sábado, 30 de dezembro de 2017

RETROSPECTIVA MENINAS ESPÍRITAS 2017


Minha Nada Mole Encarnação - Férias


Mural reflexivo: Mensagem para o Ano Novo

Mensagem para o Ano Novo


     No Ano Novo que chega, repleto do amor de Deus, desejamos muitas bênçãos para ti e para os teus.

     Que tenhas boa saúde, mesmo que estejas doente, com o pensamento em Jesus levando a vida p'ra frente.

     Que possas manter acesa a chama azul da bonança, semeando a fraternidade, a caridade e a esperança.

     No ano que chega agora, cheio de oportunidades, que transformes desafetos em felizes amizades.

     Tem cuidados pela rota do ano agora nascente, nos esforços p'ra que possas viver bem com toda gente.

     Não deixes nunca passar as chances de progredir, sem corromper bons costumes e sem a ninguém ferir.

     Estuda firme e trabalha p'ro bem do mundo, onde estejas, pois só gozarás as bênçãos dos valores que projetas.

     Pensa melhor na vivência junto aos teus familiares. Educa, ama e orienta, para te felicitares.

     Pais, irmãos, esposos, filhos, afins da esfera do ar são-te as preciosas gemas que te cabe resguardar.

     Nesse Ano Novo promete a ti mesmo, de verdade, exercitar na família mais atenção e bondade.

     Procura passar distante, no tempo que Deus te oferta, das dissipações, dos vícios, na busca da estrada certa.

     Cuida melhor do corpinho com que nasceste na Terra, p'ra que não te sintas presa do suicídio que a alma emperra.

     Saúda esse novo tempo com paz no teu coração, envolvendo os teus afetos na mais sentida oração.

     E se plantares, com fé, as sementes de alegria, teu Novo Ano, então, será de belezas, dia-a-dia.
       

Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Ano Novo, pelo Espírito Sebastião Lasneau, psicografia de Raul Teixeira, em 5.1.1998, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói, RJ.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Músicas da XXXIX COMEERJ 2018 - Tema central: Olha o sol atrás dos montes: Confia e vai

As inscrições para o XXXIX COMEERJ encerraram-se em 30/11/2017, mas os áudios das músicas estão disponíveis no site: http://www.comeerj.com.br/





Tem a mostra das músicas também disponibilizada em :
                https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=UoYoDY7yp9g

Vota lá... Emeu - Encontro De Mocidades Espíritas de Uberlândia - 2018 - Tema Central: Sexualidade - Conhecer, Respeitar e Amar

A turma do Emeu - Encontro De Mocidades Espíritas de Uberlândia está com votação aberta para o cartaz do encontro de 2018 - É jovem  espírita da região? Já participou? Vai participar? Passa lá e vota... :) 



Segue uma amostra dos cartazes em votação:





7 COMEUDI - Confraternização de Mocidades Espíritas de Uberlândia - Tema central: Senhor, o que queres que eu faça?

Maiores informações: http://comeudi.com.br/

Inscrição: http://comeudi.com.br/?page_id=25


XV EME- Encontro de Mocidades Espíritas de Pernambuco - Tema Central: Evolução- A grande jornada

Para maiores informações: http://eme-pe.com/2018/

Para inscrição: http://eme-pe.com/2018/inscricao.html

Data final de inscrição: 15/01/2018



29ª CONJEB - Confraternização de Juventudes Espíritas do Estado da Bahia - Tema central: "Juventude, a nova era já resplandece no horizonte"

De 10 a 13 de fevereiro de 2018 acontecerá a 29ª CONJEB - Confraternização de Juventudes Espíritas do Estado da Bahia.
O tema central é "Juventude, a nova era já resplandece no horizonte". O evento acontecerá nos pólos de Itabuna, Serrinha e Vitória da Conquista.
Mais informações sobre a agenda completa da CONJEB podem ser obtidas em feeb.org.br.ou através do telefone (71) 3359-3323.

38º EMEES - Encontro de Mocidades Espíritas do Espírito Santo. - Tema central : Aurora - 150 anos do livro 'A Gênese'.

