sábado, 24 de janeiro de 2009

Algumas anotações: Direitos, deveres e cidadania

* O homem sobrevive em grupos e isto é inerente à condição humana. "O homem não foi feito para viver só. " - está em O Livro dos Espíritos.

A questão 767 : É contrário à lei da Natureza o insulamento absoluto?" A resposta dos Espíritos é clara : "Sem dúvida, pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente."

* E a Lei de Deus é a mesma para todos os seres, todos tendo iguais direitos e deveres e tendo o mesmo ponto de partida e a mesma destinação.

* Os direitos, então, para a boa convivência entre os homens se fez necessário, a fim de que possamos nos auxiliar mutuamente, nos disciplinar, aprender a nos interligar uns aos outros. Os direitos, então, são inerentes à condição humana e os direitos dos homens acompanham o processo histórico de evolução.

* A Humanidade progride, por meio dos indivíduos que pouco a pouco se melhoram e instruem. As almas vindas desde os primórdios da civilização tiveram sua infância e foram se adiantando por efeito do progresso realizado, tanto o intelectual quanto e principalmente o moral; embora essa progressão seja diferenciada: uns, com maior conhecimento e assimilação; outros medianos; outros ainda não conseguiram alcanç ar ou perceber o conhecimento moral.

* Dentro dessa vivência no plano terreno/material, vamos verificar em torno dos direitos humanos O código de Hammurabi (1700 a.C. aproximadamente) menciona leis de proteção aos mais fracos e de freio para a autoridade. A civilização egípcia, especialmente na era dos faraós (dinastia XVIII), já concebia o poder como serviço. Há divergências quanto ao surgimento dos direitos humanos na história, mas muitos autores situam-no na Grécia, quando eles foram aludidos em um texto de Sófocles no qual Antígona, em resposta ao rei que a interpela em nome de quem havia sepultado contra suas ordens, o irmão que fora executado: "Agi em nome de uma lei que é muito mais antiga do que o rei, uma lei que se perde na origem dos tempos, que ninguém sabe quando foi promulgada". Os profetas judeus vinculam o exercício do poder a deveres fundados em princípios religiosos que inspiram uma ética baseada na responsabilidade de todos os homens pelos seus atos. Buda, Confúcio e Zoroastro pregam a supremacia do direito e da justiça, o ensino da fraternidade e da generosidade. Visam a plena realização da natureza humana e a formação de uma sociedade pacífica e justa. Na Grécia do século V a.C., os cidadãos já controlam as ações do Estado (polis); O limite do poder é dado pelo direito que exercem os cidadãos ao participar dos assuntos públicos.

Entre os séculos VII a.C. e XVIII da nossa era, a humanidade faz progressos no controle dos governantes, que exercem e distribuem a justiça. Os gregos desenvolvem o conceito da liberdade, como expressão máxima da dignidade humana, baseada na idéia da igualdade. Os estóicos defendem a existência de princípios morais, universais, eternos e imutáveis que resultam direitos inerentes ao homem. O cristianismo, considerando o homem, à imagem e semelhança de Deus, prega a igualdade entre todos os homens. Esta igualdade não se limita ao usufruto individual dos direitos mas supõe o dever do amor ao próximo. O cristianismo passa a ter uma influência decisiva, ora benéfica, ora maléfica, e a Igreja passa a associar- se ao poder temporal. O Islão na vida política tem uma concepção similar da relação entre os homens: a de sua igualdade primordial "baseada em sua identidade essencial, em sua origem única, e em seu destino comum" (Sorondo)

* E no processo histórico, na progressão dos Direitos , vamos chegar à Declaração de Independência dos Estados Unidos, que tem expressado que:
"Todos os homens foram criados iguais. Os direitos fundamentais foram conferidos pelo Criador entre eles estão o da vida, liberdade e o da procura da própria felicidade".

* Direito à vida, direito à liberdade e direito à procura da própria felicidade, resumem bem o nosso propósito evolutivo, no entanto, devemos para vive-los ir além da simples conc eituação material, devemos ter conosco o entendimento referente ao processo do Ser Espírito Imortal que somos. Posto que a preocupação com o lado moral não só do ser humano como das nações, é importante, uma vez que é aí que reside a grande meta do progresso e sem o qual o ser humano é apenas uma bomba relógio ambulante, pronta para explodir destruindo a si mesmo e tudo que o cerca.

* No Século XVIII, a Revolução Francesa criou um direito que torna-se base fundamental do direito constitucional moderno: A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO. Em seu primeiro artigo, já afirma um direito social fundamental: O FIM DA SOCIEDADE É A FELICIDADE COMUM. A essência da Declaração, apoia- se na ideia de que, ao lado dos direitos do Homem e do Cidadão, existe apontada a obrigação de o Estado respeitar e de garantir os direitos humanos.

* Aqui vemos algo fundamental: o fim da soc iedade é a felicidade comum.

* Em termos de direito dos homens, o direito humano chegou, então, após a segunda grande guerra, à Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que representou um progresso enorme quanto aos direitos humanos; após ele vieram outras convenções e tratados internacionais sempre na linha progressiva de valorar a humanidade.

* Nesse passo, temos que é essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão.

* Em O LE , na questão 794 analisa- se se a sociedade teria c ondições de reger-se apenas pelas Leis Morais, sem a existência de leis humanas, ao que a resposta dos espíritos foi: "Poderia, se todos as compreendessem bem. Se os homens as quisessem praticar, elas bastariam. A sociedade, porém, tem suas exigências. São- lhe necessárias leis especiais."

* Como ainda não chegamos a esse estágio verificamos então que ainda necessitamos das leis humanas com direitos e deveres, apesar da sua imperfeição ; as leis humanas também, como já vimos, evoluem à medida que a humanidade adquire novas luzes, aproximando- se cada vez mais das Leis Morais. Basta verificarmos como eram as leis de séculos atrás e a humanização que vem ocorrendo principalmente nas últimas décadas. E são elas necessárias. E necessárias devido às peculiaridades da vida terrena, que carece de regulamentação e de evolução moral efetiva, sob pena de divergências difíceis de resolver.

* Na questão 796 fala- se se a severidade das leis penais não seria uma necessidade: "Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas."

* As leis, pois, devem visar a educação e não simplesmente sua punição, porque a única forma de solucionar o problema da criminalidade, dos desajustes, dos desconsertos é a educação, entendida como educação moral e não somente a elevação do nível intelectual.

* É preciso, pois, que o povo conheç a seus Direitos e deveres, é preciso EDUCAÇÃO; não só no âmbito da materialidade, mas principal e essencialmente no âmbito do SER.; quando essa educação se efetiva ou se efetivar, não há e nem haverá mais a necessidade de leis rigorosas.

