sábado, 31 de maio de 2014

Dica de livro

Juventude Interrompida – relatos e alertas de jovens do além

Release: Nesta obra, temas atuais como aborto, transtornos alimentares e de imagem corporal, suicídio, acidentes, fatalidades, violência doméstica e uso de drogas, são tratados na visão de jovens que desencarnaram precocemente, vitimas de si mesmos, e que retornam através da mediunidade para nos contar a sua história. Cada tema e relato é analisado por estudiosos e educadores da infância e da juventude, de forma a afirmar a grandiosa oportunidade de crescimento, maturidade e progresso que a juventude propicia, à luz do conhecimento espírita. Um livro feito de alertas, esperança e jovialidade, de um e outro lado da vida.

 

Sobre o medo

O medo paralisa nossa vontade e, sem vontade,
perdemos a fé em nós mesmos e na vida.
Estamos neste mundo maravilhoso, para aprender a sermos felizes e o caminho é o AMOR.
Que todos os corações possam sentir esta vibração de força que vem do Pai e nos dá sustentação nesta caminhada. 
— Gotas de Paz

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. IV – Itens 12 a 17
Tema:  Ressurreição e reencarnação (continuação)
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A - Texto de Apoio:

12. Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes. (ISAÍAS, cap. XXVI, v. 19.)

13. E também muito explícita esta passagem de lsaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo." Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão.

14. Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? -Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha mutação. (JOB, cap. XIV, v. 10,14. Tradução de Le Maistre de Sacy.)

Quando o homem morre, perde toda a sua força. expira. Depois, onde está ele? -Se o homem morre, viverá de novo? Esperarei todos os dias de meu combate, até que venha alguma mutação? (ID. Tradução protestante de Osterwald.)

Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. (ID. Versão da Igreja grega.)

15. Nessas três versões, o princípio da pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor que Job haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele de certo não conhecia. "Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de novo?" A idéia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que isso é possível: "Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei, porquanto a ela voltarei", ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão claro, como se alguém dissesse: "Saio de minha casa, mas a ela tornarei.".

"Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que se dê a minha mutação." Job, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega, esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência: "Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela voltarei." Job como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar.

16. Não há, pois, duvidar de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo. Um dia, porém, suas palavras, quando forem meditadas sem idéias preconcebidas, reconhecer-se-ão autorizadas quanto a esse ponto, bem como em relação a muitos outros.

17. A essa autoridade, do ponto de vista religioso, se adita, do ponto de vista filosófico, a das provas que resultam da observação dos fatos. Quando se trata de remontar dos efeitos às causas, a reencarnação surge como de necessidade absoluta, como condição inerente à Humanidade; numa palavra: como lei da Natureza. Pelos seus resultados, ela se evidencia, de modo, por assim dizer, material, da mesma forma que o motor oculto se revela pelo movimento. Só ela pode dizer ao homem donde ele vem, para onde vai, por que está na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as aparentes injustiças que a vida apresenta. (1)

(1) Veja-se, para os desenvolvimentos do dogma da reencarnação, O Livro dos Espíritos, caps. IV e V; O que é o Espiritismo, cap. II, por Allan Kardec; Pluralidade das Existências, por PEZZANI.

Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, são ininteligíveis, em sua maioria, as máximas do Evangelho, razão por que hão dado lugar a tão contraditórias interpretações. Está nesse princípio a chave que lhes restituirá o sentido verdadeiro.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Como entender a passagem de Isaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo"?

2 – Os judeus acreditavam no princípio da reencarnação? Explique.

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

E, aí! Já leu?!

 

OESEEstudos

EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO ORIENTACOES PARA O ESTUDO

Código: FEB647

Autor: ANTONIO CESAR P. CARVALHO
Assunto/Idade: PESQUISA/ESTUDO
Idioma: PORTUGUÊS
Páginas: 212
Edição: 1
Ano da edição: 2014
Dimensão: 16X23
ISBN: 978-85-7328-916-9
Cód. Barras: 9788573289169
Em 2014, comemoramos os 150 anos de lançamento de O evangelho segundo o espiritismo. Para facilitar a sua leitura, está obra vem cumprir a nobre missão de ser um roteiro que auxiliará o leitor a estudar e refletir sobre a essência do ensino moral de Jesus servindo, também como abrigo aos adptos de todas as religiões.
Resultado do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho (NEPE), acentua a importância do conhecimento bíblico
analisado sob a fascinante trajetória e exemplo de Jesus, guia e modelo para a humanidade.
Destaca a contribuição de Allan Kardec para a fundamentação cristã do espiritismo, reforçada pelas obras psicografadas
por Francisco Cândido Xavier.
Com o estudo seguro do Evangelho, o leitor se motivará a trabalhar incessantemente no bem por concluir que as Leis Divinas o
conduzirão a Deus.

