sábado, 20 de julho de 2013

Mensagem: Acerca de ti

Acerca de ti
As vezes, uma vaga melancolia assedia o teu coração, principalmente quando analisas teus esforços em direção ao bem e ao progresso. Quando isto ocorre, deixas, então, que o desanimo tome conta de ti, passando a enxergar a tua vida com as cores carregadas.
Tu te julgas com extrema severidade.
Acalma-te.
Quando Jesus te convidou a caminhar não te perguntou se eras bom, se eras forte e perfeito; se praticavas o perdão, se usavas de justiça para com o teu semelhante.
Não te fez nenhuma exigência, apenas convidou-te a segui-Lo. E, como conforto para todos nós, assegurou-nos de que não vinha para os sãos, mas sim para os doentes.
Verifica que fazes parte destes enfermos para os quais o Cristo veio.
Não te deixes dominar pelo desalento, julgando-te com rigor.
Usa, para contigo, justiça e bom senso, lógica e a compreensão que advém do auto-conhecimento.
Todavia, é importante compreenderes que és passível de falhas, quedas e erros, mas, é igualmente importante saberes que te é licito o reerguimento e a correção, uma vez que ainda estás a caminho.
Recorda que a pedra anônima, escondida na estrutura do edifício é, aparentemente, sem importância, mas sem ela não haveria solidez na construção.
Também tu és a pedra incógnita e humilde na estrutura da vida, mas, sem ti, talvez ruísse o edifício da tua família, por exemplo.
Luta contra esse mal insidioso que é a melancolia e o desânimo. São ervas daninhas que tendem a proliferar, levando-te em passos rápidos à depressão obsidiante.
Regula tuas atividades.
Estimula-te ao bem; aprecia teus próprios valores, aperfeiçoando-os para a vida futura mesmo.
E, enquanto te supres de auto-estima, corrige, ao mesmo tempo, os erros que detectares, lutando contra eles, combatendo-os, paciente e diligentemente.
Enriquece-te com a palavra de Jesus, confiando n' Ele e em ti.
Não subestimes teus valores e méritos nem desmereças os teus esforços. Persevera, praticando a nobre moral cristã do Evangelho, construindo em ti defesas salutares e conceitos sadios acerca de ti mesmo, afastando de ti a tristeza e a melancolia, filhas espúrias da frustração e do desamor.
 
Lar Espírita Chico Xavier - Psicografado por Vera Cohim pelo Espírito Amélia

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Semana Espírita de Montes Claros, MG, acontece em julho


A 31ª edição do evento será realizada de 20 a 27 de julho de 2013, na Escola Estadual Professor Plínio Ribeiro, com palestras e seminários em torno do tema central “Reencarnação – Lei Natural da Vida”. A entrada é franca.
As palestras acontecerão diariamente, às 20h, e abordarão os seguintes assuntos: "A reencarnação e a evolução bio-psico-sócio-espiritual do ser", "Reencarnação e desigualdades sociais", "Gestação - psiquismo fetal e influências materno-fetais", "Reencarnação e educação moral", "A reencarnação e as religiões", "Reencarnação e justiça divina", "Reencarnação e evolução do amor" e "Em busca do significado da vida".
Os seminários estão programados para os dias 21 e 27, das 8h30min às 12h30min, com os temas "Reencarnação e Programação Espiritual" e "Reencarnação e Relacionamentos Afetivos".
Marcel Mariano, André Siqueira, Emerson Pedersoli, Cleber Flores, Ruth Salgado, Abigail Guimarães, Geraldo Campetti e Carlos Campetti são os palestrantes convidados.
Outras informações podem ser obtidas em http://amedemontesclaros.blogspot.com.br ou pelos telefones (38) 8806-5557, (38) 8829-0363 ou (38) 9992-1786.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ser ‘um pouco psicopata’ no trabalho melhora desempenho, diz psicólogo

