quinta-feira, 23 de junho de 2016

Anotação: Nossa capacidade de mudança


Nossa capacidade de mudança


 
Deus deu ao homem, a mais do que ao animal, o desejo incessante do melhor, e é este desejo do melhor que o impele à procura dos meios de melhorar a sua posição, que o conduz às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento e à evolução.

Cada indivíduo ocupa uma posição única no mundo, no que diz respeito à sua composição genética, temperamento, história, idade e associação com os diversos ambientes sociais.

Cada pessoa é fonte de percepções, crenças e necessidades únicas. Essas diferenças intrínsecas de cada ser em contexto relacional formam as bases de cada família.

Mas todos nós temos algo em comum, que é a capacidade de mudar o seu próprio modo de ser - temos emoções e sentimentos vivenciados na realidade de cada um, ajudando assim a formar seu modo característico de ser.

Por possuirmos essa capacidade de mudar, é que podemos nos desenvolver, evoluir, e sermos melhores hoje do que fomos ontem. Precisamos entender a finalidade de nossa  existência e arregaçar as mangas em busca de nosso progresso individual, para não sermos alunos sempre repetindo de ano.

Quando procuramos aprender coisas novas, nos melhoramos como pessoas, com certeza seremos capazes de ser mais felizes e como consequência oferecer momentos felizes aos que nos rodeiam.

Quando estamos bem, felizes conosco mesmos, somos capazes de modificar nossas vidas pára melhor. Desde a maneira de arrumar a nossa casa de um modo diferente ou quando descobrimos um jeito melhor de educar os filhos, ou quando conseguimos ajudar alguém necessitado; estamos utilizando o nosso cérebro de maneira adequada, positivamente e construtivamente.

- Você se sente importante?

- Nós todos somos importantes! Pelo fato de sermos únicos, de ocuparmos um lugar no mundo e de podermos modificar este mundo.

Somos muito importantes e temos o nosso papel:

a) em relação a nós mesmos (ex. cuidar da nossa saúde),

b) de pai e de mãe (cuidar e educar os filhos),

c) membro da comunidade (participar de uma festa na escola),

d) membro da humanidade (ajudar uma pessoa desconhecida).

 

(texto do livro O melhor é viver em família- aperte mais esse laço – lar do caminho - Campos do Jordão)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Passe adiante... Não discriminação


Discriminação é o ato de diferenciar, separar, distinguir. Pode ocorrer em diversos contextos, porém o contexto mais comum é o social, através da discriminação social, política, religiosa, sexual ou etária, que podem, por sua vez, levar à exclusão social.

Na esfera do direito, a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial, de 1966, em seu artigo 1º, conceitua discriminação como sendo:


Qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, económico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública.
Descrição: Cquote2.svg
 

Deve-se destacar que os termos "discriminação" e "preconceito" não se confundem, apesar de que a discriminação tenha, muitas vezes, sua origem no preconceito.

Ivair Augusto Alves dos Santos afirma que o preconceito não pode ser tomado como sinónimo de discriminação, pois esta é fruto daquele, ou seja, a discriminação pode ser provocada e motivada por preconceito. Diz ainda que:

Descrição: Cquote1.svg
Discriminação é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito. Ambos têm agentes diversos: a discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições e o preconceito, só pelo indivíduo. A discriminação possibilita que o enfoque seja do agente discriminador para o objeto da discriminação. Enquanto o preconceito é avaliado sob o ponto de vista do portador, a discriminação pode ser analisada sob a ótica do receptor.
 