* Devemos, então tomar a c onsciência da real dignidade da pessoa humana, onde todos temos direitos de uma forma individual, mas eles também correspondem e são direitos do próximo. A partir desta conscientização e do conhecimento, vai nascer o respeito a estes direitos e deveres, que se misturam entre si na mesma proporção de que ao mesmo tempo que tenho direitos eles são correlatos aos meus deveres.

* Educar, como diz o educador uruguaio Luiz Perez Aguirre, é modificar as atitudes e as condutas. É atingir os corações, os estilos de vida, as convicções. Para transformar a realidade é necessário trabalhar o cotidiano em toda a sua complexidade, ou podemos dizer é nos trabalhar para que mais do que conhecer e ter simples conteúdo intelectual é preciso assimilar os ensinamentos e transmiti-los como nossa postura e exemplo de seres inseridos na sociedade, inseridos no mundo. Educar- nos deve ser um estado de espírito o qual deve permear todas as nossas atitudes no dia- a- dia.

* Temos o dever de lutar pela fraternidade, pela solidariedade entre os povos, pela tolerância entre as pessoas, pelo desarmamento das mentes e dos corações, pela aceitaç ão do outro, diferente mas igual, sempre nosso irmão.

Não importa que estas belas ideias sejam um trabalho a longo prazo. Mas temos que ter a consciência de que cada um de nós tem um papel e uma responsabilidade, mas é preciso que todos sejamos semeadores de Esperança e da consciência.

* A educação quanto aos direitos e deveres de cada um de nós, deve lidar, necessariamente, com a constatação de que vivemos num mundo multicultural, onde temos espíritos encarnados nos mais variados estágios evolutivos e como tal verificamos na sociedade pessoas com diferentes raízes, raça, língua, condição social , entendimento, compreensão, mas que podem coexistir, quando pensamos e aceitamos uma sociedade hibridizada, que se ajuda mutuamente a evoluir, a progredir a caminhar na busca da real felicidade.

* E na questão de direitos e deveres encontra-se também a questão da cidadania.

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo, ou seja, exercitar os direitos e deveres que cada tem a cada qual, pois, na concepção humana atual cidadão é o indivíduo vinculado à ordem jurídica de um Estado e inserido dentro dela poder atuar auxiliando o Estado e a Nação, conforme os dispositivos da lei que lhe confiram esta ou aquela atitude para o bem ou em prol da sociedade. Sendo certo que os direitos da cidadania são, ao mesmo tempo, deveres; posto que a natureza associativa da pessoa humana, a solidariedade natural característica da humanidade, a fraqueza dos indivíduos isolados quando devem enfrentar o Estado ou grupos sociais poderosos são fatores que tornam necessária a participação de todos nas atividades sociais. por isso torna-se imprescindível que os cidadãos exerçam seus direitos de cidadania.
Assim cidadania é uma combinação entre Direitos e Deveres.

* O Exercício da Cidadania é o usufruto das liberdades e direitos prometidos ou garantidos, devendo-se sempre reivindicar o cumprimento do que é justo, lícito, útil, para todos os indivíduos; uma vez que esse exercício implica respeitar os limites. Procure- se o que é bom, desde que não seja ruim ao próximo, e, de preferência, que esse algo também seja de proveito a esse outro indivíduo. E voltar à questão do ser consciente, ter a sensibilidade e a percepção do que é certo e o que deve e pode ser realizado ou evitado. E , novamente aqui entra a educação (a qual deve começar na própria família, e continuar nas escolas) e a vivência, a experiência de vida; não só em termos puramente humanos materiais, mas do próprio Espírito em processo evolutivo.
* O exercício não é só aqueles ditos ou oriundos da lei, mas também pelos nossos gestos do cotidiano, é conhecer e, principalmente ter assimilado, as Leis Morais, ou seja, as regras estabelecidas por Deus para o relacionamento da criatura consigo própria, com seus semelhantes e com Ele é importante para vivermos realmente em paz e com felicidade.

* Voltamos, então, ao fato de que o ser humano é, por essência, alguém destinado a viver em sociedade, interagindo com a comunidade onde reside habitualmente. Deste modo, a ninguém é lícito fazer o que bem entenda e na hora em que lhe aprouver, principalmente se suas ações atingirem os direitos de outras pessoas ou da própria comunidade. Assim, todos têm que observar o cumprimento de seus deveres e fazer respeitar, igualmente, os seus direitos. É daí que advém o c onceito de cidadania , que vem a ser justamente essa relação de respeito com o meio em que se vive e com as outras pessoas que dele fazem parte.

* Em síntese, ser cidadão importa em ter direitos e deveres, exigindo aqueles e cumprindo estes. No momento em que, dentro de uma sociedade humana, as pessoas adquirem essa consciência de cidadania, elas começam a ser os atores principais no processo da conquista de seus direitos, agindo, em conseqüência, como vetores determinantes da eliminação de tudo o que possa contribuir para a continuidade de qualquer estrutura de exclusão social.

* Mas, para quer isso possa acontecer, torna-se indispensável que cada um de nós esteja inteiramente disposto a participar da vida em comunidade, agindo não apenas em benefício próprio, mas procurando atuar objetivando o bem-estar de todos.


* Lutar pelos próprios direitos e o dos outros é inerente ao exercício da cidadania. Contudo, convém não esquecer que para ser um bom cidadão não se pode descurar do cumprimento dos nossos deveres, inclusive umas regrinhas essenciais e que revelam, além da cidadania, que temos boa educação, por exemplo:

** não jogue lixo nas ruas, nem nas praias ou nos rios; deposite- o nos locais apropriados e, quando possível, de maneira seletiva (separando plástic os, vidros, metais, madeira, papel, etc .).
** não desperdice água; lembre-se de que a água potável é um bem que pode acabar;
** não piche paredes nem muros, mantenha nossa cidade sempre bonita, para nós e para os que nos visitam;
** ajude quem necessita de maior atenção: uma pessoa idosa ou deficiente visual a atravessar uma rua; ceda seu lugar a idosos e gestantes nos ônibus e em lugares lotados;
** não agrida o meio- ambiente; ajude a preservá- lo;
** trate todas as pessoas com respeito e educação, principalmente as de que você julga diferentes;
** use a sua aparelhagem de som, em casa ou no carro, moderadamente, respeitando o silêncio que outros desejam;
** seja solidário; seja gentil; seja alegre; seja amigo
** seja sorridente; dê bom dia, boa tarde, boa noite; parabéns, obrigado; de nada; por favor a todos indistintamente.

