sábado, 20 de janeiro de 2018

Conversando com Lèon Denis - Despertai


Arara da felicidade - Se quer, de fato, alcançar mais ...


Conversando com Lèon Denis - Querer o bem do próximo


Estudo dirigido - O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XXIV – Itens 11 e 12
Tema: Não são os que gozam saúde que precisam de médico
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A - Texto de Apoio:

Não são os que gozam saúde que precisam de médico

11. Estando Jesus à mesa em casa desse homem (Mateus), vieram aí ter muitos publicanos e gente de má vida, que se puseram à mesa com Jesus e seus discípulos; - o que fez que os fariseus, notando-o, disseram aos discípulos: Como é que o vosso Mestre come com publicanos e pessoas de má vida? - Tendo-os ouvido, disse-lhes Jesus: Não são os que gozam saúde que precisam de médico. (S. MATEUS, cap. IX, vv. 10 a 12.)

12. Jesus se acercava, principalmente, dos pobres e dos deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem se lhes dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar. (Veja-se: "Introdução", artigo: Publicanos, Portageiros.)

Essas palavras, como tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe. Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo dos de maior merecimento.

Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma há de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o número dos mudos do que o dos que falam. Deus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa de punir o que delas abusa.

Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode arrancar ao lameiro? Os bons Espíritos lhe vêm em auxílio e seus conselhos, dados diretamente, são de natureza a impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele bem mais culpado, se não a quiser ver? Poderá desculpar-se com a sua ignorância, quando ele mesmo haja escrito com suas mãos, visto com seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciado com a própria boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem, sem prejuízo das aflições reais com que Deus castiga os servidores indignos e os corações que o orgulho e o egoísmo endureceram.

A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores. E apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos, em geral. O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Com relação ao texto, qual o sentido da expressão "não são os que gozam de saúde que precisam de médico"?

2 - Por que Jesus dá ênfase e acolhe com destaque as pessoas tidas como de má vida?


3 - Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

Arara da felicidade - Quanto mais sorri com amor...


Conversando com Lèon Denis - Obstáculos da Mediunidade







sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Mural reflexivo: O bem em cada um

O bem em cada um

     Os membros de uma tribo da África do Sul possuem um costume sublime, que teve origem com seus ancestrais.
     Quando algum integrante do grupo faz algo errado, causa dano ou prejudica alguém, é colocado no centro da aldeia e rodeado por toda a tribo.
     Durante dois dias, nessa roda, as pessoas lhe dizem tudo de bom que ele já fez.
     A tribo acredita que cada ser humano nasce bom e, ao longo da vida, busca segurança, amor, paz e felicidade.
     No entanto, por vezes, as pessoas perdem a conexão com o amor, a bondade e a verdade, se afastam do bem que há dentro delas e cometem erros.
     Eles veem esses erros como uma forma de pedir ajuda. Por isso, se unem para reerguer o companheiro e reconectá-lo com sua verdadeira natureza. Dessa forma, poderão lembrá-lo de quem ele realmente é.
     Ao redor dele, dizem: Sawabona, que significa: Eu te respeito, eu te valorizo, és importante para mim.
     Em resposta, o equivocado diz: Shikoba, que significa: Então, eu existo para ti.
     Ao unir as duas palavras, Sawabona Shikoba, tem-se um outro sentido: Eu sou bom!
     Quando pronuncia as duas palavras juntas, aquele que errou sinaliza que conseguiu resgatar a bondade em si.
     Por meio de um ato de amor, a tribo faz com que ele se sinta querido e valorizado e assim o ajuda a ressignificar sua existência, afastando-se do que o motivou a cometer o erro.
     *   *   *
     Quando nos desviamos das leis de Deus, cometemos erros, prejudicamos nosso próximo, estamos agindo também contra nós mesmos.
     Afastados do bem, atrasamos nossa evolução e causamos dor e sofrimento para nós e para os que nos cercam. Com isso, vamos nos distanciando das pessoas e criando mágoas, desafetos e inimizades.
     A atitude dos membros dessa tribo nos mostra uma forma diferente de encarar e reagir ao mal, e nos remete aos ensinamentos de amor e perdão do Mestre Jesus.
     Ao olhar para um companheiro que erra como alguém que pede socorro, eles compreendem que isso não apaga todo o bem que existe nele.
     Ao acolhê-lo e cercá-lo com palavras de respeito e carinho, fazem aflorar o que há de bom em seu íntimo.
     Quando erramos, necessitamos de perdão.
     Da mesma forma, quando nosso próximo erra, também necessita de perdão.
     Como agimos com aqueles que nos ofendem? Como esperamos que ajam conosco, quando somos nós a ofender alguém?
     Deus nos criou iguais. Todos trazemos em nosso íntimo uma centelha divina. Todos buscamos a felicidade. Nossa tarefa é evoluir para a perfeição e assim nos aproximarmos do Pai.
     Ver naquele que erra um irmão que, como nós, luta para vencer a si mesmo e, no lugar de criticar e ofender, acolher e auxiliar, é colocar em prática a lei de amor e caridade. É amar o próximo como a si mesmo.
     É resgatar o bem em nós, reacendendo aquela centelha divina que jaz na intimidade de cada um e que nos faz estender a mão para resgatar, igualmente, o nosso irmão.
     É vencer o orgulho e o egoísmo e dar um salto que nos impulsionará cada vez para mais perto de Deus.
      
