sábado, 26 de julho de 2014

Campanha de combate ao bullying

http://www.cnj.jus.br/images/programas/justica-escolas/cartilha_bullying.pdf

bullying

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou uma campanha para ajudar pais e educadores a prevenir e enfrentar a  violência física ou psicológica contra pessoa incapaz de se defender, também conhecida como Bullying.
Os materiais mostram como lidar com esse fenômeno na comunidade e na escola que prejudica e interfere na formação de milhares de crianças e adolescentes no mundo todo.
A campanha é composta por spots e cartilha escrita pela médica psiquiatra, Ana Beatriz Barbosa Silva. A autora também escreveu o livro “Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas” sobre o mesmo tema.

Justiça na Escola
A campanha sobre o Bullying é uma das ações do programa Justiça na Escola que tem o objetivo de aproximar o Judiciário e as instituições de ensino do país no combate e na prevenção dos problemas que afetam crianças e adolescentes. O CNJ coordena o Justiça na Escola em parceria com as Coordenadorias de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça de todo o país, associações de magistrados e órgãos ligados à educação.
A proposta do programa é debater temas como combate às drogas, bullying, violência nas escolas, evasão escolar, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e cidadania, com a participação de juízes, professores, educadores, técnicos em psicologia e serviço social, alunos e pais e demais interessados. Por meio dessas discussões, busca-se  estimular o trabalho articulado entre as instituições de Justiça e de Educação.

http://www.cnj.jus.br/campanhas-do-judiciario/bullying

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Um minuto para mudar seu pensamento


Projeto: "A gente se ajuda!"

Projeto: "A gente se ajuda!"

Comecei a escrever esse post faz tempo, mas por falta da tal inspiração, acabei deixando-o guardadinho em forma de rascunho. Hoje, porém, eis-me aqui...

Malu

"A gente se ajuda!": O que é?

É um projeto desenvolvido pelo blog "Educar para Transformar" numa tentativa de abrir um espaço de debate e combate a um mal que, apesar do conhecimento que já se tem a seu respeito, ainda é muito ignorado. Sim, a sociedade ainda não se deu conta do quanto esse mal é prejudicial, por isso, se aqui você já percebeu que o "A gente se ajuda" está relacionado ao bullying e as suas - dolorosas - consequências, acho que não é demais a gente te dá parabéns!

Falei no início do post que ainda não o tinha escrito por falta de inspiração, mas isso não chega a ser de todo uma verdade. O fato é que falar sobre esse assunto ia ser buscar dentro de mim algumas lembranças bem difíceis, e eu não tinha certeza se queria falar sobre elas aqui...

A primeira vez em que ouvi falar sobre bullying foi assistindo uma das temporadas de Malhação. Não consigo lembrar em qual delas, mas acho que foi por volta dos anos de 96 ou 97. E foi nessa época que descobri que aquilo que eu vivenciava na escola desde a primeira série tinha um nome; que aquelas brincadeiras não eram brincadeiras de mau gosto, ou coisas de meninos mal educados; que toda aquela zoação não acontecia só comigo...

Sim, a vida imita a arte, ou seria o contrário? Não importa. O fato é que justo nessa época da Malhação, eu tinha acabado de viver o ano mais difícil da minha vida escolar (5º item desse post). Por livre e espontânea pressão tive de trocar de escola, e foi lá que a minha vidinha que até então transcorria tranquila desde a quarta serie, virou simplesmente um caos. Passei a fazer aniversário na sexta-feira 13, com direito a parabéns e tudo. Ganhei irmãos novos, dentre eles o Fred Gruguer e os Gremlins. Eu estava na sexta série, tinha doze anos, e não era mais a criancinha que as tias colocavam no colo, não tinha mais a irmã maior estudando na sala ao lado... E os meninos, bom, esses já eram espertos o bastante para não se deixarem correr o risco de uma punição.

