sábado, 5 de novembro de 2016

Qual sua opinião?


Pergunta feita: Premonição


De: TPR

Dúvida: Olá!

Há alguns anos já que eu tenho uns sonhos e que alguns dias depois, ou até mesmo no próprio dia, eles acontecem de forma idêntica ao do sonho. Foram apenas duas ou três vezes em toda a vida que isso aconteceu, mas eu tenho curiosidade em saber o porquê disso. Agradeço se puderem me ajudar. Obrigada.

--

Resposta: Olá T,

Esse fenômeno da premonição é natural e espontâneo, mais ou menos evidente de acordo com nossa sensibilidade, haja vista que todos nós nos relacionamos com os seres desencarnados, tenhamos ou não consciência disso.

Portanto, essas ocorrências nada têm de extraordinário. São bem comuns até.

Um abraço fraterno

Elo/CVDEE/Tira Dúvidas

 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo


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EESE – Cap. XVI – Itens de 5 a 7
Tema: Parábola do mau rico
          Parábola dos talentos
          Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria
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A - Texto de Apoio:
Parábola do mau rico
5. Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. - Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, - que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas, ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.
Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno. - Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio - e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora está na consolação e tu nos tormentos.
Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.
Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, -onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. - Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. - Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. - Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. (S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)
Parábola dos talentos
6. O Senhor age como um homem que, tendo de fazer longa viagem fora do seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. - Depois de dar cinco talentos a um, dois a outro e um a outro, a cada um segundo a sua capacidade, partiu imediatamente. - Então, o que recebeu cinco talentos foi-se, negociou com aquele dinheiro e ganhou cinco outros. - O que recebera dois ganhou, do mesmo modo, outros tantos. Mas o que recebera um cavou um buraco na terra e aí escondeu o dinheiro de seu amo. - Passado longo tempo, o amo daqueles servidores voltou e os chamou a contas. - Veio o que recebera cinco talentos e lhe apresentou outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão, além desses, mais cinco que ganhei. -Respondeu- lhe o amo: Servidor bom e fiel; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor. - O que recebera dois talentos apresentou-se a seu turno e lhe disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão, além desses, dois outros que ganhei. - O amo lhe respondeu: Bom e fiel servidor; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor. - Veio em seguida o que recebeu apenas um talento e disse: Senhor, sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e colhes de onde nada puseste; - por isso, como te temia, escondi o teu talento na terra; aqui o tens: restituo o que te pertence. - O homem, porém, lhe respondeu: Servidor mau e preguiçoso; se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus, - devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando, eu retirasse com juros o que me pertence. -Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que tem dez talentos; -porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens; quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter; e seja esse servidor inútil lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 14 a 30.)
Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria
7. Se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem apelação nenhuma, ideia que repugna à razão. Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. E o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos. Produz tal vertigem que, muitas vezes, aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento.
Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: "Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me", não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas, apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele moço, com efeito, se julgava quite porque observara certos mandamentos e, no entanto, recusava-se à ideia de abandonar os bens de que era dono. Seu desejo de obter a vida eterna não ia até ao extremo de adquiri-la com sacrifício.
O que Jesus lhe propunha era uma prova decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu pai e a sua mãe. Mas, não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava até à abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do princípio: "Fora da caridade não há salvação".
A consequência dessas palavras, em sua acepção rigorosa, seria a abolição da riqueza por prejudicial à felicidade futura e como causa de uma imensidade de males na Terra; seria, ao demais, a condenação do trabalho que a pode granjear; consequência absurda, que reconduziria o homem à vida selvagem e que, por isso mesmo, estaria em contradição com a lei do progresso, que é lei de Deus.
Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. E a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.
Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstrui-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 – Basta passar pela prova da pobreza para “entrar no reino dos céus”?
2 – Qual o significado das palavras de Jesus: “Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me”?
3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Desenvolva o tema...


Revista Espírita - julho 1863 - Dissertações Espíritas: O Arrependimento

REVISTA ESPIRITA
JORNAL
DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
JULHO 1863
 
DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS.

 

O Arrependimento.
(Sociedade Espírita de Paris, médium senhora Costel.)

O arrependimento eleva para Deus; é-lhe mais agradável do que a fumaça dos sacrifícios e mais precioso do que o incenso espalhado nos adros sagrados. Semelhante às tempestades que transtornam o ar purificando-o, o arrependimento é um sofrimento fecundo, uma força reativa e atuante. Jesus santificou a sua virtude, e as lágrimas da Madalena se derramaram como um orvalho sobre os corações endurecidos, que ignoram a graça do perdão. A soberana virtude proclamou o poder do arrependimento, e os séculos repercutiram a palavra do Cristo, enfraquecendo-o.