Redação do Momento Espírita, com base no texto Você conhece o significado das palavras Sawabona e Shikoba?, de Silvana Rangel, disponível no site http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/voce-conhece-o-significado-das-palavras-sawabona-e-shikoba-45630.html e nos itens 114 a 127 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.

Pergunta feita 0 bicorporeidade

Pergunta:
Assunto: Bicorporeidade
Mensagem: Amigos durante o ESDE questionei sobre a bicorporeidade assunto em pauta. No livro dos Médiuns o espírito que fala sobre o tema comenta que espíritos mais evoluídos realizam esse fenômeno. Mas minha dúvida foi: "só espíritos do bem conseguem fazer isso?" "Se a mediunidade independe de moral algum médium poderia realizar tal fenômeno para o mal ou para satisfazer algum capricho seu ou de outra pessoa?" Se isso for possível independente da moral gostaria de fontes de pesquisa.

Resposta: Olá H!!
Muito bom o seu questionamento!
A questão é que a mediunidade ocorre sempre quando existe a influência de um Espírito sobre o médium e isso independe da moral.

Mas, a bicorporeidade é considerada um fenômeno anímico, ou seja, que acontece sem que seja preciso a influência de um Espírito para provocar este fenômeno.
É o próprio Espírito que se afasta do corpo e reaparece em outro lugar.

Mas, não conheço a informação de que só pode ocorrer com Espíritos evoluídos.
Sabemos que é um fenômeno raro e que acontecia com Eurípides Barsanulfo.
Nós podemos criar esta hipótese de que só acontece com os Espíritos com maior grau de evolução, por pensar que o Espírito  na bicorporeidade deve possuir maior independência do corpo físico e que isso acontece a medida que o Espírito evolui.
Mas, ainda é uma hipótese, não uma afirmação...

Kardec em 'O Livro dos Espíritos' nas questões 425 a 446 faz uma diferença entre o sonambulismo e o extado de êxtase.
No sonambulismo, o Espírito se afasta parcialmente do corpo e pode ir a outros lugares, mas não pode ir a mundos superiores.
No estado de êxtase, o Espírito se afasta parcialmente do corpo e pode ir a mundo superiores...

Assim, o sonambulismo pode acontecer com qualquer Espírito. Já o estado de êxtase, somente com Espírito em maior evolução.
Espero ter te ajudado na compreensão.
Qualquer dúvida, nos escreva novamente.

Fique com Deus!!

Um grande abraço,

Equipe LE

Pergunta feita - comunicação entre espíritos de línguas diferentes

Pergunta:
Assunto: Comunicação
Mensagem: se estamos aqui reencarnados como se dá a comunicação com um espirito de uma língua diferente. ex: nasci no Brasil e tive uma reencarnação na Roma Antiga como será feita a comunicação, será por energia ectoplasmatica ou realmente ha uma tradução da língua?

