sábado, 14 de outubro de 2017

Reflexão...

"Sempre acreditei que sem estudo e disciplina, trabalho e responsabilidade, é impossível construir um futuro melhor para a comunidade humana." 

Chico Xavier (Mensagem aos Jovens)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Mensagem ao adolescente - por Paty Bolonha - qual sua opinião?

O mundo adolescente, parece ser um mundo à parte.

Os seres que o povoam são um tanto alheios a qualquer coisa e ao mesmo tempo integrados entre sí.

Tem muita música, muitos remelexos e sacolejos, aventuras, amizades inesquecíveis, carinhos e muito beijos,
Palavras de pai e mãe neste mundo só entram quando tem conveniência com o pensamento local, caso contrário são barradas logo no primeiro portal.
As "religiões" são as bandas, os ídolos, os novos games, os desafios, as modas ditadas pelas tribos que se reúnem pelas filosofias vãs e pelos protestos infundados como: " Os que não comem para não engordar", " Os que choram por tudo ", " Os que não querem trabalhar", " os que sentem-se rejeitados".
Mesmo que o trabalho seja só secar a louça ou arrumar a própria cama, tomam por tiranos aqueles que mais os amam.
Deus neste tempo é apenas Aquele que está alí para salvar em horas de desespero, desde que não lhes cobre nenhuma postura moral ou compromisso por isso, senão também não terá lugar neste terreiro.
Querem ser adultos e responsáveis pelos seus pensamentos e ações , mas basta um pequeno deslize e lá vem eles injustiçados, suplicando colo e ajuda que nem uns bebês chorões.
Querem experimentar tudo o que a vida lhes propõe, e pior é se lhes disserem não, aí sim, entram em barcos furados só para tentarem provar seus motivos e razões.
Uns mais conscientes passam por esta fase com um maior sacrifício, sem entender àqueles que estão a se jogarem nos abismos, porém estes são mais raros, pois a maioria são mesmo daqueles em total despreparo.
Espertos se oportunizam deste mundo de ilusões, aproveitando-lhes sem dó os momentos de abstrações.
O melhor antidoto para passar por isso sem maiores dores, são dos pais, que devem acompanhar sem desistir das incansáveis orientações.
Adolescência este mundinho à parte, com tantas lições, com tantos momentos lindos e emoções. Época onde cada um de nós tem vontade de volta, e saudades sempre iremos ter. E que só mais a frente é que percebemos, que foi alí naquele mundinho à parte, que muitas lições árduas recebemos e que foram elas que nos ensinaram a ser melhor e amadurecer.

(Paty Bolonha- Dedicado aos adolescentes)

Desenvolva os temas à luz da Doutrina Espírita

"Os pilotos de aviões não têm uma tarefa fácil, pois são responsáveis pelos milhares de vidas que transportam. Enquanto os passageiros se preocupam com o tempo de viagem, esses profissionais só pensam em chegar a salvo ao seu destino.
Mas o piloto de quem vamos falar hoje, para além do profissionalismo, revelou ter um coração de ouro. Chad tem comovido várias pessoas pelo mundo inteiro. Descubra o por quê abaixo!
“Às vezes, as prendas mais importantes são oferecidas inconscientemente. Comecei a verificar os instrumentos para me preparar para o último voo do dia, uma viagem curta de Atlanta para Macon. Eram 19h30, véspera de Natal, mas, em vez de estar comendo peru no jantar feito por minha mãe, estava ocupado levando outras pessoas para seus lares para encontrarem suas famílias.
Para além do barulho dos passageiros conversando, ouvi um ruído atrás de mim. Olhei para cima do meu ombro. Do lado de fora, na porta da cabine de comando, estava um garoto com cerca de 9 anos, olhando intensamente para dentro da cabine. Quando olhei, ele começou a se virar para ir embora. Eu disse: espere, venha cá!