Ser ‘um pouco psicopata’ no trabalho melhora desempenho, diz psicólogo

Tim BowlerBBC News
 
Para muitos de nós, psicopatas são seres perigosos que, armados com facas, deveriam passar o resto de seus dias atrás das grades.
O especialista em psicologia experimental da Universidade de Oxford Kevin Dutton pensa diferente. Para ele, ao contrário do que reza o imaginário popular, podemos aprender – e muito – com eles.
"É verdade que, quando psicólogos como eu usam a palavra 'psicopata', imagens de serial killers como Ted Bundy (que estuprou e matou mais de 30 meninas e mulheres nos Estados Unidos nos anos 70) logo vêm à mente de todo mundo", diz Dutton.
No entanto, ele argumenta que todo mundo pode se beneficiar ao ser mais implacável, destemido, autoconfiante, focado, frio, charmoso ou carismático, traços que podem ser exacerbados em psicopatas.
Para Dutton, nenhuma dessas características é um problema por si só. O perigo, acrescenta ele, ocorre quando "todos esses traços ficam muito pronunciados, gerando disfunções".
"Não estou glamourizando a figura do psicopata", destaca Dutton, "porque essas pessoas acabaram com a vida de muitas outras".
Em seu novo livro, intitulado The Wisdom of Psychopats ("A Sabedoria dos Psicopatas"), ele diz que a adoção de algumas das características dos psicopatas podem nos ajudar a melhorar o nosso desempenho no trabalho.
Psicopatas, por exemplo, tendem a não adiar tarefas ou mesmo levar os problemas profissionais para o campo pessoal, "além de não exigirem tanto de si mesmo quando as coisas dão errado", afirma Dutton.
"Se alguém quer um aumento de salário, é normal ficar um pouco ansioso para pedi-lo. Em outras palavras: O que pode acontecer comigo se meu pleito não for aceito ou o que meu chefe vai pensar de mim"?
"Bem, tenha fé em seu potencial e vá adiante. Não se apegue aos seus defeitos, apenas às suas virtudes".
"Ao fazer isso, você se torna mais confiante, e tem mais chances de conseguir o que quer".

Carreira
Até a falta de empatia com os outros – comum entre alguns psicopatas – pode ser útil em algumas profissões.
"Imagine que você tenha a capacidade para ser um bom cirurgião – mas não consegue se desvencilhar emocionalmente da pessoa que você está operando", disse Dutton.
"Um cirurgião me disse certa vez que quando o médico começa a ver o paciente como um parente próximo ou um amigo, está andando numa espécie de 'corda-bamba' emocional".
"Os vitoriosos – ou os mais predispostos ao sucesso - serão aqueles que conseguem estabelecer uma distância sentimental dos seus pacientes".
Pessoas com essas características são mais adaptadas para trabalhar especialmente em cargos de chefia ou de muita importância, como CEOs, advogados ou até jornalistas.
Políticos também costumam revelar alguns traços marcantes de psicopatas.
"Políticos de sucesso precisam não ter remorso ao implementar políticas impopulares, muitas vezes, em desacordo com alguns setores da sociedade", disse Dutton.
"Se você pensar dessa forma, o político de maior sucesso é alguém que sabe dizer o que a população está pensando".
"Eles são brilhantes em se embrenhar no imaginário coletivo, são como assaltantes psicopatas".

Outro lado
No entanto, outros psicólogos estimam que a psicopatia atinja apenas 1% da população total e descrevem a visão de Dutton como "muito generalista".
"É errado descrever essas pessoas como psicopatas – isso é uma definição clínica", disse à BBC o professor Cary Cooper, da Lancaster University Management School.
"Eles não vão matar ninguém – mas indiretamente podem causar perigo às pessoas porque são tão focados no seu próprio sucesso e, ao mesmo tempo, totalmente abstraídos das necessidades dos outros".
"Trata-se, na prática, de um estilo de gerenciamento 'abrasivo', uma espécie de bullying."

