sábado, 8 de novembro de 2014

Novos Médiuns

Novos Médiuns

Alkíndar de Oliveira

I - A ÁGUA, O FILTRO E OS COPOS

A água é um elemento da natureza que nos surpreende. Por exemplo, seu poder energético-vibracional é digno de pesquisa: tomamos banho para nos relaxarmos, assim como tomamos banho para nos despertarmos. Veja só, dois objetivos totalmente opostos e, numa situação ou outra, o elemento gerador do “relaxar” ou do “despertar” é o mesmo: a água. É como se fosse possível o sal servir ao mesmo tempo para salgar e para adoçar!

Parece até que nessas circunstâncias a água lê nossos pensamentos e obedece nossa vontade. É nossa escrava. Engano. Somos escravos dela. Sem água não vivemos.
A água destrói e constrói. A água mata e vivifica. A água que faz uma árvore crescer altaneira e bela é a mesma água que, numa tempestade, derruba-a brutalmente ao solo.
Outra coisa incrível: a água, um elemento mais pesado do que ar e inimiga do fogo, é a junção de dois gases mais leves do que o ar e amigos do fogo (o hidrogênio e o oxigênio). Como pode?!
Esse misterioso e tão conhecido elemento da natureza assumiu um poder transcendental quando, há pouco mais de 2.000 anos, um homem banhou-se nas águas do rio Jordão, e foi anunciado pelo peregrino João Batista como o filho de Deus que os profetas antigos tanto anunciaram. Das águas do Rio Jordão “nasceu” (simbolicamente) Jesus.
O Mestre dos mestres trouxe-nos a água da vida eterna. Em seus ensinamentos profundos sempre aparecia a palavra água, ou uma de suas funções, por exemplo, a de saciar a sede: “Vinde a mim quem tem sede da justiça”. Assegurou-nos Jesus que quem bebesse da “fonte da água cristalina” jamais teria sede.
De forma alegórica podemos dizer que o Mestre Jesus, por meio de seus divinos ensinamentos e pregações, ofertou-nos a água da vida, pura e cristalina. Mas não soubemos enxergar sua pureza. Não bebemos dessa água. Pior ainda, poluímos essa água cristalina. Em cima dos ensinamentos puros de Jesus criamos dogmas, estabelecemos rituais, institucionalizamos Seus ideais.
Mas nosso amoroso Mestre e Governador percebendo essa água poluída, nos enviou Allan Kardec, como sendo o Filtro D’água, para expelir as impurezas. Não as impurezas do Mestre, pois que elas não existem, mas sim as impurezas que nós as colocamos.
Kardec, através da Codificação do Espiritismo, pode ser comparado ao filtro que extrai a água pura, novamente mostrando ao mundo a mensagem eterna de Jesus, cristalina, sem máculas. Podíamos agora beber diretamente desse Filtro, sem utilizarmos de copos ou de quaisquer outros utensílios. Bastaria abrirmos a torneira e bebermos diretamente, sem intermediários (como queria Kardec), e estaríamos absorvendo os ensinamentos puros que recebemos há pouco mais de 2.000 anos.
Mas novamente vem à tona nossa imperfeição. Novamente institucionalizamos, pois estamos transformando os ensinamentos puros em tradições igrejeiras, com novos dogmas e novos rituais. Diferentes dos anteriores, mas, sim, novos dogmas e novos rituais. Jesus, então, amorosamente interveio. Enviou e envia continuamente “copos” em profusão para aprendermos a beber a água do Filtro.
Em porções menores e segmentadas proporcionadas pelos “copos d’água” passamos a ter condições de valorizar o que Kardec nos passou com tanta clareza e não percebemos. Alguns dos “copos” facilitadores: Joanna de Ângelis, Emmanuel, Cairbar Schutel, André Luiz, Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Ermance Dufaux, Hammed e centenas e centenas de outros copos. Esses “copos” foram trazidos para nós através de abnegados médiuns, pois nossas mãos, sem a vivência mediúnica, não teria como segurar esses valorosos copos. Os médiuns são as mãos que seguram os copos.

II - OS COPOS DE CRISTAL, DE VIDRO, DE PLÁSTICO OU DE ALUMÍNIO.

Quando surge um novo copo (espírito) ou uma nova mão (médium), a tendência do ser humano é criticar esse novo copo e essa nova mão:
   “Podemos acreditar nesse espírito?”
   “Quem é esse médium?”

Se a dúvida é própria da ação inteligente, o mesmo não se pode dizer do preconceito. Mas como podemos diferenciar uma coisa de outra? Isto é, como podemos saber se estamos usufruindo da saudável dúvida ou adotando o temível preconceito?
Aprendamos com Jesus como caminharmos na direção certa. Disse Ele:
   “Pelos frutos conhecereis a árvore”;
   “O que não é contra nós, é por nós".