Eu tinha a idade dele quando vi pela primeira vez o painel de um avião se iluminando como uma árvore de Natal, e mal conseguia esperar para tirar minha licença de piloto. Agora, com 24 anos e sendo Primeiro Comandante em uma companhia aérea, me perguntava se teria feito a escolha certa.
Aqui estava eu, passando meu primeiro Natal longe de casa, e o que tinha conquistando? Que marca estava deixando no mundo? Tudo o que eu fazia era apenas levar as pessoas de cidade em cidade…

O garoto entrou cuidadosamente na cabine. ‘Meu nome é Chad’, disse, estendendo minha mão. Com um sorriso tímido, ele colocou sua mão na minha. ‘Eu sou o Sam.’ Ele se virou para o assento vazio ao meu lado. ‘Esse é para o capitão?’
‘Claro, é aí que o Capitão Jim se senta.’ E eu dei toquei no tecido gasto da cadeira e disse: ‘Você gostaria de experimentar?’
Sam olhou para baixo timidamente: ‘Não sei… Quer dizer… Bem, claro, se não houver problema.’ Baixei o assento para que ele pudesse subir. O capitão amava mostrar os aparelhos do avião às crianças, mas o que ele pensaria sobre uma se sentada em seu lugar? Bem, é Natal, pensei no momento.

Dei uma olhada nos carrinhos de bagagem sendo levados para o avião, pensando nos presentes que não iria dar pessoalmente para meus pais e amigos no dia seguinte. Sam me disse que ele e sua família tinham voado de Memphis. Eu verifiquei a hora.
O capitão chegaria a qualquer minuto, mas Sam parecia tão animado que não queria acabar com a diversão dele. Dei mais uma checada no painel, contando a Sam o que cada botão fazia, e também para que servia a alavanca.
Finalmente, o Capitão Jim chegou na cabine. ‘Olá, amigo’. Ele deu um enorme sorriso para Sam. ‘Sabe, filho você pode ficar conosco por um tempo se trocar de lugar comigo.’ Sam deixou o capitão se sentar em seu lugar e eu fiz as introduções.
Nós começamos a verificar os passos necessários para iniciar a descolagem. Eu continuava pensando que o capitão iria expulsar Sam, mas o menino ainda estava espiando por cima do meu ombro quando o operador de rampa perguntou pelo rádio se estávamos prontos para ligar a primeira turbina da sequência, a número quatro.
Eu dirigi essa pergunta para o capitão, que estava estudando as previsões do tempo. ‘Eu ainda estou analisando isso aqui, vocês dois podem ir na frente e ligar.’ Eu disse ok, mas depois parei e respondi: O senhor disse “vocês dois”?
‘Sim, vão em frente.’ Olhei para o capitão, e de volta para o painel do avião. ‘Tudo bem.’ Acendi o farol vermelho do avião para sinalizar o início da descolagem. Depois, eu virei para o meu novo assistente. ‘Você já ligou um avião antes, Sam?’
Com os olhos arregalados, ele balançou a cabeça. Então, seguindo minhas instruções, Sam girou cautelosamente um botão que ligou a ignição. Depois, ele pressionou um botão tão grande quanto sua mão para ligar o motor. Finalmente, com as ambas as mãos, ele empurrou uma alavanca para introduzir o combustível. E aí, o motor começou a funcionar.
Sam largou a alavanca bem devagar e se afastou, assustado. Ele tinha ligado um avião, um bem grande. Até eu ficaria em choque ao fazer aquilo nessa idade. Eu agradeci Sam por nos ajudar. ‘Não, eu que agradeço senhor, isso foi incrível!’
Enquanto se afastava em direção ao corredor, o avião ressoava com o som do motor que ele havia ligado. ‘Tenha um feliz Natal, Sam!’, disse o capitão.

Sam estava prestes a chorar de felicidade. ‘Eu terei, senhor, eu terei. Obrigado!’ Com um último olhar para o painel do avião, ele se virou e andou pelo corredor. Depois, eu e o capitão iniciámos as outras turbinas, levantámos voo, e chegamos em Macon 40 minutos depois.
Na manhã de Natal, enquanto estávamos nos preparando para a viagem de volta para Atlanta, um dos agentes de portão entrou. ‘Gente, a mãe de uma criança veio hoje de manhã. Ela queria se certificar que agradecia a vocês por mostrarem o painel para o filho dela na noite passada. A mulher disse que ele não conseguia parar de falar sobre a cabine de comando. A senhora deixou isto para vocês.