I

Trocando ideia: Você acha que ...

Oi, Turma.
Um amigo nosso postou no face um vídeo, que nos chamou a atenção para os vários assuntos que poderíamos tratar.
Aguardamos sua opinião, colocação, exposição para trocarmos ideia sobre os assuntos nele tratados.
Abraços e beijos




O vídeo vc pode assistir aqui:





A matéria colocada no face e disponibilizada na internet é:

Você acha que ela arrasaria no pole dance? Os jurados também acharam não, mas olha o que aconteceu…

  
Julgamos demais as pessoas pela aparência, como diz o ditado “Não julgue um livro pela capa”, assim deveríamos ser. A vida vai sempre nos surpreendendo e nos fazendo a olhar mais o interior das pessoas…

Emma Haslam, tem 27 anos de idade e resolveu participar do Britain’s Got Talent. Por sua aparência muitos pensariam que ela seria incapaz, mas eis que ela prova que não há limites para onde se quer chegar…

vídeo aqui:

Pasmem! É a vida nos ensinando que jamais podemos julgar um livro pela capa! Regaçou..!!!


quinta-feira, 29 de maio de 2014

As duas faces do caráter

As duas faces do caráter

Todo mundo mente de vez em quando. Diariamente convivemos com sentimentos nobres e condenáveis. Dependendo do contexto, qualquer pessoa pode ser desonesta, dizem psicólogos e pesquisas.

Por Camilo Gomide

Diariamente nos deparamos com noticiários de casos de fraudes, golpes, corrupção e toda sorte de escândalos. A não ser que sejamos um dos acusados, a tendência é nos revoltarmos com essas situações. Abalada por sucessivos escândalos, a sociedade está se tornando cada vez mais intolerante e menos indulgente com a desonestidade – o que é bom, mas também é ruim. Ninguém mais acredita em “pecadores arrependidos”.

A análise superficial costuma enquadrar as pessoas envolvidas em atos de desonestidade como as “maçãs podres” do barril. Entretanto, na prática, vivemos batalhando contra a tentação do comportamento incorreto, mas vantajoso, de modo similar ao de banqueiros e políticos pegos em escândalo. Pequenos atos de desonestidade são comuns, sobretudo quando o risco de ser descoberto é pequeno, como em infrações de trânsito ou na obtenção de vantagens no Imposto de Renda.

O que já é senso comum ganhou respaldo com pesquisas recentes de psicólogos e sociólogos comportamentais, que revelam que todos estamos a um passo de cometer deslizes morais o tempo todo. Ao contrário do que imaginamos, atos desonestos não são, necessariamente, cometidos por pessoas sem escrúpulos, mas por pessoas menos escrupulosas. O comportamento escandaloso está apenas a alguns degraus de condescendência do comportamento normal. O problema maior é que os pequenos delitos levam aos grandes escândalos. Muitos crimes derivam da autoindulgência continuada.

O psicólogo Dan Ariely, da Universidade de Duke, nos EUA, aplicou testes de honestidade em 30 mil pessoas. Com dinâmicas diferentes, os testes permitiam aos participantes embolsar pequenas quantias de dinheiro ilegalmente. No fim do experimento, Ariely identificou 12 grandes trapaceiros que desviaram quantias maiores – US$ 150 no total, somados. Mas o que chamou a atenção foi o número de pequenos trapaceiros que roubaram pequenas quantidades: 18 mil pessoas embolsaram um total de U$ 36 mil – um prejuízo bem maior do que o causado por algumas poucas “maçãs podres”.

“Todo mundo mente”, diz o cínico dr. House, o médico do seriado americano House interpretado pelo ator Hugh Laurie, em uma de suas máximas mais célebres, coberto de razão e, ironicamente, de sinceridade. Criamos o tempo todo, para nós e para os outros, pequenos embustes e desculpas para aliviar a consciência. Para Ariely, essa é uma consequência natural da nossa capacidade de racionalizar as coisas e os delitos. Quanto mais racionalizamos, mais relativizamos a moral – e os mais criativos costumam ser mais bem-sucedidos no processo.

Nem toda mentirinha branca descamba em megaesquemas de corrupção, mas as maiores infrações, normalmente, nascem do acúmulo de pequenos golpes. “A maioria das pessoas, quando tem a chance de trapacear, acaba sendo um pouquinho antiética. Muitos não percebem que estão se corrompendo quando acontece aos poucos. É como ir aumentando os pesos na musculação: aumentando devagar é difícil notar”, diz Francesca Gino, professora da Universidade Harvard, nos EUA, parceira de Ariely.