Foi assim que vivi tudo aquilo ao meu modo, calada. Não revidava uma ofensa, não respondia a uma gozação. Muitas vezes me forçava a rir  junto com eles, das piadas que eles faziam e  que posteriormente ficavam me ferindo por dentro. Eu que já tinha passado por uma experiência semelhante na infância, estava me vendo na mesma situação em pleno início da adolescência, o que só complicava toda a situação...

Falem o que quiserem, mas sem superestimar essa experiência, eu sinto que só quem a vivencia sabe o quanto ela é difícil. Como fica a cabeça de uma criança que não é aceita entre aqueles que, para ela, viriam a ser seus amigos? Como se sente uma adolescente que é diariamente apontada, discriminada e rejeitada pelo fato de ser simplesmente aquilo que ela é? Não se trata aqui de falar para ela não dar importância... Ela não quer, acredite. Mas, se passar por isso todos os dias, ela vai se importar sim, porque as palavras são perenes, e as palavras tem poder.

Hoje, no momento em que escrevo isso, vejo que as coisas poderiam ter sido diferentes. Quem sabe se em vez de calar, eu tivesse reagido? Se em vez de negar o fato de que tudo aquilo me magoava, eu tivesse sido bem clara, tanto na escola como em casa? Meu erro foi me esconder dentro de mim mesma, foi esperar uma ajuda que eu não pedia, mas que graças a Deus me veio na hora exata. Minha mãe enxergando além acabou dando um basta na situação. E, pra resumir a história, aqueles meninos que infernizaram minha vida durante quase um ano, no fim, acabaram se tornando alguns dos meus bons amigos.

Sei que tive sorte, apesar de tudo. Sei que o que a maioria das pessoas julga como brincadeira de criança, imaturidade de adolescente, pode vir a ter consequências terrivelmente dolorosas. Bullying é agressão, gente. E uma das piores que existe. Do mesmo modo que eu não falei o que estava acontecendo, muitas crianças e adolescentes também não falam, e é nesse silêncio que mora o perigo. Não foram poucas as tragédias que a mídia já noticiou que, quando investigadas mais a fundo, tiveram como ator principal uma pessoa que foi vítima de bullying. Esse fato não justifica, óbvio, mas explica e serve de alerta. Evitar esse mal eu penso, portanto, ser uma tarefa de todos.

 

Malu – Oxigeneando-Me -  http://letras-e-suspiros.blogspot.com.br/2014/07/projeto-gente-se-ajuda.html

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Você sabia?!

 
 
 
'A consciência é a voz secreta da nossa alma, que diz sempre se nossas ações estão certas ou erradas e ela é um pensamento íntimo que, também, é livre.'
(LE para infância e juventude)