Chegou a hora em que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a própria essência do Cristianismo. Apagai, pois, em toda a parte e sempre, a cruel sentença que despoja de toda esperança a alma culpada. O arrependimento é uma virtude militante, uma virtude viril, que só os Espíritos avançados ou os corações ternos podem sentir. O remorso      momentâneo e pungente de uma falta não leva com ele a expiação que dá o conhecimento de justiça de Deus, justiça rigorosa em suas conclusões, que aplica a lei do talião à vida moral e física do homem, e o castigo pela lógica dos fatos decorrentes do bom ou do mau uso de seu livre arbítrio.

Amai aqueles que sofrem, e assisti o arrependimento, que é a expressão e o sinal que Deus imprimiu em sua criatura inteligente, para elevá-la e aproximá-la de si.

JOÃO, discípulo.

Enviado por: "Joel Silva"

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Reflexão...


Os animais cometem suicídio?

Os animais cometem suicídio?


Melissa Hogenboom
BBC Earth

Em 1845, uma história curiosa apareceu nas páginas do Illustrated London News, um jornal da capital britânica.
Um cachorro preto, descrito como "fino, bonito e valioso", teria "se jogado na água", em uma provável tentativa de suicídio. Suas pernas e patas estavam "perfeitamente imóveis" - algo incomum para um cão em um rio.
Mais estranho ainda: após ser retirado da água, o cachorro "rapidamente correu para a água e tentou afundar mais uma vez".
O cão acabou morrendo.
A julgar pelos relatos da imprensa da época, ele estava longe de ser o único nessas tentativas. Pouco tempo depois, outros dois casos apareceram em jornais populares: um pato que teria se afogado de propósito e uma gata que se enforcou em um galho após seus filhotes morrerem.
O que há de verdade nesses episódios?
Sabemos que animais podem sofrer problemas de saúde mental como humanos: sobretudo estresse e depressão, mas animais realmente tentam suicídio?


Pergunta antiga

A questão não é nova: os gregos antigos também a consideravam. Há mais de 2 mil anos, Aristóteles citou um cavalo que se jogara num abismo após a revelação de que, como Édipo, ele teria se relacionado com a própria mãe, sem saber.
No século 2º d.C., o estudioso grego Claudius Aelian dedicou um livro inteiro ao tema. Citou 21 supostos casos de suicídio animais, incluindo um golfinho que se deixou capturar, diversos cães que morreram de fome após a morte dos donos e uma águia que "se sacrificou por combustão na pira de seu falecido dono".
Como o "cão bonito" que se afogou, a ideia de suicídio animal continuou popular no século 19. O psiquiatra William Lauder Lindsay disse que animais nessa condição sofriam de "melancolia suicida" e descreveu como poderiam ser "literalmente estimulados à fúria e paranoia" antes de um suicídio.
Naquela época, essas ideias eram acolhidas por grupos de direitos dos animais. Ativistas buscavam humanizar as emoções dos bichos, explica o historiador da medicina Duncan Wilson, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, que analisou referências históricas ao suicídio animal em um artigo em 2014.
Os ativistas faziam isso, afirma o especialista, para mostrar que os animais "compartilhavam a capacidade de autoreflexão e intencionalidade, que incluía a possibilidade de tentar tirar a própria vida por sofrimento ou fúria."
Um exemplo: uma edição de 1875 da publicação científica Animal World trazia na capa um cervo selvagem saltando para um provável suicídio. O texto dizia que "um cervo selvagem, para não ser capturado por seus perseguidores, irá cair nas garras de uma morte terrível."