Bússola moral

Em um de seus estudos, Gino evoca a imagem de uma bússola para analisar o funcionamento do senso moral. Por mais que a agulha interna esteja constantemente apontando para a direção certa, são muitas as forças capazes de confundir o “aparelho”. A mais óbvia das tentações, evidentemente, é o dinheiro. Em uma experiência feita na Warwick Business School, na Inglaterra, o professor Nick Chater observou que, quando o dinheiro estava envolvido, a maioria dos alunos ficava tentada a trapacear.

No teste, uma série de imagens era apresentada aos participantes por dois segundos. Cada uma tinha, diante de si, dois recipientes quadrados lado a lado e, em cada um, havia bolinhas que variavam de quantidade de acordo com a figura proposta. Os alunos deveriam prestar atenção na quantidade de bolinhas de cada figura depositada no quadrado e apontar em qual haveria mais pontos. Mas havia um detalhe: ganhariam uma libra se indicassem o quadrado direito e dez centavos se apontassem o quadrado esquerdo, independentemente da resposta certa. Resultado: a maioria trapaceou escolhendo indiscriminadamente o da direita. Alguns o fizeram sempre, em todas as ocasiões – para ganhar uma libra.

Em outro experimento, dramatizado este ano no programa de rádio Human Zoo, da BBC, Chater propôs um jogo de perguntas e respostas permitindo a um dos grupos ter acesso ao gabarito antes de entregar as respostas – sem a supervisão da direção. Indiscutivelmente, esse foi o grupo que sempre apresentou melhores resultados. No final da experiência, a maioria dos participantes reconheceu que, quando podia, havia consultado o gabarito para melhorar o desempenho. “Caráter é um atributo importante, mas é mais uma batalha constante do que um estado mental fixo. É surpreendente o quanto nosso comportamento é flexível”, conclui Chater.

O que leva as pessoas a ceder à tentação? São muitas as variáveis, mas há boas pistas. Se por um lado estamos frequentemente sujeitos a ser desonestos, por outro apreciamos nos representar de maneira ética, com caráter nobre e reto. Isso pode levar tanto a relativizar deslizes morais quanto a realizar gestos desprendidos.

Na série de pesquisas que antecederam o livro A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade, de Dan Ariely (Editora Campus Elsevier, 2012), o pesquisador e seus colegas observaram alguns padrões. Ao contrário do que se poderia supor, o cálculo do custo-benefício de um ato desonesto não se mostrou determinante. Ou seja, pesar o quanto vale a pena trapacear sob risco de ser pego não influencia tanto. Outro dado (surpreendente) é que a quantidade de dinheiro envolvida também não entra no cálculo. As pessoas sentem-se menos mal em tomar uma lata de Coca-Cola que não lhes pertence, por exemplo, do que em roubar, em dinheiro, o valor do refrigerante. Ou seja, quanto maior a distância física do papel-moeda, maior costuma ser a tentação de tomar algo indevidamente. O dinheiro é uma evidência de desonestidade.

A atitude de terceiros – a pressão social – tem papel fundamental nas escolhas morais. Em situações criadas pelos psicólogos, o índice de trapaças aumenta quando uma pessoa do grupo (no caso um ator infiltrado) assume para os participantes estar trapaceando. E diminui quando o ator trapaceiro age como alguém de fora do grupo. “É comum observar isso em situações de guerra, quando um soldado atribui uma violação moral em seu grupo às dificuldades da situação, mas ao mesmo tempo acusa o oponente, em situação semelhante, de ter agido por falta de caráter”, afirma Ayar Shayal, psicólogo da Universidade Duke.

Maçãs podres e barris limpos

Somos maçãs vivas sujeitas a minhocas na cabeça. Se os barris não estiverem higienizados, o risco de podridão aumenta. Limpem-se as caixas e mantenham-se saudáveis as instituições, diria o óbvio ululante. Uma das recomendações práticas para reforçar a bússola do caráter é reforçar as leis e as normas. Antes de um dos testes de honestidade, por exemplo, os pesquisadores declamaram os dez mandamentos bíblicos para os participantes e os fizeram jurar sobre a Bíblia. Resultado: ninguém trapaceou, nem mesmo os ateus declarados.

Mas, então, o que explicaria casos de corrupção na Igreja, por exemplo? “Lembretes morais como os dez mandamentos podem ser muito efetivos para reduzir comportamentos desonestos. No entanto, o efeito é momentâneo e diminui com o tempo, podendo até se inverter, quando esses lembretes acabam se tornando parte integral do ambiente”, explica Shayal.

