sábado, 7 de novembro de 2015

Reflexão: Uma nota… Uma palavra

 

umanotaumapalvUMA NOTA... UMA PALAVRA

    - Papai posso tocar uma canção para você? Disse a criança.
    - Claro, meu amor, seu pai respondeu.
    A criança sentou-se ao piano, cuidadosamente colocou seus dedos sobre as teclas e tocou uma nota. Virou a cabeça em direção a seu pai e sorria enquanto esperava por sua aprovação. Ele não disse uma palavra.
    - Papai, você não gostou de minha canção? Ela perguntou.
    - Então era isso? Isso não foi uma canção. Foi apenas uma nota. Uma canção tem muitas notas! Ele lhe respondeu.
    A criança então voltou em direção ao piano e lentamente tocou a mesma nota repetidas vezes. Parou e olhou para ele esperando que agora tivesse agradado.
    - Uma canção é composta de muitas notas, não uma só tocada umas cem vezes.
    Aborrecida com a resposta, ela desceu do banco e foi embora.
    Percebendo que fora insensível em sua resposta, ele a seguiu até o quarto.
    Ela estava sentada na cama, cabeça baixa e choramingando.
    - O que há de errado? Ele perguntou. - Sinto muito. Mas uma nota não faz uma canção.
    - Mas vovó disse que minha vida é uma canção.
    - Ela está certa. Sua vida é uma linda canção. Seu pai garantiu.
    Olhando para ele, ainda com lágrimas nos olhos, ela disse,
    - Mas eu sou apenas uma nota.
    Eu conheço este sentimento. Eu conheço a dor de sentir-se tão singularmente insignificante. Mas descobri algo importante... uma nota é uma canção.
    Visitei uma loja de instrumentos musicais. Tinham um xilofone. Ignorei o cartaz que dizia: "Não toque! O vendedor lhe ajudará". Segurei o martelete em minha mão e golpeei apenas uma nota pensando que seria breve e seria desprezada. Mas ela ressonou pelo que me pareceu uma eternidade. Suficientemente longo para que o vendedor ouvisse e se aproximasse.
    - Sabe tocar? Ele perguntou.
    - Não, nunca aprendi. Respondi.
    - Obviamente você nunca aprendeu a ler cartazes também. Disse gentilmente e rindo.
    - Eu gostaria de tocar mas só sei uma nota. Lhe contei.
    - Para um compositor, cada canção começa com uma nota. Para você, aquela nota é sua canção. Ele disse.
    Meu amigo, você é uma canção de Deus na sinfonia da vida. Tocada repetidamente, quem você é e o som que você faz na peça inspirada por Deus, ressona eternamente.
    Você é uma palavra, também.
    No livro da vida, que tem muitas páginas, sua palavra única forma volumes.
    E a sua palavra é "Amor?", "Alegria?" ou é "Desespero?", "Derrota?". Pense bem...
    "Uma nota... Uma palavra!"

(Tradução de SergioBarros -do texto de Bob Perks)

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XIII – Itens 4 e 6
Tema:   Os infortúnios ocultos
O óbolo da viúva
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A - Texto de Apoio:

Os infortúnios ocultos

4. Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres. Mas, a par desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem. Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.

Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida? Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que à entrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos. E que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover às necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranquilizá-lo sobre a sorte da família. No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação. A noite, um concerto de benções se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.

Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência. A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: "Que podes dar, minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual será o teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quem faz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo. Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los. Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa. Não te parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essas criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti." É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou. E espírita ela? Que importa!

Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e da sua consciência. Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe a casa uma de suas protegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos. Esta última, ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. "Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não o digas a ninguém." Falava assim Jesus.

O óbolo da viúva

5. Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro, viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. - Nisso, veio também uma pobre que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos cada uma. - Chamando então seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas dádivas no gazofilácio; - por isso que todos os outros deram do que lhes abunda, ao passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu sustento. (SÃO MARCOS, cap. XII, vv. 41 a 44. - S. LUCAS, cap. XXI. vv. 1 a 4.)