Sem escrúpulos
Especialistas alertam que, embora a preocupação consigo mesmo em detrimento com os colegas possa trazer ganhos de curto prazo, tal comportamento pode criar problemas para as empresas no futuro.
"Normalmente essas pessoas têm um desempenho excelente, mas a equipe sofre muito", disse Jonny Gifford, especialista do Chartered Institute of Personnel and Development (CIPD).
É importante perceber que sempre haverá pessoas que "queiram puxar o tapete" das outras dentro das organizações, disse ele. Do ponto de vista da companhia, acrescenta Gifford, o segredo é saber controlar esse tipo de comportamento, de forma que tais funcionários não coloquem em risco o ambiente de trabalho com suas ações.
Porém, para Dutton, às vezes a crueldade e a falta de compaixão é justamente o que um chefe precisa ter para controlar uma grande empresa.
"Imagine se você detém as competências financeiras e estratégias para um cargo de chefia, mas carece de crueldade suficiente para demitir funcionários que não sejam pró-ativos, ou não possui a frieza necessária para atravessar um período de maus resultados, você nunca vai chegar a nenhum posto de comando, ou vai?"
Mas para aqueles que acreditam que possam ter um chefe sem tendências psicopatas, o especialista dá um conselho.
"Se o seu chefe costuma pisar nos subordinados ou usa todos os meios possíveis para impressionar quem está acima dele, é hora de buscar um novo emprego".
Notícia publicada na BBC Brasil, em 22 de maio de 2013.