Então se duvidarmos, mas no estudo atento percebermos que o fruto é bom e que os ensinamentos não contrariam Jesus e se, assim mesmo, continuarmos a duvidar, é porque adotamos o preconceito.
Num filtro, não importa se bebemos a água em copo de cristal ou de vidro ou de plástico ou de alumínio. O conteúdo será sempre o mesmo. Então, por que criticarmos o copo (o espírito comunicante) por ser de um material novo, ou por que criticarmos a mão que segura esse copo (o médium), se o que nos interessa é a água cristalina que está no seu interior?
Mas, a pergunta é: precisamos de novas mãos e novos copos para beber da água pura? Isto é, precisamos de novos médiuns trazendo informações espirituais de “novos” espíritos para entendermos Kardec? A resposta é: uma vez que a didática do texto kardequiano é irretocável, e uma vez que tantos bons médiuns já nos passaram mensagens maravilhosas e profundas, não deveríamos precisar dessa ajuda. Mas precisamos. Assim como não precisaríamos de Kardec para entender Jesus. Mas precisamos.
A grande vantagem das novas mãos e novos copos, aliados aos copos e mãos mais conhecidas, é que estimulam a estudarmos Kardec, que deve ser o nosso propósito maior. E estudando a aplicando Kardec, transcendemo-nos e vivenciamos Jesus. Se estudarmos as palavras do espírito Erasto no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 20 - Os Trabalhadores de Última Hora - Missão dos Espíritas, iremos relembrar que nestes novos tempos os espíritos falarão por muitos médiuns. A época dos poucos e excelentes médiuns está passando.
Novos médiuns estão surgindo por todos os cantos do país. Estamos redescobrindo, ou precisamos redescobrir – que o Espiritismo é a Doutrina “dos Espíritos”. Por isto novos médiuns estão surgindo à profusão. Obviamente deveremos estar atentos para sabermos separar o joio do trigo.
Imperfeitos que somos, muitos destes novos médiuns não conseguirão captar os textos que os espíritos nos enviam com a qualidade de um Divaldo Franco ou de um Chico Xavier, mas o que interessa para este especial momento é a essência das novas obras. Mesmo que os novos textos dos novos médiuns não sejam perfeitos, analisemos sua validade da forma simples como nos ensinou Jesus: “pelos frutos conhecereis a árvore”, “o que não é contra nós, é por nós”.
A pergunta “quem é este médium?” não faz mais sentido. A nova pergunta é “qual o valor desta obra espírita para mim?“
Divaldo Franco disse certa vez que a doutrina espírita não precisa de defensores, se ela é pura – e é – não precisa de defensores. Lá pelos tempos de Leon Denis o Espiritismo precisava de seguidores que lutassem pela afirmação de sua pureza doutrinária. O objetivo era consolidar o Espiritismo como Doutrina dos Espíritos. Na atual fase a consolidação já é um fato. Não estou dizendo que o Espiritismo já se popularizou, mas, sim, que seu conteúdo está consolidado. A fase da luta pela pureza doutrinária passou. Agora chegou o momento da luta íntima pela vivência doutrinária.
Antes lutávamos por “amor à causa”. Agora precisamos acabar com estas lutas, respeitando e valorizando os novos médiuns, pois que estamos descobrindo às duras penas que “a causa é o amor”. Para que possamos cada vez irmos nesta direção, atentemos profundamente às observações a seguir, de Allan Kardec, Divaldo Franco e Chico Xavier:
Allan Kardec: “Cabe ao leitor separar o bom do mau, o falso do verdadeiro.” O Livro dos Médiuns, Cap. III
Divaldo Franco: “Penso que todos deveremos ter muito cuidado para não voltarmos à presunção e intolerância dos tempos medievais, elaborando um novo código de obras que devem ou não ser publicadas, o que seria profundamente lamentável.” RIE-julho/2008
Chico Xavier: “Sinceramente, eu não saberia dizer se certos companheiros encarnados desejam o progresso dos médiuns iniciantes, alguns têm sido implacavelmente perseguidos pelos que se rotulam adeptos da Doutrina. Fico pensando no que haveria de ser comigo, caso eu estivesse iniciando hoje na tarefa da mediunidade.” IDE – 1.995

6 de novembro de 2014 - Alkíndar de Oliveira - http://www.espiritismo.net/content,0,0,3586,0,0.html

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Família.