De 10 a 14 de fevereiro de 2018 acontecerá na Faculdade de Direito de Cachoeiro do Itapemirim (FDCI) o 38º EMEES - Encontro de Mocidades Espíritas do Espírito Santo.
O tema central é "Aurora - 150 anos do livro 'A Gênese'". O evento é promovido pela Federação Espírita do Estado do Espírito Santo (FEEES) e contará com projetos de arte para que a participação dos jovens seja ainda mais efetiva.
A FDCI fica na Rodovia Engenheiro Fabiano Vivacqua, 1759 - Morro Grande, Cachoeiro de Itapemirim/ES. Mais informações podem ser obtidas em www.feees.org.br ou através do telefone (27) 3222-7551

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Vozes interiores reflexões - Rápidas decisões são difíceis de...


Arara da felicidade - Olhe para o seu coração...


Pergunta feita: sonhos e pressentimentos

Pergunta:
Assunto: sonhos e pressentimentos
Mensagem: dia ... faço 25 anos e tenho sonhos com coisas que sempre acontece, mas nessas ultimas semanas esta muito constante estou assustadas porque não tem explicação do que esta acontecendo comigo, foi assim que encontrei a pagina de vocês, será que vocês podem me ajudar? a minha prima e espirita mas ela não fala nada para me ela só disse uma vez que eu era médium mas não disse mais nada.
Resposta: Olá ML!! Que Deus te abençoe!!

Todos nós somos Espíritos.
E durante o momento em que dormimos, podemos nos afastar parcialmente do corpo para entrar em contato com outros Espíritos, conversar ou mesmo ter conselhos.
E também visitar outros lugares.
A recordação deste momento é chamada de sonho.

Acontece que muitas vezes, nosso sonho é confuso.
Isso acontece porque muitas vezes, não lembramos de tudo o que vimos enquanto dormimos e também estamos com preocupações do nosso cotidiano e lembranças que ficam guardadas em nossa mente que se misturam com essas lembranças.

Antes de dormir, faça uma oração pedindo a Deus para que você durma bem e aproveite esse momento do sono para aprender boas lições.
Não fique impressionada com suas lembranças e se desejar, vá também a uma casa espírita para aprender mais sobre a Doutrina Espírita e receber apoio espiritual.
Deus está sempre presente em nossas vidas!!

Fique com Deus!!

Um grande abraço, Karina.

Equipe LM

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o espiritismo

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EESE – Cap. XXIV – Itens 1 a 7
Tema: Candeia sob o alqueire. Porque fala Jesus por parábolas
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A - Texto de Apoio:

Candeia sob o alqueire. Porque fala Jesus por parábolas

1. Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. (S. MATEUS, cap. V, v.15.)

2. Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; - pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (S. LUCAS, cap. VIII, vv. 16 e 17.)

3. Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: Por que lhes falas por parábolas? - Respondendo-lhes, disse ele: É porque, a vós outros, foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado (1). Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. - Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. -E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis. Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, eu não os cure. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 15.)
(1) No original francês falta o versículo 12 que aqui repomos. - A Editora da FEB, em 1948.

4. É de causar admiração diga Jesus que a luz não deve ser colocada debaixo do alqueire, quando ele próprio constantemente oculta o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, dizendo a seus apóstolos: "Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas. Eles veem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios." Procedia, portanto, com o povo, como se faz com crianças cujas ideias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indica o verdadeiro sentido da sentença: "Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver." Tal sentença não significa que se deva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria, sem as esclarecer.
Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas, o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade. Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre sua fé. E então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. (Cap. XIX, nº 7.)

5. Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a Humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela as mantém de reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do alqueire. É por isso que todas as religiões têm tido seus mistérios, cujo exame proíbem. Mas, ao passo que essas religiões iam ficando para trás, a Ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. Havendo-se tornado adulto, o vulgo entendeu de penetrar o fundo das coisas e eliminou de sua fé o que era contrário à observação.
Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.

6. Pergunta-se: que proveito podia o povo tirar dessa multidão de parábolas, cujo sentido se lhe conservava impenetrável? E de notar-se que Jesus somente se exprimiu por parábolas sobre as partes de certo modo abstratas da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade para com o próximo e da humildade condições básicas da salvação, tudo o que disse a esse respeito é inteiramente claro, explícito e sem ambiguidade alguma. Assim devia ser, porque era a regra de conduta, regra que todos tinham de compreender para poderem observá-la. Era o essencial para a multidão ignorante, à qual ele se limitava a dizer: "Eis o que é preciso se faça para ganhar o reino dos céus." Sobre as outras partes, apenas aos discípulos desenvolvia o seu pensamento. Por serem eles mais adiantados, moral e intelectualmente, Jesus pôde iniciá-los no conhecimento de verdades mais abstratas. Daí o haver dito: Aos que já têm, ainda mais se dará. (Cap. XVIII, nº 15.)
Entretanto, mesmo com os apóstolos, conservou-se impreciso acerca de muitos pontos, cuja completa inteligência ficava reservada a ulteriores tempos. Foram esses pontos que deram ensejo a tão diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, revelassem as novas leis da Natureza, que lhes tornaram perceptível o verdadeiro sentido.

7. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções. Só gradual e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à medida que se for tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento, somente a reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível; houvera mesmo assustado as que não se achassem preparadas para recebê-la, do que resultaria ficar prejudicada a sua propagação. Se, pois, os Espíritos ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é porque cada coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada ideia tempo para amadurecer e propagar-se, antes que apresentem outra, e aos acontecimentos o de preparar a aceitação dessa outra.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Qual o sentido da frase: "... não se acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire"?

2 - O que devemos entender por "... àquele que já tem, mais lhe será dado... àquele que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará"?


3 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Mural reflexivo - Um Conto de Natal

Um conto de Natal

      A história é simples, mas comovedora. Tudo começou porque Mike odiava o Natal. Claro que não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais.
     Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguém da parentela de que se houvesse esquecido.
     Sabendo como ele se sentia, certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas do gênero. Procurou algo especial só para Mike.
     A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. O filho Kevin, que tinha doze anos na época, fazia parte da equipe de luta livre da sua escola.
     Pouco antes do Natal, houve uma disputa especial contra uma equipe patrocinada por uma Associação da parte mais pobre da cidade.
     Esses jovens usavam tênis tão velhos que a impressão que passavam é de que a única coisa que os segurava eram os cadarços.
     Contrastavam de forma gritante com os outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
     Quando a competição acabou, a equipe da escola de Kevin tinha arrasado com eles.
     Foi então que Mike balançou a cabeça triste e falou: Queria que pelo menos um deles tivesse ganho. Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode acabar com o ânimo deles.
     Mike adorava crianças. Todas as crianças. E as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, basquete e vôlei.
     Foi aí que a esposa teve a ideia. Naquela tarde, foi a uma loja de artigos esportivos e comprou capacetes de proteção e tênis especiais que enviou, sem se identificar, para a Associação que patrocinava aquela equipe.
     Na véspera de Natal, deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha feito e que esse era o seu presente para ele.
     O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. No ano seguinte, ela comprou ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
     No outro, enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa em um incêndio, na semana anterior ao Natal.
     O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família.
     Os filhos deixavam de lado seus brinquedos e ficavam esperando o pai pegar o envelope e revelar o que tinha dentro.
     As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
     Até que Mike morreu. Chegou a época do Natal e a esposa estava se sentindo muito só. Triste. Quase sem esperanças.
     Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
     Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
     *   *   *
     O verdadeiro espírito do Natal se chama amor e no momento especial em que se reprisa, nos quadros da Terra, nos possibilita o exercício da nossa capacidade maior de doação.
     Muito além dos presentes, da ceia, do encontro familiar, comemorar o Natal significa viver a mensagem do Divino Aniversariante, lançada há mais de dois mil anos e que até hoje prossegue ecoando nos corações...
      
     Redação do Momento Espírita, a partir de história de autor desconhecido.


Livro em estudo: Grilhões Partidos - B008 – Capítulo 5 – Interferência espiritual

Livro em estudo: Grilhões Partidos – Editora LEAL - 1974
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