Resposta: Olá R!!! Esperamos que tudo esteja em paz!
A comunicação mediúnica acontece da mente do desencarnado para a mente do médium.
Os Espíritos se comunicam através do pensamento e não da linguagem propriamente dita.
Assim, um Espírito na Roma poderá se comunicar com um médium no Brasil que transmitirá a ideia do Espírito em Português mesmo.
Mas, nem todos os médiuns conseguem captar facilmente o pensamento do Espírito e transmitir sem dificuldades. Em geral, os Espíritos preferem se aproximar de médiuns que falem seu mesmo idioma.
No cap. XIX de ‘O Livro dos Médiuns’ temos exatamente uma pergunta sobre isso.
Eu acredito que as questões abaixo devem te esclarecer, mas se restar dúvida, me escreva novamente.
Um abraço, Karina.
Equipe LM

15ª Os Espíritos só têm a linguagem do pensamento; não dispõem da
linguagem articulada, pelo que só há para eles uma língua. Assim
sendo, poderia um Espírito exprimir-se, por via mediúnica, numa língua que jamais falou quando vivo? E, nesse caso, de onde tira as palavras de que se serve?
"Acabaste tu mesmo de responder à pergunta que formulaste, dizendo que os Espíritos só têm uma língua, que é a do pensamento. Essa língua todos a compreendem, tanto os homens como os Espíritos. O Espírito errante, quando se dirige ao Espírito encarnado do médium, não lhe fala francês, nem inglês, porém, a língua universal que é a do pensamento. Para exprimir suas ideias numa língua articulada, transmissível, toma as palavras ao vocabulário do médium."

16ª Se é assim, só na língua do médium deveria ser possível ao
Espírito exprimir-se. Entretanto, é sabido que escreve em idiomas que o médium desconhece. Não há aí uma contradição? "Nota, primeiramente, que nem todos os médiuns são aptos a esse gênero
de exercício e, depois, que os Espíritos só acidentalmente a ele se
prestam, quando julgam que isso pode ter alguma utilidade. Para as
comunicações usuais e de certa extensão, preferem servir-se de uma
língua que seja familiar ao médium, porque lhes apresenta menos
dificuldades materiais a vencer."

17ª A aptidão de certos médiuns para escrever numa língua que lhes é estranha não provirá da circunstância de lhes ter sido familiar essa
língua em outra existência e de haverem guardado a intuição dela?
"É certo que isto se pode dar, mas não constitui regra. Com algum
esforço, o Espírito pode vencer momentaneamente a resistência material que encontra. E o que acontece quando o médium escreve, na língua que lhe é própria, palavras que não conhece."


18ª Poderia uma pessoa analfabeta escrever como médium?
"Sim, mas é fácil de compreender-se que terá de vencer grande
dificuldade mecânica, por faltar à mão o hábito do movimento
necessário a formar letras. O mesmo sucede com os médiuns desenhistas, que não sabem desenhar."

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

62a CONCAFRAS -PSE (2018) - Tema central : “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém.

A 62a CONCAFRAS -PSE será realizada nos dias 10 a 13 de fevereiro de 2018 nas cidades de Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG).

Tema central “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém."





quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

'É um erro trazer novos seres humanos ao mundo': a polêmica filosofia antirreprodução de David Benatar