O senso moral não nasce pronto. Desenvolve-se ao longo da vida. O processo civilizatório resulta da repressão de instintos primitivos incompatíveis com a vida em sociedade. Ao longo da evolução, as espécies buscam satisfazer seus desejos, desde os mais básicos aos mais complexos. Mas em algum momento esbarram na vontade do outro. A evolução inventou a moral para administrar os instintos e viabilizar a vida social. “Somos todos formados da mesma substância interna. O desejo de poder, de ganhar e de consumir constitui sentimentos humanos”, explica Gustavo Alarcão, psiquiatra e psicanalista do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Se por um lado a racionalização e a relativização flexibilizam os valores, o mesmo processo induz a um olhar mais honesto sobre nós mesmos. “Devemos evitar generalizações entre pessoas ‘mais normais’ e ‘mais boazinhas’. Devemos prestar atenção. Tentar eleger uma classe de pessoas mais corretas do que outras é a base do sistema totalitário”, afirma Alarcão. Quem nunca mentiu atire a primeira pedra.

Notícia publicada pela Revista Planeta, em outubro de 2013.

Raphael Vivacqua Carneiro* comenta

O que as pesquisas de psicólogos e sociólogos comportamentais estão constatando cientificamente é o que o senso comum obversa, na prática, principalmente em sociedades ainda não muito maduras no processo civilizatório. A pessoa comum está constantemente submetida à tentação do comportamento incorreto, e sucumbe com frequência. Pequenos atos de desonestidade são comuns em nossa sociedade, sobretudo se o risco de serem descobertos for pequeno. Contudo, o comportamento escandaloso está apenas a alguns degraus de distância dos pequenos delitos. A autocondescendência continuada e as desculpas para aliviar a consciência fazem com que o acúmulo de pequenos desvios conduza às grandes infrações.

Ao classificar os Espíritos segundo o seu grau de adiantamento, as suas qualidades e imperfeições, a Doutrina Espírita retrata a sétima classe como aquela constituída por Espíritos neutros, isto é, nem bastante bons, nem bastante maus, pendendo tanto para um lado como para o outro, conforme as circunstâncias. Não ultrapassam a condição comum da Humanidade. Assim o é a grande maioria dos Espíritos encarnados em nosso mundo. Ao mesmo tempo, sujeitos às pequenas ou grandes tentações, mas também aos exemplos de boa conduta. Nesse oscilar entre o vício e a virtude, passam por constantes provas, até que conquistem a disposição habitual e firme para fazer o bem.

Como afirma a professora Francesca Gino, da Universidade Harvard, cada um de nós possui uma “bússola moral”, cuja agulha interna está constantemente apontando para a direção certa. Entretanto, há forças capazes de interferir nesse direcionamento, assim como a presença de um ímã é capaz de desorientar uma bússola de verdade. A metáfora da bússola moral está explícita na Doutrina Espírita, na singela resposta à questão: “Onde está escrita a lei de Deus?” Na consciência. E quais são as forças que nos desviam do caminho? São as tentações decorrentes de nossa inferioridade moral. Deus nos deu a bússola e o livre-arbítrio; cabe a nós optarmos por seguir a orientação que essa bússola nos mostra.

* Raphael Vivacqua Carneiro é engenheiro e mestre em informática. É palestrante espírita e dirigente de grupo mediúnico em Vitória, Espírito Santo. É um dos fundadores do Espiritismo.net.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Livro "Paulo e Estevão". Você já leu?

Chama-se Cristo Jesus. Sua fórmula é sagrada — continuava o tecelão, com ênfase — e destina-se a medicar, antes de tudo, a causa de todos os males. Como sabemos, todos os corpos da Terra terão de morrer. Assim, por força de leis naturais inelutàveis, jamais teremos, neste mundo, absoluta saúde física. Nosso organismo sofre a ação de todos os processos ambientes. O calor incomoda, o frio nos faz tremer, a alimentação nos modifica, os atos da vida determinam a mudança dos hábitos. Mas o Salvador nos ensina a procurar uma saúde mais real e preciosa, que é a d o espírito. Possuindo-a, teremos transformado as causas de preocupação de nossa vida, e habilitamo -nos a gozar a relativa saúde física que o mundo pode oferecer nas suas expressões transitórias. 
 
— Paulo e Estevão - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER  EMMANUEL 

Pergunta feita: É possível fazer regressão de memória? Onde se pode fazer regressão?

1) É possível fazer regressão de memória? Onde se pode fazer regressão?

- Realmente existe a possibilidade da regressão de memória, onde, através de técnicas aplicadas por um profissional habilitado, um médico ou psicólogo devidamente treinado, podemos relembrar fatos de vidas passadas. A extensão desta memória independe da sua vontade ou da vontade do profissional, visto que este mecanismo somente é liberado com a permissão da espiritualidade, pois "gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o orgulho, peando-nos em consequência, o livre-arbítrio. Para nos melhorarmos, dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta: a voz da consciência e os pendores instintivos. Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais. Nem sempre podendo honrar-nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado." Livro dos Espíritos, pergunta 394.