   "Todos reconhecem que a família é a célula mater de uma sociedade, a base fundamental de uma civilização.
   Mas a Doutrina Espírita nos faz compreender que a família é também a base de todo processo evolutivo do Espírito.
   É através da família que o processo reencarnatório se processa, não apenas biologicamente, mas também na educação do próprio sentimento, no direcionamento da energia volitiva, no reajuste das faltas passadas, na liberação da consciência de erros cometidos em vidas anteriores.
   É no seio familiar que a Providência Divina reúne os participantes de dramas passados para o reajuste e o perdão.
   Reajuste não apenas c om o outro, mas c om a própria consciência que se libera e pode se expandir rumo aos estágios avançados da evolução.
   É na família também que a Providência reúne os Espíritos afins, aqueles que se amam e que querem caminhar juntos na escalada evolutiva. É no seio familiar que renasce, algumas vezes, aquele Espírito amigo e nobre que será o sustentáculo e o apoio de todo um grupo familiar que ainda vacila nas sendas da evolução.
   E c om certeza, depois dos grandes períodos de reajustes, a família será a grandiosa escola de almas, onde os Espíritos afins se fortalecem nos bons propósitos e avançam resolutos nos c aminhos superiores da evolução. A importância de uma família bem estruturada, pois, é muito clara. No entanto, ainda podemos observar um grande número de famílias mal estruturadas, onde os próprios componentes se digladiam entre si, em c lima de disputa.
   A Doutrina Espírita pode nos abrir os olhos, demonstrando a importância do reajuste entre os elementos de uma mesma família reunida c om propósitos definidos e nunc a por ac aso.
   O estudo da Doutrina, as reuniões periódicas, o estudo do Evangelho no Lar c om a participação das crianças, auxiliarão, e muito, o equilíbrio no Lar.
   A visão da enorme responsabilidade que nos c abe numa família, a certeza de um planejamento anterior ao nosso próprio renascimento e a visão de um futuro de paz, alegria e serenidade, nos dá força para suportar certas provas e irmos construindo, desde já, esses futuro de alegria e felicidade que todos almejamos.
   O próprio trabalho do Departamento Infantil ou Departamento de Evangelização irá contribuir para esse equilíbrio, a partir da própria criança que cresce e se desenvolve interiormente nos princípio da Doutrina Espírita e, consequentemente, do Evangelho de Jesus.
   No entanto, os pais devem estar cientes da responsabilidade que lhes c abe como verdadeiros educadores de seus filhos.
   O Departamento de Infância terá uma parte importante nesse processo educativo, mas jamais poderá substituir os pais na grandiosa missão de educar seus próprios filhos."


 

(Alves, Walter de Oliveira. in: Introdução ao Estudo da Pedagogia Espírita - teoria e prática, IDE, 1a edição, 2000)

Convite: 16ª Mini Jornada da Família

From: Minijornada da Família

Subject: Convidamos a todos a participarem da 16ª Mini Jornada da Família

Convidamos a todos a participarem da 16ª Mini Jornada da Família

16minijornadafamilia

Tema central: "O consumismo material e a educação familiar"

Data: próximo domingo, dia 09 de novembro.

Horário: 14h50min às 18h

Local: Paltalk, (download, instalação e configuração do programa, no endereço www.espiritismo.net/paltalk.)

Sala: Espiritismo Net Brasil – categoria Central & South America

Descrição: Na programação, serão abordados os seguintes assuntos: Definições necessárias: consumo, consumidor, consumismo, educação para o consumo; Qual a importância da educação para o consumo?; Responsabilidade dos pais e sua autoeducação para o consumo; Hábitos de consumo e sua influência no meio familiar e Nós, nossos filhos e nossa família precisamos mesmo ser tão felizes?

O trabalho da Minijornada da Família, incluindo as versões anteriores, pode ser acessado em http://www.espiritismo.net/familia/.

Solicitamos a gentileza e o favor de divulgar o evento a todos os seus contatos.

LuFrancis

Coordenação Minijornada da Família

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

DONATIVOS: o que doar?

 

O que doar para as vítimas das chuvas

Identifique o posto de coleta de doação mais próximo de sua residência.

Os postos de coleta são divulgados pelos meios de comunicação.

Alimentos não perecíveis

Arroz, feijão, óleo, macarrão, biscoito, leite em pó, leite em caixa, achocolatado, açúcar, alimentos de fácil preparo (enlatados).

Bebidas

Água potável em embalagens menores para facilitar na distribuição.

Produtos de necessidades básicas

Toalhas de rosto e banho, pratos, copos e talheres descartáveis.

Produtos Infantis
Fraldas de descartáveis, mamadeiras, chupetas.

Roupas e calçados

Camisetas, calças jeans, roupas para bebês e crianças, sapatos, tênis, sandálias e chinelos.

Produtos de higiene pessoal

Sabonete, pasta de dente, escova de dente, absorvente, fraldas descartáveis (infantil e geriátrica), xampu, papel higiênico.

Produtos de limpeza

Água sanitária, álcool, sabão, detergente, pano de chão.
Materiais de limpeza

Sacos de lixo, luvas descartáveis, baldes, rodos, vassouras, lonas plásticas, enxadas.

Alimentos para animais

Ração.

Equipamentos

Fogão, cama, colchão, lençol, colchonete, cobertor, edredom

 

http://www.furb.br/web/10/portugues/alerta

Doe roupas

doaçãoeroupa

doeasroupasdesnecessariascampanha

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Qual sua opinião?

1. Onde estamos antes de começarmos a crescer no útero de uma mulher? Se, antes de ser um embrião, estamos no plano espiritual, que tipo de coisa podemos estar fazendo lá?
2. A vida é eterna? Para quais lugares podemos ir, então, quando desencarnarmos?
3. Se estamos, antes de nascer, no plano espiritual, qual é o objetivo de nascermos na Terra?
4. Na minha vida desencarnada, eu quero encontrar...
    Na minha vida desencarnada, eu quero conhecer…
5. Nós somos imortais
    Se plantarmos boas ações, boas palavras e bons sentimentos na Terra, que consequência podemos ter na vida encarnada ?E na desencarnada?
    Se plantarmos más ações, palavras e sentimentos, como serão essas consequências ? Deem exemplos para essas situações.