* São essas pequenas/grandes ações que nos tornam Cidadãos , que nos identificam c omo pessoas educadas, que nos fazem praticantes da Cidadania . Mas são elas que nos transformam em verdadeiros construtores de uma vida melhor para todos e demonstram a efetiva educação e grau de responsabilidade que já conseguimos alcançar perante nossas múltiplas experiências corpóreas.
(Anotações feitas a partir de estudo realizado na sala Espiritismo Net Jovem, no sistema paltalk de internet - categoria Brazil, subcategoria Central & South america, pela equipe NETJOVEM CVDEE/Espiritismo.Net)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Artigo: As Drogas e suas Implicações Espirituais

I — Introdução

Um dos problemas mais graves da sociedade humana, na atualidade, é o consumo indiscriminado, e cada vez mais crescente, das drogas por parte não só dos adultos, mas, também, dos jovens e, lamentavelmente, até das crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades.
A situação é tão preocupante que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão: “Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projetar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos.”
Diante de tal flagelo e de suas terríveis conseqüências, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar àqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça.
O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.
Em instantes tão preocupantes da caminhada evolutiva do ser humano em nosso planeta, cabe a nós espíritas, não só difundir as informações antidrogas que nos chegam do plano espiritual benfeitor que nos assiste, mas, acima de tudo, entender e atender aos apelos velados que estes amigos espirituais nos enviam com seus informes e relatos contrários ao uso indiscriminado das drogas, no sentido de envidarmos esforços mais concentrados e específicos no combate às drogas, quer no seu aspecto preventivo, quer no de assistência aos já atingidos pelo mal.
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II — A ação das drogas no perispírito

Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuroniais.
Na obra “Missionários da Luz” — André Luiz (pág. 221 — Edição FEB), lemos: “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual.” Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.
Comparando as informações destas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também refletirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que “o perispírito funciona em relação a este, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.
Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispíríto para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.
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III — A ação dos Espíritos inferiores junto ao viciado

Esta ação pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das conseqüências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.
Sabemos que, após a desencarnação, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que irá variar, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso, ou da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.
“O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente a desejo e a necessidade de consumir a droga”
Essa sobrecarga mental, indevida, afeta tão seriamente o cérebro, a ponto de este ter suas funções alteradas, com consequente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, “o viciado ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, coleta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando o viciado enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos”.
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IV — Contribuição do Centro Espírita no trabalho antidrogas desenvolvido pelos Benfeitores Espirituais

a. As Casas Espíritas, como Pronto-Socorro espirituais, muito podem contribuir com os Espíritos Superiores no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida. Com certeza, esta contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da instituição ensejassem:
b. Um incentivo cada vez mais constante às atividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não o tenha implantado.
Estimular seus freqüentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar. Estas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afetivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.

c. Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmo as desencarnadas.
No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.

d. Criar, no trabalho assistencial da Casa, uma atividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, com fundamentação doutrinária, ao viciado e a seus familiares.
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V — Conclusão

Diante dos fatos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradores de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar esta realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação deste terrível flagelo que hoje assola a Humanidade. Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as ações de ordem preventiva e terapêutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de ação mais específicos neste campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.

Autor: Xerxes Pessoa De Luna
Revista Reformador - Março – 1998
Responsável. p/ transcrição: Wadi Ibrahim
(http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/drogas/as-drogas-e-suas-implicacoes.html)
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No site http://www.espiridigi.net/familia/drogas/ tem várias matérias sobre a questão drogas.

Pergunta Feita: Estou vendo Espíritos...