Dificuldades na casa espírita

Dificuldades na casa espírita

Uma das coisas mais complexas no cotidiano de uma Casa Espírita é administrar as diferenças comportamentais entre os trabalhadores. Aqui e ali, por um motivo ou por outro, pipocam os atritos e melindres, muitas vezes encobertos pelo silêncio em nome da “caridade” mas evidentes nos olhares atravessados, nos recadinhos indiretos e, não raro, no afastamento inexplicável daquele companheiro que parecia tão entusiasmado... Quando chega a este ponto é que a guerra de persona já atingiu o seu ponto máximo.
Não desanimemos. Onde há gente há problema. Graças a Deus!... Porque conviver significa oportunidade impar de crescimento. É preciso apenas saber identificar, respeitar e integrar as diferenças, repensando o conceito ilusório de que para figurar no seleto rol dos “escolhidos”, todos têm que estar aptos e disponíveis, todo o tempo, a todo o tipo de tarefa na Casa Espírita. Esteriótipos solapam a autenticidade e favorecem a hipocrisia.
Somos diferentes e isso obedece a um propósito Divino. Aquilo que é fácil pra mim já não é para o outro e vice-versa. Sabemos que é a diversidade das flores que confere harmonia e beleza a um jardim, porém tudo passa pelo paisagista, que traçou canteiros, combinou cores e formas, considerando, sobretudo, os níveis de resistência e fragilidade de cada planta para então dispor a sua localização. Também na Casa Espírita pessoas com personalidade, maturidade e aptidões diversas podem conviver harmonicamente em sua diversidade, mas o “paisagismo” cabe aos dirigentes.
Pensemos em nossos grupos. Sempre encontraremos neles um trabalhador tipo “pau pra toda obra.” Dinâmico e disponível, este irmão é perfeito para tarefas práticas. Mas não o chame para reuniões de planejamento porque ou não vai comparecer ou vai cochilar.
Já o tipo “certinho” é racional, organizado e faz questão de tudo “preto no branco”. Quem melhor para a administração? Afinal, formalizar e controlar é com ele mesmo.
Tem também o “artista”. Afeito ao lúdico, ele não dispensa a música, o teatro e outras manifestações de arte em tudo o que faz. Sua sensibilidade enche as reuniões comemorativas daquela emoção e entusiasmo tão necessários para levantar o ânimo. Ideal para trabalhar com jovens e crianças, este companheiro sacode a mesmice, motiva a equipe e estimula como ninguém a integração fraterna.
Temos ainda o introspectivo, o extrovertido, o afoito, o ponderado, o questionador, o acomodado, o “modernoso”, o conservador e por aí vai. E quem de nós se aventuraria a discorrer sobre a maior ou menor importância desse ou daquele trabalhador, conforme os perfis aqui relacionados?
Na verdade, todos são insubstituíveis e indispensáveis em suas peculiaridades porque - enquanto não conseguimos ser perfeitos – o segredo é nos valer das próprias imperfeições para potencializar o trabalho. Enquanto uns sonham outros ponderam, uns planejam outros concretizam, uns organizam outros adornam. E lá vamos nós. Lidando com as diferenças e garantindo a continuidade da obra. Enquanto isso vai se aprendendo a ceder, a ser voto vencido, a discordar sem “rosnar” e tantos outros exercícios de reforma íntima.
Ninguém espere mar de rosas. Impossível não haver conflito onde existe diversidade. Aqui é aquele companheiro veterano que rejeita as sugestões dos recém-chegados porque se julga o detentor absoluto da experiência; Ali é outro que chega querendo mudar tudo, desconsiderando aqueles que ali já estavam muito antes da sua chegada, construindo o que ele encontrou; Acolá é aquele que quer colocar o mundo dentro da Casa Espírita; Mais além é aquele outro que quer tirar a Casa Espírita do mundo... E outros tantos desafios.
Cabe às lideranças observar, intervir e pacificar. Administrando conflitos prevenimos cisões, pois as relações são a viga mestra dos grupos e quando abaladas tudo vem abaixo.
Uma forma eficaz de prevenir é realizar constantes avaliações das atividades. Mas avaliar não é colocar os companheiros no paredão. Avaliar é reunir a equipe periodicamente para analisar o que está sendo feito, em clima de leveza e fraternidade, discutindo dificuldades e possibilidades com vistas a manter ou corrigir a rota onde for preciso.
Mas é também imprescindível repensar as decisões de cima para baixo. Não raro a diretoria decide e os demais trabalhadores executam, sem que de alguma forma tenham sido consultados enquanto elementos fundamentais para as realizações. Questionar nem pensar, sob pena de inclusão imediata no tratamento de desobsessão, diante da afirmativa paternalista que “– o nosso irmão está precisando muito de preces”... Esta é a impiedosa pena de descrédito “caridosamente” imputada àqueles que ousam “subverter” a ordem vigente. Estrategicamente, neutraliza-se a ovelha rebelde para apascentar o rebanho.
Diante disso a gente se pergunta: Quando é que nós espíritas vamos conseguir distinguir autoridade de autoritarismo? Quando é que vamos deixar de medir o valor dos companheiros pelos cargos que ocupam ou pelos títulos que ostentam? Quando é que vamos parar, enquanto dirigentes, de usar os trabalhadores por mão de obra passiva para projetos personalistas? Quando deixaremos de tomar questionamentos legítimos como “influência de obsessores”? É urgente abandonar tais heranças reacionárias do passado e avançar para a postura ética e fraterna que se espera de uma liderança espírita.
Um verdadeiro líder busca sempre o entendimento amoroso - em nível individual ou coletivo – quando os problemas surgem. Em momentos de crise não silencia, nem impõe, dialoga. Omissão por medo de provocar ruptura é um equívoco. Se não criamos coragem de intervir junto aos conflitos, contribuiremos para que se avolumem. Quando menos se espera, lá estão eles, substituindo o saudável prazer de estar junto pela obrigação do compromisso assumido “do lado de lá”, esvaziando grupos e corações.
Liderança é responsabilidade. É ter claro o papel que nos compete como mediadores e aglutinadores; Como irmãos de caminhada e não como “donos das almas” ou “da causa”, porque senão, à menor contrariedade, vamos ser os primeiros a fazer as malas e sair por aí atrás do utópico grupo ideal e - o que é mais grave - arrastando conosco ou deixando para trás “seguidores” divididos e desnorteados.
As chances de acertar são infinitamente maiores quando nos dispomos a exercitar esse tal amor, que não é algo tão longínquo assim; Que começa pela valorização dos pontos positivos do outro, em detrimento dos negativos que possa ter; Pelo exercício da tolerância, não por amarmos todos de forma igual - porque isso não acontece nesse estágio em que nos encontramos - mas por reconhecer em nós muitas mazelas a serem toleradas.
Se não buscarmos nutrir pelos companheiros esse amor possível, continuaremos a brincar de espírita bonzinho e, no fundo, só nos aturando, assim como qualquer profissional no seu ambiente de trabalho. Mas se existir afeto, a gente cede aqui, cede ali ou não cede -porque existem coisas que não dá para transigir - mas diz o que tem que dizer de forma firme, porém cuidadosa e assim, lembrando Jesus, vamos conversando com o nosso irmão em reservado “e se ele vos entender”- diz o Mestre - ”então tereis ganho o vosso irmão”.
Difícil?... Mas quem foi que disse que é fácil evoluir?... E que se evolui sem conviver?
Pensemos nisto.