Hoje, temos profissionais habilitados à terapia de vidas passadas, que tem como propósito principal o alívio de determinados traumas, ou desconfortos que nos impeçam de viver saudavelmente. Em nosso portal, você poderá encontrar duas palestras virtuais, uma de Arleir Bellieny, psicólogo, terapeuta de Vida Passada, com formação em Psicologia Transpessoal e formado pela SBTVP (Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada, com sede em Campinas/SP), atuando em consultório e no Hospital Miguel Couto Rio de Janeiro/RJ - Departamento de Saúde Mental (Hipnose), e outra palestra de Henrique de Oliveira Fernandes, espírita formado na área de Psicologia, com Especialização na área de Terapia de Vida Passada, professor universitário e membro da AME-Rio (Associação Médico-Espírita do Rio de Janeiro).

Existe em todo território nacional, a Associação Médica Espírita (AME). No site da AME (http://www.amebrasil.org.br) pode-se obter mais informações, inclusive sobre congressos e cursos.

A Doutrina Espírita não estimula as pessoas a fazerem, por simples curiosidade, a Terapia Regressiva de Vidas Passadas. Mesmo os psicólogos que trabalham com regressão apenas a recomendam nos casos graves e em que não houve qualquer resultado positivo depois de usadas as terapias convencionais. Ao contrário, o Espiritismo explica as razões por que o passado é esquecido.

No Livro dos Espíritos, compilado por Allan Kardec em forma de perguntas e respostas, há uma série de questionamentos relacionados ao esquecimento do passado. Este livro foi produzido com o apoio de Espíritos Superiores, que responderam perguntas formuladas sobre diversos assuntos, abordando aspectos filosóficos, científicos e religiosos da realidade espiritual, do homem e da natureza. No site da FEB - Federação Espírita Brasileira (http://www.febnet.org.br), você poderá fazer o download do livro em questão, bem como das demais obras da codificação, e esclarecer outras possíveis dúvidas à luz da Doutrina Espírita.

Em nosso portal, você poderá fazer o download do livro em questão, bem como das demais obras da codificação, e esclarecer outras possíveis dúvidas à luz da Doutrina Espírita.

Na pergunta 393, Kardec pergunta aos Espíritos:

"393. Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe-se que as tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que as tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com justiça de Deus? E os Espíritos responderam:

“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.”"

Vide os exemplos abaixo retirados de “O Livro dos Espíritos”. Para melhor compreensão recomendamos a leitura das questões 394 a 399, do mesmo livro, de onde foram retirados esses trechos mais significativos:

“(...) No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabedoria divina? Nos mundos superiores, quando o recordá-las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos mundos inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria as infelicidades presentes? Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é perfeito e que não nos toca criticar-Lhe as obras, nem Lhe ensinar como deveria ter regulado o Universo. Gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o orgulho, peando-nos em consequência, o livre-arbítrio. Para nos melhorarmos, dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta: a voz da consciência e os pendores instintivos. Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais. Nem sempre podendo honrar-nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado. Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos acerca dos mundos superiores à Terra. Nesses mundos, onde só reina o bem, a reminiscência do passado nada tem de dolorosa. Tal a razão por que neles as criaturas se lembram da sua antecedente existência, como nos lembramos do que fizemos na véspera. Quanto à estada em mundos inferiores, não passa então, como já dissemos, de mau sonho.

"395. Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores? “Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”".

terça-feira, 27 de maio de 2014

Françoise Héritier - A tecnologia gera alienação

Françoise Héritier - A tecnologia gera alienação

Herdeira intelectual de Lévi-Strauss, a antropóloga francesa diz que os pequenos prazeres da vida foram perdidos e que os recursos modernos impedem a reflexão

por Mariana Brugger

A antropóloga francesa Françoise Héritier trilhou uma brilhante carreira acadêmica, a ponto de ter sido escolhida pelo renomado colega Claude Lévi-Strauss (1908-2009) para sucedê-lo no Collège de France. Lá, ocupou por muitos anos a cadeira de estudos comparados de sociedades africanas e tornou-se referência na área de estudos de gênero. Atualmente professora honorária, Françoise resolveu lançar-se em outra seara após receber um cartão-postal de um amigo em férias com a seguinte mensagem: “Uma semana roubada de férias na Escócia.” A frase não saía da cabeça da antropóloga. Quem estava roubando o quê? O amigo, médico e professor, entendia que estava furtando um pouco de descanso de um mundo que o devorava com tarefas e compromissos?