André Henrique de Siqueira* comenta
No final do século XVIII, Franz Joseph Gall, médico alemão, desenvolveu uma teoria de que o comportamento humano é determinado por vinte e sete diferentes "faculdades", cada uma localizada em uma parte específica do cérebro. Para Gall, a estrutura do crânio poderia indicar quais destas tendências foram desenvolvidas e quais foram atrofiadas. Deste modo, surgia a frenologia, um conceito popular no século XIX, de que seria possível determinar o comportamento de qualquer indivíduo em particular observando-se a sua estrutura corporal. Segundo a Teoria de Gall, das vinte e sete faculdades, três estavam ligadas ao comportamento criminoso, se fossem altamente desenvolvidas: a ganância, o que poderia levar ao roubo, o instinto de auto-defesa, o que poderia levar a brigas violentas, e o "instinto carnívoro", que poderia levar ao assassinato (TILLER, 2012). Em geral, Gall ajudou a popularizar a ideia de que muitos criminosos cometeram seus crimes como resultado de propensões inatas (Wetzell, 2000, pp 17-18, 19).
Em um magnífico levantamento sobre o compartamento psicopata, Tiller (2012) define que:
"A psicopatia é uma condição psicológica em que o indivíduo mostra uma profunda falta de empatia para com os sentimentos dos outros, a vontade de se envolver em comportamento imoral e anti-social, para os ganhos de curto prazo, e de extremo egocentrismo. Psicopatas não têm a resposta de medo vivida pela maioria de nós para as potenciais consequências negativas de comportamento criminoso ou de risco e são relativamente insensíveis ao castigo. Em geral, eles tendem a não modificar seus comportamentos egocêntricos mesmo quando aplicadas sanções penais ou sociais. Em conjunto com a sua insensível movimentação incessante de cuidar de si mesmos, os psicopatas são predadores, e qualquer um que possa alimentar a sua necessidade no momento é uma presa em potencial." (tradução livre)
É dentro deste estudo sobre uma Revisão da Psicopatia (TILLER, 2012) que podemos analisar um pouco mais detalhamente o problema. Deste elucitativo estudo, podemos destacar alguns pontos importantes, que passamos a revisar.
O conceito de psicopatia é muito diverso entre os autores. J. C. Pritchard, um médico inglês (1835), define a psicopatia como uma "insanidade moral" causada por dois tipos de insanidade: a que afeta o intelecto e a que afeta a emoção e a vontade (Tiller, 2013). Cesar Lombroso, criminologista e médico italiano (1876), em seu livro L'uomo delinquente (homem Penal), argumenta que os criminosos são caracterizados por elementos específicos no corpo - consolidadando a errônea visão da frenologia: um crânio menor com certos traços encontrados entre os animais, um corpo mais alto, orelhas em forma de alça, insensibilidade à dor, a visão aguda e canhoto (Wetzell, 2000, p. 29).
Hare (1993, p. 2) define que a psicopatia é "(...) um mistério escuro com implicações surpreendentes para a sociedade", e compreende que o problema é na realidade "uma complexa - e mal compreendida - interação entre fatores biológicos e forças sociais". (p. 174)
Na atualidade, é comum considerar a psicopatia como uma manifestação de uma Disordem de Personalidade Antisocial (do inglês Antisocial Peronality Disorder - ASPD) (GURLEY, 2009). De um modo geral, a sociopatia é caracterizada pela prevalência de ao menos três dos seguintes fatores (TILLER, 2013):
(1) a não conformidade às normas sociais com relação a comportamentos lícitos;
(2) dissimulação compulsiva, como indicado por constantes mentiras, uso habitual de pseudônimos para esconder a própria identidade, a prática de dissimulação para obter lucro ou prazer;
(3) impulsividade ou hábito de planejar o futuro;
(4) irritabilidade e agressividade constantes, indicadas por repetidos episódios de lutas corporais ou agressões;
(5) desrespeito imprudente pela segurança própria ou de terceiros;
(6) irresponsabilidade constante, indicada por falhas repetidas para manter uma conduta consistente ou honrar obrigações sociais;
(7) falta de remorso, indicada por comportamento indiferente ou pela constante racionalização em situações em que pode ter ferido, maltratado ou roubado.
De um modo geral a psicopatia pode ser caracterizada pela prevalência de dois fatores:
(a) Fator 1: uso egoísta, insensível e implacável de outros - consideradas como características afetivas e interpessoais;
(b) Fator 2: relacionamentos cronicamente instáveis e estilo de vida anti-social; desvio social - considerados como estilo de vida e comportamento anti-social.
Estudos recentes sobre a psicopatia (HARE, 2003, NEUMANN, HARE, e NEWMAN, 2007) tratam-na dentro de quatro grandes categorias, chamados fatores:
- Fator 1) A dimensão interpessoal: Os psicopatas caracterizam-se por um estilo pessoal que pretende manipular as outras pessoas para alcançarem seus interesses pessoais. Apresentam uma personalidade egocêntrica e uma grande frieza emocional denotando insensibildade às emoções alheias.
- Fator 2) A dimensão afetiva: O comportamento de indivíduos com traços psicopáticos freqüentemente sugere que eles são menos impactados por experiências emocionais do que os outros.
- Fator 3) A Dimensão Estilo de Vida: Pessoas com traços psicopáticos tendem a negligenciar seus compromissos e responsabilidades para os outros. Constumam decidir-se a mudar de parceiro ou de emprego sob a égide da impulsividade e constumam agir de maneiras que parecem destruir suas próprias prioridades.
- Fator 4) A dimensão anti-social: A atitude anti-social do psicopata não está diretamente associada com um comportamento criminoso, mas com comportamento anti-social precoce, versátil e persistente que, muitas vezes, é extremamente angustiante e frustrante para outros. De um modo geral, acredita-se que os indivíduos com características psicopáticas são mais propensos do que outros a cometer crimes, incluindo crimes violentos.
Pode-se observar que o estudo de Tiller (2012) descreve a psicopatia como um problema de ordem biológica, social e psicológica.
À luz destas considerações, é estranhável que o especialista em psicologia experimental da Universidade de Oxford, Kevin Dutton, afirme que "todo mundo pode se beneficiar ao ser mais implacável, destemido, autoconfiante, focado, frio, charmoso ou carismático, traços que podem ser exacerbados em psicopatas". (Bowler, 2013) Longe de recomendar um comportamento psicopata, o eminente psicólogo argumenta que alguns traços de personalidade, geralmente atribuídos aos psicopatas, poderiam auxiliar as pessoas a enfrentarem os desafios do dia-a-dia. Ele trata do assunto em seu livro The Widsom of Psichopath: What Saints, Spies, and Serial Killers Can Teach Us About Success - "A Sabedoria dos Psicopatas: o que santos, espiões e assasinos podem nos ensinar sobre o sucesso" - (DUTTON, 2012). A visão de Dutton é de que é preciso desenvolver uma certa dose de distanciamento. O uso do termo psicopata nem de longe está associado ao comportamento anti-social que os estudos diagnosticam. Assim, pode-se compreender o uso do termo como uma provocação da propaganda, mais do que um uso técnico. Em todo caso, está por trás da proposta uma visão estranha acerca do sucesso e que caracteriza muito bem o mito da Vitória na sociedade atual: feliz é o egoísta!
Não podemos corroborar com a visão de Dutton. O ser humano é um animal social. As mais notáveis características de nossa personalidade estão relacionadas à capacidade que desenvolvemos para compreender o próximo e compartilhar com ele as emoções e entendimentos. O novo livro de Leonard Mlodinow, famoso físico que trabalhou com Stephen Hawkings, argumenta que as mais profundas habilidades da inteligência humana foram desenvolvidas pela capacidade de perceber e interagir com os outros. (MLODNOW, 2013)
A mensagem espírita nos convida à prática da caridade, o resultado da aplicação do conceito de justiça e da sensibilidade verdadeira construída pelo amor. E a caridade é a prática da benevolência que percebe o outro, sente as suas necessidade e age em prol do bem estar comum. A mensagem cristã, consubstanciada na doutrina espírita, reflete sobre a importância de manter-se com o próximo uma relação de igualdade. Esta mensagem não é mera recomendação dogmática. É o reconhecimento de que somos o que somos dado a presença do outro. É através do próximo que nos distinguimos como nós mesmos. É pela cooperação com os outros que desenvolvemos nossas habilidades de pensar e de sentir. É através dos outros que construímos a nossa felicidade, tanto alargando o nosso entendimento como refinando a nossa sensibilidade.
Recomendar uma conduta psicopata é, de fato, o sinal de que nossa cultura social padece de uma grave doença: o egoísmo. É contra isto que o Espíritismo aplica seus intrumentos de esclarecimento e de sensibilização. A nossa felicidade não está em alcançarmos o Sucesso. Nossa felicidade esta em nós, e precisa do outro.