6. Multa gente deplora não poder fazer todo o bem que desejara, por falta de recursos suficientes, e, se desejam possuir riquezas, é, dizem, para lhes dar boa aplicação. E sem dúvida louvável a intenção e pode até nalguns ser sincera. Dar-se-á, contudo, seja completamente desinteressada em todos? Não haverá quem, desejando fazer bem aos outros, muito estimaria poder começar por fazê-lo a si próprio, por proporcionar a si mesmo alguns gozos mais, por usufruir de um pouco do supérfluo que lhe falta, pronto a dar aos pobres o resto? Esta segunda intenção, que esses tais porventura dissimulam aos seus próprios olhos, mas que se lhes depararia no fundo dos seus corações, se eles os perscrutassem, anula o mérito do intento, visto que, com a verdadeira caridade, o homem pensa nos outros antes de pensar em si O ponto sublimado da caridade, nesse caso, estaria em procurar ele no seu trabalho, pelo emprego de suas forças, de sua inteligência, de seus talentos, os recursos de que carece para realizar seus generosos propósitos. Haveria nisso o sacrifício que mais agrada ao Senhor. Infelizmente, a maioria vive a sonhar com os meios de mais facilmente se enriquecer de súbito e sem esforço, correndo atrás de quimeras, quais a descoberta de tesouros, de uma favorável ensancha aleatória, do recebimento de inesperadas heranças, etc. Que dizer dos que esperam encontrar nos Espíritos auxiliares que os secundem na consecução de tais objetivos? Certamente não conhecem, nem compreendem a sagrada finalidade do Espiritismo e, ainda menos, a missão dos Espíritos a quem Deus permite se comuniquem com os homens. Daí vem o serem punidos pelas decepções. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, nº 294 e nº 295.)

Aqueles cuja intenção está isenta de qualquer ideia pessoal, devem consolar-se da impossibilidade em que se veem de fazer todo o bem que desejariam, lembrando-se de que o óbolo do pobre, do que dá privando-se do necessário, pesa mais na balança de Deus do que o ouro do rico que dá sem se privar de coisa alguma. Grande seria realmente a satisfação do primeiro, se pudesse socorrer, em larga escala, a indigência; mas, se essa satisfação lhe é negada, submeta-se e se limite a fazer o que possa. Aliás, será só com o dinheiro que se podem secar lágrimas e dever-se-á ficar inativo, desde que se não tenha dinheiro? Todo aquele que sinceramente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontrará de realizar o seu desejo. Procure-as e elas se lhe depararão; se não for de um modo, será de outro, porque ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, fazer um esforço útil. Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a dádiva do pobre, o óbolo da viúva.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – O que são infortúnios ocultos?

2 – Na impossibilidade de possuir recursos financeiros para secar lágrimas, o que podemos fazer?

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

4 questionamentos – respostas rápidas

Olá S., reunimos vários questionamentos seus numa mesma resposta:

Duvida: como devemos proceder para identificar os verdadeiros cristãos?
O cristão é aquele que pensa e age pelos preceitos do Evangelho de Jesus, ou seja, norteia sua vida e suas ações de acordo com exemplo que Jesus nos deixou, independente de religião.

Duvida: porque a ideia do nada nos aflige?

Porque é antinatural. É como se fôssemos ludibriados... se, depois da morte física, nada houvesse, de que serviria ser bom, ser mau, enfim, qual seria a finalidade da vida física?

Duvida: porque os espiritas não tem medo da morte?

Porque a morte não existe. O espírito é imortal.

Duvida: o que acarreta a falta de compromisso afetivo?

A consequência natural: ao não dermos afeto, também não teremos afeto – nesta ou em outra vida, experimentaremos a mesma situação...

Esperamos ter ajudado

Att, Elo/CVDEE

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Reflexão: DEDO DURO ou CÚMPLICE?

Assista o vídeo AQUI e reflita com a gente.

***

Quando assisti a esta campanha veiculada no Canadá cujo mote é o incentivo ao cidadão ser um dedo duro, resolvi escrever sobre este tema.

No Brasil ser um dedo duro ou X9, como é dito nas favelas cariocas, é ser um indivíduo asqueroso e que deve ser punido com linchamento moral ou físico. Essa cultura está enraizada no Brasil e é o que mantém a impunidade no país e transforma nossa população em cúmplice de todo e qualquer tipo de corrupção.

De que lado você quer ficar, do certo ou do errado?
Sim, o certo e o errado existem e isso é muito bem explicado pela filosofia em todos os conceitos de ética aceitos pela academia.

No entanto, os princípios morais da sociedade bem definidos sobre o que é o CERTO e o ERRADO tem sido relativizados justamente para que a impunidade seja a cada dia mais fortalecida, transformando a nossa sociedade numa terra de ninguém de forma progressiva, como temos podido perceber ultimamente.

