sábado, 22 de maio de 2010

Artigo: "Saúde é Trabalhar".

Por Richard Simonetti.

Ao longo de sua luminosa trajetória, Chico experimentou inúmeros problemas de saúde, sem permitir que os males físicos o inibissem.
Indagado, certa feita, se em algum momento sentira impaciência ou revolta, explicou:
– Não sofro tanto assim, porque a ciência médica está bastante avançada. Tenho, por exemplo, um processo de catarata inoperável e há décadas faço a medicação em meus olhos, com muita calma, porque considero, conforme me ensinou Emmanuel, que a possibilidade de ver já é um privilégio.
Notável postura, não é mesmo, leitor amigo? Um convite à reflexão em torno de males que não nos afligiriam tanto, se não os imaginássemos capazes de paralisar nossas iniciativas e descolorir nossa existência.
A forma como o mentor espiritual sedimentou-lhe essa convicção é bastante pitoresca.
Certa feita, lutando por debelar um processo hemorrágico no olho direito, Chico deixou de participar dos trabalhos mediúnicos por dois dias.
Emmanuel veio vê-lo.
– Por que não está trabalhando?
E Chico, ensaiando agastamento:
– Como o senhor sabe, estou com um olho doente.
O guia não deixou barato:
– E o outro, o que está fazendo? Ter dois olhos é luxo!
Chico conclui, após relatar o episódio:
– Poder trabalhar, não obstante a doença, já é quase saúde.


***

Diariamente, milhões de brasileiros justificam sua ausência no serviço, apresentando atestados médicos, a informar que estiveram impossibilitados de exercer suas funções.
Há algo do chamado jeitinho brasileiro em muitas dessas iniciativas, com as quais se pretende matar o serviço, em favor de alguns dias no dolce fare niente dos italianos.
Em relação às atividades espirituais e filantrópicas, no Centro Espírita, acontece com freqüência maior, lamentavelmente.
Isso porque não há necessidade de atestado. Geralmente, os faltosos nem se dão ao trabalho de avisar, ocasionando sérios embaraços em determinados setores.
Particularmente na atividade mediúnica, tal comportamento é altamente danoso, porquanto, não raro, um planejamento cuidadosamente elaborado pelos benfeitores espirituais é prejudicado pela ausência de um ou mais participantes.
Deixam de comparecer por motivos triviais:

• Chuva.

• Frio.

• Cansaço.

• Desinteresse.

• Sono.

• Visita.

• Mal-estar.

Com relação a este último motivo, não se dão conta os médiuns de que, freqüentemente, uma enxaqueca, uma dor, uma tensão nervosa, um ânimo caído, decorrem da presença da entidade que deverá comunicar-se por seu intermédio.
Os mentores espirituais antecipam a ligação, a fim de que ocorra melhor familiaridade com o Espírito, favorecendo a manifestação.
O médium, que deveria saber disso, deixa de comparecer, por estar doente.

***

Em qualquer situação, no dia-a-dia, oportuno lembrar que o trabalho é o melhor remédio para nossos males.
Como o próprio Chico ensina, trabalhar, mesmo estando doente, já é um começo de recuperação.
Espiritualmente, haverá demonstração mais exuberante de saúde do que alguém disposto a servir, mesmo estando doente?

Do Livro "Rindo e Refletindo com Chico Xavier".

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Notícia: "Galera ilustrada"

por Alana Reis

Tatuagem!
A curiosa cultura virou mania e ganha cada vez mais adeptos. A POP3 conta quase tudo sobre o que permeia o fantástico mundo das tattoos, como escolher o melhor lugar, tatuador, valores, arrependimentos, idade, remoção, enfim, vamos desenrolar a história das tatuagens e saber como ela veio parar aqui e em nossos corpos. E de quebra a gente dá uma espiadinha na pele dos famosos que se deixaram desenhar!
  (...)

Comentário: 

“Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca. (…) As coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo.” - Jesus

Incapazes de compreenderem a essência das grandes verdades universais que a sabedoria de alguns Espíritos iluminados colocou à disposição da Humanidade, a grande maioria dos Homens ao longo da história foi-se acomodando à rigidez da forma. Nesta passagem evangélica de Mateus, alguns fariseus mostravam indignação porque os discípulos de Jesus não lavavam as mãos quando comiam, transgredindo tradições antigas. O Mestre evidenciou o equívoco de tal ideia em que se procurava iludir através de atos exteriores um coração carregado de fel. (...) 





quinta-feira, 20 de maio de 2010

Notícia: "Síndrome da pressa atinge cerca de 30% dos brasileiros".