O agente deixou uma caixa vermelha de bolachas para eles. ‘Bem, vamos ver’, disse o capitão. Ele mordeu um dos biscoitos de chocolate. Depois disso, ele abriu o bilhete preso na tampa e o leu em silêncio. Ele suspirou profundamente e se virou para mim: ‘O menino tem câncer’, e leu a nota em voz alta.
“Caros senhores,
Obrigado por deixarem o Sam ver vocês trabalharem na noite de Véspera de Natal. Ele tem câncer e fez quimioterapia em Memphis. Essa é a primeira vez que esteve em casa desde que o tratamento começou. Nós levámos o Sam de carro para o hospital, mas, como ele ama aviões, decidimos voar de volta para casa. Não sabemos se ele voltará a viajar novamente.
Os médicos dizem que Sam só deve ter alguns meses de vida. Ele sempre sonhou em se tornar um piloto de aviões. O voo de Memphis para Atlanta significou muito. Meu filho não tinha certeza se voar em um de seus “pequenos” aviões seria tão divertido, mas vocês lhe deram o melhor presente de Natal que ele poderia imaginar. Por alguns poucos minutos, seu sonho se tornou realidade graças a vocês.

Olhei para fora e vi a pista reluzente sobre o sol à nossa frente. Quando me virei de volta para Jim, ele ainda estava olhando para a nota. Uma aeromoça entrou e disse que os passageiros estavam prontos para descolagem. Ela guardou os biscoitos e nós passamos pela lista de verificação. Então, o Capitão Jim limpou a garganta e avisou: ‘Iniciando a número quatro.’
Eu queria estar em casa com meus entes queridos, trocando presentes no feriado. Mas aquele menino me mostrou que, às vezes, os presentes mais importantes são os que damos inconscientemente, e que recebemos os mais preciosos de estranhos.”
Essa é a prova de como todos nós podemos fazer a diferença, independentemente da nossa profissão. O que importa é termos um coração bom, tal como esse piloto. Compartilhe se concorda!
Fonte: Histórias com Valor


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Notícia comentada: Sentir raiva e ódio pode nos deixar felizes, aponta estudo

Katie Silver
Repórter de Saúde da BBC News


As pessoas são mais felizes quando são capazes de se expressar emocionalmente, mesmo que sejam sentimentos desagradáveis, como raiva e ódio, aponta um novo estudo.
A pesquisa foi realizada com 2,3 mil estudantes universitários de Brasil, Estados Unidos, China, Alemanha, Gana, Polônia, Israel e Cingapura.
Os cientistas questionaram os participantes sobre quais emoções eles almejavam sentir e o que de fato sentiam. Depois, compararam isso com a forma como avaliavam seus níveis de felicidade e satisfação com a vida.
Os resultados indicam que a felicidade "é mais do que simplesmente sentir prazer ou evitar dor".
Os pesquisadores descobriram que, quanto mais as pessoas têm os sentimentos que esperam, maior é sua satisfação, "mesmo que sejam emoções negativas", esclarece a líder do estudo, Maya Tamir, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel.

Felicidade em xeque

Surpreendentemente, a pesquisa aponta que 11% dos estudantes querem sentir menos emoções positivas, como amor e empatia, enquanto 10% desejam ter sentimentos negativos, como ódio e raiva.
"Se uma pessoa não sente raiva quanto lê sobre um caso de abuso infantil, ela pensa que deveria estar sentindo isso naquele momento e deseja experimentar essa emoção em ocasiões assim", explica Tamir.
A cientista também dá como exemplo uma mulher que quer deixar um parceiro abusivo e não se sente capaz de fazer isso. Ela pode considerar que seria mais feliz se o amasse menos.
Anna Alexandrova, do Instituto de Bem-estar da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, diz que a pesquisa coloca em xeque nosso conceito tradicional de felicidade como um equilíbrio entre emoções positivas e negativas.

Limitação

Mas a pesquisa tem a limitação de só incluir ódio e raiva entre os sentimentos ruins, destaca a pesquisadora.
"Ódio e raiva podem ser compatíveis com a felicidade, mas não há indícios de que outras emoções desagradáveis, como medo, culpa, tristeza e ansiedade, são", diz Alexandrova.
Tamir afirma que os resultados do estudo não se aplicam a quem tem um diagnóstico de depressão: "Pessoas assim querem se sentir mais tristes e menos felizes do que as outras".
Ela explica que a pesquisa lança uma luz sobre os aspectos negativos de se ter uma constante expectativa de ser feliz.
"Pessoas querem ser felizes o tempo todo nas culturas ocidentais. Mesmo que elas se sintam bem quase sempre, elas podem pensar que deveriam se sentir ainda melhor, o que pode torná-las menos felizes."
Notícia publicada na BBC Brasil, em 15 de agosto de 2017.