Sim, o CERTO é o certo e o ERRADO é o errado. E se você se deparar com o errado, DENUNCIE em vez de decidir ser CÚMPLICE.

"Isso não é da sua conta". Não, é da sua conta sim. Uma sociedade corrupta é da sua conta e se voltará contra você mesmo. Um bom exemplo disso são os políticos no poder. Eles são um espelho da sociedade e de valores como este citado neste texto.

Veja o vídeo da campanha que mencionei e reflita. Ela trata especificamente sobre violências a mulher, no entanto, o princípio é o mesmo para qualquer problema da sociedade.

O que é errado deve ser denunciado.
Pense fora da caixa.

Reflexão (2)

reflexao2

Novembro azul

novembro azul

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Reflexão (1)

reflexao

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Qual sua opinião?

No facebook de Patricia M da Silva foi encontrado o seguinte texto:

 

Minha amiga trabalha em um brechó de um hospital, como voluntária.
Certo dia adentrou na loja uma certa "senhora bastante obesa", e de cara a minha amiga penso...u que não tinha nada na loja na numeração dela.
Se sentiu apreensiva e constrangida naquela situação, vendo a senhora percorrer as araras em busca de algo que minha amiga sabia que ela não encontraria.
Ficou angustiada, porque não queria que a senhora se sentisse mal pelo tamanho das peças de roupas, se sentindo excluída e fazendo a questão sobre o seu sobrepeso vir à tona de forma implícita.
Naquele momento minha amiga orou a Deus e pediu que lhe desse sabedoria para conduzir a situação evitando que a cliente se sentisse excluída ou humilhada na sua autoestima.
Foi quando o esperado aconteceu. A senhora se dirigiu à minha amiga e disse tristinha:
"É... não tem nada grande, não é?
E a minha amiga, sem até aquele momento saber o que diria, simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu:
"Quem disse??? Claro que tem!! Olha só o tamanho desse abraço! - E a abraçou com muito carinho.
A senhora então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando:"Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço."
E chorando, tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse:"Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava".
E naquele momento, através dos braços calorosos de minha amiga, Deus afagou a alma daquela criatura, tão carente de amor e de carinho.
Quantas almas não se encontram também tão necessitadas de um simples abraço, de uma palavra de carinho, de um gesto de amor.
Será que dentro de nós, se procurarmos no nosso baú, lá nas prateleiras da nossa alma, no estoque do nosso coração, também não acharemos algo "grande" que sirva para alguém?
Um grande abraço, tamanho GG pra você!”

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

E, aí! Já viu?!

 

O site Notícia Espírita indica:

Os 8 melhores filmes espíritas nacionais

quarta-feira, agosto 19, 2015 Notícia Espírita

Nos últimos 10 anos a doutrina espírita ganhou força nas telas do cinema brasileiro. Diversas obras psicografadas e médiuns influentes foram retratados em tramas, muitas vezes com um elenco bastante conhecido por novelas da TV brasileira.
O Notícia Espírita fez uma lista de 8 produções nacionais imperdíveis sobre o espiritismo. Confira
1- Nosso Lar (2010)
Direção de Wagner de Assis

Considerado o filme mais representativo da doutrina espírita, "Nosso Lar", em sua exibição em 2010, foi a segunda melhor estreia do cinema nacional desde 1995 em termos de público. Perdendo somente para a outra trama espírita, a 'Chico Xavier', que levou 585.560 pessoas aos cinemas em seu fim de semana de estreia.
No filme, um famoso médico acorda no mundo espiritual e vai viver numa colônia que paira sobre a Terra, onde terá que aprender novos valores morais e vencer a saudade da família na Terra.
2- Chico Xavier (2010)
Direção de Daniel Filho

Chico Xavier é uma adaptação para o cinema que descreve a trajetória do médium Chico Xavier, que viveu 92 anos desenvolvendo importante atividade mediúnica e filantrópica. Vida conturbada, com lutas e amor. Seus mais de 400 livros psicografados, consolaram, pregaram a paz e estimularam caridade. Fênomeno? Fraude? Os Espiritos existem? Para os admiradores mais fervorosos, foi um santo. Para os descrentes, no mínimo, um personagem intrigante.
3 – A data limite de Chico Xavier (2014)
Documentário