Ciência e cultura

Contudo, com o avanço da medicina no século 20, a atitude humana diante do suicídio se tornou mais científica, e esse tipo de retrato "heroico" de animais suicidas perdeu espaço.
O foco mudou para suicídios que afetariam populações maiores, como resultado de pressão social, diz Wilson. O suicídio se tornou algo como um mal social. Pegue os exemplos de lemingues que aparentemente marcharam para se jogar de penhascos ou encalhes coletivos de baleias.
Wilson não procurou responder se os animais realmente tentam suicídio. Em vez disso, sua pesquisa revelou que mudanças nas atitudes diante do suicídio humano se refletiram em nossas histórias sobre bichos.
Mas um outro pesquisador tentou encontrar essa resposta.
Antonio Petri, psiquiatra na Universidade de Cagliari, na Itália, revisou a literatura sobre suicidio animal e concluiu que histórias como as dos jornais do século 19 não devem nos iludir.
Ele analisou cerca de mil estudos publicados em 40 anos e não encontrou provas de que um animal selvagem conscientemente pratique suicídio. Casos como o do livro do grego Claudius Aelian são "fábulas antropomórficas (cuja forma aparente evoca seres humanos)", diz ele.
Pesquisadores hoje sabem que a morte coletiva de lemingues são um consequência triste de uma população densa de criaturas emigrando juntas ao mesmo tempo.
Nos casos em que um animal de estimação morre após o dono, isso se explica pela disrupção de um laço social, afirma Preti. O animal não toma uma decisão consciente de morrer - ele era tão acostumado ao dono que passa a não aceitar mais comida de ninguém.
"Pensar que um animal desse morreu de suicídio como uma pessoa é apenas uma projeção de um estilo de interpretação (romântica) humana."


Estresse animal

Esse exemplo chama a atenção a um fato importante: o estresse pode alterar o comportamento de um animal de modo a ameaçar sua vida.
Isso ocorreu no parque SeaWorld de Tenerife, na Espanha, em maio de 2016.
Um vídeo que se tornou viral mostra uma orca selvagem aparentemente tentando se manter fora do tanque por cerca de dez minutos. Dezenas de reportagens afirmaram que o mamífero tentara suicídio.
Sabemos que orcas se comportam de maneira diferente em cativeiro do que em liberdade, o que não surpreende, já que um tanque representa uma fração ínfima de um oceano.
Ambientes artificiais costumam estressar orcas, desencadeando comportamento repetitivos como ranger de dentes.
Quando essas situações ocorrem, afirma Barbara King, do William & Mary College (EUA), é importante entender quão profundamente esses animais vivenciam emoções. Isso pode revelar por que eles podem agir de maneira tão autodestrutiva.
"Até onde sei, a maioria desses casos tem algum tipo de intervenção humana, seja caça ou confinamento", afirma King, que já escreveu muito sobre sofrimento animal e suicídio.
Vários animais mantidos em condições traumáticas também vivenciam situações similiares ao estresse, transtorno de estresse pós-traumático e depressão.
Um urso mantido em uma fazenda na China sufocou seu filhote e depois se matou. Isso ocorreu depois de uma dolorosa injeção de um cateter no abdome do filhote para extrair bile, que às vezes é usada em remédios na medicina chinesa. Relatos na imprensa sugeriram que ele teria matado o filhote e cometido suicídio para evitar mais anos de tortura.
Esse talvez seja outro exemplo de um comportamento não-natural desencadeado pelo estresse e pelo confinamento por longo período. Também pode ser visto como reflexo de "um animal tentando fugir de seu cativeiro", diz Preti.


Destino conjunto

Outros animais que costumam ser citados como suicidas são baleias que encalham em conjunto.
A causa desses encalhes não é clara até hoje. Uma hipótese é que possam ser causados por um indivíduo doente buscando segurança em águas mais rasas. Como baleias formam grupos sociais, outros seguem esse indivíduo e também encalham. A ideia é conhecida como "hipótese do integrante doente", mas não é considerada suicídio.
Uma explicação ainda mais sutil sobre aquilo que parece ser comportamento autodestrutivo também pode ser facilmente levantada. Há certos parasitas que infestam o cérebro dos hospedeiros, causando atitudes incomuns que ajudam os parasitas a sobreviver. O hospedeiro costuma morrer nesses casos.
Por exemplo, o parasita Toxoplasma gondii infesta ratos e "desliga" o medo inato que possuem de gatos. Se o gato comer o rato, o parasita se reproduz. Um estudo de 2013 indicou que uma infecção por T. gondii acaba com esse medo de maneira permanente, mesmo se o parasita for eliminado.
Do mesmo modo, o fungo parasita Ophiocordyceps unilateralis pode controlar a mente de formigas, deixando-as como zumbis. Os insetos acabam sendo levados a morrer em locais mais propícios ao desenvolvimento desses fungos.
Há ainda o caso de aranhas que deixam os filhotes comê-las. Embora elas morram no processo, esse sacrifício não é um suicídio, mas um ato extremo de cuidado materno. A mãe aranha fornece seu próprio corpo como uma importante e nutritiva primeira refeição, que garante a sobrevivência do filhote.