As reflexões acabaram virando um livro ao estilo autoajuda: “O Sal da Vida” (Valentina) – best-seller na França em 2012 que chega agora ao Brasil. A obra de 100 páginas se despe de sofisticação para falar, da maneira mais trivial possível, sobre o que é o ‘sal da vida’: não sentir culpa por se dar o direito ao descanso e de perceber os raros encantos simples da vida. Para a antropóloga, a ansiedade e o uso excessivo da tecnologia são os males do nosso tempo. Portadora de uma doença autoimune rara há 32 anos, a policondrite recidivante, que ataca todas as cartilagens do corpo e a deixou diabética, com insuficiências cardíaca e renal, e com problemas ósseos, Françoise garante que é possível ver beleza no mundo mesmo nos momentos de depressão.

Istoé - A sra. é uma antropóloga renomada e lançou um livro que se assemelha muito à autoajuda. Sentiu algum tipo de preconceito dos intelectuais?

Françoise Héritier - Ninguém falou nada para mim sobre isso, pelo contrário. Muitos amigos e pessoas que nunca vi me apoiaram e enviaram listas com as coisas que dão sabor às suas vidas. Não publiquei esse livro como antropóloga.

Istoé - O que dá sabor à vida?

Françoise Héritier - Pode ser algo extremamente ordinário, lembranças da época de criança ou coisas absolutamente pessoais. A ideia é lembrar que atravessamos a existência inundados de pequenas coisas que nos dão prazer, mas não prestamos atenção. Nosso estado civil, nossas opiniões, tudo isso forma nosso exterior e não diz nada sobre nós. São as nossas reações a essas pequenas experiências cotidianas que formam nosso interior. Embora não acredite que essas experiências comuns possam definir a personalidade das pessoas, acho que elas são fundamentais para definir a percepção de mundo que cada um tem.

Istoé - Por que paramos de prestar atenção a esses pequenos prazeres?

Françoise Héritier - Não creio que a vontade tenha sido perdida, mas, talvez, a capacidade de sentir-se realizado esteja diminuída ou até mesmo acabada. O cansaço vence muitas vezes pessoas que se encontram no sofrimento. Para outros, infelizmente, o que está em alta é o delírio da globalização e a vontade de possuir riquezas e bens materiais. Chamo isso de um “cansaço essencial” do espírito, uma renúncia.

Istoé - Como aprender a aproveitar o cotidiano?

Françoise Héritier - Com as crianças, que têm isso naturalmente – e precisamos encorajá-las a continuar assim, estimular a qualidade imaginativa delas. Perceber o que dá sabor à vida não significa esquecer dos problemas. Mesmo quando estamos infelizes podemos viver momentos memoráveis. Tudo depende da sua atitude.

Istoé - Como descobrir o que importa nos dias de hoje, quando a falta de tempo parece ser a principal queixa de todos?

Françoise Héritier - Não existe receita. É uma disposição da alma, ávida por saber aquilo que a constitui e a legitima. A presença de acontecimentos marcantes não esconde necessariamente aqueles menores. Porém, acredito que nos lembramos mais dos prazeres íntimos ou dos compartilhados com amigos do que de nossas conquistas profissionais.

Istoé - A tecnologia mudou os problemas e a maneira de enxergar o mundo?

Françoise Héritier - Os problemas fundamentais que se apresentam para os seres humanos são os mesmos. Creio no universal. A maneira de responder a esses problemas é que muda, e a maneira atual é com o uso intensivo da tecnologia. Acho que isso gera uma bestialização e uma alienação voluntárias, sem promover o fundamental, que é a busca pela emancipação do espírito.

Istoé - Onde a internet entra nesse contexto?

Françoise Héritier - Para uma pequena parte da humanidade, a mais jovem evidentemente, a internet diminui certos momentos dedicados ao pensamento e a outras atividades. Os mais velhos, como eu, não se sentem à vontade com essas tecnologias e as usam menos. Mas seria isso o que nos impede de conhecer as coisas insignificantes da vida para extrair prazer? Não, porque essa comunicação imediata e sobre o nada se tornou ela mesma um prazer. A crença de que dividimos tudo com todos o tempo todo se transformou em um grande prazer coletivo.

Istoé - Quais são os prazeres da vida com tecnologia?

Françoise Héritier - Existem alguns, mas eles são reduzidos frequentemente a experiência da primeira vez ao usar algo novo. Todo adulto se lembra do prazer ao andar de bicicleta sozinho pela primeira vez. O hábito e a saciedade fazem esse sentimento de domínio de uma atividade desaparecer muito rápido, exceto quando perdemos tempo para nos deliciarmos com aquele momento. Porém, nesse caso, mudamos o registro: não é mais o prazer de dominar a técnica, é o hedonismo que permite aproveitar um instante com todos os seus componentes.

Istoé - Faz bem se entediar?