B008 – Capítulo 5 – Interferência espiritual

Capítulo 5
Interferência espiritual


Imaginamos erradamente que aos Espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos viessem auxiliar por meio de milagres e os figuramos sempre armados de uma varinha mágica. Por não ser assim é que oculta nos parece a intervenção que tem nas coisas deste mundo e muito natural o que se executa com o concurso deles.
Assim é que, provocando, por exemplo, o encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a idéia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio conserva sempre o seu livre arbítrio”. “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” — Questão 525 — Comentário.
Na sua festa de aniversário, Ester fora surpreendida pela agressão de revoltado Espírito que, acoimado por violenta crise de ódio, encontrou na sua sensibilidade mediúnica o campo propício para a incorporação intempestiva quão infeliz.
Assenhoreando-se das forças medianímícas da jovem, o obsessor, na sucessão dos dias, imantou-se-lhe quanto pôde ao campo psíquico, culminando no lamentável e longo processo de subjugação.
Compreensivelmente, Espírito em débito ante os Códigos da Divina Justiça, possuía os requisitos para uma sintonia perfeita, propícia ao agravamento do problema.
À sua semelhança na “Casa de Saúde”, onde expiva os delitos ultrizes do passado, muitos outros pacientes eram vítimas da cons trição obsessiva.
Fugindo à etiologia clássica da loucura, na qual o enfermo é Espírito que busca fugir à realidade objetiva, fortemente assinalado pelas reminiscências próximas em que chafurda, torna-se suicida inconsciente por meio de cujo recurso procura evadir-se às responsabilidades novas que lhe cumpre assumir e desenvolver, a fim de liberar-se.
Naturalmente, eclodindo a manifestação da loucura, instala-se, também, um simultâneo processo obsessivo, graças às vinculações que mantêm encarnados e desencarnados na Contabilidade dos deveres múltiplos, poucas vezes desenvolvidos com retidão.
Na obsessão, a loucura surge na qualidade de ulceração posterior, irreversível, em conseqüência das cargas fluídicas de que padece o paciente, vítimado pela perseguição implacável.
Face à insidiosa presença de tal energia deletéria, desarticulam-se o equilíbrio emocional, a estabilidade nervosa, o metabolismo orgânico e, pela intoxicação de que se vêem objeto, vários departamentos celulares se desorganizam, envenenando-se, ulcerando-se.
Através de tal esquema em muitos processos obsessivos, a terapêutica salutar há de ser múltipla: acadêmica e espírita, imprescindíveis para colimar os resultados eficazes.
No caso específico de Ester, encontravam-se como agravantes múltiplos fatores cármicos, que aumentavam o sofrimento da aturdida obsessa.
Como ninguém se encontra marginalizado ante os recursos divinos, a presença de Rosângela representava o recurso inicial utilizado pelos Benfeitores Invisíveis para os primeiros tentames favoráveis à alienada, embora jamais houvesse ficado sem a superior assistência.
Profundamente amadurecida, não obstante a pouca idade física, a auxiliar de Enfermagem experimentara desde cedo o cadinho purificador de muitas vicissitudes e aflições, que contribuíram para a harmonia íntima de que se fazia possuidora.
Órfã desde os oito anos, ficara aos cuidados paternos, em subúrbio carioca, lutando com bravura pela sobrevivência.
Sensível e meiga, conseguira granjear afeições espontâneas entre os vizinhos, que passaram a assisti-la com desvelo, inclusive matriculando-a em escola primária próxima ao lar. O pai, diligente, trabalhava afanosamente, mantendo-se viúvo quanto pôde. Consorciando-se, alguns anos depois, a esposa fez-se terrível adversária da enteada, que foi, então, trasladada para digno lar em Botafogo, onde se alojou, na condição de ama de criança... À medida em que o tempo se desdobrava, natural, conquistou a amizade dos patrões que, em lhe identificando o drama resignado, resolveram socorrê-la da maneira mais favorável. Espíritas convictos, adestraram-na, membro da família em que se convertera, na grandiosidade dos estudos doutrinários, cuidando, também, da sua instrução, através do ingresso em Ginásio noturno, donde estava recém-saída, após concluir ligeiro curso de enfermagem-auxiliar a cujo mister agora se entregava. Participando dos labores espiritistas, aguçaram-se-lhe as faculdades mediúnicas, que receberam carinhoso e lúcido trato dos benfeitores, encaminhando-a ao Centro Espírita, onde passou a cooperar nos benéficos serviços de socorro desobsessivo.