Referências:
- Wetzell, R. F. Inventing the criminal: A history of German criminology, 1880-1945. Chapel Hill: The University of North Carolina Press. 2000;
- Tiller, C. Review of Psychopathy. On-Line: 2012. Disponível em <http://www.positivedisintegration.com/psychopathy.htm>, acessado em 28/06/2013;
- Hare, R. D. Without conscience: The disturbing world of the psychopaths among us. New York: Pocket Books. 1993;
- Gurley, J R. A history of changes to the criminal personality in the DSM, History of Psychology, 12(4), 285-304. 2009;
- Neumann, C. S., Hare, R. D., & Newman, J. P. The super-ordinate nature of the Psychopathy Checklist-Revised. Journal of Personality Disorders, 21(2), 102-117. doi: 10.1521/pedi.2007.21.2.102. 2007;
- Bowler, T. Ser ‘um pouco psicopata’ no trabalho melhora desempenho. On-Line: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130521_psicopatas_ trabalho_lgb.shtml?s>, acessado em 28/06/2013;
- DUTTON, K. The Widsom of Psihopath: What Saints, Spies, and Serial Killers Can Teach Us About Success. New York: Scientific American / Farrar, Straus and Giroux: 2012;
- Mlodinow, L. Subliminar - Como o Inconsciente Influencia Nossas Vidas. Zahar Ed: 2013.
* André Henrique de Siqueira é bacharel em ciência da computação, professor e espírita.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Você sabia?!

VOCÊ SABIA...
Quando o Espírito reencarna, ele esquece o que aconteceu em seu passado, em outras encarnações.
Esse esquecimento é importante para que ele procure aprender, trabalhar e progredir sem se preocupar com o que já passou... sem olhar para trás

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Revista Espírita

Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
Terceiro Ano – 1860
Março
 
Estudos sobre o Espírito de
pessoas vivas
 
Revista Espírita, março de 1860
Ditado do Sr. Cauviére.
 
Meus bons amigos, eu estou tão feliz em poder conversar um pouco convosco que quero vos
dar um conselho, não a vós particularmente que sois crentes, mas àqueles cuja fé ainda é
vacilante, ou que não a têm ainda e a repelem. Que não posso ver aqui todos os meus
colegas vivos, que não creram em mim, é verdade; entretanto, eu lhes diria que quando vivo,
repeli com veemência a verdade, embora eu a sentisse no fundo de meu coração. A maioria
dentre eles fazem como eu: por um falso amor-próprio, não querem convir no que às vezes
sentem; erram, porque a indecisão tez sofrer na Terra, sobretudo no momento de deixá-la.
Instruí-vos, Pois; sede de boa fé, sereis assim mais felizes em vossa vida bem como no
mundo onde estou agora. Se quiserdes, virei, algumas vezes, conversar convosco.
CAUVIÈRE.
 