Estudos Paltalk : O Livro dos Médiuns–Laboratório do Mundo Invisível (1)

Assista aqui:

terça-feira, 4 de novembro de 2014

SER ESPÍRITA

 
SER ESPÍRITA
Ser espírita – é ser clemente
É ter alma de crente
Sempre voltada pro Bem,
- É ensinar ao que erra
E entre os atrasos da Terra
Não fazer mal a ninguém.
É sempre ter por divisa
Tudo o que é nobre e suaviza
O pranto, a dor, a aflição,                      
E fazendo a caridade                      
Evitar a orfandade                     
O abismo da perdição.                     
Em Deus, é ter sempre crença                        
Profunda, sincera, imensa,                       
Consubstanciada na Fé.                           
E guardar bem na memória                       
Os bons conselhos e a glória                         
De Jesus de Nazaré.
É perdoar a injúria,                      
É suavizar a penúria
De quem já não tem um pão
É se tornar complacente,
Para o inimigo insolente
Tendo por lema – o perdão.
Ser Espírita – é ser clemente
É ter alma de crente
Sempre voltada pro Bem
- E entre os atrasos da Terra
Não falar mal de ninguém.
 
Sacramento, 18/01/1914

Eurípedes Barsanulfo
(Texto enviado pelo JoelSilva)

Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. VI – Itens 1 a 4
Tema:   O jugo leve
Consolador prometido
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A - Texto de Apoio:

O jugo leve

1. Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)

2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: "Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei."

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.

Consolador prometido

3. Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. -Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)

4. Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: "Ouçam os que têm ouvidos para ouvir." O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.

Disse o Cristo: "Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados." Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.

Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 – Segundo o texto, em que podemos encontrar consolação para os sofrimentos?

2 – Cite algumas razões pelas quais o Espiritismo é considerado o consolador prometido.

3 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

E, aí! Já leu?!

cotidesplivrCotidiano em reflexões espíritas

setembro/2014 - Por Maria Helena Marcon

Para esses dias, em que, por vezes, a impressão que se tem é de que a criatura perdeu o endereço de Deus, amarfanhando a própria alma em complexos e esdrúxulos comportamentos; nesses dias de tantas dores se sucedendo no mundo, de descomprometimentos de toda sorte, textos que chegam propondo reflexões e apontando diretrizes, se fazem de ímpar oportunidade.

Esta é a obra que Sandra Borba Pereira, com sua experiência de esposa, mãe, educadora, espírita, nos oferece, permitindo-nos um passeio pelas alamedas do bem, do compromisso, da contribuição preciosa para o mundo melhor.

Alguns dos textos que ora compõem o presente livro foram, oportunamente, publicados na imprensa espírita, em jornais e revistas, como o Jornal Mundo Espírita (Federação Espírita do Paraná), Reformador (Federação Espírita Brasileira), entre outros, compondo agora um único feixe à disposição do leitor.

Estes são parágrafos do Prefácio, de lavra da Diretoria Executiva da FEP, que editou a obra e a disponibilizou ao público em agosto deste ano.

A autora, Sandra Maria Borba Pereira, é professora de Fundamentos da Educação, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com larga folha de serviço espírita em terras potiguares e no Movimento Espírita Nacional, já desenvolveu no Paraná várias atividades, coordenando Encontros Estaduais de Coordenadores de Juventudes Espíritas e participado como conferencista nas Conferências Estaduais Espíritas e eventos outros, da Federativa paranaense.

Na Apresentação do livro, assim se expressa a autora: O Espiritismo é uma ferramenta de compreensão da vida. Ele nos auxilia a ampliar as vistas sobre a imortalidade da alma, a justiça divina, o intercâmbio mediúnico, dentre outros assuntos. Igualmente, nos fornece conceitos que nos possibilitam entender o mundo das relações sociais onde agimos e vivenciamos as leis morais.

(…) desejamos provocar reflexões que, de alguma forma, possam contribuir para o entendimento acerca de questões da vida cotidiana, à luz dos princípios espíritas, de modo a que possamos enfrentá-la com mais sabedoria.

É com este propósito que o livro foi concebido e incita o leitor à reflexão. O capítulo Um deus dentro de nós é um verdadeiro convite a trabalharmos a autoestima, servindo-nos da oração, meditação, do encontro com o outro, perseverança na obra do bem, no exercício da compreensão, com verdadeiro entusiasmo.

Em A constância do Sábio, enquanto apresenta a conduta estoica perante as ofensas e insultos leves, diríamos, quase tolices, por vezes, ela homenageia o proceder do orador espírita baiano Divaldo Pereira Franco, que enfrenta ofensas grandes e pequenas com ânimo, energia, paciência e grandeza d´alma, o que ela denomina de atitude de homem sábio ou bem próximo da sabedoria.

Leva-nos a refletir, na qualidade de espíritas, em como nos estamos comportando, em termos de perseverança, serviço, confiança mas, sobretudo, o que temos semeado em nossas relações sociomorais, alertando-nos para o fato de que sonos os artífices de nosso próprio destino. Enfatiza, de forma apropriada com o título do próprio capítulo: Criando uma rede de problemas… ou de soluções.