Pergunta feita:
Estou vendo espíritos. Hoje na hora da educação física eu vi dois velhos atrás de mim e eles me tocaram bem forte, fiquei com a marca no braco não sei o que fazer vejo isso todo dia.
(M – 15 anos)
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Resposta dada:
Olá! Muita paz a você!
Todos nós vivemos num mundo que não está tão isolado como parece. Temos a impressão de que o mundo real só é aquele que nossos olhos podem ver, mas há muito mais além do que vemos, e, pelo que você nos relata, você já percebe isso.
Somos espíritos, todos frutos da Criação Divina. Deus, em sua infinita sabedoria, nos dotou de inteligência para que desenvolvêssemos nossa capacidade de raciocínio e depurássemos nossos pensamentos e nossos sentimentos, e para isso nos oferece campos específicos para crescermos. Antes de imaginarmos que esse nosso mundo é o início e o fim de tudo, partamos do princípio de que somos seres imateriais, independentes, em pleno progresso e que habitamos o universo. Nessa trajetória de crescimento, necessitamos de experiências que nos permitam desenvolver nossa inteligência e os valores morais que nos tornarão pessoas melhores. assim, Deus nos dá a oportunidade de vivenciar situações em diversos planos, e hoje estamos num deles: o plano material ou o mundo físico.
A Doutrina dos Espíritos nos ensina sobre nossa natureza espiritual e nos explica, dentre muitos outros temas, que essas etapas de crescimentos são ininterruptas e todos passaremos por elas. As reencarnações, ou voltar à carne, são uma das etapas de que necessitamos e elas nos oferecem, por exemplo, limitações para agir, já que nosso corpo físico não pode fazer tudo o que desejamos, exigindo de nós esforço e dedicação às tarefas do nosso dia-a-dia; aprendemos a conviver em grupo com pessoas diferentes, seja em nossos lares, escola, trabalho, etc, e isso nos permite compreender essas diferenças, desenvolver a solidariedade, aprender uns com os outros, enfim, as relações sociais nos faz ver que todos estamos crescendo juntos; necessitamos de trabalhar para ter uma vida menos sofrida, basta ver o progresso das nossas ciências e a evolução do planeta; estudamos para compreender as leis naturais que controlam nosso mundo, como leis científicas, sociais, morais, afetivas, dentre tantas... É dessa forma que evoluímos.
O que vale destacar nesse processo de aprendizado é que, estando encarnados ou desencarnados, os seres não deixam de se relacionar uns com os outros, pois estamos sempre aprendendo e ensinando, todos contribuindo de alguma forma para que nos melhoremos a cada dia. Ao contrário do que nos ensinam as religiões tradicionais, não deixamos de existir após a morte do corpo físico nem nos afastamos para todo sempre das pessoas que permanecem nessa jornada física. O que nos ensinam os próprios Espíritos é que os dois mundos, físico e espiritual, influenciam-se o tempo todo, seja de forma positiva ou não. Aqueles conceitos de Céu e Inferno ou Anjos e Demônios devem ser modificados em nossas mentes. Ao compreendermos que todos nós, do mais evoluído ao mais imperfeito, somos filhos de Deus e que todos um dia seremos perfeitos diante Dele, começaremos a ver o mundo de uma forma diferente. Um dia aprenderemos a amar uns aos outros, conforme nos ensinou Jesus, mas, para isso, temos também que aprender a viver de forma diferente.
Vamos falar um pouco sobre esses seres.Esse nosso planeta ainda é composto, em sua grande maioria, de Espíritos ainda imperfeitos, e nós fazemos parte desse grupo. Ainda somos egoístas, orgulhosos, vaidosos, temos em nós sentimentos ainda ruins, como inveja, ciúme, raiva... São poucos os seres que se destacam por serem amorosos e que estão sempre trabalhando pelo próximo fazendo renúncias e fazendo de tudo para aliviar as dores e angústias de quem sofre. Vemos, assim, por sermos a maioria ainda imperfeita, que o mundo está cheio de misérias, guerras, crimes, pessoas se odiando dentro de seus lares ou na proporção de grandes nações. Esse, infelizmente, ainda é o retrato do nosso mundo.
Quando começamos a pensar em como seria o mundo espiritual, quem são os seres que lá habitam ou o que eles fazem, por ainda termos dificuldade para aceitar essa continuidade da vida, achamos que eles são diferentes de nós e que estão longe do nosso mundo. Na verdade, nosso mundo físico é o reflexo do mundo invisível. conforme nos dizem os Espíritos, numa linguagem simbólica, ninguém vira santo ou demônio depois de desencarnar. Isso quer dizer que seremos exatamente os mesmos que somos hoje, porém, vivendo num plano diferente, mas sem deixar de estar próximos dos encarnados. Se temos um bom caráter, tentaremos ajudar aqueles que estão tentando aprender e a crescer espiritualmente; se temos um mau caráter, faremos o oposto, tentando atrapalhar ou causar sofrimento de todo o tipo.
Os Espíritos estão e estarão ao nosso lado por diversos motivos:
Por ligações do passado - assim como no presente, quando convivemos com outras pessoas, vamos estabelecendo relações de amor ou ódio com elas, sempre de acordo com nosso modo de ser, criando amigos ou inimigos. Os amigos vêm nos auxiliar nos dando bons conselhos, nos estimulando nos momentos de fraqueza, nos inspirando para que realizemos nossas tarefas da melhor forma, enfim, estão sempre visando nosso bem. Já os inimigos, por ainda não terem a capacidade de nos perdoar por nossos erros, desejam nos cobrar por algum sofrimento que lhes causamos, pagando "na mesma moeda". Certamente, esse é um grande atraso para ambos, mas há situações em que nossa razão não tem capacidade de ver as conseqüências desses atos, mas apenas o sentimento desequilibrado nos conduz; a sede de vingança é muito mais forte que a força do perdão.
Sintonia de pensamento: esse é um outro motivo que atrai os Espíritos para nós. Como já dissemos, somos permanentemente influenciados pelos Espíritos que se encontram desencarnados. Essas influências podem vir como as mais sublimes inspirações ou as mais tenebrosas sugestões. As que perceberemos serão aquelas com as quais nos sintonizamos. Sempre fazemos aquela comparação de que somos como rádios e nos sintonizamos com as mais diversas estações através de nossas antenas. Nossas antenas, nesse caso, são nossas mentes e as ondas que emitimos são os pensamentos e são emitidos constantemente por todo o universo visível e invisível. Quando, através deles, encontramos um pensamento semelhante, criamos um elo de sintonia e influenciamos e/ou somos influenciados por eles. Assim, somos alvo de todo o tipo de Espíritos o tempo todo. se pensamos positivamente, teremos ao nosso lado Espíritos que alimentarão essa vontade de crescer e evoluir. Se negativamente, como sentimentos inferiores (tristeza, depressão, violência, medo, ódio, inveja, maldade, etc), teremos uma legião de seres nos alimentando da mesma forma. Os vícios também têm seu poder de atração. Drogas, álcool, sexualidade, jogos, alimentação, enfim, essas tendências sempre serão um instrumento que atrairão seres que se comprazem com essas fraquezas.
Bem, M., vamos agora esclarecer um ponto importantíssimo a você. Conforme nos orientam os Espíritos, todos nós, sem exceção, podemos perceber essa influência, seja vendo, ouvindo, sentindo, sonhando, pensando em sintonia, incorporando, dentre muitas outras formas, porém, nem todos tem essa percepção do mundo espiritual. Allan Kardec, o codificador do Espiritismo (organizador das respostas dos Espíritos), nos fala sobre esses indivíduos que são mais sensíveis: são os médiuns. Todos somos médiuns, mas falaremos daqueles cuja capacidade de perceber é mais ostensiva. A mediunidade não é um dom especial ou um castigo, ao contrário, é uma faculdade que essas pessoas têm de se comunicar com o mundo espiritual. É como se fosse um idioma que elas dominam e podem se comunicar com outros povos. O uso e o efeito que ela terá sobre essas pessoas depende delas, mesmas, conforme seu caráter, seus sentimentos ou pensamentos. Seja ela uma bênção ou um martírio, a mediunidade tem o objetivo de nos educar mentalmente, já que ela nos permite escolher quem serão nossos parceiros espirituais. Com vigilância, trabalho e estudo enobrecedores ao espírito, podemos nos manter sempre protegidos das influências negativas. Mais uma vez, nós somos os únicos responsáveis pelas conexões que estabelecemos com o mundo espiritual.
Para compreender melhor esse tema, que é profundo e não temos como esclarecer de uma só vez nesse e-mail, oferecemos um material interessante para seu estudo e aprendizado. Abaixo, inserimos um trecho do livro "Mediunidade - Caminho para ser feliz - Suely Caldas Schubert, cuja leitura (do livro) te traria muitos esclarecimentos.
Assista a três vídeos que também te ajudarão. No site http://www.virtual.espiridigi.net/- seção Estudos - Multimídia > Vídeos, veja:
- Revista Informação - Reencarnação
- Revista Informação - O fenômeno Mediúnico-
Programas Espíritas - Terceira Revelação - 20 - Influências Espirituais
M., a mediunidade deve ser educada através do estudo para seu esclarecimento e, se possível, da prática saudável e bem orientada. Te orientaremos quanto a algumas medidas iniciais para que você se tranqüilize, mas será necessário uma rotina mais específica para você.
Sugerimos fazer a Reunião do Evangelho no Lar para que não somente você, mas todos da família, e auxiliares, possam receber os seus benefícios, que envolvem todo o ambiente doméstico, inclusive envolvendo nossos irmãos da espiritualidade. Caso não seja possível fazer em família, você poderá realizá-lo sozinha, mesmo, mas sempre respeitando a freqüência desse trabalho.
Segundo Emmanuel, Espírito, não devemos esquecer a necessidade de trazer o Cristo para o cenário de amor onde nos refugiamos.
É um trabalho simples. Escolhemos alguns minutos por semana e nos reunimos com todos aqueles que vivem conosco, para o aprendizado das lições de Jesus. Recomendável seja feito esse estudo no mesmo dia da semana e horário. Iniciamos com uma prece espontânea, abrimos uma página do Evangelho e lemos, em voz alta, alguns trechos, comentando-os em seguida. Os companheiros participantes devem expor suas dúvidas, seus temores e dificuldades. Através da conversação edificante produzida, os benfeitores da espiritualidade superior "distribuirão a todos idéias e forças, em nome do Cristo, para que horizontes novos iluminem o espírito de cada um."