Diz o ditado popular que a pressa é inimiga da perfeição. Mas não só dela: é inimiga da saúde também. As pressões do cotidiano e o ritmo de vida cada vez mais frenético têm levado a um distúrbio que alguns especialistas classificam como a síndrome da pressa - um mal que atinge pelo menos 30% dos brasileiros. Esta síndrome é estudada desde os anos 80 e é um dos problemas que mais levam pessoas a procurarem tratamento médico e psicológico.

Tensão, hostilidade, impaciência, sono agitado e passos exageradamente rápidos são algumas das características deste mal contemporâneo. Além dos problemas comportamentais, a síndrome da pressa pode desencadear doenças como depressão, pânico, hipertensão e distúrbios gástricos e intestinais.

"A síndrome da pressa é um problema psicológico e comportamental. Ela pode desencadear em doenças associadas, se não for tratada devidamente. A síndrome não tem uma faixa etária específica de incidência, porém, geralmente atinge pessoas mais jovens que dispõem de energia para se ocupar de inúmeras funções" comenta a psicóloga Tânia Coe.

Apesar da alta incidência do problema, grande parte da população brasileira desconhece a síndrome, o que preocupa médicos e psicólogos.

Qualidade de vida

"Na Europa, principalmente na França, existe uma campanha para incentivar as pessoas a viverem de forma mais simples, não valorizar tanto o dinheiro, priorizando a qualidade de vida" comenta o médico psiquiatra Luiz Sérgio de Lima Gomes. "Acho que, em nosso país, muitas pessoas hoje em dia vivem num estado meio que sonâmbulo, ou seja, vão seguindo as tendências sem terem muita consciência do que estão fazendo".

Por ser um mal relativamente recente, não existe um tratamento específico para os sintomas. A "cura" da síndrome está na busca das razões para o estado permanente de estresse e na prática de terapias, atividades ou ocupações que proporcionem um estado de relaxamento.

"Embora não exista um tratamento específico, se o problema estiver ligado à ansiedade ou a altos níveis de estresse, é sugerida uma mudança de rotina como sendo a melhor forma de inibir a síndrome. Melhorar a qualidade de vida, diminuir o ritmo de sua rotina, conseguir relaxar, fazer exercícios que estimulem este relaxamento. Ou seja dedicar maior atenção a coisas simples, como dormir bem e se alimentar de forma saudável são boas soluções" destaca a psicóloga Tânia Coe.

Vítima do corre-corre do cotidiano, a advogada Fernanda Carvalho, de 30 anos, faz terapia há seis meses, desde quando foi alertada pela família sobre seu comportamento extremamente ansioso e apressado. Com uma rotina de oito horas de trabalho diário e preocupações familiares, ela tinha constantes dores de cabeça, que foram diminuindo com o ganho de controle emocional.

"Passei a fazer terapia duas vezes por semana e procurei uma atividade física, a natação, para descarregar as energias do dia-a-dia. Todos à minha volta notaram uma mudança de comportamento. E uma mudança para melhor" conta Fernanda, que possuía hábitos típicos da síndrome, como dirigir e comer muito rápido, além de se aborrecer facilmente.

Com um ritmo de vida semelhante ao da advogada, a jornalista Solange Diniz também teve de procurar tratamento.

"Acho que fui me acostumando à correria característica de meu trabalho. Não sei como isso foi influenciando tudo o que eu fazia. Mas comecei a perceber que sentia culpa por estar me divertindo. Se estivesse na praia, por exemplo, não conseguia me desligar do trabalho e aproveitar o momento de lazer. Me sentia como se estivesse perdendo tempo ou com um sentimento de culpa horrível por ter um milhão de tarefas me esperando" revela Solange, que, por conta do problema, desenvolveu gastrite crônica.

Ela se tratou com psicoterapia, homeopatia e florais e hoje está conseguindo ter mais qualidade de vida. - JB Online. Notícia publicada no Portal Terra, em 26 de julho de 2009.