Enaltecendo O trabalhador e o trabalho, lembra: Ao longo desses anos de militância no Movimento Espírita, temos ouvido falar de trabalhador-promessa e de trabalhador-desertor, em suas tarefas. Mas, o Movimento prossegue com as casas espíritas abertas para atender à multidão dos necessitados. É nessa hora que surgem os trabalhadores-tarefeiros, desejosos e dispostos a servir, ainda que não sejam os que apresentam as melhores condições ou o perfil mais apropriado às tarefas, para as quais foram convidados. São os trabalhadores esforçados, dedicados, mesmo sem todas as credenciais, que outros apresentam, mas que se esquivam do compromisso com a Causa.

É de nos indagarmos, após a atenta leitura: Que tipo de trabalhadores somos nós? Como nos qualificamos?

O derradeiro capítulo, de número 21, se refere ao Natal de Jesus e a Pedagogia do Evangelho e, assim conclui a obra de cento e quarenta e sete páginas:

Podemos aduzir que a obra pedagógica de Jesus, entre nós, começou com a lição da manjedoura, estendeu-se por todo Seu messianato e teve como aula magna a crucificação no Gólgota, num exemplo constante de Amor Incondicional.

Quando evocamos, de modo mais intenso, a figura de Jesus, por ocasião do Natal, lembremos que, de fato, Ele é um presente do Amor de Deus às criaturas humanas. Como se agradece um presente? Nesse caso, só através da caminhada em busca desse Amor em nós, pelo processo da autoeducação, na vivência dos valores cristãos, sintetizados na justiça, no amor e na caridade, poderemos dizer: Graças Te damos, ó Deus, pelo presente que nos enviaste, Teu Filho Jesus.

Portanto, caro leitor, nestes dias de comemorações natalinas, tantas vezes só mundanas, lembre que pode e deve se confraternizar com familiares e amigos, mas… não esqueça do Aniversariante que só quer de nós o presente da nossa própria felicidade, construída a partir do nosso esforço de união definitiva com Ele.

http://www.mundoespirita.com.br/?materia=cotidiano-em-reflexoes-espiritas

Pergunta feita: Lutadores de Boxing, MMA, etc..

Nome: A.M.
Assunto: Lutadores de Boxing, MMA, etc..
Mensagem:
Que acontece na espiritualidade quando um lutador de MMA, por exemplo, que se dedicou exclusivamente às lutas violentas nos octógnos em busca de fama e enriquecimento, levando uma vida de luxo e extravagâncias? Mas alguns vão com tatuagens nas costas com mensagens cristãs, inclusive com o nome de Jesus, além de agradecer a Deus dizendo que Deus os ajudou a vencer quando são vitoriosos em cima de seus adversários.
Obrigado,um grande abraço,A.

Resposta dada:

Olá A.!!

Os Espíritos nos esclarecem que todos nós precisamos de muitas reencarnações para evoluir.

Em cada existência, o Espírito tem a oportunidade de desenvolver e aprimorar aos poucos.

Sabemos que a violência não deve ser praticada e que com o desenvolvimento moral, o Espírito aprende a não agredir, nem mesmo por esporte.

Mas, como podemos avaliar se o lutador de ontem, não é um agressor sem freios na existência passada e a luta já representa um progresso para este espírito?

Então, não temos como fazer esse tipo de julgamento.

Há um relato no livro "As Vidas de Chico Xavier" em que Chico Xavier caminhava pela rua e viu um grupo que passava o dia jogando sinuca, enquanto ele trabalhava muito.

Chico então, houve a voz de Emmanuel lhe dizendo que o jogo permitia que aqueles homens não se ocupassem de tarefas piores. Hoje eles colocavam bolas na caçapa, mas em encarnações passadas foram cabeças ao chão...

A visão que o Homem possui de Deus se desenvolve com o senso moral. Para muitos, Deus ainda é compreendido como um ser vingativo e com características humanas. Mas, já uma forma de manter vínculo com a divindade.

Fique com Deus!

Abraços, Karina.

domingo, 2 de novembro de 2014

Ele salvou 669 crianças durante a 2ª Guerra… e não sabia que elas estavam sentadas ao lado dele.

Ele salvou 669 crianças durante a 2ª Guerra… e não sabia que elas estavam sentadas ao lado dele.

Por WILL

Sir Nicholas Winton tem uma das histórias mais fantásticas que já passaram pelo Awebic.

Ele foi o responsável por organizar uma operação de resgate que salvou 669 crianças de campos de concentração nazista. Elas foram levadas em segurança até a Inglaterra entre os anos de 1938 e 1939.

Depois da 2ª Guerra Mundial o feito de Nicholas permaneceu desconhecido. Foi só em 1988 que sua esposa Grete descobriu um velho livro de 1939 com os nomes e as fotos de todas essas crianças.

A reportagem abaixo conta a história de Sir Nicholas. Destaque para o tempo de 6 minutos e 31 segundos do vídeo, quando ele recebe uma homenagem emocionante em um programa de TV inglês.

Clique no play abaixo para assistir.

Notícia publicada no Portal Awebic, em julho de 2014.