 
(fonte: Wikipédia)

Passe adiante... Liberdade


Liberdade, de acordo com o dicionário Michaelis, é o poder que alguém tem para exercer sua vontade livremente, sem impedimentos, ou seja, quem é livre faz o que quer, do jeito que quer, na hora que quiser e quantas vezes achar necessário fazer, e o melhor de tudo, sem culpa alguma.
Liberdade, em filosofia, designa de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.
No entanto, não há liberdade sem autoridade, porque teríamos, então, mais a maneira negativa do que a maneira positiva da qualidade liberdade.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Nova teoria explica o que gerou a inteligência humana: bebês incapazes

Nova teoria explica o que gerou a inteligência humana: bebês incapazes

Bebês indefesos demandam pais espertinhos, que por sua vez geram filhos de cabeça grande, portanto indefesos.
 
Por Denis Russo Burgierman

Um dos maiores mistérios que desafiam a inteligência humana é ela própria. Como explicar que nós, Homo sapiens, tenhamos cérebros capazes de teoremas, teorias científicas e seriados de TV, num mundo em que nenhuma outra espécie foi muito além dos grunhidos e das ferramentas de pau e pedra? O mistério é entender por que diabos temos tão mais desse negócio do que os outros. A evolução costuma ser pão-dura: ela dá às espécies apenas o que elas precisam para sobreviver - nem 1 miligrama a mais. Afinal, evoluir é caro. Ganhar novos equipamentos no nosso corpo custa o preço de precisar encontrar mais comida para manter esse equipamento funcionando. Este cérebro gigante entre as suas orelhas consome 25% do oxigênio e 20% da energia do seu corpo - por que diabos estamos gastanto tanto com um equipamento tão mais potente que o de qualquer outro? Não deveria bastar ser só um tiquinho mais inteligente que a competição?
Dois pesquisadores da Universidade de Rochester, no estado de Nova York, encontraram uma resposta elegante para esse antigo mistério. Num artigo que eles acabam de publicar na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, eles concluíram que a grande razão para sermos tão espertinhos é o tanto que nossos bebês são indefesos. Afinal, para manter um bebê humano vivo, é preciso saber juntar lé com cré. Por mais de 9 meses, o bichinho é incapaz de basicamente qualquer coisa: não consegue nem se virar sozinho, quanto mais se proteger de uma ameaça. Se quiserem legar seus genes à próxima geração, os pais têm que ser capazes de planejar o futuro, prever ameaças, calcular probabilidades - ou seja, precisam de uma inteligência extraordinária. "É muito difícil imaginar que adultos de qualquer outra espécie consigam fazer vingar uma criança humana", diz a pesquisa. Nenhuma outra espécie tem bebês tão incapazes: uma girafa recém-nascida leva minutos para sair andando depois que sai do útero da mãe.
Acontece que, para sermos mais inteligentes, precisamos de cabeças maiores, capazes de acomodar o cerebrão. E o cabeção resultante acaba tornando os bebês ainda mais indefesos: um pimpolho humano leva três meses para ser capaz de simplesmente sustentar o crânio sobre o pescoço. Demoramos tanto para aprender a andar porque não é mole sustentar aquele coco no nosso corpinho mirrado. A consequência é um ciclo de feedback positivo, que é como os cientistas da complexidade chamam um processo no qual o aumento de uma coisa faz com que essa mesma coisa aumente, por sua vez causando mais aumento ainda. Bebês indefesos exigem pais inteligentes, que por sua vez geram bebês mais cabeçudos, demandando pais ainda mais inteligentes, que portanto geram bebês ainda mais cabeçudos, e portanto mais indefesos - e assim por diante. Feedbacks positivos geralmente são a explicação para situações nos quais uma espécie tem muito mais de algo do que qualquer outra (o tamanho do pescoço da girafa, as especificidades do nariz do elefante, a capacidade de cálculo, abstração e narrativa dos humanos).
A bela teoria, elaborada pelos neurocientistas Steven Piantadosi e Celeste Kidd, não é muito fácil de provar, já que não há jeito de reproduzir em laboratório o processo evolutivo que aconteceu ao longo de dezenas de milhares de anos. Mas Piantadosi e Kidd tiveram uma boa ideia: programaram num computador o modelo matemático dessa dinâmica evolutiva - e o resultado que encontraram é consistente com a teoria. Aí, para confirmar, usaram o mesmo modelo para investigar outras espécies de mamíferos, e perceberam que realmente existe uma correlação entre incapacidade dos bebês e inteligência da espécie.
Não significa, é claro, que essa seja a única explicação para a inteligência humana. A evolução é um processo complexo e geralmente as causas de qualquer coisa são múltiplas e interconectadas. Alguns pesquisadores acreditam que a inteligência humana seja em parte algo semelhante à cauda de um pavão: um instrumento exageradamente exuberante de atração sexual, que serve para sinalizar aos parceiros que o indivíduo é tão saudável que está podendo desperdiçar energia e oxigênio com um equipamento muito mais potente do que o necessário. Mas a teoria do cabeção sexy tinha buracos - que parecem ter sido preenchidos com a nova pesquisa.
Matéria publicada na Revista Superinteressante, em 30 de maio de 2016.