Especialistas em ufologia afirmam que após a explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki, houve um aumento considerável no número de avistamentos de OVNIs (Objetos voadores não identificados) em todo o mundo.
Pouco mais de duas décadas depois, o médium brasileiro Chico Xavier confidenciava aos companheiros mais próximos que, por ocasião da chegada do homem à Lua em 20 de julho de 1969, acontecera uma reunião com as potências celestes de nosso sistema solar para verificar o avanço da sociedade terrena. Decidiram pois, conceder à humanidade um prazo de 50 anos para que evoluísse moralmente e convivesse em paz, sem provocar uma terceira guerra mundial.
Se assim convivesse até a Data Limite, a humanidade estaria, a partir de então, pronta para entrar numa nova era de sua existência, e feitos magníficos seriam verificados por toda a parte, inclusive os nossos irmãos de outros planetas estariam autorizados expressamente a se apresentarem pública e oficialmente para os habitantes da Terra.
4 – Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito (2008)
Direção de Glauber filho e Joe Pimentel



O universo sertanejo permeia a trama dessa cine-biografia de Bezerra de Menezes desde sua infância, passando pela adolescência até a vida adulta. Aos dezoito anos, o protagonista inicia no Rio de Janeiro seus estudos de medicina. Na então Capital da República, elegeu-se vereador e deputado em várias legislaturas e defendeu as idéias abolicionistas. Mas o que lhe trouxe o maior reconhecimento de seu povo foi o trabalho anônimo realizado em prol dos desfavorecidos. Por conta disso, ficou conhecido como o “Médico dos Pobres”. Seja como político devotado às causas humanitárias ou como médico conhecido por jamais negar socorro a quem batesse à sua porta, Bezerra de Menezes tornou-se um exemplo de homem e escreveu uma história de vida marcada pelo amor e pela caridade.
5 – O filme dos espíritos (2011)
Direção de André Marouço e Michel Dubret



O filme conta a história de Bruno Alves que, por volta dos 40 anos, perde a mulher e se vê completamente abalado. A perda do emprego se soma à sua profunda tristeza e o suicídio lhe parece a única saída. Nesse momento, ele entra em contato com O Livro dos Espíritos, obra basilar da doutrina espírita. Há também uma dedicatória no exemplar: “esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito.” A partir daí, o protagonista da história começa uma jornada de transformação interior rumo aos mistérios da vida espiritual.
6 – Causa e Efeito (2014)
Direção de André Marouço



O filme é um drama espírita que conta a história de Paulo, um policial que tinha uma vida tranquila até que um motorista alcoolizado atropela e mata sua esposa e filho. O motorista não é preso e revoltado Paulo torna-se justiceiro. Contratado para dar fim a uma garota de programa chamada Madalena, ele se sensibiliza com a história dela e coloca-se em fuga com a moça. Na fuga, o casal se apaixona e juntos reajustam suas condutas de vida, auxiliados por um trio de religiosos: um padre, um pastor e um espírita. Ao longo da trama os protagonistas alcançam o amor, a paz e a iluminação.
7 – As Cartas Psicografadas por Chico Xavier
Documentário | Direção de Cristiana Grumbach

As cartas psicografadas por Chico Xavier é um filme de conversas e silêncio. Mães e pais que perderam filhos, procuraram Chico, receberam cartas. Sentimentos, lembranças, imagens da falta de alguém. A procura por alento para a dor sem nome. As palavras chegam em papel manuscrito. As cartas são lidas. Sobreviver a isso, viver ainda assim. As cartas são os elos entre mães e filhos, entre Chico e essas mães e seus filhos, entre o público e o filme.
8 - Joelma, 23º ANDAR
Direção de Clery Cunha



Considerado o primeiro filme espírita brasileiro, “Joelma, 23º Andar” também foi baseado na obra de Chico Xavier e conta a tragédia do edifício, que dá nome ao filme, que pegou fogo e matou 191 pessoas. Lucimar, personagem principal vivida por Beth Goulart, morreu no incêndio. Mas sua mãe não aceita a morte e acaba procurando o famoso médium para saber se a filha está bem.

domingo, 1 de novembro de 2015

O pesadelo de quem vive obcecado com a própria aparência

O pesadelo de quem vive obcecado com a própria aparência

Susanna Jolly

Da BBC

Há dois anos, a ex-modelo Alicia Douvall fez duas revelações impactantes: ela gastou mais de US$ 1,5 milhão em tratamentos estéticos e estava tão viciada em cirurgia plástica, que foi diagnosticada com o "transtorno dismórfico corporal" (TDC).

A doença, também conhecida como dismorfofobia, consiste em uma preocupação exagerada e fora do normal com a aparência.