Sugerimos, também, que procure um centro espírita próximo a sua residência para receber a orientação necessária à sua educação mediúnica. É importante diferenciar uma casa espírita das outras casas religiosas que assim se intitulam. Todos os Centros Espíritas seguem as orientações de Allan Kardec e devem estar filiados na Federação Espírita de seu Estado. No Espiritismo não há rituais, cerimônias, trajes, velas, incensos, símbolos, nada além do estudo, do trabalho mediúnico e das atividades de assistência ao próximo necessitado. Com o esclarecimento, os efeitos da mediunidade desequilibrada começarão a ser menos ostensivos, te trazendo a tranqüilidade que você deseja. Igualmente a participação em atividades de caridade, de ajuda ao próximo, proporciona a higiene mental necessária à nossa renovação.
Acima de todas essas orientações, está a prece. Através dela, com o sentimento sincero de amor, estaremos em harmonia com nosso Pai Maior, que nos ajudará em todas as nossas necessidades. Mentalize sua família, seus amigos e, em especial, esses irmãos desencarnados que estão ao seu lado. Faça uma prece sincera pela manhã e ao deitar-se, mas esteja sempre com os pensamentos elevados. Procure cultivar o hábito da oração e manter-se em vigilância, no pensamento, no falar e no agir.

Caso não possa freqüentar um grupo de estudos e trabalhos numa casa Espírita,oferecemos o convite para participar de nossas atividades na Internet (estudos, palestras, vibrações e Atendimento Fraterno):
- Pelo paltalk, conheça as salas de estudos em áudio-conferência através do site http://www.virtual.espiridigi.net/. Todas as sextas-feiras, temos a sala Espiritismo Net Jovem, às 21h, categoria Brazil - subcategoria: Central&South America/
Esperamos ter ajudado, M.
Estamos por aqui à disposição para te auxiliar no que for necessário.
Fique com Deus e um abraço,
André
Equipe Net Jovem
Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Artigo: A Juventude no Centro Espírita

Tantas e tantas vezes se ouve falar que os jovens herdarão o mundo. Não há certeza maior que essa, afinal, não há gerações perpétuas.

Seja em um pequeno núcleo familiar, em uma empresa ou em altos postos de governos, não há como impedir que o tempo siga seu curso pelo simples desejo de se manter indefinidamente numa posição. Ao contrário, as gerações se sucedem como parte da Lei Natural de Deus (Lei do Progresso), renovando-se constantemente, dando continuidade ao trabalho que foi construído e desenvolvido por seus antecessores. As sementes plantadas florescerão em cada nova primavera, perpetuando a espécie conforme a herança transmitida aos seus genes.

Não há como e nem deve ser esquecida a juventude espírita quando se fala de sucessão do mundo e, mais especificamente, da direção de uma Casa Espírita. Herdeiros dos ensinamentos e responsáveis pela continuidade do trabalho já concretizado, as crianças e os jovens que participam dos grupos de evangelização e mocidades espíritas devem ser preparados para a participação nas atividades dentro da instituição da qual são integrantes. Até aqui, esse raciocínio está de acordo com o entendimento comum. Entretanto, a questão é: na realidade, como os jovens espíritas estão sendo tratados por seus dirigentes?

Não é raro observar Centros Espíritas que, embora mantenham ativos seus núcleos doutrinários direcionados aos jovens, não os integram nas atividades práticas oferecidas acreditando que, ou ainda não estão capacitados para o entendimento da orientação pública, ou não levam jeito para participar dos diversos trabalhos desenvolvidos.

Certa vez, fomos consultados por um dirigente de mocidade que pedia orientação sobre a melhor forma de integrar os jovens de seu grupo nas atividades da casa. A princípio, tal solicitação pode parecer estranha, mas o problema é muito mais comum do que se imagina. Exemplos são muitos, que citamos: a escolha dos horários dos encontros diferentes do chamado "horário nobre" das atividades da casa; ausência nos trabalhos direcionados ao público (atendimento fraterno, cura, reuniões públicas, etc); atividades assistenciais; enfim, os jovens são apartados desses importantes momentos da prática espírita simplesmente por não serem valorizados ou estarem desacreditados de seu precioso potencial.

Dentro do trabalho de divulgação, as mocidades e grupos de evangelização até são convocados para apoio, como grupos teatrais, musicais e artes em geral, corais, dentre outros, mas, ainda sim, não é dada ao jovem a oportunidade de sentir-se integrante ativo dos trabalhos institucionais.

Um problema que se vê com freqüência dentro dos grupos juvenis é o desinteresse pelas aulas puramente teóricas dos postulados doutrinários. A evasão torna-se cada vez maior devido ao estímulo do mundo exterior, que apresenta-se mais atrativo, forçando os dirigentes a serem mais criativos no entretenimento para prender a atenção dos jovens, esquecendo-se que estes desejam, mais que a diversão e malabarismos, a valorização de seu potencial, a exploração dos novos ambientes e a superação dos desafios, "em uma palavra", como sempre diz Kardec, desejam ser sempre úteis e mais produtivos.

Nos dias atuais, os jovens conquistam cada vez mais direitos que lhes permitem expressar sua opinião perante a sociedade – na área política, educacional, familiar, econômica, dentre outras –, pois, diferentemente do passado, apresentam-se mais conscientes e ativos. Sendo assim, por quê não ouvi-los e trabalhar com eles e colocá-los dentro dos ambientes espíritas? Eis o desafio aos dirigentes.

Charles Darwin, naturalista britânico do século XIX, falava sobre a evolução das espécies, onde cada novo ser, pela influência do meio e necessidade de adaptação a ele, desenvolvia características próprias para que sobrevivesse e se reproduzisse no novo ambiente. Assim como os seres estudados pelo notório observador, os jovens também são novos seres que vão renovando os padrões do meio em que vivem trazendo idéias e vigor para a realização de novos empreendimentos.

Sob a aparência frágil e dependente, há na juventude espíritos imortais, dotados de personalidade, maturidade, intelecto e tendências que devem ser estimuladas, direcionadas e, principalmente, aproveitadas para que o mundo e a instituição não sejam apenas herdados, mas transformados e renovados por esse potencial que espera sua vez para se fazer ouvir.