Irene Hernández Velasco
Especial para a BBC Mundo


David Benatar diz que poderia ser considerado "o filósofo mais pessimista do mundo" por sua convicção de que a vida é terrível e não vale a pena ser vivida.
Em seu livro Better Never to Have Been (Melhor nunca ter existido, em tradução livre), o diretor do departamento de Filosofia da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, assegura que nascer é uma profunda desgraça.
Por isso, para Benatar, que tem 51 anos, a humanidade deveria parar de procriar até que todos os seres humanos sejam extintos da Terra.
A BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, conversou com o filósofo para entender em que se baseia a teoria de um dos maiores expoentes da corrente conhecida como "antinatalismo" - e para tentar saber como ele aplica os conceitos na própria vida.
BBC - Você pode por favor explicar o que a corrente conhecida como 'antinatalismo' defende?
David Benatar - O antinatalismo defende que não deveriam nascer novas pessoas no mundo.
BBC - Por que não?
David Benatar - Há várias razões, para mim. Uma delas é que nós não deveríamos dar vida para pessoas que no futuro vão enfrentar sofrimento. Há muitos argumentos a respeito, mas um deles é que há muita dor e sofrimento na existência humana. Por isso que é um horror trazer novos seres humanos ao mundo.
BBC - Mas também há coisas boas na vida…
David Benatar - Sim, também há coisas boas. Mas a questão é se essas coisas boas valem a pena ante a dor das coisas ruins. Me parece que com frequência as pessoas esquecem o quão ruins são as coisas ruins da vida.
Há numerosas evidências psicológicas de que a gente superestima a qualidade de vida, pensa que é melhor do que na verdade é. Outro erro frequente é pensar no futuro e não se dar conta da quantidade de sofrimento que muito provavelmente as pessoas terão no fim de suas vidas.
Pense em como as pessoas morrem, pense no câncer, nas enfermidades infecciosas, nas doenças. Há muito sofrimento ao final da vida, muito. E muitas pessoas se esquecem disso.
BBC - Mas se você estiver certo e efetivamente a vida for tão terrível, as pessoas deveriam sempre recorrer ao suicídio, não?
David Benatar - Sim, mas o suicídio, em primeiro lugar, tem um custo que você evitaria se não chegasse a nascer. Se uma pessoa não nascesse, se nunca existisse, evitaria passar por coisas ruins da vida.
O suicídio pode ser o menor dos males, mas segue sendo um mal. Mas mesmo que algo esteja mal, a pessoa segue querendo não morrer, a maioria continua com sua existência. Outro custo do suicídio é que ele gera dor e sofrimento nas pessoas que gostam de você.
BBC - Mas a reprodução é algo natural para o ser humano. O antinatalismo não é portanto antinatural?
David Benatar - Nem tudo que é natural é bom. Ficar doente, por exemplo, é algo completamente natural. Mas, mesmo sendo natural, as pessoas são aconselhadas a se tratar com remédios ou realizar cirurgias.
A agressão também é uma forma de expressão natural entre os seres humanos e outros animais, mas não parece uma coisa boa ceder a ela ou a outros tipos de impulsos naturais.
O que é natural e o que é moral ou eticamente desejável e recomendável são coisas diferentes.
BBC - Então, para você, o aborto é algo ética ou moralmente defensável?
David Benatar - Sim, naturalmente. O antinatalismo defende que é um horror trazer novas pessoas ao mundo, e o aborto é um dos meios para evitar isso.
BBC - Nós, seres humanos, não somos os únicos a sofrer, muitos animais levam vidas muito difíceis. O que fazemos com eles? Nós devemos exterminá-los para salvá-los da dor da experiência?
David Benatar - Há uma enorme diferença entre exterminar e se extinguir por morte natural. Exterminar seria matar, e não sou a favor de matar seres humanos nem animais. Talvez existam algumas raras exceções e cenários que poderíamos considerar.
Mas, no geral, não apoio que se mate pessoas ou animais. Mas sou a favor da extinção, e um dos modos de fazer isso seria não dar vida a novos seres.
No caso dos animais, há muitos que vivem em liberdade, que não são criados por seres humanos. Mas há muitos que são, como aqueles criados em granjas - que mantemos para matarmos depois e comer. A respeito deles, nós estamos provocando um sofrimento indizível, acho que não deveríamos criá-los. Nós podemos nos alimentar perfeitamente sem eles.
BBC - No lugar de extinguir a raça humana e de deixar de trazer novos filhos ao mundo, não poderíamos melhorar o mundo para que a vida seja menos dura?
David Benatar - Bom, eu creio que sempre estamos melhorando o mundo e que nós, que existimos, deveríamos sempre fazer de tudo para melhorá-lo.