É comum os sintomas começarem na adolescência. Minnie Wright, por exemplo, tem 47 anos e passou praticamente a vida toda sofrendo com o transtorno.

"Os sintomas começaram quando eu tinha 11 anos e era vítima de bullying", conta. "Principalmente por causa do tamanho do meu nariz." Minnie conta ainda que colocava maquiagem para tentar fazer sombra e disfarçar o nariz e sempre inclinava a cabeça para evitar mostrar seu perfil.

Vaidade?

As pessoas com TDC demoram para pedir ajuda por terem medo de serem classificadas como "vaidosas". O médico David Veale, especialista em TDC, trabalha na área há 20 anos e começou depois que um dos seus pacientes se suicidou por causa da doença.

"O ideal é diagnosticar as pessoas com TDC em um estágio inicial da doença, porque o tratamento é mais fácil. Antes que todos esses pensamentos e ansiedades cheguem à sua mente."

Veale disse ainda que a "mensagem mais importante a passar sobre o TDC é que é uma doença curável."

O tratamento normalmente consiste em uma combinação de antidepressivos e terapia cognitiva-comportamental. No entanto, conseguir diagnosticar o transtorno e tratá-lo é um processo lento.

Durante esse tempo, quem sofre de TDC pode tentar "curar" essas imperfeições que encontra por meio da cirurgia plástica.

Cirurgia

Minnie explica que queria fazer algo para mudar sua realidade de bullying e corrigir sua 'imperfeição'. "Mas eu ainda era uma criança. Quando completei 18 anos, me deram uma cirurgia de nariz."

"No início, me senti melhor, mas no fundo, eu ainda era infeliz. Era como trocar os móveis de lugar, no fundo, o problema permanecia ali. Você só o via de forma diferente."

Pouco tempo depois, Minnie concentrou sua fonte de infelicidade no seu cabelo e os sintomas chegaram a deixá-la tão abalada, que ela chegou a cogitar o suicídio.

Estudos sugerem que pessoas com esse transtorno são mais propensas ao suicídio que a população em geral. Minnie conheceu quatro pessoas com TDC que se mataram.

Veale, que trabalha para a Fundação do Transtorno Disfórmico Corporal, conta que um terço dos seus pacientes se submeteram a pelo menos um tratamento estético.

O dado mais alarmante é que menos de 10% das pessoas com esse transtorno ficam satisfeitas com os resultados.

Resolvido um 'problema', elas tendem a se concentrar em outro aspecto de sua aparência, algo que acaba levando essas pessoas a se submeterem a vários procedimentos cirúrgicos para corrigir 'imperfeições'.

Diagnóstico

Estima-se que 15% das pessoas que querem fazer cirurgia plástica têm TDC.

O cirurgião plástico Simon Withey afirma que o transtorno "é extremamente complicado" e adverte que os cirurgiões "nunca conseguem ser especialistas" na hora do diagnóstico.

"Mas com as perguntas adequadas, é possível ter um sexto sentido para identificar que algo não está bem. Se sinto que algo não está bem, não opero."

Os psiquiatras têm várias ferramentas para identificar a dirmorfofobia, mas leva tempo até que se tenha o diagnóstico e por isso é inviável utilizá-las nas clínicas dos cirurgiões plásticos na preparação para a operação.

A médica Alex Clarke estuda os aspectos psicológicos da cirurgia plástica. A equipe dela está desenvolvendo um questionário de análise mais acessível para os médicos.

"Os cirurgiões querem operar. A preocupação deles é que se eles disserem não, o paciente irá a outro cirurgião para fazer", explica Clarke.

O questionário identifica a presença dos sintomas clássicos de TDC e explora as expectativas do paciente.

Nos testes do estudo, tanto os cirurgiões, como os pacientes, aceitaram essa nova ferramenta.

"Nos últimos 15 anos, temos visto como cirurgiões mudaram – se antes resistiam a esses testes, hoje reconhecem que essas práticas fazem parte de um serviço de maior qualidade."

Dificuldades

O problema, porém, é como chegar àqueles profissionais inescrupulosos dispostos a tudo por dinheiro.

O cirurgião Marc Pacífico, porta-voz da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos e Anestesistas, confessa que 'o buraco é mais embaixo'.

"É triste, mas se você procurar, sempre vai encontrar alguém disposto a fazer a operação que quiser. Qualquer um pode se chamar de 'cirurgião plástico' e ter um consultório."

