Beleza.
A enciclopédia de filosofia de Stanford afirma que o conceito sobre a natureza da beleza é um dos mais difíceis e controversos na filosofia ocidental. A beleza é um valor primitivo igual ao conceito de verdade, bondade e justiça. Principalmente o conceito de beleza tem sido debatido com um problema que oscila entre critérios objetivos e subjetivos, sempre influenciados por fortes fatores culturais.
Os argumentos centrais sobre a beleza descrevem-na subjetivamente como um atributo que é percebido conforme a opinião de quem a observa - neste contexto a beleza seria um conjunto de atributos esperados por quem a procura - ou objetivamente como se a Beleza tivesse fundamentos em uma Forma primitiva que, sendo a Forma das Formas Belas, define critérios para uma avaliação objetiva da beleza.
No final do século XIX o conceito de beleza começou a ser associado ao de prazer. Jonh Lock, filósofo inglês, passou a descrever a beleza como aquilo que oferece prazer ao intelecto, contrastando com o conceito de beleza clássico em que medidas e proporções definiam os critérios do que seja o Belo. O homem vitruviano - desenho de Leonardo DaVinci que mostra as proporções humanas propostas pelo arquiteto romano Marcus Vitrúvio, expressaria a objetividade das proporções do belo, que deveria ser seguidas para a produção artísticas de então. Desde o Renascimento italiano a ideia central da beleza é a da proporção perfeita. Na figura humana como na construção do edifício, esta época se esforçou para conseguir a imagem da perfeição.
Desde a ideia platônica de beleza como forma perfeita, o problema da identidade do Belo encontrou um forte fundamento nas crenças e fundamentos das sociedades. Não foi diferente no século XIX. O século XX, marcou uma transição do conceito de beleza para a noção de utilidade. O belo passou a associar-se tanto ao prazer quanto ao que é útil.
Um movimento que merece destaque no século XIX é o movimento da frenologia. É contra as implicações éticas que a frenologia provoca que Kardec escreveu o texto mencionado em Obras Póstumas como Teoria da Beleza. A abordagem do ensaio - o qual não foi concluído e aprovado pelo próprio Kardec - adota a seguinte linha de argumentação, considerada no século XIX:
1. Se considerarmos verdadeira a posição da frenologia que determina que os aspectos morais são determinados pelas características físicas;
2. Então deveremos considerar ser verdadeiro o conceito europeu relativo à inferioridade de outros povos (entre eles os da raça negra) uma vez que suas características físicas diferem dos padrões de progresso proclamados pela frenologia como se refletindo na configuração física do indivíduo.
3. Se o padrão das formas determina, como reza a frenologia, o padrão de comportamento, e o comportamento determina a evolução da alma, como proclama o Espiritismo;
4. Então, sendo verdadeira a frenologia e o espiritismo, a raça negra não atende ao padrões de beleza e, consequentemente, só poderia receber espíritos atrasados.
Na atualidade é fácil perceber que o argumento é falso. O problema da frenologia não pode ser tratado como um problema verdadeiro e, portanto suas conclusões são irrelevantes. Este fato anula todo o argumento. Mas quando Kardec escreveu o texto o problema parecia relevante. Daí a tese apresentada no texto da Teoria da Beleza (texto que ainda estava sob elaboração quando Kardec faleceu) apontava para a imortalidade da alma e a sua progressão, portanto a defesa era a de que mesmo que a alma fosse atrasada - como queria a frenologia - ela era suscetível de progresso.
Analisemos um pouco mais a frenologia. No século XVIII, Jean Gáspar Lavater tornou-se conhecido por estudar a Fisiognomia, versando sobre a aparência externa do indivíduo e seus aspectos psicológicos. Dentro desta linha de pensamento surgiu a FRENOLOGIA, como um estudo que pretendia descrever o caráter de um indivíduo através da análise da forma de seu crânio. O pesquisador italiano Cesare Lombroso, na sua obra L'uomo delinquente (O Homem Delinquente), em 1876, parte da análise de  6000 casos, no período em que foi diretor de um presídio. O cientista italiano sustentava  que os delinquentes tendiam a possuir certas características físicas particulares como o tamanho da mandíbula, as orelhas, as palmas das mãos, por exemplo. Para Cesare Lombroso, representante do chamado Período da Antropologia Criminal, os fatores individuais, ou endógenos eram preponderantes na conduta do delinquente, assim o atavismo resultava no chamado criminoso-nato. Os estudiosos da Frenologia, os chamados frenólogos eram à época, constantemente chamados em Juízo para deporem como peritos. Contudo, tal teoria foi caindo em desuso e hoje em dia a Frenologia é tida como exemplo de uma pseudociência.
Os fundamentos da Frenologia foram definidos por  Franz Joseph Gall (1758-1828):
1. O cérebro é o órgão da mente.
2. A mente é composta por vários e distintos, faculdades inatas.
3. Porque eles são distintos, cada faculdade deve ter um assento separado ou "órgão" no cérebro.
4. O tamanho de um órgão, outras coisas sendo iguais, é uma medida de seu poder.
5. A forma do cérebro é determinado pelo desenvolvimento de vários órgãos.
6. À medida que o crânio toma a sua forma a partir do cérebro, a superfície do crânio pode ser tomado como um índice precisas de aptidões psicológicas e tendências.
É deste aparato teórico que de deriva a noção de que certas propriedades do corpo devem indicar certas propriedades psicológicas - o que era aceito como verdade científica no século XIX.
Para contrastar com o tema, aceito pela comunidade científica, Allan Kardec, em um ensaio que ele não publicou em vida, e que apareceu na forma de um rascunho em Obras Póstumas, defende uma teoria da Beleza à luz do espiritismo. Neste texto ele considera que
1. As características psicológicas estão na alma e não no corpo.
2. Se o corpo indica propriedades psicológicas específicas - a tese central da frenologia, isto se deve ao fato de o Espírito vinculado áquele corpo possuir tais características.
3. Estando certa a FRENOLOGIA, haveria uma relação direta entre a forma do corpo e o aperfeiçoamento da alma.
4. A (teórica) primitividade dos corpos menos belos não seriam definitivas pois o progresso alcança todos os espíritos.
Concluímos então que, ensaiando uma conciliação entre os conceitos (pseudo)científicos da frenologia e um ensaio sobre a beleza, Kardec pretendia analisar o problema á luz da imortalidade da alma e seu progresso.
Hoje sabemos que não há relação entre as características físicas e morais, que não temos conceitos absolutos de beleza e que o texto de obras póstumas está equivocado em sua estrutura de pressupostos e no desenvolvimento de sua argumentação. Portanto poderíamos aplicar àquele texto, como se aplicou à própria frenologia, as palavras do próprio Allan Kardec:
Se a Ciência demonstrar que o Espiritismo está errado em algum ponto, ele se modificará neste ponto e seguirá com a Ciência.

11 de junho de 2015 - André Henrique de Siqueira