Sergio Rodrigues* comenta

A conclusão do estudo a que se refere a presente matéria pode ser considerada surpreendente. É difícil imaginar que sentimentos tão inferiores como a raiva e o ódio possam proporcionar felicidade a alguém. Somente com o auxílio que o Espiritismo nos traz acerca da imortalidade do espírito e da sua evolução constante podemos encontrar alguma explicação, ainda que sem a pretensão de justificar essa circunstância.
Ensina-nos a Doutrina que os espíritos não são iguais em qualidades morais nem intelectuais, embora o sejam na sua origem, pois Deus os cria em igualdade de condições. Através do tempo e das escolhas que fazem vão moldando sua personalidade. Enquanto não atingem a condição de espíritos plenamente depurados, são de diferentes categorias, conforme o grau de aperfeiçoamento que tenham alcançado, desde os mais atrasados até os mais adiantados em evolução. Enquanto a caminho da perfeição a que estão destinados, povoam mundos de diferentes condições, conforme seu grau de adiantamento.
A Terra é um planeta destinado a provas e expiações dos espíritos que a habitam, que trazem vícios e mostram grande imperfeição moral. São espíritos que ainda não se despojaram desses vícios e imperfeições que vêm acumulando ao longo da sua trajetória evolutiva, com paixões inferiores a nortearem suas escolhas. Ainda têm imenso progresso a realizar, pois, embora não mais primitivos, estão distantes da perfeição moral para a qual foram criados. Têm propensão para o mal e são dominados por paixões e sentimentos inferiores, com os quais se identificam.
Todas essas características levam a uma dificuldade sempre presente em suas existências, que são os dois sentimentos inferiores apontados no estudo: a raiva e o ódio. O orgulho, também fortemente presente na personalidade desses espíritos, os induz a se julgarem acima dos demais, sempre certos e, em consequência, com dificuldades em conviverem com a contrariedade. Assim, quando algo os contraria, dirigem aos que não concordam com suas ideias a raiva e o ódio, assemelhando-se aos brutos. Como são ainda muito inferiores, nutrem esses sentimentos por algum tempo e, com isso, sentem-se “aliviados” ou, como diz o estudo, “felizes”.
Essa é uma explicação que, como dissemos, não justifica que se alimente aqueles sentimentos, mas é bastante coerente, se considerarmos o processo de evolução ensinado pelo Espiritismo. Mas o importante é que também ensina a Doutrina que esta é uma circunstância temporária, passageira, que será vencida com o progresso inexorável a que estamos todos destinados.
*Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.

Noticia comentada: Vigia põe fogo em crianças em creche de Janaúba, em Minas, e ao menos sete morrem

As vítimas até o momento são cinco crianças e a professora. O agressor também morreu. No total, 22 foram queimados e casos graves foram levados para hospitais da região