Mas é excessivamente otimista pensar que vamos melhorar o mundo até o ponto de eliminar o sofrimento e que nossos filhos estarão livres de sentir a dor implícita à vida. Seria algo tão distante no futuro que implicaria muitas gerações, gerações que iriam sofrer a dor de terem sido trazidas a este mundo.
E sacrificar gerações em nome do futuro me parece algo indecente.
BBC - Sendo a vida tão terrível, por que você acredita que as pessoas decidem ter filhos?
David Benatar - Não sei. Muitas pessoas não sabem o que significa ter filhos, simplesmente os têm. A metade das crianças do mundo não são desejadas.
Há sim pessoas que pensam no assunto. Mas na maioria dos casos, os motivos que elas dão para ter filhos são baseados em seu próprio interesse: porque querem que seus genes passem para alguém, porque querem experimentar ter e criar um filho. Há quem inclusive fale em altruísmo: querem filhos pensando na comunidade, em satisfazerem o desejo dos pais de terem netos.
Mas, na maioria dos casos, creio que as pessoas simplesmente não se perguntam o que verdadeiramente significa ter um filho.
E não se perguntam porque é algo tão comum, tão natural, que acham normal a necessidade de gerar filhos. Poucas pessoas se questionam sobre as questões éticas de se trazer um ser humano ao mundo.
BBC - Mas se pegarmos por exemplo o caso de uma criança que acaba de nascer e que vá ter uma vida boa, plena e feliz. Não seria imoral privá-la dessa boa vida?
David Benatar - Bom, essa criança poderá ser feliz em alguns momentos específicos, isso não se discute. Mas quando se traz uma criança ao mundo, ela não é gerada apenas para esses momentos felizes. Essa criança também vai envelhecer, ficará doente, vai morrer no futuro. Temos que pensar em sua vida por completo, e não apenas nos momentos agradáveis que viverá.
Pense: os bebês são infelizes muitas vezes, é só você ver quando eles estão chorando. Há muitas decepções e frustrações que eles têm de enfrentar.
Mas inclusive se falarmos de uma criança genuinamente feliz, poderia ser um caso do que se chama de "preferências adaptativas" (preferências geradas em circunstâncias de restrição de oportunidades).
Pensemos, por exemplo, em um grupo de pessoas que educa outras para que sejam seus escravos. Essas pessoas escravizadas então poderiam ficar contentes e não se importar com sua condição de escravidão, porque elas foram criadas para pensar dessa forma.
Pois bem: eu seria contra a ideia, mesmo que as pessoas se sintam felizes.
BBC - Os pais, segundo seu raciocínio, são responsáveis pelo sofrimento que seus filhos venham a sofrer por terem decidido trazê-los ao mundo. Eles também são responsáveis pelo sofrimento dos filhos de seus filhos e de seus bisnetos, e assim sucessivamente?
David Benatar - De certa forma, sim, indiretamente. Não que tenham responsabilidade completa - ela só pode ser atribuída a quem teve seus próprios filhos. Mas quando alguém decide se reproduzir, deve saber que está criando outros potenciais reprodutores. E, se alguém pensa em todas as gerações, que seguem uma decisão reprodutiva, ele percebe a grande responsabilidade que isso (ter filhos) implica.
BBC - Você acredita que sua ideia de parar a reprodução para que a humanidade seja extinta poderá ter êxito um dia?
David Benatar - Não, não creio, ao menos em grande escala. Eu acho que haverá alguns indivíduos que vão decidir não procriar, conheço alguns deles. Por isso considero que o antinatalismo pode ter êxito em pequena escala. Mas acho que mesmo assim é importante, porque muita gente será poupada do sofrimento por não ter vindo ao mundo.
Não sou um ingênuo, não creio que minhas ideias convençam o mundo todo. Mas acredito fortemente que o que digo é verdade. Gostaria que as pessoas pensassem melhor sobre o que significa ter filhos.
BBC - Quando você decidiu abraçar o antinatalismo?
David Benatar - Sempre pensei de maneira parecida, mas desenvolvi essas ideias ao longo dos anos. A ideia básica para mim é óbvia, mas não sei se para os outros também é.
BBC - Você lamenta estar vivo?
David Benatar - Não gosto de responder perguntas pessoais. Prefiro falar sobre conceitos e ideias.
BBC - Você censura seus pais por te trazer ao mundo?
David Benatar - Talvez você queira olhar a dedicatória de meu livro.
BBC - Sim, eu li. Está escrito: 'A meus pais, apesar de terem me dado a vida'.
David Benatar - Então você já sabe. Não tenho mais nada a dizer a respeito.
BBC - Última pergunta: você tem filho?
David Benatar - Essa é outra pergunta pessoal.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 15 de dezembro de 2017.