Françoise Héritier - O tédio se tornou condenável. Mas o tédio é o motor da reflexão, da inovação, da descoberta e da contemplação. Ao nos esforçarmos para satisfazer as frustrações com auxílio das tecnologias modernas, fazemos desaparecer essas possibilidades.

Istoé - A medicação tem a função de suprir a incapacidade humana de aproveitar as pequenas alegrias da vida?

Françoise Héritier - É simplista demais responder apenas sim. As doenças mentais que levam alguém a tomar remédios psicotrópicos são dolorosas e complexas. Eu mesma tive depressões, mas, mesmo sem enxergar nada com senso de humor, elas não me impediram de manter os olhos abertos para o mundo. A psicologia em massa se tornou um recurso diante do vazio da vida, da solidão, da incompreensão. Mas não saberia estabelecer uma ligação direta entre isso e a perda da capacidade de degustar a vida.

Istoé - Qual é o símbolo mais forte da sociedade moderna?

Françoise Héritier - O símbolo mais forte é certamente o uso do Facebook e sua rede de falsos amigos, que amam todas as mesmas coisas ao mesmo tempo. Esse grande sentimento falso de pertencimento cria um mundo desmaterializado. Não ver mais as pessoas em carne e osso talvez não impeça o surgimento de laços mais fortes, mas fundir-se aos outros não significa encontrar-se. Isso constitui uma grande armadilha: a despersonalização em vez da afirmação de si.

Istoé - É a ansiedade que gera esse comportamento?

Françoise Héritier - Sem dúvida é ela que leva as pessoas para esse falso lugar de pertencimento. E aí voltamos à questão da origem da ansiedade como fenômeno maior do nosso tempo. Ela é gerada pela insegurança política e econômica, pelos relacionamentos, pelo aumento da expectativa de vida, pela necessidade incessante de proclamar que vai “dar certo” na vida, entendendo isso como a acumulação da maior quantidade de riquezas, honras e reconhecimento dos outros.

Istoé - A chegada de um novo ano suscita emoções que nos permitem criar esperanças?

Françoise Héritier - Na verdade, não. As loucuras e alegrias, familiares ou nacionais, são úteis, mas, além da excitação, elas não têm muito efeito sobre nossa estrutura interna e nossa capacidade de harmonizar a vida.

Istoé - A sra. conhece o Brasil? Acredita que o povo é tão feliz como é proclamado mundo afora?

Françoise Héritier - Já fui a algumas universidades brasileiras, mas nunca passei muito tempo no País. Não acredito que as pessoas sejam mais felizes do que em qualquer outro lugar do mundo. Me informo sobre o País pela imprensa francesa e sou sensível à questão indígena e à das favelas. Também aprecio a política do projeto Bolsa Família, que me parece excelente. Visto daqui, o Brasil parece ter encontrado boas saídas, apesar de ainda ter problemas como a falta de respeito ao direito dos indígenas, o desmatamento consentido e a importância dada à hierarquia social calcada na cor da pele.

Istoé - Por que, mesmo com tantos problemas, o brasileiro é alegre?

Françoise Héritier - Por que sorriem apesar de tudo? Porque guardam, mesmo em tempos complicados, a capacidade de aproveitar o instante, sem reservas.

Istoé - Os franceses são conhecidos por ser um povo antipático e mal-humorado. Existem povos que aproveitam mais a vida do que outros?

Françoise Héritier - Não acredito que existam povos naturalmente mais inclinados a saborear a vida. Porém, encontramos mais vontade nos povos empreendedores, jovens e ávidos por experiências. Talvez os franceses estejam muito cheios de experiências para saber como saborear a vida. Acredito que essa reputação nos foi atribuída de forma justa. Os franceses são irritadiços, estão sempre decepcionados, desinteressados, rabugentos... Atualmente, eles me decepcionam muito. Esse tipo de pobreza intelectual ao qual nos resignamos me entristece. O motivo? Nesse espírito progressista, a saciedade imediata dos desejos é colocada como prioridade no lugar da vivência de momentos inesquecíveis.

Istoé - A sra., que sucedeu Claude Lévi-Strauss, poderia imaginar como ele veria a sociedade hoje?

Françoise Héritier - Ele tinha uma visão muito pessimista do nosso mundo atual, pensava que ele faliria por conta da superpopulação e da devastação do meio ambiente. Ele via um mundo saturado de tudo: imagens, palavras, indivíduos, tecnologias... Uma espécie de “veneno interno” com efeitos nocivos e prazo de validade próximo.

Matéria publicada na Revista ISTOÉ, em 10 de janeiro de 2014.

Claudio Conti* comenta

Sem sombra de dúvidas que passamos por momentos interessantes e, também, críticos para a nossa vida como espíritos imortais que somos.