FONTE: Joana Abranches - (Joana Abranches é Assistente Social, escritora e Presidente da Sociedade Espírita Amor Fraterno – Vitória – ES - Joanaabranches@gmail.com – amorefraterno@gmail.com ) - http://www.projetocrescer.org/dificuldades.na.casa.espirita.htm
(Matéria obtida por Alessandra Vasco Ribeiro pelo Face)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Acontecimentos da vida

 R.E. , fevereiro de 1864, p. 63
 
APRECIAÇÃO MORAL

O Monde illustré, de 7 de fevereiro de 1863, conta o seguinte drama de família que, com justa razão, comoveu a sociedade de Florença. Assim começa o autor a sua narração:

“Eis a história. Ele era um velho de setenta e dois anos; ela, uma jovem de vinte. Haviam casado há três anos... Não vos revolteis! o velho conde, originário de Viterbo, era absolutamente sem família, o que é muito estranho para um milionário! Amália não era sem família, mas antes sem milhões. Para compensar as coisas, quase a tendo visto nascer, sabendo-a de bom coração e de espírito encantador, ele tinha dito à mãe: ‘Deixai-me paternalmente casar com Amália; durante alguns anos ela cuidará de mim; e depois...’

“Fez-se o casamento. Amália compreende os seus deveres; cerca o velho dos mais assíduos cuidados e lhe sacrifica todos os prazeres de sua idade. Tendo o conde ficado cego e quase paralítico, ela passava longas horas do dia a lhe fazer companhia, leituras, a lhe contar tudo quanto o podia distrair e encantar. ‘Como sois boa, minha cara filha!’, exclamava ele muitas vezes, tomandolhe as mãos e atraindo-a para depor sobre sua fronte o casto e doce beijo da ternura e do reconhecimento.