(André Luiz Rodrigues - enviado pelo autor e publicado também no jornal sobre jovens espíritas – Fala Meu! - SP)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O jovem como voluntário : Algumas dicas pegas do portal do voluntário

Protagonismo Juvenil é a participação do jovem em atividades que vão além de seu dia-a-dia e de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, a vida comunitária e a sociedade em sentido mais amplo.
Nesse contexto, o voluntariado surge como uma opção para a transformação do jovem em protagonista, capaz de escolher, decidir, agir, assumir responsabilidades.
Fonte: publicação do Programa de Formação de Adolescentes Voluntários, de Vilma de Souza


A importância do trabalho de cada voluntário

Nos bairros e comunidades, nos grupos de auto-ajuda e nos clubes, nas igrejas, nas associações culturais e esportivas, nas instituições sociais e nas empresas, um número imenso de pessoas ajudam umas às outras e ajudam a quem está em situação mais difícil. Ao doarem sua energia e sua generosidade, os voluntários estão respondendo a um impulso humano básico: o desejo de ajudar, de colaborar, de compartilhar alegrias, de aliviar sofrimentos, de melhorar a qualidade da vida em comum.
Compaixão e solidariedade, altruísmo e responsabilidade são sentimentos profundamente humanos e são também virtudes cívicas. Ao nos preocuparmos com a sorte dos outros, ao nos mobilizarmos por causas de interesse social e comunitário, estabelecemos laços de solidariedade e confiança mútua que nos protegem em tempos de crise, que tornam a sociedade mais unida e fazem de cada um de nós um ser humano melhor.
Pelos benefícios que traz para o próprio voluntário, para as pessoas com quem o voluntário se relaciona, para a comunidade e a sociedade como um todo, é que o voluntariado merece ser valorizado, apoiado, divulgado e fortalecido.

10 dicas sobre voluntariado:

1. Todos podem ser voluntários
Não é só quem é especialista em alguma coisa que pode ser voluntário. Todas as pessoas capacidades, habilidades e dons. O que cada um faz bem pode fazer bem a alguém.
2. Voluntariado é uma relação humana, rica e solidária
Não é uma atividade fria, racional e impessoal. É relação de pessoa a pessoa, oportunidade de se fazer amigos, viver novas experiências, conhecer outras realidades.
3. Trabalho voluntário é uma via de mão dupla
O voluntário doa sua energia e criatividade mas ganha em troca contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de aprender coisas novas, satisfação de se sentir útil.
4. Voluntariado é ação
Não é preciso pedir licença a ninguém antes de começar a agir. Quem quer, vai e faz.
5. Voluntariado é escolha
Não há hierarquia de prioridades. As formas de ação são tão variadas quanto as necessidades da comunidade e a criatividade do voluntário.
6. Cada um é voluntário a seu modo
Não há fórmulas nem modelos a serem seguidos. Alguns voluntários são capazes, por si mesmos, de olhar em volta, arregaçar as mangas e agir. Outros preferem atuar em grupo, juntando os vizinhos, amigos ou colegas de trabalho. Por vezes é uma instituição inteira que se mobiliza, seja ela um clube de serviços, uma igreja, uma entidade beneficente ou uma empresa.
7. Voluntariado é compromisso
Cada um contribui na medida de suas possibilidades mas cada compromisso assumido é para ser cumprido. Uns têm mais tempo livre, outros só dispõem de algumas poucas horas por semana. Alguns sabem exatamente onde ou com quem querem trabalhar. Outros estão prontos a ajudar no que for preciso, onde a necessidade é mais urgente.
8. Voluntariado é uma ação duradoura e com qualidade
Sua função não é de tapar buracos e compensar carências. A ação voluntária contribui para ajudar pessoas em dificuldade, resolver problemas, melhorar a qualidade de vida da comunidade.
9. Voluntariado é uma ferramenta de inclusão social
Todos têm o direito de ser voluntários. As energias, recursos e competências de crianças, jovens, pessoas portadoras de deficiência, idosos e aposentados podem e devem ser mobilizadas.
10. Voluntariado é um hábito do coração e uma virtude cívica
É algo que vem de dentro da gente e faz bem aos outros. No voluntariado todos ganham: o voluntário, aquele com quem o voluntário trabalha, a comunidade.
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Para saber mais é só acessar o portal do voluntário:
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Lembramos que os trabalhos dentro da Casa Espírita também são voluntariado.

Para Reflexão: Deixando Escapar uma Grande Garota

Você nunca perde amando.
Sempre perde deixando de amar.
Bárbara de Angelis
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Nunca vou me esquecer do dia em que vi pela primeira vez a garota dos meus sonhos. O nome dela era Susie Summers.

Seus olhos estavam sempre brilhando, cheios de entusiasmo, e seu lindo sorriso fazia as pessoas que o recebiam (especialmente os rapazes) se sentirem muito, muito especiais.

Apesar de sua beleza incrível, é do seu jeito carinhoso que eu sempre vou me lembrar. Ela realmente se importava com os outros e era uma ouvinte muito atenta. Seu senso de humor era capaz de tornar o dia mais bonito e suas palavras eram exatamente aquelas que você precisava ouvir.

Susie não era só admirada, mas genuinamente respeitada tanto pelos meninos como pelas meninas. Com tudo para ser metida, ela era extremamente modesta.

Nem é preciso dizer que Susie era o sonho de qualquer cara. Especialmente o meu. Eu a levava até a sala de aula todo dia e até almocei sozinho com ela uma vez. Nesse dia eu me senti no topo do mundo.

Eu pensava:"Ah, se eu pudesse ter uma namorada como a Susie Summers, nunca mais olharia para outra mulher."Mas eu disse a mim mesmo que uma menina assim tão maravilhosa provavelmente estava saindo com um cara muito melhor do que eu. Mesmo sendo o presidente da assoc iação dos alunos, eu simplesmente sabia que não tinha nenhuma chance.

Então, na formatura, eu disse adeus à minha primeira grande paixão.

Um ano depois, encontrei a melhor amiga dela em um shopping e almoçamos juntos. Engasgado, perguntei a ela como estava a Susie.

_ Bom, ela esqueceu você – foi a resposta.

_ Do que você está falando? – perguntei.

_ Você foi muito cruel, enrolando a Susie daquele jeito, sempre fazendo ela pensar que estava interessado. Lembra daquela vez em que você almoçou com ela? Susie ficou do lado do telefone o fim de semana inteiro. Tinha certeza de que você ia ligar convidando-a para sair.