Comentário:

É notório que a vida moderna instituiu a competição como uma de suas características. Devido às dificuldades encontradas pela escassez do mercado de trabalho, as pessoas passaram a entender a necessidade da superação de sua capacidade normal de trabalho. Para garantirem sua participação nesse mercado, é preciso mostrar-se acima da média em relação àqueles que se tornaram seus concorrentes. E nessa competição desenfreada, a pressa se tornou uma "aliada" na busca de uma melhor posição. Todos desejam fazer sempre o melhor e no menor espaço de tempo possível, o que demonstraria a tão decantada "eficiência". Em nome dessa competição, as pessoas chegam a sacrificar a sua alimentação, realizada quase sempre à base de alimentos pouco saudáveis e em circunstâncias desfavoráveis e os momentos de repouso e relaxamento, tão necessários para a manutenção do nosso equilíbrio físico-psicológico.

Acontece, porém, que a nossa organização física e até mesmo o nosso psiquismo têm as suas limitações e reagem quando exigimos deles além do que podem nos proporcionar. E aí surgem as síndromes, os transtornos e os distúrbios psicológicos em geral. Inicialmente, apenas a nossa vida psicológica é afetada. Posteriormente, porém, o corpo físico somatiza esse desequilíbrio em forma da enfermidades das mais variadas. É o que nos mostra a matéria em questão, em perfeita consonância com o que nos ensina a doutrina espírita, no sentido de que o nosso corpo físico reflete nossas ações, pensamentos e sentimentos, isto é, o nosso estado mental. Quando adotamos práticas que geram uma desarmonia em nosso psiquismo, a Natureza reage, fazendo refletir as consequências no organismo físico.

Portanto, esse tipo de enfermidade tratada na matéria é característico de um comportamento inadequado. É preciso compreender que as atividades profissionais, bem como as relações com a família e com os semelhantes, são importantes e se constituem obrigações às quais devemos atender. No entanto, é também necessário não perder de vista a recomendação da Doutrina, de que devemos cuidar do corpo e do espírito para podermos atingir a perfeição moral. É equivocado cuidarmos apenas dos nossos deveres para com a sociedade, esquecendo-nos de que o instrumento para que possamos satisfazê-los é o nosso corpo físico.

Comentário por: Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Artigo: "Toda uma Biblioteca"

Por Richard Simonetti

Empirismo, como sabe o prezado leitor, é o princípio segundo o qual todo conhecimento provém da experiência.
Um político norte-americano discursava para uma comunidade indígena, fazendo promessas de campanha relacionadas com os benefícios que prestaria aos índios se fosse eleito.
Durante sua fala e principalmente ao final, os índios gritavam em uníssono: oia, oia!
Satisfeito com tal receptividade, o político caminhava distraído pelo campo em direção ao seu automóvel, quando, inadvertidamente, pisou sobre um montículo de estrume, o cocô de boi.
O assessor indígena logo advertiu:
Cuidado com a oia!
Pois é, leitor amigo, o político literalmente aprendeu pela própria experiência que oia não era exatamente uma saudação.
Isso é empirismo.


***

John Locke (1632-1704), filósofo inglês, sistematizou essa idéia, situando a nossa mente como uma tábula rasa, um estado de vazio completo, ao nascermos. Seria uma página em branco, que iríamos preenchendo durante a existência.
Duas etapas seriam observadas:

• A sensação, colhida por intermédio dos sentidos, portas de contato com a realidade exterior.

• A reflexão, que sistematiza o resultado das sensações.

Não haveria, por isso, tendências ou idéias inatas.
Seria tudo fruto da experiência e das pressões do ambiente.
Curiosamente, o próprio Locke era evidente negação de sua teoria.
Homem brilhante, destacou-se como professor, médico, ensaísta, cientista, filósofo, religioso, político…
Foi conselheiro de um lorde inglês, tutor de seus filhos e médico de toda a família. Antes mesmo que recebesse diploma de médico, graças a seus conhecimentos teóricos, dispôs-se a efetuar o parto de uma das filhas de seu patrão e, em seguida operou o avô da jovem, extraindo um tumor de seu peito, em delicada cirurgia.
Raro exemplar de político honesto, ajudou a redigir uma constituição para colônias inglesas, destacando um programa de tolerância política, social e religiosa.
Colaborou no desenvolvimento das indústrias na Inglaterra e foi pioneiro no princípio de participação dos operários nos lucros das empresas.
Batalhou, no campo das idéias, em favor da imprensa livre, considerando-a fundamental para evitar-se regimes ditatoriais e monarcas despóticos.
Incansável na defesa da liberdade de consciência, admitia que todas as religiões têm pontos básicos em comum e que não é razoável haver hostilidade entre os religiosos.
E era um homem de fé.
O fato de Locke crer em Deus é algo inusitado, porquanto o empirismo é incompatível com a experiência religiosa. Não podemos ter um contato com o Criador a partir dos sentidos físicos.
Tão amplos eram seus conhecimentos, tão brilhante a sua erudição, tão grande a sua competência, em variados setores de atividade, que não há como conter tudo isso nos acanhados limites de uma única existência.
Locke foi um Espírito milenar em trânsito pela carne, trazendo farta bagagem de vivências anteriores.
E embora adepto do empirismo na abordagem do Mundo, privilegiava, como todo Espírito superior, a sensibilidade, o sentimento elevado, no trato com os problemas humanos e o semelhante.
Por isso, dizia bem humorado:

O homem que vive de acordo com a razão tem o coração de uma máquina de costura.


***

Nos últimos tempos, já prestes a desencarnar, Locke chamou os amigos e disse-lhes que podiam se alegrar por ele. Finalmente iria encontrar o caminho para a verdade infalível, além de todas as dúvidas humanas.
Como filósofo e como religioso, que admitia a existência e sobrevivência da alma humana, faltou-lhe o conhecimento fundamental – a reencarnação.
Saberia, então, que ao nascer não trouxe uma página em branco, como supunha, mas toda uma biblioteca contida em seus registros espirituais, que fizeram dele uma das mais destacadas personalidades do século XVII.
Efetivamente, com a reencarnação compreendemos por que cada indivíduo revela, no desdobramento de sua vida, tendências e vocações variadas, não compatíveis com as influências do presente.
São frutos de experiências passadas, e quanto mais velho, mais vivido o Espírito, maior o acervo de volumes que compõem sua biblioteca existencial, favorecendo-lhe o discernimento e a atuação no meio em que se situa.


***

Quando prefaciamos um livro, estamos apresentando o autor e, sobretudo, oferecendo ao leitor algumas informações quanto ao conteúdo.
Na produção dos exemplares reencarnatórios, na formação de nossa biblioteca para a eternidade, o prefácio funciona um pouco diferente.
É feito antes de ser escrito o livro.
Prefaciadores especiais: os pais.
Eles traçarão, pela educação, as diretrizes básicas, oferecendo condições para que o autor escreva algo de produtivo, que enriqueça sua coleção de experiências reencarnatórias, sem perder tempo com amenidades ou comprometer-se com licenciosidades.
Oportuno destacar, a esse propósito, a questão 383, de O Livro dos Espíritos:

Qual, para este (Espírito), a utilidade de passar pelo estado de infância?
Resposta: Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.

Na infância, o Espírito é extremamente sensível às influências que recebe dos adultos, particularmente dos pais.
Podem ajudá-lo a superar suas limitações, a vencer más inclinações, a desenvolver a virtude e o discernimento.
Na adolescência, quando o Espírito desperta para a vida presente, e assume a posse de si mesmo, tudo vai depender dele, de sua iniciativa.
O próprio Locke, com sua notável facilidade em fazer amigos e conviver com as pessoas, dotado de espírito de tolerância e respeito pelas convicções alheias, certamente trazia essas virtudes do passado, mas teve o reforço de um lar bem ajustado, orientado por princípios religiosos.
Em sua época a violência contra as crianças, nas escolas e no lar, era algo natural. Educava-se na base de pancadas.
Segundo seus biógrafos, a família Locke era uma exceção. Havia respeito e paciência com as crianças, que eram estimuladas à cooperação e à solidariedade.
Quando o filósofo atingiu a maioridade, o pai lhe disse:
– Meu filho, devo pedir-te desculpas.
– Por que, pai?
– Há vários anos, num momento de invigilância, perdi a calma e te bati.
Um pai bem digno do filho que tinha.
Valoroso prefaciador de um livro que nos honraria escrever.

Do Livro "Rindo e Refletindo com a História".

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mural reflexivo: "O bem que se faz".

Quando a ingratidão te bater à porta, não digas: nunca mais ajudarei a ninguém!

Quando a impiedade daqueles a quem beneficiaste chegar ao teu lar, não exclames: para mim, chega!

Não sofras e nem te arrependas de ter ajudado.

Nem reclames: e eu que lhes dei tudo!

Não retribuas mal por mal, pois que assim, vitalizarás o próprio mal.

O bem que se faz a alguém é sempre luz que se acende na intimidade.

Naturalmente, gostarias de receber gratidão, amizade, compreensão. Todos apreciamos experimentar os frutos da gratidão.

Pensa que a árvore jamais pergunta a quem lhe colhe os frutos para onde os carregará ou o que pretende fazer deles.