Nara de Campos Coelho* comenta

Ver a vida com o olhar iluminado pelo Espiritismo, torna-a muito diferente e mais justa aos nossos olhos. Muitos indagarão: justa? É que o sentido de justiça também é diferente para o espírita, pois focamos a vida ao longo da eternidade, com suas idas e vindas ao plano físico e sempre sujeita às consequências de nossas ações. Por isto, ela é assim tão imprevisível e tão cheia de dramaticidade.

A notícia em comentário faz-nos pensar sobre isso. Um homem que salvou centenas de crianças das garras atrozes do nazismo, durante a 2ª guerra mundial. Mas não pôde salvar todas, infelizmente.  Então, por que apenas estas? Por que não outras? E por que se propôs a salvá-las, enquanto outras pessoas não salvaram ninguém e muitas se associaram ao crime que infelicitou milhões de pessoas?

Neste ponto da reflexão, lembramo-nos de Jesus, quando nos disse no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque serão saciados.” Muitos poderão alegar que esta justiça nunca se faz na Terra, pois existem os que choram e os que riem, os que escravizam e os que são escravizados, os perseguidos e os perseguidores e assim por diante, como cantava Tim Maia: “Na vida a gente tem que entender, que um nasce para sofrer, enquanto o outro ri.” Ainda longe da explicação racional do Espiritismo, alguns alegarão que esta justiça será vivenciada do outro lado da vida, quando os justos serão saciados, vendo os agentes do mal serem castigados e os do bem recompensados. Mas a razão nos faz questionar se esta justiça também se dará no Além, pois cada um verá lá refletido o tipo de vida que teve aqui na Terra, que dependerá dele mesmo e do que foi: revoltado, irado, gentil, se pôde estudar, se teve uma família equilibrada, e teve acesso aos bens materiais e culturais e assim por diante.

A resposta que nos faz entender esta questão nos vem do Espiritismo que nos clareia o entendimento, dizendo-nos que esta justiça na verdade é “justeza”, “ajustamento” às leis espirituais que nos governam a vida em todos os momentos. Seremos saciados pela verdadeira justiça quando entendermos a “justeza” dos acontecimentos como o da notícia que comentamos agora. Todos os que participam deste comovente caso estão ajustados com a Lei de Causa e Efeito, respondendo por sua participação individual e coletiva. Eis que esta lei nos vincula ao bem e é a única capaz de nos tirar do círculo vicioso do sofrimento que parece se perpetuar na Terra. As crianças salvas, foram-no por mérito espiritual e não por sorte ou acaso. O homem que as salvou teve esta possibilidade por estar ligado às leis de amor e, em consequência disso, obteve a chance deste ato para recuperar-se de um passado faltoso junto daqueles Espíritos, que por uma razão maior, ainda ocupavam corpos de crianças, ou, por já entender que a fraternidade é um divino instrumento de felicidade e que o possibilitou subir mais um degrau na escalada evolutiva.

O certo é que não existe o acaso nas leis de Deus e, portanto, tudo tem uma causa. O efeito é consequência da natureza desta causa, como nos elucida “O Livro dos Espíritos”.

Para coroar esta linda história, o “salvador” teve a alegria de receber uma homenagem daqueles a quem beneficiou, vivenciando em vida física as consequências felizes de sua atitude de amor e solidariedade. As crianças resgatadas, já amadurecidas, viram-se em outra emocionante situação: a oportunidade de expressar gratidão em relação a quem os libertou de um sofrimento atroz.

Eis a justiça divina, fazendo-se presente no nosso ajustamento às leis que nos regem a vida material e a espiritual, saciando-nos. Afinal, somos Espíritos eternos, viajando de encarnação em encarnação em busca da sabedoria, da paz e da felicidade.

* Nara de Campos Coelho, mineira de Juiz de Fora, formada em Direito pela Faculdade de Direito da UFJF, é expositora espírita nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, articulista em vários jornais, revistas e sites de diversas regiões do país.

Relembre casos polêmicos de imóveis que foram palco de tragédia

Relembre casos polêmicos de imóveis que foram palco de tragédia

Em São Paulo, Rafa Brites vai atrás de locais que foram cenários de crimes

Você vê problema em morar em uma casa considerada mal-assombrada ou em moradias que foram cenários de crimes? Tem gente que não se importa com isso. O ex-jogador David Beckham, por exemplo, comprou recentemente a mansão que pertenceu ao estilista Gianni Versace, em Miami. Versace foi assassinado na casa em 1997 e outros três donos morreram de forma violenta no local.

"O nosso objetivo não é se aprofundar no crime, mas saber especificamente sobre venda e aluguel dos imóveis", explica Ana Maria. O que se sabe também é que, muitas vezes, o proprietário desse tipo de casa tem que reduzir o valor do imóvel para conseguir vender ou alugar. Beckham desembolsou 60 milhões de dólares pela mansão.

Ana Maria começa a manhã na casa assombrada do personagem Barnabé

O Mais Você deu um giro por São Paulo atrás de casas marcadas pelo passado. A repórter Rafa Brites foi ao prédio em que morou a família Nardoni para saber se o apartamento está ocupado. E como será que anda a casa em que Suzane Richthofen morava com os pais? Já no caso da família Pesseguini, Rafa foi até à rua onde o crime ocorreu para saber se os vizinhos têm medo de morar próximo ao local da tragédia. E será que a repórter teve coragem de entrar no castelinho abandonado da rua Apa, outro local marcado por crime? "Se eu disser que não dá frio na barriga, estaria mentindo", diz Rafa.