Eu tinha tanto medo de ser rejeitado que nunca me arrisquei a dizer para ela o que sentia. E se eu tivesse convidado Susie para sair e ela tivesse dito não? Qual a pior coisa que poderia ter acontecido? Eu não teria saído com ela. Sabe de uma coisa? Eu não saí com ela de qualquer maneira. E o pior é que eu poderia ter saído.
(Schlatter, Jack. Deixando Escapar uma Grande Garota. In: Histórias para Aquecer o coração dos adolescentes. Tradução de Fernanda Rangel de Paiva Abreu. Rio de Janeiro: Sextante, 2002)
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Para refletirmos:
O texto se refere ao relacionamento afetivo. Em quantas vezes podemos estar interessados em alguém, mas o medo da rejeição acaba fazendo com que não busquemos a possibilidade de felicidade.

Mas... Também podemos olhar além do que está escrito no texto, e verificarmos nossa relação de medo diante de nossas várias relações, além da afetiva, tais como: as de amizade, as de trabalho, as de estudo...

E, ainda, também, podemos nos verificar perante nosso medo de agir para a concretização de nossos sonhos, objetivos, ideais, diversos.

E, diante de todas essas possibilidades, podemos nos perguntar: _ Qual a pior coisa que poderia (ou poderá) me acontecer?

Se formos bem sinceros conosco mesmo, veremos que o mínimo que poderá nos acontecer é não dar certo aquilo que tentamos. E se refletirmos mais um cadinho, verificaremos que, quando não tentamos, permanecemos na existência do 'não' (não recebi o sim dela/dele; não realizei meu sonho de...; não tive sucesso na realização desse ou daquele objetivo...).

Mas... Se tentarmos, se agirmos, verificaremos que temos a possibilidade de receber o 'sim', do dar certo, do realizar.

Assim, é importante sairmos em busca de nossos sonhos(seja de realização afetiva, seja estudantil, seja profissional, seja qual seja).
Mas, também é importante, termos conosco que eles, os sonhos, são apenas o primeiro passo e não são nada sem nossa pró-atividade em direção a realizá-lo. Temos que ter força de vontade e acreditar que somos capazes de realizá-los.

E, claro, antes de sairmos como uns loucos para realizá-los, é importante pensarmos bem se é um sonho que vale a pena investir.

Lembrando que nós temos todos um sonho em comum, que está no topo do topo dos sonhos: A felicidade. Aquela real, que virá com a evolução do Espírito.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pergunta Feita : Quero mais informações sobre Espiritismo...

Pergunta Feita: Na verdade quero mais informações sobre o espiritismo, estou interessada, não sou espirita , mas quero me tornar , mas quero ter mais conhecimento...
Acho muito intessante este assunto e acredito
(J. - 16 anos)
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Resposta dada:

Olá!

Muita paz !

O Espiritismo é uma doutrina que traz reflexões a respeito da vida terrena, da vida espiritual e a relação que há entre as duas. Requer um estudo profundo e contínuo para ser bem assimilado, um trabalho sério de modificação pessoal e a aplicação de seus ensinamentos na prática do bem e da cariedade.

Inicialmente, recomendamos que assista aos vídeos (Revista Informação) contidos no site www.espiridigi.net/videos, que trazem de forma clara e resumida os princípios doutrinários. Assista na seguinte ordem:

- Por que Espiritismo?- A Filosofia Espírita- A Moral Espírita- A Prática Espírita- O Fenômeno Mediúnico- Sobre a Morte e o Morrer- Reencarnação- As Obras Básicas - O Princípio

Os demais do site também serão bem instrutivos.

Assista também:

- www.virtual.espiridigi.net - seção Multimídia > vídeos
Programas Espíritas- Terceira Revelação - 21 - Doutrina Espírita- Terceira Revelação - 06 - A mediunidade ao longo da história- Terceira Revelação - 08 - Mediunidade

- DVD - "Espiritismo - De Kardec aos dias atuais"

Depois, num Centro Espírita de sua região, sendo possível, que participe das reuniões da mocidade espírita para estudar e participar das atividades oferecidas pelo grupo.

Oferecemos, também, o convite para participar dos nossos estudos na Internet. Conheça o Paltalk: www.espiridigi.net/paltalk . No programa, acesse a categoria "Central & South America" - subcategoria "Brazil", sala Espiritismo Net Jovem - Todas às sextas-feiras, 21h.

Uma outra forma de conhecer a Doutrina Espírita é através de leituras. Leia, por exemplo:

O Principiante Espírita - Allan Kardec
Doutrina Espírita para Principiantes - Luís Hu Rivas - http://www.shop.com.br/cgi-bin/loja.pl?loja=132&pedido=25313532&acao=DT&prod_id=77239&dep=1897&secao=5971&pagina=&passo=&qtd=&formapag=&nome=&email=&cep=&tem=&css=44&erro_pag=&erro_cad=&erro_cep=&busca=&pag=&lista=&erro_lista=&teste=0&marca=&variacao=&comparar_prd=&comparar_sec=5971&ordem=&filtro=&gar=&ano=&dias=&linha=&coluna=&marca_int=

Qualquer dúvida, escreva-nos. Um abraço,
André

Equipe Net Jovem

Dúvidas e Sugestões: www.cvdee.org.br/netjovem.asp
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O que é Espiritismo?

DOUTRINA ESPÍRITA ou ESPIRITISMO
O que é?

* É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

* “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)

* “O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)

O que revela?

* Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.

* Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.

Sua abrangência?

* Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.

* Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.

Seus ensinos fundamentais?

* Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

* O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

* Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

* No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

* Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

* O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

* Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

* Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

* Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

* Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

* Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.

* Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

* As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

* Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

* A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.

* O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.

* A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

* A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.

* A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

Dica Legal : O Livro dos Espíritos para a Juventude

Título: O Livro dos Espíritos para a Juventude
Autor: Eliseu Rigonatti
Editora: Pensamento

Sinopse: É O Livro dos Espíritos escrito em forma de anotações e conversa familiar.

O Livro dos Espíritos para a Juventude conversado em família traz uma forma simples, poética, mas que nos coloca todos os ensinamentos contido em O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec, buscando levar esclarecimento consciente das orientações espíritas. Facilitando nossa compreensão.

Lembrando sempre, claro, que em toda leitura que fazemos precisamos utilizar nosso raciocínio e reflexão!
*
Convidamos você também a nos escrever sobre algum livro que tenha lido e achado legal, para colocarmos em nossa Dica Legal! Esperamos você!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sem idade para amar


Você já se apaixonou por alguém mais velho? Isso pode ser mais comum do que você pensa


Foto: Getty Images

Se apaixonar por alguém mais velho pode ser difícil. Mas acontece bastante. Mallu Magalhães que o diga. Recentemente a cantora teen, de 16 anos, levantou uma grande polêmica na mídia ao anunciar o namoro com o ex-vocalista do Los Hermanos, Marcelo Camello, de 30. Questionamentos e julgamentos públicos foram inevitáveis.