Ela se felicita por poder dar. Por se multiplicar através da semente que, atirada ao solo, o abençoa com novas dádivas de alegria.

Segue-lhe o exemplo.

Teus frutos bons, que produzam bons frutos além...

Tuas nobres tarefas, que se desdobrem em tarefas superiores mais tarde.

Fica com a alegria de fazer, de doar. Nunca com a idéia de colher reconhecimento ou gratidão.

Porque esperar gratidão pode ser também uma espécie de pagamento.

Sê tu sempre grato, mas não esperes pelo reconhecimento de ninguém.

O bem que faças, viajando sem parar em muitos corações, espalhará luz no longo curso da tua vida.

Amanhã ou depois, nos caminhos sem fim do futuro, mesmo que não o saibas ou que o tenhas esquecido, esse bem te alcançará, mais formoso, mais fecundo.

Assim, prossegue ajudando sempre. Observa como age a natureza:

O rio não cogita de examinar as bênçãos que conduz em suas águas, nem interpela o solo por onde segue.

Deixa-se jorrar, beneficiando a terra, a agricultura, as gentes.

O perfume, bailando no ar, nada pede para se espalhar até onde possa.

O grão não espera nada, além de ser triturado, para se converter em alimento.

O sol não escolhe lugar para visitar com luz, calor e vida.

A chuva não tem preferência por onde espalhar vitalidade.

Todos cooperam em nome da divindade, sem exigências e sem reclamações.

São úteis e passam. Nada esperam, nada impõem.

Age desta forma, tu também, e transforma-te num cálice de bênçãos, servindo sempre.

* * *

Se a tristeza te visitar a alma, ante a ingratidão de tantos a quem doaste o que possuías de melhor, recorda o mestre de todos nós (Jesus).

Ele disse que estava no meio de nós, como aquele que serve.

E, tendo derramado o seu amor, plenificando de vida a todos os que dele se aproximaram, recebeu na hora extrema a ingratidão do abandono.

Mesmo assim, até hoje ele prossegue, convidando: Vinde a mim.

Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao pai senão por mim.

-

(Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Benefício e gratidão, do livro Dimensões da verdade, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. www.momento.com.br. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1367&let=B&stat=0)

Comentário de Notícia: "Cientistas explicam relação entre a prece e o perdão".

Redação do Diário da Saúde

Errar e rezar

Todas as pessoas, uma vez ou outra, sentem culpa por alguma transgressão. Isso acontece porque nós não somos perfeitos e todos acabam quebrando a confiança de alguém ou mesmo cometendo atos danosos aos outros.

E, assim como erram, todos têm a esperança de obter o perdão por essas transgressões.

Juntamente com este fato, o psicólogo Nathaniel Lambert e seus colegas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, constataram um outro, igualmente verificável: 9 de cada 10 norte-americanos relataram em uma pesquisa que rezam, seja rotineiramente, seja de vez em quando.

Interesse científico na oração e no perdão

Os pesquisadores decidiram então estudar as duas coisas em conjunto, propondo questões que parecem estar mais afetas a pregadores religiosos do que a cientistas:

1. É possível que a oração dirigida a alguém possa acender o perdão naqueles que estão fazendo a oração, ajudando no processo de preservar relacionamentos?

2. Se sim, por que não aproveitar toda estas orações que já são feitas rotineiramente e dirigi-las às pessoas que nos ofenderam?

Embora pareçam ter cunho religioso, estas preocupações têm tudo a ver com a psicologia científica: os erros que todos os seres humanos cometem estragam relacionamentos e geram emoções negativas difíceis de curar.

Se as preces de fato ajudam a perdoar - restaurando relacionamentos e aliviando emoções negativas - então por que não utilizá-las como mais um recurso terapêutico?

Teste científico da prece

Para testar cientificamente as duas questões, Lambert e seus colegas bolaram dois experimentos, que estão relatados em um artigo que acaba de ser publicado na revista Psychological Science.

No primeiro experimento, eles colocaram um grupo de homens e mulheres rezando uma única prece para o bem-estar do seu parceiro romântico com que tiveram desavenças sérias recentes.

Enquanto isso, um outro grupo - o chamado grupo de controle experimental - simplesmente descrevia o seu parceiro, registrando sua declaração em um gravador.

Em seguida, ele partiram para medir o perdão. Os cientistas definiram o perdão como a diminuição dos sentimentos negativos que surgem em relação a alguém quando você se sente injustiçado por esse alguém - neste caso, os parceiros da relação amorosa.