Ela contou tudo: no prédio dos Nardoni, os funcionários foram orientados a não dar informações sobre o imóvel. A casa dos Von Richthofen está fechada, assim como a casa que era dos Pesseguini, que, segundo um morador, recebe manutenção.

Em enquete aberta no site durante o programa, 68,75% não comprariam um imóvel que tenha passado por uma tragédia, e apenas 31,25% não se importariam em morar em um lugar desses.

Matéria publicada na página do Programa Mais Você, em 16 de julho de 2014.

André Henrique de Siqueira* comenta

O ano era 1977. As férias escolares estavam em pleno vapor e já contávamos três dias de convivência na casa de um primo querido, no antigo bairro do Hipódromo, na capital pernambucana. A noite já caíra desde algumas horas. Um bando de meninos brincávamos desassossegados em frente à casa de meu tio, buscando, insistentemente, o que fazer...

- "Vamos criar uma casa mal-assombrada!"

Ideia dada, ideia realizada. Aproveitando uma casa abandonada, cujas ruínas debilitavam a estética da rua, munimo-nos de uma faca de cozinha, um pouco de paciência e uma vela acesa no meio da abóbora recordada e a penduramos no meio de lençol inutilizado para formar a figura do nosso fantasma. Com a ajuda dos adultos, fixamos o fantasma no meio da casa, de modo que pudéssemos ver sua sombra do lado de fora das ruínas... E aí começou a brincadeira! Quem teria coragem de entrar sozinho na casa em ruínas? Quem tinha coragem de apagar a vela na cabeça do fantasma? A noite correu entusiasmada com as querelas infantis e todos nos divertimos muito...

Mas na noite seguinte...

Todos sabíamos que existia uma cabeça de abóbora no meio das ruínas imitando um fantasma. Todos sabíamos que ele não tinha luz própria... Mas quem disse que havia coragem para entrar naquela casa mal-assombrada? A brincadeira tornara-se real, a ideia passou do imaginário para o mito e do mito para o enervante suplício de olhar a noite para uma casa mal-assombrada... Todos sabiam não existir fantasma na rua do Hipódromo, mas, por via das dúvidas, ninguém frequentou mais as ruínas fantasmagóricas, férias após férias, até que a casa foi derrubada e em seu lugar uma nova construída... Mas ainda tem gente que julga ver uma luz noturna gerando uma sombra de um fantasma nas noites que o vento sopra.

Camille Flamarion, discutindo a questão das casas mal-assombradas, afirma:

Haverá quem acredite em casas mal-assombradas? Os espíritos fracos e os crédulos, talvez, pois tudo isso não passa de contos de vovozinha, para intimidar crianças.

É o que comumente se pensa e diz. E de fato, parece que outro não deve ser o veredicto do senso comum. Que haverá nisso de falso ou de verdadeiro? Quod gratis asseritur gratis negatur (o que é afirmado sem razão pode ser negado sem motivo), dizia-me Renan, certa feita em que versávamos o dogma da infalibilidade papal, recentemente proclamado pelo concílio do Vaticano (1870). O que se afirma, sem provas, é simples e naturalmente negado. Se as casas mal-assombradas não fossem identificadas por observações irrefutáveis, estaríamos no direito de negá-las; e com isso, cumpriríamos até um dever. Velho provérbio diz que não há fumo sem fogo. Certo, muitas vezes, pode suceder haja mais fumo que fogo. Mas o adágio não deixa de ser verdadeiro. As lendas mais absurdas têm uma origem.

A questão persistente da veracidade dos fenômenos é decorrente, em parte, da mistura entre fatos e mitos, entre as histórias vivenciadas e as experimentadas. Os fenômenos relacionados à interação com o mundo espiritual, desde tempos remotos, têm se misturado com temores e invenções, com vivências e supertições. O resultado mais visível é o da tragicomicidade de que se revestem as histórias das casas mal-assombradas.

A ideia de casas mal-assombrados não é nova. Em um de seus mais famosos contos, A queda da Casa de Usher, de 1839, Edgard Alan Poe, descreve o cenário de uma casa mal-assombrada, pintando no imaginários os detalhes icônicos de um conto de terror. O sucesso da narrativa inspirou outras histórias, sendo uma das mais famosas na atualidade, o caso da mansão Winchester, localizada na 525 South Winchester Boulevard, San Jose, Califórnia, nos Estados Unidos.

Em 1862, Sarah Pardee casa-se com William Wirt Winchester dono das fábricas de rifles Winchester, fabricante do mais famoso rifle do final do século XIX. O casal passa por dificuldades logo após o nascimento de Anne Pardee Winchester, a primeira filha do casal que morreu logo depois, deixando a mãe inconsolável. Logo em seguida, em 1881, morre William, deixando a esposa sob uma forte depressão emocional. Desesperada com as perdas, a Sra. Winchester  procura uma médium - que segundo os relatos, teria recebido uma comunicação do Sr. Winchester dizendo que os espíritos atormentados que foram mortos pelo famoso rifle estariam vagando pela mansão WInchester, rogando vingança e que teria sido deles a ação para matar Anne Pardee (a filha) e o próprio William.