Jorge Hessen* comenta
 
O cálculo do biólogo Ernst Mayr, da Universidade Harvard, sobre a possibilidade de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos é quase uma sugestão de que os seres humanos são mesmo produtos “sobrenaturais”. De 30 milhões de espécies vivas atualmente e de cerca de 50 bilhões de outras espécies vivas ou que já viveram e desapareceram, somente o homo sapiens desenvolveu inteligência superior.
Sabe-se que o homo sapiens surgiu na África Oriental entre 190.000 e 160.000 anos atrás, depois se espalhou para o leste do Mediterrâneo em torno de 100.000 a 60.000 anos atrás, e pode ter chegado na China há 80.000 anos passados. Atualmente os seres humanos estão distribuídos em toda a Terra. O homo erectus, uma pré-espécie crucial na evolução do ser humano atual (homo sapiens), que parece ter evoluído em solo africano há cerca de 1,8 milhões de anos, migrando posteriormente para a Ásia e depois para a Europa. Porém, foi há apenas 6.000 ou 8.000 anos a.C. que alguns homens abandonaram por fim a vida selvagem e deram-se à árdua agricultura que tornou possível o aparecimento das primeiras aldeias sedentárias no Oriente Médio. Os primórdios de nossa civilização urbana remontam aos mais primitivos sítios neolíticos, em Jericó, cerca de 6.000 a.C., e em Jarmo, no Iraque, cerca de 4.500 a.C.
Hoje, como explicar que nós, homo “erectus/sapiens”, tenhamos cérebros capazes de teoremas, teorias científicas e seriados de TV, num mundo em que nenhuma outra espécie foi muito além dos grunhidos e das ferramentas de pau e pedra. Analistas materialistas argumentam  que o fator causador da inteligência humana se restringe à incapacidade dos bebês. Para os acadêmicos devaneadores os nenéns indefesos motivaram evolução da inteligência, afinal, não há nenhuma outra espécie de bebês tão “incapazes” como os humanos. Dizem!
Em verdade, a Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto, entretanto, não constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito, desde o seu início humano, esteja apto a viver na Terra. Não é frequente o caso; constitui antes uma exceção. Nos seres inferiores, cuja totalidade estamos longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos.
“Em verdade, o princípio inteligente consumiu, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos [1 bilhão e meio de anos], a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo (inteligência humana) para os Espaços Cósmicos.”(1) Diz-se que a força anímica no mineral é atração, no vegetal é sensação, no animal é instinto, no homem é razão e no anjo é divindade. Nessa direção caminha Léon Denis quando propõe a sua versão romântica e da evolução proferindo: que o princípio inteligente dorme na pedra, sonha na planta, agita-se no animal e desperta no homem. Ou seja: Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente.
A inteligência é o atributo essencial do Espírito, em razão do qual toma ele conhecimento de sua própria existência e exerce atividades voluntárias e livres. Quando o Espírito atinge o grau de humanização, sua inteligência adquire desenvolvimento superior, como o surgimento da razão e do senso moral, que lhe facultam a capacidade de conceber e reconhecer a existência de Deus. Sendo a inteligência, em sua plenitude, a faculdade de pensar e agir racional e deliberadamente, os atos inteligentes são conscientes, voluntários, livres e calculados. São, além disso, suscetíveis de variações, porque a inteligência, variável e individual por excelência, é suscetível de progresso.