Ditado do Sr. Vignal.
Por que a astronomia, e que nos importa o tempo que gastará uma bala de canhão para
percorrer a distância que existe entre a Terra e o Sol? Assim raciocinam pessoas honestas
que não vêem outro resultado, nas ciências, senão a aplicação que dela podem fazer à
indústria ou ao seu bem-estar; mas sem a astronomia, qual razão teríeis para adotar antes o
admirável sistema que nos foi desenvolvido, que tal ou tal outro posto em dia ao nosso redor
por Espíritos ignorantes ou ciumentos?
Se a Terra fosse, como se acreditou por muito tempo, o ponto central do Universo; se os
numerosos sóis que povoam o espaço não fossem senão pontos brilhantes fixos numa
abóbada de cristal, qual razão teríamos para admitir o passado e o futuro do Espírito? A
astronomia, ao contrário, vem nos demonstrar que a vida planetária que circula ao redor de
nosso sol, é refletida ao redor de todos aqueles que compõem a nebulosa da qual o nosso
mundo faz parte; que todos esses planetas estão organizados de maneira diferentes uns dos
outros, e que, conseqüentemente, as condições de vida neles não são as mesmas. Sois então
conduzidos a vos perguntarem, se Deus criou instantaneamente e para cada corpo, o Espírito
que deve animá-lo, por qual razão não teria achado justo de criá-lo aqui antes que ali, antes
na Terra que num outro mundo, e antes numa condição que numa outra.
Uma lógica inflexível vos conduz, pois, a admitir como a expressão da maior verdade, a
habitabilidade dos mundos, a preexistência das almas e a reencarnação.
A astronomia é, pois, útil, uma vez que vos coloca em condições de receberem o esboço de
sublimes verdades que se desenvolverão, para vós, em conseqüência do progresso que o
Espiritismo terá, e a própria ciência; porque, com a ajuda da indústria, ela está chamada a
vos fazer descobrir muitas outras maravilhas que aquelas que apenas podeis entrever:
doravante a astronomia e a teologia são irmãs e vão caminhar de mãos dadas.
VIGNAL, por Arago.
 