Definindo suicídio

Para afirmar que tal comportamento não se enquadra como suicídio é preciso ter uma definição de suicídio. O ato costuma ser definido como "ação de se matar intencionalmente".
Sabemos que alguns animais se matam. A questão é saber se tiveram essa intenção. A mãe aranha, por exemplo, pode se comportar dessa forma para prover comida, não para morrer. A ursa pode ter agido por estresse, não com o propósito de matar a si e ao filhote.
Alguns especialistas acreditam que essa pergunta seja impossível de responder.
Assim como subestimamos a cognição animal por muito tempo, nós ainda não conseguimos ler a mente dos animais. "Não estou convencido de que (suicídio animal) seja uma questão que a ciência possa responder", afirma King. "Podemos analisar seu comportamento visível, como fazemos quando sofrem, mas não podemos saber se é algo intencional ou não."
Outros discordam. Afirmam que algumas pessoas tentam se matar, mas animais não, por diferenças nas habilidades cognitivas. A diferença-chave, afirma, é nossa habilidade de pensar bem à frente, no futuro.
Muitos animais podem fazer planejamentos. Alguns pássaros juntam alimentos para comer depois. Primatas como orangotangos e bonobos armazenam ferramentas para uso no futuro. Mas isso não demanda consiciência sobre o que significa estar vivo.
Planejar um suicídio demanda um entendimento detalhado sobre nosso lugar no mundo e uma habilidade para imaginar a própria ausência. Isso exige imaginação.
"Humanos têm a capacidade de imaginar cenários, refletir sobre eles e associá-los a narrativas mais amplas", afirma Thomas Suddendorf, psicólogo evolucionista na Universidade de Queensland, na Austrália.
A maioria de nós supera essas preocupações. Temos um viés otimista inato, que nos dá uma visão mais positiva sobre o futuro, mas isso não ocorre com quem tem depressão - para essas pessoas, o futuro parece sombrio.
Pessoas deprimidas apreciam verdadeiramente a realidade, diz Ajit Varki, da Universidade da Califórnia, que tem escrito sobre a singularidade humana e nossa capacidade de negar a morte.
"Uma das realidades é que você vai morrer." O resto de nós tem uma habilidade extraordinária para ignorar esta eventualidade, algo que Varki classifica como "um capricho evolucionário".
Varki sugere que todos os possíveis casos de suicídio animal possam ser explicados por outros meios. Animais choram, reconhecem seus mortos e têm medo de cadáveres, por exemplo, mas não temem a morte "como uma realidade".
"É um medo de situações perigosas que potencialmente podem levar à morte", avalia Varki.
Pensar assim faz mais sentido. Se animais negassem os riscos de morte como fazem muitos humanos, zebras iriam passear perto de leões, peixes nadariam ao lado de crocodilos e ratos encarariam cobras.
Se fossem tão autoconscientes como nós, talvez parassem de defender seus territórios ou buscar comida. Eles possuem uma resposta inata ao medo por uma boa razão: ficar vivo.
Somos o único animal capaz de entender e lidar com nossa própria mortalidade, diz Varki, precisamente porque somos essas criaturas otimistas com um nível sofisticado de autoconsciência.
"O que é suicídio?", questiona o pesquisador. "É induzir a própria mortalidade, mas como você pode induzi-la se não sabe que é mortal? É (portanto) bem lógico que o suicídio seja algo unicamente humano."
Notícia publicada na BBC Brasil, em 1º de setembro de 2016.