Ao defrontar Ester, pressentiu a tragédia que se desenvolvia além das manifestações exteriores da paciente. Simultaneamente, poderosa simpatia brotou-lhe dos sentimentos puros, envolvendo a atormentada, desde então, na devoção das suas preces e vibrações.
Inspirada pelos seus e pelos Guias Espirituais da doente, foi-se, a pouco e pouco, acercando, até conseguir com a simples presença acalmá-la, desembaraçando-a da “camisa-de-força” a que vivia jugulada, quando não se encontrava sob as altas doses de sedativos que lhe eram impostas com regular frequência.
Suas horas de folga as dedicava à moça, que nem sempre a recebia com qualquer lucidez ou passividade. Todavia, pelas emanações psíquicas que exteriorizava, conseguia neutralizar a agressividade do obsessor, que se lhe submetia à força moral, como se fora uma energia balsamizante que se contrapunha à sua nefasta pertinácia.
Emocionada, inteirou-se do terrível sofrimento da tutelada, mediante o conhecimento da “história clínica” e por meio de informações que logrou recolher discretamente.
Aconselhando-se com os tutores, resolveu-se procurar os pais da internada, na pressuposição de elucidá-los sobre a enfermidade da filha.
Confiava poder ajudar, fiel à recomendação evangélica.
Solicitando por telefônio uma entrevista formal com o senhor Coronel e Senhora Constâncio Santamaria, foi recebida em clara manhã de setembro no apartamento outrora feliz, ora transformado em triste refúgio de amarguras e reminiscências dolorosas.
Acolitada pelos Espíritos Benfazejos que a amparavam, ao apresentar-se com natural timidez e constrangimento, não lhe, passou despercebido o enfado refletido na face dos anfitriões.
Sentia-se vistoriada com enérgica observação, e não fossem as excelências dos propósitos que a animavam, teria solicitado excusas, recuando...
Na conjuntura, firmemente teleguiada pelos Espíritos, falou sem rebuços:
— Rogo-vos permissão para elucidar, que afeição muito grande, e até certo modo inexplicável, liga-me a Ester, de quem me fiz encarregada no Hospital, por solicitação espontânea.
O casal, emudecido, surpreso, escutava-a, sem dissimular o desinteresse pela sua presença.
Depois de breve pausa, continuou, ante o mutismo descortês dos ouvintes:
— Venho cuidando dela há mais de um mês, sem conseguir-lhe uma palavra de equilíbrio, que denotasse raciocínio, exceto...
— Exceto? — inquiriu a senhora.
— Exceto há poucos dias — prosseguiu — quando, muito debilitada, num breve momento, pareceu recobrar a claridade mental, balbuciando: — “Mamãe! mamãe, onde você está?... Tenho medo, mamãe...
— Oh! meu Deus! — exclamou, em pranto incontrolável, a dorida senhora.
— Acalme-se, meu bem! — Acudiu o esposo, igualmente lacrimoso.
— Perdoai-me trazer-vos a renovação das lágrimas... — Intentou a auxiliar, emocionada, a seu turno. — Sucede que acompanho Ester como somente o faria a uma irmã muito querida e com o senso de observação aguçada, comparo-a a outros enfermos, anoto, percebo o que muitos não conseguem ou talvez prefiram não ver...
— Como assim? — interrompeu-a o senhor Coronel. — Por favor, seja mais clara, diga-nos o a que veio. Nossa filha é hoje o pouco e o tudo da nossa inditosa existência... Você também é tão jovem, que não consigo ficar à vontade... Parece-me imatura, sem experiencia... Todavia, somos ouvidos atentos. Prossiga!
— Senhor Coronel — iniciou Rosângela — Ester não é uma louca segundo os padrões comuns, tradicionais..
— Sim, sim — interrompeu-a o Coronel Constâncio — nós o sabemos. Seu psiquiatra já no-lo asseverou o mesmo.
— Não, por favor — atalhou Rosângela — ouvi-me primeiro... Não é comum porque não a considero louca.
— Digo bem! — assegurou, calma e lúcida, dirigida espiritualmente. — uma obsessa por Espíritos!
— Não compreendemos a alusão, que nos parece absurda. —Interceptou a, o interlocutor, azedo.
— Ouvi-me primeiro — solícitou, confiante. — A morte não elimina a vida; antes a dilata. Mudam-se as aparências, no curso de uma única realidade: viver! Assim, com a morte do ser físico não cessam as impressões do ser espiritual, conforme asseguram todas as religiões, do que decorre um natural intercâmbio, incessante, entre os que sobrevivem ao túmulo e aqueles que ainda não o atravessaram. Retornam, felizes ou desventurados, os que foram conduzidos ao país da morte, seja pelo veemente desejo de ajudar os afetos da retaguarda, adverti-los e confortá-los, com eles mantendo agradável comunhão; seja vítimados pelo sofrimento com que se surpreenderam, buscando ajuda e, muitas vezes, perturbando; seja dominados pelas paixões inditosas de que não se conseguiram libertar, perseguindo, distilando ódios, obsidiando, em incessante conúbio...