Valerie Nascimento* comenta

"(...) Sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana." - Pascal, em "O Evangelho segundo o Espiritismo".
A África é um dos continentes mais ricos em minérios do mundo e, paradoxalmente, um dos mais pobres. De acordo com a ONU, dos 25 países mais pobres do planeta, 21 estão no continente africano. Esta sofrida população enfrenta grandes desafios, que incluem a pobreza extrema, doenças, desertificação, desnutrição, tudo isso agravado pela situação dos países tomados por conflitos armados.
O professor David Benater vive num cenário totalmente oposto ao que caracteriza o continente africano. A Cidade do Cabo é considerada uma das capitais com melhor qualidade de vida do mundo, possuí três grandes universidades, é uma importante região turística e polo industrial e petroquímico, além de possuir o principal porto e aeroporto da África do Sul.
Essa aparente contradição é característica dos tempos especiais que estamos vivendo na Terra. Em virtude da misericórdia do Criador e atendendo ao Seu planejamento, uma transformação gradual está acontecendo no Planeta e somos convocados a passar pelas mais inusitadas situações pelas quais pode passar a alma humana. É por isso que há aqueles raros dias que somos brindados com calmaria e em outros sobrevém aflições.
De fato, quando examinamos a vida do berço ao túmulo, observamos que mais dia, menos dia teremos que encarar a dor face a face. Porém, parecem existir aqueles que a enfrentam desde o dia que nasceram até a morte física. São crianças que já chegam a este mundo padecendo sofrimentos extremos, pessoas que passam toda sorte de privações ou ainda aquelas expostas a níveis impensáveis de violência, por exemplo.
Porém, na primavera europeia de 1857, o Governador Espiritual da Terra decidiu que era o momento da humanidade receber o Consolador Prometido por Ele, cuja missão seria esclarecer a mente humana e consolar os que sofrem.
Assim, com a publicação de "O Livro dos Espíritos" é entregue à humanidade os princípios de uma nova doutrina que explica de forma profunda, racional e ampla de onde viemos, o que fazemos na Terra e para onde iremos. Atendendo ao seu aspecto filosófico, o Espiritismo esclarece provando a respeito da imortalidade da alma, da natureza dos Espíritos e suas relações com o homem, das leis morais, da vida futura e do porvir da humanidade.
Dentre os vários trabalhos que chegaram às mãos do Codificador, é em "O Evangelho segundo o Espiritismo", especialmente no capítulo 5 - Bem-aventurados os Aflitos - que encontramos o tema da dor e da distribuição desigual dos sofrimentos.
Os Espíritos também ensinam que a Terra é um mundo próprio à nossa condição espiritual, da categoria de provas e expiações. É a esfera programada para a morada desta humanidade, entre tantas outras humanidades que existem no Universo infinito.
Como orienta o benfeitor Emmanuel, no livro "Religião dos Espíritos", “(...) temos, assim, no Espaço Incomensurável, mundos-berços e mundos-experiências, mundos universidades e mundos-templos, mundos oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões (...)”.
Nesse contexto, a Terra está mais próxima do ponto de origem que de chegada. É lógico, portanto, que a verdadeira felicidade ainda não seja deste mundo, conforme assegurou o Mestre Galileu. Para que a felicidade impere entre nós, é necessário que toda a humanidade terrena seja formada por espíritos bons, que somente ao bem se dediquem.
No entanto, ainda somos mais propensos ao mal que ao bem, seres endividados perante as leis da vida, reincidentes em erros, resistentes a renunciar ao orgulho e egoísmo, transformando-os nos valores mais nobres da alma.
As leis de Deus - impressas em nós mesmos - nos convidam ao reequilíbrio, ao reajuste, à expiação, ou seja, ao conserto daquilo em que nos equivocamos. Também nos convida ao aprendizado de coisas novas em prol do nosso progresso.
Seguindo esse raciocínio, podemos compreender porque para o professor Benatar o sofrimento não tem qualquer sentido. Enxergando apenas o presente e na falta de uma fé que sustente, oriente e console, negar o valor inestimável da vida parece ser a alternativa lógica. Conforme a teoria da não existência, qual o sentido de nascer se estamos todos fadados a sofrer?