Sarah decide mudar de residência e compra uma nova casa de 6 cômodos - aquela que se tornaria a mansão Winchester, em Santa Clara. A história - verídica ou inventada (?) - descreve que as reformas da nova casa foram feitas sob orientação de um médium com o propósito de afugentar os espíritos atormentadores que circundavam a família. E a obra nunca parou... A reforma era feita com orientações pela manhã para as atividades do dia e durante 36 anos inúmeros carpinteiros e trabalhadores mudaram, aumentaram, destruíram e reconstruíram até que no ano de 1922, depois de uma sessão espírita no quarto azul, Sarah foi se deitar e morreu durante o sono aos 83 anos de idade, deixando uma casa com aproximadamente 160 cômodos, 47 lareiras, mais de 10.000 janelas, incontáveis escadas e portas, muitas delas sem nenhum outro propósito além de confundir os espíritos... A casa foi vendida para investidores que passaram a usar a casa como atração turística - daí a dificuldades de diferenciar as verdades dos mitos convenientes. Na primeira contagem, os novos compradores identificaram 148 cômodos, mas na conferência deste número contaram 160 e a cada nova contagem se chegava a um número diferente. A mansão, construída para confundir os espíritos, confundiam também os investidores... O lugar é tão cheio de labirintos que os investidores demoraram mais de 6 semanas para retirar a mobília da casa.

Hoje ela é registrada como a maior casa da Califórnia com número desconhecido de cômodos e a maior casa mal-assombrada já conhecida (http://www.winchestermysteryhouse.com).

Diante da indistinção que se faz entre fatos e mitos, não é de admirar que muitas pessoas sérias não deem importância aos fenômenos das casas mal-assombradas. O que não significa que os fatos não existam.

Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec trata do assunto à luz do Espiritismo. No CAPÍTULO IX, dedicado ao tema DOS LUGARES ASSOMBRADOS, ele afirma:

As manifestações espontâneas, que em todos os tempos se hão produzido, e a persistência de alguns Espíritos em darem mostras ostensivas de sua presença em certas localidades, constituem a fonte de origem da crença na existência de lugares mal-assombrados.

E passa a questionar os Espíritos relativamente ao assunto. O resultado dos questionamentos indica que:

- Alguns Espíritos podem apegar-se aos objetos terrenos, devido à imaturidade de seus sentimentos e raciocínios.

- "Os Espíritos que já se não acham apegados à Terra vão para onde se lhes oferece ensejo de praticar o amor. São atraídos mais pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Contudo, pode dar-se que dentre eles alguns tenham, durante certo tempo, preferência por determinados lugares. Esses, porém, são sempre Espíritos inferiores."

E um destaque especial deve-se às questões de número 4 e 5:

4ª) Tem qualquer fundamento a crença de que os Espíritos frequentam de preferência as ruínas?

"Nenhum. Os Espíritos vão a tais lugares, como a todos os outros. A imaginação dos homens é que, despertada pelo aspecto lúgubre de certos sítios, atribui à presença dos Espíritos, o que não passa, quase sempre, de efeito muito natural. Quantas vezes o medo não tem feito que se tome por fantasma a sombra de uma árvore e por espectros o grito de um animal, ou o sopro do vento? Os Espíritos gostam da presença dos homens; daí o preferirem os lugares habitados, aos lugares desertos."

a) Contudo, pelo que sabemos da diversidade dos caracteres entre os Espíritos, podemos inferir a existência de Espíritos misantropos, que prefiram a solidão.

"Por isso mesmo, não respondi de modo absoluto à questão. Disse que eles podem vir aos lugares desertos, como a toda parte. É evidente que, se alguns se conservam insulados, é porque assim lhes apraz. Isso, porém, não constitui motivo para que forçosamente tenham predileção pelas ruínas. Em muito maior  número os há nas cidades e nos palácios, do que no interior dos bosques."

5ª) Em geral, as crenças populares guardam um fundo de verdade. Qual terá sido a origem da crença em lugares mal-assombrados?

"O fundo de verdade está na manifestação dos  Espíritos, na qual o homem instintivamente acreditou desde todos os tempos. Mas, conforme disse acima, o aspecto lúgubre de certos lugares lhe fere a imaginação e esta o leva naturalmente a colocar nesses lugares os seres que ele considera sobrenaturais. Demais, a entreter essa crença supersticiosa, aí estão as narrativas poéticas e os contos fantásticos com que o acalentam na infância."

Convidando o leitor à leitura do capítulo IX de O Livro dos Médiuns - o qual é muito esclarecedor em torno do assunto, salientamos a necessidade de não se deixar levar pelas frivolidades com os quais os temas são tratados. E, em matéria de fenômenos, vale sempre lembrar a recomendação do Espírito Erasto:  Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. (O Livro dos Médiuns, cap. XX, item 230.)

* André Henrique de Siqueira é bacharel em ciência da computação, professor e espírita.