— Mas isto é bruxaria! — interrompeu-a, quase violento. —Aqui somos tradicionalmente religiosos e detestamos essas práticas vulgares de fetichismo que, desgraçadamente, empestam, nestes dias, a nossa Sociedade... Rogo-lhe o favor de mudar o curso da conversação. Aliás, creio que já não temos o que conversar.
Rosângela tornou-se lívida, enquanto o progenitor de Ester estava rubro de ira, furibundo. Sob o verniz social, agasalhavam-se muitos estados de ferocidade.
Diga-me, senhorita: — Interrogou-a, áspero. — Qual a sua religião?
— Espírita, senhor!
— Desde quando o Espiritismo é religião?
— Desde os primórdios.
— Atrevida e petulante. Vir à minha casa arengar sobre magia negra, superstição, como se fôramos pessoas ignorantes, pertencentes às classes inferiores que se comprazem, por fuga psicológica e misérias, nessas práticas, de que faz falta a repressão policial enérgica. Antes de retirar-se, responda-me: nos hospitais, agora, se permitem bruxos e macumbeiros entre os seus servidores?
— Querido!... — exclamou a senhora — Não se encolerize.
— Isto mesmo. — Redargüiu. — Diga-me!
A jovem estava perplexa, porém lúcida, e tefletia: “Como a verdade é proposital, comodamente ignorada! Quão poderoso é o cerco do orgulho, que separa homens por dinheiro, posição, aparência, apesar de todos marcharem inexoravelmente para uma mesma direção: a consciência que os examinará despidos dos engodos a que se aferram!” Inspirada, contestou, delicadamente:
— Excelência, aqui venho propondo-me servir com humildade e desinteresse. A minha confissão religiosa não tem ligação com a minha modesta função hospitalar, senão para impor-me a conduta cristã, que ensina misericórdia em relação aos infelizes: estejam nas camadas do infortúnio social ou no acume da ilusão econômica. No santuário espiritista, que freqüento, o alvo redentor é Jesus, a estrada a percorrer chama-se caridade, seguindo sob o sol da fé viva e a força do amor fraternal. Venho a este lar em missão de paz e dele sairei pacificada, sem embargo, expulsa, o que muito lamento, não por mim, que reconheço a minha própria desvalia... O vaso modesto não poucas vezes mata a sede, oferta o medicamento salvador, retém o perfume, atende a misteres relevantes, enquanto preciosas taças de cristal lapidado adornam, mortas, empoeiradas, móveis luxuosos e inúteis...
O Coronel Santamaria e esposa ouviam-na, incomodados pela argumentação superior, apresentada com humildade, impossibilitados de a interromperem, magnetizados pelos Instrutores Espirituais presentes.
Enquanto isso, semi-incorporada, Rosângela aduziu:
— “Brilhe a vossa luz” — conclamou o Cristo — para que o mundo vos conheça. A luz da verdade fulgurará, apesar das mil tentativas da Treva em domínio transitório, Os pseudobruxos que a intolerância fez queimar, ao perecerem, não deixaram silenciosas as Vozes, que retornaram e volverão até instalado na Terra o “reino de Deus”.
E após rápida reflexão:
— Continuarei velando por Ester...
— Nunca mais! — Esbravejou o senhor Coronel, que rompera o mutismo obrigatório a que estava subjugado. — Providenciarei para que não volte a vê la, caso não resolva exigir a sua expulsão daquele Frenocômio.
— Como lhe aprouver, excelência. Dai-me vossa licença. Bom dia, senhores, passai bem.
E retirou-se. O dia seguia bonançoso, tépido. O vento e a maresia que corriam pela Avenida Atlântica, aspirados em longos haustos pela jovem servidora da esperança, despertaram-na. Só, então, concatenando idéias e ordenando lembranças, deu-se conta dos acontecimentos, sendo visitada pelos receios e as lágrimas.
Rosângela fora excelente instrumento indireto dos Bons Espíritos, que tentavam, desse modo, interferir e ajudar no grave sucesso da subjugação de Ester.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – Quem era Rosângela? Qual sua história de vida até o trabalho no hospital psiquiátrico?

2 – Os benfeitores, interessados em Ester, encontraram em Rosângela a oportunidade de auxiliar a enferma no seu abandono. Que providências tomou Rosângela para auxiliar a moça? Como ela foi recebida pelo casal Santamaria?

Bom estudo a todos!!

Equipe Manoel Philomeno