EL PAÍS

Uma tragédia abalou a pequena cidade mineira de Janaúba, a 557 km da capital Belo Horizonte. O vigia noturno da creche Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente ateou fogo em dezenas de crianças entre quatro e seis anos que estavam no estabelecimento na manhã desta quinta-feira, 5 de outubro. De acordo com a Prefeitura de Janaúba, quatro crianças morreram no local. Outras 22 foram socorridas e levadas para hospitais da região, sendo que nove delas estão em estado grave com queimaduras em mais de 20% do corpo, de acordo com um boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros. Após o socorro, mais uma criança, uma professora e o agressor morreram, totalizando sete mortos na tragédia. No fim da noite de ontem, as autoridades haviam divulgado que mais uma criança havia morrido, porém depois o hospital retificou a informação. Ela havia sofrido uma parada cardíaca e sobreviveu.
Segundo informações dos jornais locais, o agressor seria Damião Soares dos Santos, de 50 anos, que havia sido afastado do cargo após alegar problemas de saúde. Ele jogou álcool sobre as crianças e sobre seu próprio corpo e em seguida acendeu o líquido inflamável. O teto de material inflamável da sala onde o crime ocorreu teria ajudado a espalhar as chamas. Santos também chegou a ser internado em estado grave, mas morreu durante a tarde.
G1 divulgou uma lista com o nome dos mortos. A fonte, de acordo com o portal, seria o Instituto Médico Legal da cidade. Seriam: Ana Clara Ferreira Silva, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Juan Pablo Cruz dos Santos, Juan Miguel Soares Silva, Renan Nicolas Santos, todos de quatro anos; Helley Abreu Batista, a professora, de 43 anos, além de Damião.
O crime ocorreu no horário do intervalo da creche, e no momento cerca de 50 pessoas, entre crianças e funcionários, estavam no local. Helicópteros da Polícia Militar de cidades vizinhas foram deslocados para Janaúba para auxiliar na remoção de vítimas para hospitais de referência no tratamento de queimados, como o João XXIII, na capital mineira, e a vizinha Montes Claros. Nas redes sociais, moradores da cidade pedem doações de material hospitalar e de sangue para o Hospital Regional, que recebeu a maioria dos feridos. Quinze pessoas deram entrada no local em estado de choque, mas já foram liberadas.
O presidente Michel Temer, que está em Belém, disse “lamentar imensamente” a tragédia em Janaúba. “Eu que sou pai, naturalmente muitos dos senhores e das senhores também o são. Deve ser uma perda dolorosa. Quero expressar minha solidariedade às famílias, lamentar esse acontecimento", afirmou, em seu perfil no Twitter. O peemedebista disse ainda que o mundo está “muito convulsionado (...) e muitas vezes ocorrem lamentáveis acontecimentos”. O governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), divulgou nota afirmando ter determinado "a mobilização de todas as forças de Saúde Pública e de segurança (...) nas operações de resgate e salvamento" na creche. Ele declarou luto oficial de três dias em razão da tragédia. A assessoria de imprensa do petista afirmou que ele se dirigiu a Janaúna no início da tarde.
O prefeito da cidade, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), comparou o ocorrido a um conflito armado. "Eu nunca vi uma guerra, mas a situação aqui parece ser igual. É catastrófica", afirmou o tucano. A prefeitura criou uma conta corrente para receber doações em dinheiro para ajudar as vítimas.
Em entrevista a um jornal local, o tenente Diego Prates, do sétimo batalhão dos Bombeiros, afirmou que testemunhas afirmaram que o homem entrou com um galão de gasolina ou álcool, e ateou fogo. “Em seguida ele saiu abraçando as pessoas, para que todos pegassem fogo”, disse. De acordo com Prates, existe a suspeita de que o homem sofresse de algum distúrbio mental.
Notícia publicada no Jornal El País, em 6 de outubro de 2017.