Ao mesmo tempo em que a quantidade de espíritos encarnados vem aumentando grandemente, a distância entre eles encurtada proporcionalmente com os meios de comunicação disponíveis, o ser humano desenvolveu meios para ficarem mais distanciados uns dos outros. A tecnologia, cada vez mais, simula o contato entre as pessoas e, com isso, este vai sendo substituído sem que nos apercebamos do que vem acontecendo.

A disponibilidade de informação, tanto sobre os acontecimentos importantes no mundo e que merecem atenção, quanto sobre banalidades do dia a dia sobre os considerados famosos e sobre o indivíduo comum, ocupa tempo importante que poderia ser usado de tantas outras formas.

Já tivemos oportunidade de comentar aqui no site sobre a necessidade de tempo disponível para que o indivíduo possa desenvolver sua capacidade criativa e de análise sobre os acontecimentos em sua vida. (Pesquisadora sustenta que crianças ociosas se tornam mais criativas, http://www.espiritismo.net/content,0,0,3148,0,0.html).

A busca desenfreada, por parte dos pais, em ocupar todos os momentos do dia de seus filhos com atividades, sejam elas quais forem, inclusive com a tecnologia, levam, forçosamente, ao vício. Hoje em dia, muitos dos automóveis já trazem como acessório de fábrica telas de vídeo para fins de entretenimento; "gadgets" são dados as crianças durante as refeições para se manterem entretidas; e tantos outros exemplos disponíveis, basta olhar em volta em um restaurante ou agrupamento qualquer.

Sem querer parecer saudosista, mas sendo, pois não tem como evitar, algum tempo atrás havia paisagem pelas janelas dos automóveis ou ônibus, hoje em dia há, nas grandes cidades, o engarrafamento, carros e ônibus enfileirados, parecendo não ter fim; os alimentos eram preparado em casa e, por isso, tinham um sabor específico, que hoje é denominado de "caseiro", atualmente os alimentos são comprados prontos, normalmente congelados e com sabor específico de "comida congelada".

Contudo, isto não significa que tudo era uma maravilha, muitos erros e equívocos assim como muita alienação também ocorriam. Estamos apenas contabilizando uma nova modalidade e que, em decorrência do seu surgimento, necessita ser trabalhada.

A tecnologia quando bem utilizada pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento individual e coletivo, com grande oportunidade de desenvolvimento da criatividade e grande facilitador para estudantes e professores. Donde decorre a conclusão que o verdadeiro problema é o mau uso e esta conclusão serve para tudo e todas as coisas.

O que podemos apreender do que foi dito é que esta e outras questões são dificuldades do espírito ainda ligado ao mundo de expiação e provas. Vivemos dificuldades que surgem para podermos trabalhar nossos valores. Enquanto continuarmos neste mecanismo de fuga, qualquer coisa será apenas mais um motivo.

* Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium psicógrafo e psicifônico (principalmente). Detalhes no site www.ccconti.com.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Espiritirinhas

espiritirinhas

Espero que você seja…

ESPEROQUEVCSEJA                    Ético

Joamar Zanolini Nazareth

Amigos, em uma sociedade que se baseia principalmente em valores imediatistas e materialistas, onde o “deus” riqueza tomou o coração da maior parte dos habitantes desse condomínio chamado Terra, e o consumismo e busca desenfreada do prazer hipnotizam as pessoas, que passam a acreditar que tais aparatos é que têm a capacidade de as fazerem felizes, não é de se estranhar o volume da corrupção enraizado em grande parte de nossas instituições políticas, sociais, filosóficas, e até mesmo religiosas.
O único freio eficaz contra as más atitudes está na própria criatura. Leis rigorosas, regras rígidas, paradigmas que impõem o medo, nada disso conseguirá, por si só, recolocar o trem da sociedade nos trilhos do progresso e da ampla civilidade.
Precisamos estar despertos para elementos que nos auxiliem a avaliar cada situação e suas consequências, optando por caminhos e decisões que não firam princípios que preservem o equilíbrio do senso coletivo.
Um dos mais importantes elementos é a ética, instrumento importante para que analisemos nossa conduta e façamos opções capazes de estabelecer um comportamento útil, nobre e inteligente em todos os lugares onde estejamos.
Há momentos em que devemos decidir pelo que seja certo, mesmo que esse certo represente algum prejuízo para nós.
Os grandes homens e as grandes mulheres se destacaram não pelo volume de riqueza ou pela quantidade de bens; se destacaram pela grandeza de suas ações e pela ética irretocável, apontando para um mundo justo, equilibrado e feliz.

Joamar Zanolini Nazareth

Você sabia?!

Você sabia...

 

O Espírito deve trabalhar para desenvolver e conquistar o amor e a caridade dentro de si.

Quando alguém faz o bem a outra pessoa é beneficiado com sua própria ação.