É bem verdade que o patinho logo que rompe a casca do ovo que o mantinha encerrado, se vê próximo um córrego ou um lago, por instinto corre alegremente para ele e lança-se na água, nadando imediatamente com perfeição. Onde aprendeu o pato a nadar? São igualmente instintivos o ato do castor, que constrói sua casa com terra, água e galhos de árvores; o ato dos pássaros, que constroem com perfeição seus ninhos; o ato da aranha, que tece com precisão sua teia. Veem-se já aí alguns dos caracteres do instinto: é algo inato, perfeito e específico, ou seja, surge espontaneamente, sem prévia aprendizagem, em todos os indivíduos de uma mesma espécie e leva a atos completos, acabados, perfeitos, desde a primeira vez que são realizados.
Descrevem os Espíritos que a inteligência humana se comparada entre alguns homens e certos animais, percebe-se, muitas vezes, que é notória os animais terem a “inteligência” superior. Por isso, é difícil estabelecer uma linha de demarcação em alguns casos. Porém, ainda assim, o homem é um Ser à parte, que desce, às vezes, muito baixo [irracionalidade] ou pode elevar-se muito alto. “É bem verdade que o instinto domina a maioria dos animais; mas há os que agem por uma vontade determinada, ou seja, percebemos que há uma certa inteligência animal, ainda que limitada.”(2)
Na questão 593 de O Livro dos Espíritos, os benfeitores espirituais esclarecem que nos animais há mais do que simplesmente instintos. Há neles certa inteligência incipiente ou limitada. E para não deixar dúvidas, na pergunta 597, informam que esta inteligência capaz de, em pequeno grau, atenuar o determinismo biológico, dando-lhes um pouco de liberdade de ação e expressão de vontade íntima, sobrevive ao corpo físico. Não é, ainda, propriamente, um Espírito, alma humana encarnada, mas o princípio inteligente que faz parte da cadeia evolutiva referida na questão 540.(3)
A inteligência é uma propriedade comum, um ponto de contato entre a alma dos animais e a do homem. Porém os animais só possuem a inteligência da vida material. No homem, a inteligência proporciona a vida moral. O princípio inteligente que constitui a Alma de natureza especial de que são dotados provém do elemento inteligente universal. Emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais. Porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.
Somente com a cooperação do Espiritismo poderá a ciência definir a sede da inteligência humana, não nos complexos nervosos ou glandulares do corpo perecível, mas no espírito imortal. Os valores intelectivos representam a soma de muitas experiências, em várias vidas do Espírito, no plano material e espiritual. Uma inteligência profunda significa um imenso acervo de lutas planetárias e extrafísicas. Atingida essa posição, se o homem guarda consigo uma expressão idêntica de progresso espiritual, pelo sentimento, então estará apto a elevar-se a novas esferas do Infinito, para a conquista de sua perfeição.

Referências bibliográficas:
(1) Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, cap. VI , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2012;
(2) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg. 592;
(3) Idem, pergs. 593, 597, 540.
 
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

domingo, 19 de junho de 2016

Pergunta feita: sobre princípio inteligente nos animais...


Pergunta: Em vários textos vocês se referem aos animais (excetuando-se os homens) como portadores do princípio inteligente. Isso não está claro no Livro dos Espíritos, muito pelo contrário, como podemos verificar na questão 71. Também se referem aos animais como tendo "alma", contrariando também ao livros dos espíritos. Neste último caso há uma confusão de alma como corpo espiritual. Gostaria que comentassem a respeito.