Efeitos da prece

Os resultados mostraram que aqueles que oraram por seu parceiro abrigavam menos emoções e pensamentos de vingança: eles estavam mais dispostos a perdoar e a deixar sua vida seguir em frente.

Se uma única prece pode causar uma diferença tão marcante nos sentimentos, o que então seria capaz de fazer por um relacionamento uma prece que fosse rezada durante um tempo maior?

Para verificar isto, os pesquisadores fizeram um segundo experimento, no qual um grupo de homens e de mulheres rezaram por um amigo próximo todos os dias durante quatro semanas. O grupo de controle simplesmente refletia sobre o relacionamento, com pensamentos positivos, mas sem rezar para o bem-estar do amigo.

Compaixão

Os cientistas também acrescentaram uma outra dimensão. Eles utilizaram uma escala para medir a preocupação altruísta pelos outros - não para qualquer pessoa em particular, mas para todas as outras pessoas em geral.

Eles levantaram a hipótese de que o fato de estarem orando por alguém poderia aumentar o que eles chamam de "preocupação abnegada" - um conceito próximo ao de compaixão - que por sua vez aumentaria a capacidade de perdoar diretamente alguém.

E foi justamente isto o que eles encontraram.

Por que a prece funciona

Mas por quê? Como é que esta prática espiritual tão comum - rezar por alguém - exerce seus efeitos de cura emocional?

Os cientistas acreditam poder responder: Na maioria das vezes, os casais professam e acreditam em objetivos comuns, mas quando encaram uma desavença frequentemente passam a se ver como adversários, como emoções como o desejo de retribuir na mesma moeda e o ressentimento.
Essa visão do outro como um adversário muda o foco cognitivo para o self, e pode ser difícil retirar esse foco em si mesmo para amenizar as emoções negativas e restabelecer o relacionamento.

A oração parece desviar a atenção do self, levando-a de volta para o outro, o que permite que os ressentimentos aos poucos arrefeçam, até desaparecer.

Ciência e espiritualidade

Os cientistas têm cada vez mais abordado o papel da espiritualidade no cuidado das pessoas e na melhoria da sua saúde.

Uma pesquisa recente, por exemplo, demonstrou que união da religião com a medicina é uma receita com alto poder curativo.

Um outro estudo de longo prazo mostrou resultados intrigantes sobre o verdadeiro poder da prece. - Notícia publicada no Diário da Saúde, em 26 de março de 2010.
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Comentário:

Desde o início, com o advento da codificação, preceitua-se que o Espiritismo e a Ciência se completam, sendo um necessário ao outro.

Infelizmente não se pode olvidar o ceticismo inerente aos “homens científicos”, que buscam na matéria a explicação para tudo, subestimando a possibilidade de encontrar no Espiritismo a elucidação para certos fenômenos ainda sem explicação.

Porém, a notícia ora analisada mostra que a comunidade científica vem em uma crescente evolutiva, estudando, cada vez mais, os fenômenos advindos do mundo espiritual, bem como os traços hostis e nobres da alma humana.

Nesse sentido, insta destacar que é com a compreensão de emoções destrutivas que se tornará mais fácil combater esses sentimentos nefastos. E quem ganha com tudo isso é a sociedade, que cresce, evolui, obtendo apoio e comprovação de fenômenos importantes, como os efeitos da prece.

Agora está cientificamente posto que a oração por aquele que alimentamos sentimentos hostis nos ajuda a perdoá-lo. O perdão eleva a alma e alivia o espírito, haja vista que desfaz anseios de rancor e ódio. A prece sincera em favor do “adversário” faz brotar a verdadeira generosidade: o perdão, que é reflexo do engrandecimento do ser.

Ademais, não podemos deixar de mencionar os processos obsessivos que poderiam não existir se a oração sincera pelo inimigo houvesse sido feita, conduzindo desafetos ao perdão.

Portanto, tendo em vista a hostilidade da sociedade que vivemos, em que acabamos criando desafetos no trabalho, na escola, na família, na casa de oração, etc, devemos, a todo o momento, identificar e transformar as animosidades em sentimentos nobres, buscando, com a oração, o verdadeiro perdão ao próximo.

Este deverá ser o cerne de nossas vidas, pois assim nos ensinou o Mestre: “Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor.”

Comentário por: Bárbara Paracampos reside em Salvador, na Bahia, é espírita e colaboradora regular do Espiritismo.net .