Márcia Rodrigues* comenta

Essa é uma daquelas histórias que tem todos os ingredientes de uma obra de ficção: um vilão, as vítimas inocentes, a heroína, e muita gente emocionada. Mas não é ficção, é uma história real, com todas as dores e tristezas reais...
Quando acontecem fatos que nos chocam tanto, podemos nos questionar se a humanidade está de fato progredindo; alguns acham que o mundo está piorando e está mais violento.
O progresso tecnológico é mais óbvio, quanto ao progresso moral precisamos olhar para o passado para conseguirmos entender o que está acontecendo. Se compararmos o que acontece hoje com aquilo que ocorria na época de Kardec, por exemplo, perceberemos que avançamos moralmente sim.
Estamos progredindo sempre, é da natureza humana e convivemos em sociedade para nos ajudarmos mutuamente. “O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social.”(1)
Vivemos num planeta de provas e expiações, que está em transição para mundo de regeneração. Nesse momento temos pessoas que se posicionam em diversos pontos da escala evolutiva. Existe também um certo desequilíbrio emocional, já que todos estamos em processos intensos de reparação por desvios cometidos perante as leis divinas em tempos passados e somos submetidos a uma pressão extrema, que faz com que nos desequilibremos, alguns perdem completamente o controle sobre suas emoções.
O processo de encarnação da humanidade tem suas finalidades. “Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea; nisto é que está a expiação.”(2)
Portanto, a Doutrina Espírita nos explica que tudo que nos acontece é uma forma de caminharmos rumo à perfeição. Vamos sendo submetidos a situações que nos proporcionarão oportunidades do aprendizado que precisamos, ainda que essas situações sejam dolorosas.
Neste acidente, as pessoas envolvidas estavam de alguma forma conectadas pela necessidade de se submeterem a uma situação com aquelas características para saírem da experiência, modificados de alguma forma.
Quando reencarnamos trazemos na nossa programação, os gêneros das provas que iremos passar, provas essas escolhidas por nós mesmos, usando nosso livre-arbítrio, e com isso podemos passar por grandes desafios. Experiências bem difíceis como a perda de um filho, de uma mãe, acidentes que nos tragam alguma limitação física, podem fazer parte desse contexto.
Alguns têm perguntado o motivo de acontecer algo tão impactante com crianças, uma vez que não tiveram tempo de errar nessa existência, não “mereciam” esse castigo. Precisamos lembrar que se a causa das vicissitudes não está nesta existência, então estará em existências anteriores, porque não existe efeito sem causa.
Essas crianças são Espíritos em processo de aprendizagem, que no momento do acidente ainda contavam poucos anos nesta vida material, é fato, mas que como Espíritos imortais tiveram outras existências, acumulando assim erros e acertos, também estando sujeitas ao processo de reparação perante as leis divinas como qualquer ser humano encarnado.
O fim da vida material dessas crianças, em tão tenra idade, não foi em vão ou não foi uma injustiça. “A duração da vida da criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do termo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais.”(3)
Ninguém nasce fadado a cometer um crime. O homem que foi o responsável por esse escândalo não era um destinado a fazê-lo, não nasceu com essa missão. Mas para Deus tudo tem uma utilidade, até mesmo o mal. A partir da situação criada pelo seu ato impensado, alguns Espíritos tiveram a oportunidade de expiar erros passados.
Sempre temos a escolha de não desviarmos do caminho do bem, as leis divinas estão na nossa consciência e sabemos o que é o bem e o mal, sempre seremos responsáveis por todos nossos equívocos “porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”(4)
Esse homem é um Espírito criado por Deus, como todos nós, que está no caminho da perfeição. Nesse caminho existe a possibilidade de equívocos, e, como toda a humanidade, ele também é merecedor da misericórdia divina.
Ele se ajustará perante a justiça divina passando pelos processos de arrependimento, expiação e reparação desse ato equivocado, no momento oportuno. Não cabe o nosso julgamento nesse momento.
Aos parentes e amigos, caberá a compreensão de tudo que ocorreu, buscando em Deus o alento e o conforto. “Bem-aventurados os que têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a submissão à vontade de Deus, porque eles terão as alegrias que lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso.”(5)
Sempre recorremos ao entendimento na doutrina espírita para diminuir nosso espanto quando esse tipo de situação insiste em nos surpreender.
Ainda que possamos compreender que tudo está de acordo com os desígnios divinos, ficamos tocados perante a dor do próximo, e somos lembrados nesses momento que nós também não temos controle diante do inesperado.
Não sabemos o que o futuro nos reserva, por isso precisamos tentar fazer o melhor em cada momento, pois não sabemos se ele será o último.
Podemos ajudar a essas pessoas, mesmo distantes. Temos o recurso da oração, em intenção a todos aqueles que estão envolvidos; roguemos pela misericórdia divina, que essas pessoas possam ser auxiliadas para que suas dores sejam suavizadas. Que possam exercitar o perdão, não alimentando a mágoa e o rancor que os prenderiam por muito mais tempo a dor desse momento tão difícil.
Que possam guardar a lembrança suave e doce dos momentos que tiveram essas pessoas junto a si.

Fontes de Referência:

(1) “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – questão 779;
(2) “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – questão 132;
(3) “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec – questão 199;
(4) Mateus, 18:7;
(5) “O Evangelho segundo o Espiritismo” - Allan Kardec - Cap. V - Bem-Aventurados Os Aflitos, item 18.
*Márcia Rodrigues nasceu em 30 de outubro de 1967, na cidade do Rio de Janeiro. Engenheira Civil, com especialização em Gestão de Projetos e Processos. É espírita e trabalhadora da Fraternidade Espírita Amor e Paz (FEAP). Colaboradora do Espiritismo.net no Serviço de Atendimento Fraterno off-line