Resposta: O Livro dos Espíritos é muito claro quanto à existência de um princípio inteligente nos animais. Na resposta à questão 593, os Espíritos afirmam que os animais "têm inteligência, porém, limitada". Comentando, também Kardec afirma que "há neles uma espécie de inteligência, mas cujo exercício quase que se circunscreve à utilização dos meios de satisfazerem às suas necessidades físicas e de proverem à conservação própria".

Mais adiante, na questão 597, ensinam os Espíritos que há nos animais uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. "É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus", ensinam os Espíritos. Na questão 606, afirmam que o princípio inteligente dos animais é tirado do elemento inteligente universal, assim como o do homem, sendo que no homem passou por uma elaboração que o coloca acima da que existe no animal.

Portanto, o princípio inteligente, tal qual somos hoje, espíritos, antes de atingir a chamada fase ou reino hominal em que nos encontramos, passou por um processo de desenvolvimento nos reinos inferiores da criação, ou seja, nos reinos mineral, vegetal e animal, como os Espíritos ensinam na questão 540: "...tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou pelo átomo."

Criado por Deus, é nos reinos mineral, vegetal e animal que o princípio inteligente se elabora e se individualiza aos poucos, pois a Natureza não dá saltos. É uma fase de preparação para alçar voos mais altos. Uma espécie de germinação, que vai propiciar a esse princípio espiritual evoluir até sofrer uma transformação e se tornar espírito.

Entra, então, a partir daí, no período de humanização, adquirindo pensamento contínuo e livre-arbítrio pleno, que o permite ter senso moral e consciência de sua existência. Desse momento em diante, o espírito passa a escolher livremente seus atos e pensamentos. Adquire a capacidade de distinguir o bem e o mal, o que o torna único responsável pelas conseqUências de seus atos e de seus pensamentos.

Os reinos inferiores são, portanto, como que uma espécie de infância do princípio espiritual, que passa por ela até atingir a fase adulta, em que se torna espírito. Todo esse processo de elaboração e evolução do princípio inteligente até se tornar espírito demonstra a grandeza e a bondade de Deus, que não teria esses atributos se criasse seres destinados a serem eternamente inferiores.

Portanto, o princípio inteligente que habita o animal é o mesmo do mineral, do vegetal e do homem, isto é, tem a mesma origem e natureza. A diferença que se constata é o momento evolutivo em que se encontra. Nos reinos inferiores, como vimos, ainda está em fase de elaboração. Na humanidade, já atingiu a sua condição máxima possível, de espírito.

Vemos, assim, que os animais são dotados da mesma inteligência e dos mesmos sentidos que nós. O que ocorre é que essa inteligência e esses sentidos encontram-se em fases evolutivas diferentes, em desenvolvimento, cujo grau de evolução varia de acordo com a espécime do animal. Recomendamos o estudo do capítulo XI da parte 2a. do Livro dos Espíritos, intitulado "Os três reinos".

Pergunta feita: O que acontece com os animais que morrem?

Pergunta: O que acontece com os animais que morrem? Eles têm espírito tb? Se tiverem, para onde vão?
Resposta: Os animais inferiores não têm propriamente um "espirito". Têm o que chamamos "principio inteligente", ou "principio espiritual", que, com a evolução se  tornará um espírito individualizado. Este processo, que é bastante complexo, e que leva milhares ou milhões de anos, pode ser percebido nos animais superiores, em especial os mamíferos, que já apresentam uma espécie de individualidade.
Assim, quando os animais desencarnam, este principio espiritual retorna ao plano espiritual e torna a "reencarnar" em outro animal, geralmente da mesma espécie, para continuar a jornada evolutiva. Em ocasiões específicas, os espíritos podem mantê-lo no plano espiritual por algum tempo. Por isso algumas descrições falam de animais no mundo espiritual.