Por quê um trintão estaria com uma adolescente? Como será que foi a reação dos pais da garota? Afinal de contas, quando a diferença de idade é muito grande, como é que os apaixonados e (suas famílias) podem lidar com a situação e continuar com a pessoa amada?

À primeira vista

Quem nunca ficou a fim de alguém mais velho que atire a primeira pedra. No colégio, sempre há aquela pessoa de algumas séries acima, que desperta as mais animadas expectativas (e que geralmente nem sabe o seu nome). Mas o que acontece quando a paixão platônica vira realidade?

*Amanda tem 19 anos. Seu namorado, 27. Tudo começou com uma situação bastante comum. A quedinha de uma aluna pelo seu professor (nesse caso, de informática). Ao contrário do que a maioria das pessoas possa pensar, quem iniciou a relação foi a garota. "Eu que cheguei nele, mas tinha muito medo. A cabeça dele é totalmente diferente. Não curto menino da minha idade. Tudo pra eles é novidade, mesmo que não assumam. O cara mais velho tem aquela coisa protetora", diz Amanda.

A jovem afirma que não rolou preconceito por parte das famílias. O maior receio de represálias, na verdade, vem dos amigos de seu próprio namorado. "Foi difícil contar para o meu pai, mas só porque ele era meu professor. Não sofri nenhum preconceito por conta da idade. Acho que se vier alguma restrição vai ser de alguma turma mais velha, de amigos dele".

Segundo a psicóloga Cristina Godoy, atrações como essas são justificadas pelas relações familiares. "Acontece muito o jovem buscar reproduzir no namorado a imagem do pai ou da mãe". Em sua opinião, para os mais jovens, é preciso ter cuidado para não se anular, entendendo que o(a) namorado(a) está vivendo um momento diferente. "É possível ocorrer um sentimento de ter uma vida pobre em relação a do outro, que pode trazer insegurança e baixa auto-estima, uma vez que o parceiro mais velho pode minimizar o momento em que o outro vive".

Choque de gerações

Às vezes o namoro pode trazer um conflito entre as idades. No caso de *Sabrina, de 16 anos, foi amor à primeira vista pelo amigo do irmão, que hoje tem 36 e é pai de um garoto de 14. Entre os prós e contras da relação, ela destaca a experiência, que pode vir para o melhor e para o pior. "Ele é muito experiente, gosta de me mimar. Mas às vezes pode ser meio careta e ciumento demais. No final ele me respeita muito mais que os anteriores. Meninos mais novos não ligam para isso, não tem comparação".

Foto: Getty Images

De acordo com Sabrina, a família não interfere no relacionamento, no qual enxergam algo passageiro. Mas embora tudo esteja bem no namoro, ela observa uma tensão de gerações inevitável, principalmente no seu contato com o filho do namorado. "Eles acham que é perda de tempo, mas não interferem. A família dele também me aceita bem. Mas o filho dele é quase da minha idade. Já tive problemas com isso, porque ele tem ciúmes dele comigo. Parece loucura, mas ele sente isso", completa Sabrina.

Sem crise

Em qualquer situação de namoros com grandes diferenças de idade, um dos momentos mais difíceis é anunciar o relacionamento em casa. Para não rolar maiores problemas e tensões desnecessárias, é preciso haver o diálogo aberto de ambas as partes. A dica vale para pais e filhos. Afinal, é necessário aceitar que os coroas têm o direito de se preocupar com sua vida amorosa. A sinceridade é o melhor modo de se estabelecer um laço de comunicação, que facilita a compreensão e confiança na suas escolhas, como explica a psicóloga.

"Esconder nunca é o melhor caminho. O melhor é o jovem comunicar aos seus pais e tentar mostrar-lhes o lado bom. Permitir que conheçam o parceiro e que quebrem possíveis preconceitos. Mas se os pais criticam com base em fatos reais, talvez seja uma boa idéia ouvir o que eles têm a dizer. É importante se lembrar que o amor é cego, e para quem esta de fora é sempre mais fácil perceber o que esta se passando", conclui.

* Os nomes foram alterados a pedido dos entrevistados.

Colaborou

Cristina Godoy
(11) 8133-9103 / 3852-5603
 
 

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Como psicóloga sempre compreendi esta questão, pelo aspecto do desenvolvimento emocional do indivíduo, onde as mulheres amadurecem emocionalmente mais cedo que os homens. Mas será que apenas isto é levado em conta quando uma jovem ou um jovem se apaixona por alguém mais velho?

 

O espiritismo nos amplia a compreensão desta questão, de uma forma tão profunda e lógica, que nos proporciona a possibilidade de rever muitas crenças e conceitos, que mantemos e alimentamos durante séculos. A reencarnação é um destes conceitos chave.

 

Nosso corpo físico é como uma roupa, um equipamento que utilizamos para viver e sobreviver neste planeta. A idade do corpo indica apenas há quanto tempo aquele espírito está reencarnado na Terra. Somos todos muito mais velhos do que nossa idade física atual. Aquele que possui a idade corporal maior pode ser um espírito mais jovem do que aquele que apresenta uma idade corporal menor.

 

É claro que podem existir aspectos psicológicos que vão influenciar na escolha amorosa por uma pessoa mais velha, mas até que ponto elas serão a causa da escolha? Não podemos deixar de pensar na Lei da Conservação, que para alguns é um instinto puramente mecânico e para outros é racional. Todos nós devemos colaborar nos desígnios da Providência, pois a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres (questão 703 do O Livro dos Espíritos). Então, para uma jovem, escolher um homem mais maduro, que possa lhe oferecer certa segurança e estabilidade, que possa de certa forma garantir a sobrevivência dos filhos, parece ser uma escolha lógica e racional.

 

Mas lembremos também, que na maioria das vezes escolhemos espíritos simpáticos, que já conhecemos de outras experiências terrenas ou não, muitas vezes escolhemos espíritos que são nossos devedores, ou a quem devemos algo. Uma união amorosa é sempre uma prova, às vezes uma expiação e na maioria das vezes foi escolhida e planejada por ambos, na erraticidade.

 

Viver esta experiência, com suas dificuldades, com os preconceitos que surgem, dependendo do local onde ocorre e como ocorre, é sempre uma prova necessária ao progresso dos espíritos envolvidos direta ou indiretamente. Todos nós estamos aqui para aprender, para desenvolver as virtudes, para aprendermos a nos relacionar com o próximo e desta forma progredir espiritualmente.

 

A idade cronológica do indivíduo é bem menos importante do que a intenção de se estabelecer uma união amorosa. Relacionar-se com um homem mais velho, buscando garantia emocional ou econômica é bem diferente de se relacionar por ter se apaixonado por este homem. A intenção sempre demonstra o caráter da pessoa e somente a consciência de cada um conhece as verdadeiras intenções de uma pessoa.

 

(Claudia Cardamone é psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.)