Claudio Conti* comenta

A questão dos animais ainda permanece um tema do qual muito pouco se sabe, contudo, se tem a noção de que é um vasto território para descobertas.
Em decorrência dos usos e abusos cometidos pelo gênero humano, considerado como “animal racional”, os animais são relegados à condição de “inferiores" e que existem para suprir as necessidades dos homens, não sendo motivo de grandes considerações.
Felizmente, ao longo dos anos, muito já se tem feito no sentido de entender a mente animal. O reconhecimento de que são seres que apresentam cognição é fundamental para a mudança de postura do homem para com os outros seres da Criação.
Para nós, espíritas, a questão dos animais deveria ser inquestionável, pois aprendemos que Deus cria espíritos e que todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Assim, apenas observando o comportamento animal, deveríamos perceber que ali “habita” um ser inteligente.
Todavia, verificamos a interpretação da existência de um “princípio inteligente” nos animais, não sendo, com isso, verdadeiramente espíritos. Contudo, devemos interpretar “princípio inteligente” como o gérmen da inteligência em si, e não um ser ou algo parecido.
Independentemente do que muitos possam dizer a este respeito, a questão 23 d’O Livro dos Espíritos não deixa dúvidas: Que é o Espírito? “O princípio inteligente do Universo.”
Assim como no meio espírita, neste artigo em análise, percebe-se incoerência em alguns pontos. Segundo o artigo, um pesquisador diz que uma das realidades é que vamos  morrer, mas temos a habilidade extraordinária para ignorar esta eventualidade, algo que o pesquisador classifica como "um capricho evolucionário”.
Assim, o homem, que sabe que vai morrer, mas ignora o fato por "um capricho evolucionário”, o que, segundo o pesquisador, o diferencia dos animais, se coloca em diversas condições de risco de vida, seja direta ou indiretamente.
Em contrapartida, segundo o mesmo pesquisador, os animais, que não sabem que vão morrer e não temem a morte, choram, reconhecem seus mortos e têm medo de cadáveres. Não apenas isto, mas também apresentam "um medo de situações perigosas que potencialmente podem levar à morte”.
O ponto principal é que ninguém quer sofrer, nem os animais.
Precisamos nos conscientizar de que o ensinamento de Jesus para não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem deve incluir todos os seres da Criação.
 
* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Música Espírita em RJ - Maricá/RJ

Música Espírita em RJ

Acontecerá no dia 6 de novembro de 2016, de 15h às 18h30 no Centro Espírita Nosso Lar em Maricá/RJ, uma Tarde Musical.
 
O evento é em benefício das obras da Casa e contará com os convidados André Valente, Carlinhos Conceição, Robson Ribeiro, Vanderlei Pires e amigos.
 
O Centro Espírita Nosso Lar fica na Rua 05, Quadra 05, Lote 16 - Parque Bosque Fundo, Inoã. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (21) 2616-8737.

Congresso Espírita em RJ - “O amor à vida no mundo da transformação”.

Congresso Espírita em RJ

Será realizado no dia 6 de novembro de 2016, de 8h às 18h no auditório do Mercure Hotel, o Congresso Regional Espírita da Baixada Fluminense.

O tema central é “O amor à vida no mundo da transformação”. Na programação, palestras de Cezar Said, André Trigueiro, Yasmin Madeira, Alberto Almeida, Jorge Godinho, Geraldo Campetti e do convidado especial Raul Teixeira.

O Mercure Hotel fica na Avenida Doutor Mário Guimarães, 520 – Centro, Nova Iguaçu/RJ. Mais informações podem ser obtidas em www.congressobaixadarj.org.

'Meu pai me injetou HIV quando eu era bebê'

'Meu pai me injetou HIV quando eu era bebê'

Febre alta, fígado inchado e fungos debaixo das unhas. O quadro clínico da criança de cinco anos, internada em um hospital de St. Louis, nos EUA, sugeria que ela corria grave risco de vista. Foi praticamente no desespero que os médicos fizeram um exame de sangue mais detalhado.
E descobriram que Brryan Jackson tinha HIV. Uma tragédia pessoal que ganhou contornos ainda maiores porque a criança tinha sido deliberadamente infectada, ainda bebê, por seu próprio pai - um técnico em hematologia que estava se separando da mãe de Brryan e estava preocupado com o pagamento de pensão.

Discriminação
"Minha mãe tinha um filho de um relacionamento anterior quando conheceu meu pai e ambos decidiram ter mais um bebê. Mas, quando ele voltou da Primeira Guerra do Golfo (em 1991, quando serviu como soldado), suas atitudes em relação a mim tinham mudado completamente. Ele começou a dizer que eu não era seu filho", contou Jackson, em entrevista de rádio ao programa "Outlook", do Serviço Mundial da BBC.
Jackson tinha 11 meses quando, durante uma internação hospitalar por causa de uma asma, o pai, Brian, aproveitou uma saída da mãe do quarto para injetar o vírus na corrente sanguínea do filho. Sequer usou o mesmo tipo de sangue do bebê, o que provocou uma reação imediata no organismo, ainda assim atribuída pelos médicos aos efeitos da asma.
Quando finalmente descobriram o que afetava o menino, já aos cinco anos de idade, os médicos deram a Jackson apenas cinco meses de vida. Os médicos temiam não apenas os efeitos da doença, mas do coquetel de remédios que ele precisava tomar para tentar mantê-la sob controle.
Hoje, aos 25 anos, ele não apenas tem a doença controlada como também se transformou em palestrante motivacional e criou uma ONG, a Living With Hope (Vivendo com Esperança), para promover maior compreensão sobre a doença e estimular mais solidariedade com portadores do vírus. Algo ainda mais impressionante quando se leva em conta que o tratamento deixou algumas sequelas - sua audição foi severamente afetada e prejudicou sua fala.
Solidariedade foi um sentimento que ele, Jackson, não encontrou muitas vezes ao longo de sua vida. Sua mãe enfrentou diretores de escola que não queriam o filho frequentando os estabelecimentos. Quando enfim era aceito em uma, o menino não tinha permissão para usar o bebedouro ou mais de um banheiro.