“Entretanto, um dia notou que Amália se afasta de sua pessoa; que, embora sempre assídua e cheia de solicitude, parece temer sentar-se ao seu lado. Uma suspeita lhe atravessa o espírito. Uma noite, quando ela fazia a leitura, ele lhe agarra o braço, a atrai para si e enlaça-lhe a cintura; então, soltando um grito terrível, cai desmaiado de emoção e de cólera aos pés da jovem! Amália perde a cabeça; lança-se para a escada, atinge o andar mais alto da casa, precipita-se pela janela e cai despedaçada. O velho não sobreviveu mais que seis horas a esta catástrofe.” Haverão de perguntar que relação pode ter esta história com o Espiritismo. Vê-se aí a intervenção de alguns Espíritos maliciosos? – Essas relações estão nas deduções que o Espiritismo ensina a tirar das coisas aparentemente mais vulgares da vida. Enquanto o céptico ou o indiferente não vê num fato senão uma oportunidade para exercitar sua verve zombeteira, ou passa ao lado sem o notar, o espírita o observa e dele tira instrução, remontando às causas providenciais, sondando-lhes as conseqüências para a vida futura, conforme os exemplos que as relações de além-túmulo lhe oferecem da Justiça de Deus. No fato acima relatado, em vez de simples anedota divertida, entre o velho ele e a jovem ela, o Espiritismo vê duas vítimas. Ora, como o interesse pelos infelizes não se detém no limiar da vida presente, mas os segue na vida porvindoura, na qual acredita, ele pergunta se aí não há um duplo castigo para uma dupla falta e se ambos não foram punidos por onde pecaram. Vê um suicídio; e como sabe que esse crime é sempre punido, pergunta qual o grau de responsabilidade em que incorre aquele que o cometeu.

Vós que acreditais que o Espiritismo só se ocupa de duendes, de aparições fantásticas, de mesas girantes e de Espíritos batedores, se vos désseis ao trabalho de o estudar, saberíeis que ele toca em todas as questões morais. Esses Espíritos, que vos parecem tão ridículos, e que, entretanto, não passam das almas dos homens,dão a quem observa as suas manifestações a prova de que ele próprio é Espírito, momentaneamente ligado a um corpo; vê na morte não o fim da vida, mas a porta da prisão que se abre ao prisioneiro para o restituir à liberdade. Aprende que as vicissitudes da vida corporal são as conseqüências de suas próprias imperfeições, isto é, das expiações pelo passado e pelo presente, e provações para o futuro. Daí é naturalmente conduzido a não ver o cego acaso nos acontecimentos, mas a mão da Providência. Para ele a reta sentença: A cada um segundo as suas obras não só acha a sua aplicação no além-túmulo, mas, também, até mesmo na Terra. Eis por que tudo o que se passa à sua volta tem o seu valor, a sua razão de ser; ele o estuda para dele tirar proveito e regular sua conduta com vistas ao futuro que, para ele, é uma realidade demonstrada. Remontando às causas dos infortúnios que o afligem, aprende a não mais acusar a sorte ou a fatalidade por tais desgraças, mas a si mesmo.

Não tendo esta digressão outro objetivo a não ser mostrar que o Espiritismo se ocupa de algo mais que de Espíritos batedores, voltemos ao nosso assunto. Já que o fato foi tornado público, é permitido apreciá-lo, levando-se em conta que não designamos ninguém nominalmente.