Algumas respostas foram dadas a esta questão, porém, sem convencer e, o que é ainda mais grave, sem consolar.
São os Espiritos codificadores que nos trazem as respostas que buscamos. Explicam que as aflições da vida têm duas origens: ou são frutos da vida atual, ou são consequências de existências anteriores. E Allan Kardec, com toda a lógica que caracterizou seus argumentos, ponderou:
"Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pode resolver, anomalias que nenhuma religião pode justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo em que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro uma recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?
Todavia, em virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por ouro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é porque fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus". ("O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. 5, item 6.)
Toda lei nos é imposta. Com as leis divinas não é diferente, tudo e todos estão submetidos a ela. A Divindade, sempre sábia e justa, tira o bem do mal que praticamos. Daí os Espíritos responderem a Kardec sobre a finalidade da encarnação (questão 123, "Livro dos Espíritos"): Deus lhes impõe com o fim de levá-los à perfeição. Acreditando ou não, todos estamos submetidos a ela.
É por isso que a teoria sobre a inutilidade da existência humana e do sofrimento cai por terra quando a analisamos à luz do Espiritismo.
Cada nação tem seu papel no contexto evolutivo do planeta. Como todos os seres vivos, elas nascem, crescem, projetam-se ou não e morrem, cedendo seu lugar a outras. Remontando um pedaço da História desde o antigo Egito, Etiópia e Líbia, temos que o continente africano - inicialmente formado por estes três povos e considerado o berço da humanidade - manteve o povo de Israel sob o jugo da escravidão por aproximadamente 400 anos.
Esta miscelânea de povos trouxe para a África grande diversidade étnica e cultural. Também trouxe as consequências das matanças, invasões, escravidão... A lei de causa e efeito se dá individual e coletivamente, alcançando povos, governos e raças diferentes. Esta lei estabelece os parâmetros dos resgates coletivos e das técnicas que induzem os espíritos delituosos a estes resgates. É assim que grandes grupos de espíritos que se comprometeram coletivamente, se reúnem onde têm laços de amor e ódio.
A misericórdia divina é amor, não punição. A prática do amor supera uma multidão de pecados, ensinou Jesus. Porém, o Homem, a partir de uma perspectiva racista e preconceituosa, seguiu se corrompendo moralmente. A África, antes conquistadora, passou a ser conquistada, sofrendo por sua vez a dominação política, econômica e cultural de nações europeias, entre outras.
Difundiu-se então a triste ideia de que os povos africanos se encontravam numa escala evolutiva inferior a do homem branco, cabendo a este o "dever" de civilizar as nações atrasadas. Muitas nações africanas foram obrigadas a se submeter à língua e religião dos seus dominadores, enquanto paralelamente se ampliava o horrendo tráfico negreiro, desrespeitando o direito mais fundamental da criatura humana: a liberdade.
Com o século 19 vieram numerosas conquistas para a humanidade e uma delas é a extinção do cativeiro. Em "A Caminho da Luz", Emmanuel nos traz que "cumprindo as determinações do Divino Mestre, seus mensageiros do plano invisível laboram junto aos gabinetes administrativos, de modo a facilitar a vitória da liberdade".
Porém, a soberba do homem branco europeu, americano e japonês trouxe um alto preço pelo colonialismo infeliz exercido por eles. Divaldo Franco esclareceu em palestra que a África é um laboratório de experiências evolutivas, onde estão as matrizes nas quais a criatura humana é atraída para expurgar. Desse modo, os irmãos que outrora exploraram o 'continente negro' hoje estão reencarnados lá, vitimados pela fome crônica, pelas guerras, pelas enfermidades, enfim, expiando os tenebrosos crimes que praticaram. Outros lá estão em função das provas escolhidas, sem relação direta com seu passado delituoso. Outros ainda, dada sua experiência e comprometimento com o Bem, reencarnam em missões de ajuda.