Ele diz ainda que as pessoas podem ser enganadas facilmente por sites sofisticados e famosos na internet.

Para evitar cair nas mãos de profissionais 'inescrupulosos', a Associação recomenda buscar os certificados e as credenciais oficiais do médico.

Em alguns casos, o paciente chega a encontrar primeiro um 'vendedor' da cirurgia para só depois falar com o cirurgião. O preço também costuma ser mais baixo do que o do mercado.

Primeiro mundo?

É comum os comentários de notícias que saem na mídia a respeito do TDC serem de que "esse é um problema de primeiro mundo."

Mas há evidências que provam o contrário. O professor brasileiro Leo Fontanelle é especialista em TDC no Rio de Janeiro. E o Brasil é um dos países que lidera as estatísticas de cirurgia plástica no mundo todo.

"Vimos pacientes de todas as classes econômicas. Mas não temos dados sobre quantos dos nossos pacientes se submeteram a cirurgia antes de serem diagnosticados e tratados", disse.

Fontanelle reiterou que "é muito importante que os cirurgiões estejam atentos a esse problema e direcionem os pacientes ao tratamento adequado."

A selfie é culpada?

Durante muito tempo, a mídia foi citada como 'culpada' pela obsessão das pessoas com a aparência e, nos últimos anos, o advento das selfies veio para alimentar ainda mais essa 'obsessão'.

Um estudo recente mostra que as pessoas entre 16 e 25 anos dedicam 16 minutos e sete tentativas em média para fazer o "selfie perfeito".

Mas a pressão pela perfeição afeta o estado mental das pessoas?

Segundo Veale, não é bem assim. "É difícil traçar uma linha entre o que é uma insatisfação do corpo e o que é o TDC propriamente dito."

O especialista explica que são as experiências que temos quando somos mais jovens, como uma relação distante entre mãe e filho ou o bullying na escola, que poderão afetar a pessoa.

"A pressão da mídia está lá fora e tem pouca influência na história", diz.

Para Clarke, a dismorfofobia é um tema que deve ser abordado primeiro na escola.

"É necessário ensinar as crianças a educação midiática para que aprendam que essas imagens retocadas não são reais. É muito fácil ser vítima dessas pressões se você não for suficientemente forte."

Notícia publicada na BBC Brasil, em 28 de junho de 2015.

Claudia Cardamone comenta

Kardec perguntou aos Espíritos o que pensar das mutilações praticadas no corpo do homem e eles responderam: “[...] O que é inútil não pode ser agradável a Deus e o que é prejudicial lhe é sempre desagradável. Porque, ficai sabendo, Deus só é sensível aos sentimentos que elevam a alma para ele [...]”

Num mundo onde se dá extremo valor à aparência e à forma, este transtorno surge para nos lembrar que devemos valorizar o que realmente nos é importante. O corpo é essencial para estarmos aqui encarnados, mas o espírito é mais importante, pois ele existe sem o corpo físico. Kardec fala um pouco sobre isto na questão 933 de O Livro dos Espíritos:

“O homem é infeliz, geralmente, pela importância que liga às coisas deste mundo. A vaidade, a ambição e a cupidez fracassadas o fazem infeliz [...]”

Infelizmente ainda estamos muito ligados à forma, ainda valorizamos demais o que vemos ou temos, deixando para um segundo plano o que somos. Compreendo que este transtorno exige um tratamento e as pessoas que sofrem dele a nossa compaixão, mas o comentário é sobre a perspectiva espírita. As pessoas vivem insatisfeitas com sua forma, suas características físicas e muito disto tem sua origem na ideia utópica que devemos ser felizes sempre, ou felizes para sempre, como aprendemos desde pequenos. Kardec perguntou na questão 920 de O Livro dos Espíritos se o homem pode gozar na Terra uma felicidade completa. Os Espíritos responderam que não, porque a vida nos foi dada como prova ou expiação. Isto não significa que viemos para sofrer, viemos evoluir e sofremos pelas nossas imperfeições. Temos que compreender que este corpo físico é temporário, ele irá se desfazer com o tempo, não que devemos negligenciá-lo, pois sem ele não estaríamos aqui, mas devemos investir naquilo que não desaparecerá, o nosso Espírito.

* Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, pelas FMU, e em Pedagogia, pela UNISUL. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como professora. É espírita e trabalhadora do Grupo União e Amor de Formação Espiritual, em Paulo Lopes/SC.