Se se examinar a coisa do ponto de vista puramente mundano, a maioria só verá nele a conseqüência muito natural de uma união desproporcionada e atirará no velho a pedra do ridículo como oração fúnebre; outros acusarão de ingratidão a jovem mulher que enganou a confiança do homem generoso que queria enriquecêla. Mas, para o espírita, ela tem um lado mais sério, pois aí busca um ensinamento. Então perguntaremos se, na ação do velho, não haveria mais egoísmo que generosidade ao submeter uma moça,quase criança, à sua caducidade, por laços indissolúveis, numa idade em que, antes, deveria pensar no recolhimento, e não nos prazeres da vida? Se, impondo-lhe esse duro sacrifício, não era fazê-la pagar bem caro a fortuna que ele lhe prometera? Não há verdadeira generosidade sem desinteresse. Quanto à jovem, não podia aceitar esses laços senão com a perspectiva de os ver rompidos em breve,já que nenhum motivo de afeição a ligava ao velho. Havia, pois, cálculo de ambos os lados e esse cálculo foi frustrado; Deus não permitiu que nenhum deles o aproveitasse, infligindo a desilusão a um e a vergonha ao outro, que os mataram a ambos.

Resta a responsabilidade do suicídio, que jamais fica impune, mas que, muitas vezes, encontra circunstâncias atenuantes. A mãe da moça, para a encorajar a aceitá-lo, havia dito: “Com esta grande fortuna farás a felicidade do homem pobre que amares. Enquanto esperas, honra e respeita esse grande coração que quis fazer-te sua herdeira, durante o tempo que lhe restar de vida.” Era tomá-la pelo lado sensível; mas, para fruir dos benefícios desse grande coração, que teria sido muito maior se a tivesse dotado sem interesse, era preciso especular sobre a duração de sua vida. A jovem errou ao ceder, mas a mãe errou mais em excitá-la e certamente é ela que incorrerá na maior parte da responsabilidade do suicídio da filha. Assim, aquele que se mata para escapar à miséria é culpado da falta de coragem e de resignação, mas, muito mais culpado ainda, é o causador primário desse ato de desespero. Eis o que o Espiritismo ensina, pelos exemplos que põe aos nossos olhos e aos daqueles que estudam o mundo invisível. Quanto à mãe, sua punição começa nesta vida: primeiro pela morte horrível da filha, cuja imagem talvez venha persegui-la e torturá-la de remorsos; depois, pela inutilidade do sacrifício que provocou, uma vez que a fortuna do marido, morto seis horas depois de sua mulher, vai para os colaterais afastados, e ela não a aproveitará.

Os jornais estão cheios de casos de todos os gêneros,louváveis ou censuráveis, que, como este que acabamos de referir, podem oferecer assuntos para estudos morais sérios; para os espíritas é uma mina inesgotável de observações e instruções. O Espiritismo lhes dá os meios de aí descobrir o que se passa desapercebido para os indiferentes e, mais ainda, para os cépticos, que só vêem os fatos picantes, sem lhes procurar nem as causas,nem as conseqüências. Para os grupos, é um elemento fecundo de trabalho, no qual os Espíritos protetores não deixarão de os auxiliar, dando a sua apreciação.

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terça-feira, 22 de julho de 2014

7 Simpósio de Estudo da Doutrina Espírita–EADE

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Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. V – Itens 1 a 5
Tema:  Justiça das aflições
Causas atuais das aflições
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A - Texto de Apoio:

1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. - Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)

2. Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. - Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. - Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.)

Mas, ai de vós, ricos que tendes no mundo a vossa consolação. - Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. - Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)

Justiça das aflições

3. Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.

Causas atuais das aflições

4. De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.

Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma!

Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.

Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.

A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.

Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.

5. A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a conseqüência do que fez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem. Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis consequências, mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura.

Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal, Põe-se então o homem a dizer: "Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!" Como o obreiro preguiçoso, que diz: "Perdi o meu dia", também ele diz: "Perdi a minha vida". Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Há justiça nas aflições pelas quais passamos?

2 – Fale sobre as causas atuais das aflições.