"(...) Grandes falanges de romanos ilustres, do império dos Césares: de patrícios orgulhosos, de guerreiros altivos, autoridades das hostes de Diocleciano, como de Adriano e Maxêncio, dolorosamente arrependidas das monstruosas arbitrariedades cometidas em nome da Força e do Poder contra pacíficos adeptos do Cordeiro Imaculado, pediram reencarnações na África infeliz e desolada, a fim de testemunhares novos propósitos ao contato com expiações decisivas, fustigando, assim, o desmedido orgulho que a raça poderosa dos romanos adquirira... Suplicaram... novas conquistas! Mas, agora, contra si próprios, no combate ao orgulho daninho que os perdera! Suplicaram disfarce carnal qual armadura redentora, em envoltórios negros, onde peadas fossem suas possibilidades de reação (...)". (Do livro Memórias de um Suicida, de Yvonne Pereira, ditado pelo Espírito Camilo Cândido Botelho.)
A evolução da humanidade é solidária. Lembra Kardec que Espíritos "(...) mais avançados, ocupam-se do progresso dirigindo os acontecimentos e sugerindo pensamentos favoráveis; assistem aos homens de gênio que concorrem para o adiantamento da Humanidade. Outros se encarnam com uma missão de progresso. Outros tomam à sua tutela indivíduos, famílias, aglomerações humanas, cidades e povos dos quais se tornam anjos da guarda, gênios protetores e Espíritos familiares (...)".
Somente atendendo às determinações do Alto em ações conjuntas entre pessoas, organizações e nações, se encerrará este ciclo de sofrimento, minimizando as aflições dos nossos irmãos africanos. Esse pensamento tem tomado forma concreta pela inspiradora assistência dos guias da humanidade. Diversos pactos já foram assinados em convenções entre as grandes potências mundiais, com o fim de prestar ajuda sistemática e efetiva à África.
Da nossa parte, o Brasil é o único País ocidental que perdoou dívidas de governos africanos; enviamos também socorro financeiro, alimentos, roupas, assistência médica que, sabemos, são insuficientes e apenas paliativos, mas que são lenitivos que movimentam energias de amor e solidariedade. As organizações religiosas brasileiras, atendendo ao chamamento do Cristo, se organizam e se estabelecem em países africanos com o objetivo de ajudar na formação de líderes, para que através da instrução o povo resolva seus próprios problemas, inclusive com a orientação para o controle da natalidade, prevenção de doenças, alfabetização.
Como espíritas também participamos do contexto social. Mudar o cenário de sofrimento da humanidade não passa pela extinção da própria humanidade. Para o incrédulo pode parecer utópico, mas podemos sim, individual e coletivamente trabalhar por uma transformação positiva no mundo. Não é tempo de retórica, mas de ações concretas que viabilizem assistência a milhões de irmãos em situações extremas de sobrevivência.
O destino das nações é, em grande parte, preparado nos seios das famílias, afirmou o papa Leão XIII. Sim, porque as grandes lideranças capazes de modificar o mundo são exercidas por pessoas que um dia foram crianças, cujo caráter poderia ser moldado para o bem e o justo, foram jovens cujos ideais poderiam ser direcionados para o bem comum pelo poder transformador da educação; são pais, mães, seres multiplicadores de conhecimentos, com a possibilidade de educar a si e ao próximo pela pedagogia de amor e fraternidade empregadas pelo Cristo.
Mantenhamos o pensamento vinculado a Deus, ao bem e à certeza de que a Terra não está à deriva da misericórdia do Pai. A nós cabe apenas semear e Jesus fará o resto.
"No momento em que a criatura humana se conscientizar do poder da oração ou do pensamento nobre, o planeta será beneficiado pela emissão individual e coletiva de orações para recuperá-lo após todas as agressões que tem sofrido pela imprevidência e loucura dos seus habitantes, tornando-se abençoado reduto de regeneração, ao invés de oficina de dolorosas provas e expiações." (Manoel P. de Miranda, no livro "Reencontro com a Vida".)

Referências:

- "O Evangelho segundo o Espiritismo" e "O Livro dos Espíritos" - Allan Kardec;
- "A Caminho da Luz", Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier;
- "Memórias de um Suicida", Camilo Cândido Botelho, psicografia de Yvonne Pereira;
- "Reencontro com a Vida" - Manoel P. Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco;
- "Alfrika, até quando?" - Dzankon Detemeni.

* Valerie Nascimento é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

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