Senhorita Indermuhle.
SURDA-MUDA DE NASCENÇA, IDADE DE TRINTA E DOIS ANOS, VIVA, MORANDO EM BERNA.
(Sessão de 10 de fevereiro de 1860.)
1. (A São Luís.) Podemos entrar em comunicação com o Espírito da senhorita Indermuhle? -
R. Vós o podeis.
2. Evocação. - R. Estou aqui, e o afirmo em nome de Deus.
3. (A São Luís.)Quereis nos dizer se o Espírito que respondeu foi mesmo o da senhorita
Indermuhle? - R. Posso afirmá-lo e vos afirmo; mas sois mais avançadas que ela, e crede
que, se for útil que um outro responda em seu lugar, isso seja embaraçador? A afirmação vos
prova que ela está aqui; cabe a vós assegurar-vos uma boa comunicação pela natureza e o
móvel das vossas perguntas.
3. Sabeis bem onde estais neste momento? - R. Perfeitamente; credes que disso não fui
instruída?
4. Como ocorre que possais nos responder aqui, enquanto o vosso corpo está na Suíça? - R.
Porque não é meu corpo que vos responde; de resto, ele está perfeitamente incapaz, vós o
sabeis.
5. Que faz o vosso corpo neste momento? - R. Ele dorme.
6. Ele está com boa saúde? - R. Excelente.
Nota. O irmão da senhorita Indermuhle, que está presente, confirma que com efeito ela está
com boa saúde.
7. Quanto tempo gastastes para vir da Suíça até aqui? - R. Um tempo inapreciável para vós.
8. Vistes o caminho que percorrestes para vir aqui? - R. Não.
9. Estais surpresa por vos encontrardes nesta reunião? - R. Minha primeira resposta vos
prova que não.
10. O que ocorreria se o vosso corpo viesse a despertar enquanto nos falais? - R. Ali eu
estaria.
11. Há entre o vosso Espírito, que está aqui, e o vosso corpo que está lá embaixo, um laço
qualquer? - R. Sim, sem isto quem me advertiria que devo nele reentrar?
12. Vede-nos bem distintamente? - R. Sim, perfeitamente.
13. Compreendeis que podeis nos ver, e que nós não podemos vos ver? - R. Mas sem dúvida.
14. Ouvis o ruído que faço neste momento batendo? R-Eu não sou surda aqui.
15. Como disso vos dais conta, uma vez que não tendes, para comparação, a lembrança do
ruído no estado de vigília? - R. Eu não nasci ontem.
Nota. A lembrança da sensação do ruído vinha-lhe de existências onde ela não era surda.
Esta resposta é perfeitamente lógica.
16. Ouvis a música com prazer? - R. Com tanto mais prazer como isto há muito tempo não
me ocorre; cantai-me, pois, alguma coisa.
17. Lamentamos não poder fazê-lo neste momento, e que não haja aqui um instrumento
para vos proporcionar este prazer; mas nos parece que vosso Espírito, libertando-se todos os
dias durante o sono, deveis transportai-vos para lugares onde possais ouvir a música? - R.
Isto me acontece bastante raramente.
18. Como podeis nos responder em francês, uma vez que estais na Alemanha, e que não
sabeis a nossa língua? - R. O pensamento não tem língua; eu o comunico ao guia do
médium, que o traduz na língua que lhe é familiar.
19. Qual é esse guia do qual falais? - R. Seu Espírito familiar; é sempre assim que recebeis as
comunicações de Espíritos estranhos, e é assim que os Espíritos falam todas as línguas.
Nota. - Deste modo as respostas não nos chegam, freqüentemente, senão de terceira mão; o
Espírito interrogado transmite o pensamento ao Espírito familiar, este ao médium, e o
médium o traduz pela escrita ou pela palavra; ora, o médium, podendo estar assistido por
Espíritos mais ou menos bons, isto explica como, em muitas circunstâncias, o pensamento do
Espírito interrogado pode ser alterado; também São Luís disse, em começando, que a
presença do Espírito evocado não basta sempre para assegurar a integridade das respostas.
Cabe-nos apreciá-las, e julgar se são lógicas e em relação com a natureza do Espírito. De
resto, segundo a senhorita Indermuhle, esta tripla fileira não ocorreria senão para os
Espíritos estrangeiros.
20. Qual é a causa da enfermidade que vos afeta? - R. Uma causa voluntária.
21. Por qual singularidade vossos seis irmãos e irmãs sofrem da mesma enfermidade? - R.
Pelas mesmas causas que eu.
22. Assim, foi voluntariamente que todos vós escolhestes essa prova; pensamos que esta
reunião, numa mesma família, deveria ter ocorrido tendo em vista uma prova para os
parentes; esta razão é boa? - R. Ela aproxima da verdade.
23. Vedes aqui o vosso irmão? - R. Bela pergunta!
24. Estais contente por vê-lo? - A mesma resposta.
Nota. Sabe-se que os Espíritos não gostam de repetir; nossa linguagem é tão lenta para eles
que evitam tudo o que lhes pareça inútil. Está aí um ponto que caracteriza os Espíritos sérios;
os Espíritos levianos, zombeteiros, obsessores e pseudo-sábios, frequentemente, são
verbosos e prolixos; como os homens que carecem de fundo, eles falam para nada dizerem;
as palavras tomam o lugar dos pensamentos, e creem imporem-se por frases redundantes e
um estilo pedante.
25. Quereis dizer-lhe alguma coisa? - R. Peço-lhe receber a expressão dos meus sinceros
agradecimentos pelo bom pensamento que teve ao me chamar aqui onde me encontro, muito
feliz, em contato com os bons Espíritos, se bem que, entretanto, vejo alguns que não valem
muito; com eles ganharei em instrução, e não esquecerei o que lhes devo.
(enviado por JoellSilva, via email)