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

domingo, 20 de julho de 2014

A Fatalidade e os Pressentimentos

 R.E. , março de 1858, p. 123
 
INSTRUÇÕES DADAS POR SÃO LUÍS

Um dos nossos correspondentes escreveu-nos o seguinte:
“No mês de setembro último, uma embarcação ligeira,fazendo a travessia de Dunquerque a Ostende, foi surpreendida à noite pelo mau tempo; o barco virou e, das oito pessoas que lá estavam, quatro pereceram; as outras quatro, no número das quais me encontrava, conseguiram manter-se sobre a quilha. Ficamos a noite inteira nessa horrível posição, sem outra perspectiva senão esperar a morte, que nos parecia inevitável e da qual já experimentávamos todas as angústias. Ao romper do dia, tendo o vento nos empurrado para a costa, pudemos ganhar a terra a nado.

“Por que nesse perigo, igual para todos, só quatro pessoas sucumbiram? Notai que, a meu respeito, é a sexta ou sétima vez que escapo de um perigo tão iminente e mais ou menos nas mesmas circunstâncias. Sou levado realmente a crer que mão invisível me protege. Que fiz para merecer isso? Não sei bem; sou alguém sem importância e sem utilidade neste mundo e não me vanglorio de valer mais que os outros; longe disso: entre as vítimas do acidente havia um digno eclesiástico, modelo de virtudes evangélicas, e uma venerável irmã de São Vicente de Paulo, que iam cumprir uma santa missão de caridade cristã. A fatalidade parece desempenhar um grande papel em meu destino. Os Espíritos não estariam ali para alguma coisa? Seria possível obter deles uma explicação a esse respeito,perguntando-lhes, por exemplo, se são eles que provocam ou afastam os perigos que nos ameaçam?...”

Conforme o desejo de nosso correspondente, dirigimos as seguintes perguntas ao Espírito São Luís, que de boa vontade se comunica conosco toda vez que há uma instrução útil a transmitir.

1. Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é um outro Espírito que o afasta?
Resp. – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar,um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é,inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalálo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave.

2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio.
Resp. – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo,é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons , em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau – e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste – pensas que igualmente escaparás a outros perigos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem.

3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio?
Resp. – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles vêem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, mesmo quando houvesse ausência da dor.

4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente. Suponhamos que uma ponte se desmorone no momento em que um homem passa sobre ela. Quem impeliu o homem a passar por essa ponte?
Resp. – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela.

5. Quem fez a ponte desmoronar?
Resp. – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. Assim, devendo a ponte desmoronar-se, a água disjunta as pedras que a compõem, a ferrugem corrói as correntes que a sustentam e o Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente.

6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil?
Resp. – Não.

7. Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora;retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns
passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? Não era um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher?
Resp. – A voz do instinto; nenhum pressentimento, aliás,apresenta tais caracteres: são sempre vagos.

8. Que entendeis por voz do instinto?
Resp. – Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento.
Nota: As explicações acima se referem à fatalidade dos acontecimentos materiais. A fatalidade moral é tratada de maneira completa em O Livro dos Espíritos.

Ação e reação

Oii!!! 

Veja o vídeo abaixo e comente acerca da "brincadeira". Poderíamos ver nela, de uma forma meio divertida, o processo de ação e reação? Ou de como nos deixamos arrastar, sem pensar, diante de atitudes? O que você acha?

Desenvolva esse tema…

jardimdasfloresblog

 

a) Você já analisou o sentimento de antipatia/simpatia com relação a alguém? O que você acha sobre tal sentimento? Por quê?

b) Quais sentimentos as cores de pele lhe despertam? Por quê?

c) Devemos insistir sobre as diferenças existentes entre os povos, as raças, as religiões, os pobres , os ricos, os sãos, os doentes? Apesar das diferenças, pode-se afirmar que o Criador não faz essas distinções? Por quê?

d) Será possível haver igualdade entre os seres humanos? Por quê?

e) O que se deve fazer para superar as diferenças entre os seres humanos? Justifique sua resposta.

(adaptado do livro ‘Os valores humanos – Uma viagem do” Eu” ao “Nós”, de Antonio e Sylvie Craxi)