Paternidade
"Eu também não era convidado para festas de aniversário. As outras crianças me insultavam. Mas essa era a realidade do HIV nos Estados Unidos nos anos 90. Havia muita desinformação. Comecei a achar que não havia mais espaço para mim neste mundo", lembra.
Jackson cogitou o suicídio, mas optou pela religião. A conversão ao Cristianismo fez com que decidisse perdoar o pai - Brian Stewart foi condenado à prisão perpétua em 1998. Em entrevistas à mídia americana, disse rezar pelo pai. No entanto, adotou uma grafia pouco usual para seu nome justamente para se diferenciar do pai e evitar o assédio da imprensa.
"No começo, senti muita raiva dele. Cresci vendo filmes em que pais eram maravilhosos para seus filhos e não conseguia entender como o meu tinha feito aquilo comigo. Ele não apenas tentou me matar, mas mudou minha vida para sempre. Mas quero viver a minha vida."
Jackson diz que nunca teve contato com o pai. Mas poderá ficar frente a frente com ele ainda este ano, quando uma junta examinará um pedido de liberdade condicional. O filho pretende ler um comunicado em que recomenda que o pai continue preso.
Segundo Jackson, sua rotina médica hoje já não envolve mais andar com sondas pelo corpo, como nos tempos de escola. As 23 pílulas diárias hoje são apenas uma, embora de três em três meses ele precise ir ao médico para checar seu sistema imunológico. A doença, obviamente, afetou sua vida social. Diversos relacionamentos foram interrompidos por pais receosos.
Mas Brryan ainda sonha ser pai. Cita a técnica conhecida como "lavagem de esperma", que separa os espermatozoides do fluido seminal e permite que pais soropositivos tenham filhos sem infectar as parceiras. A inseminação é artificial.
"Acho que seria um pai cool. Mas pais cool podem ser embaraçosos", brinca.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 23 de junho de 2016.

Jorge Hessen* comenta
Como agir diante de uma situação dessas? Será que verdadeiramente Brryan perdoou seu pai? O assunto é sensível e merece algumas ponderações doutrinárias. Em verdade, se alguém nos prejudicou, não podemos permitir que o sentimento de vingança consuma nosso estado psicoemocional.(1) Nem que seja por “egoísmo” é importante perdoar incondicionalmente. Até porque, quem sofrerá com a mágoa somos nós e não quem nos danificou, causando consternação ou desgosto.
Quantos são aqueles que dizem que desejam perdoar, mas não conseguem? Ora, apartando-nos do caso Brryan Jackson, urge ponderar alguns pontos. Será quem nos magoa queria nos prejudicar de propósito? Muitos erros são cometidos sem a intenção de nos danificar. Mas se tiverem sido intencionais, será que quem nos magoou se arrependeu? Neste caso, será que estamos realmente dispostos a absolvê-lo?
A rigor, só podemos perdoar o outro se perdoarmos a nós mesmos. Reflitamos nos erros que cometemos com outras pessoas e desculpemo-nos. Livremo-nos da culpa e estaremos prontos para perdoar. Esquecer ofensa nos favorece porque faxina o coração da ira e do desgosto. Perdoar alguém que nos fez mal revoga o ciclo de pensamentos negativos, que só servem para nos abater. É um sinal de amadurecimento.
Conferir o perdão favorece o outro, contudo beneficia muito mais quem perdoa. Oferece uma duradoura percepção de liberdade. É verdade! Ao sairmos da posição de vítimas, a sensação é de grande liberdade - deixamos de ser escravizados de um sentimento que antes nos aprisionava. Ajuda-nos a retomar as rédeas da vida. Quem diz do fundo d’alma "eu perdoo" se sente mais forte e capaz de comandar o próprio destino.

Nota:
(1) É aquela nossa ação interior para vivermos emoções através de nosso intelecto.
 
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.