sábado, 7 de janeiro de 2017

Mãe e filha viciadas em cirurgias plásticas ganham reality show na TV britânica

Mãe e filha viciadas em cirurgias plásticas ganham reality show na TV britânica

por Redação

Num momento de muitos debates sobre aceitação do próprio corpo, é interessante levantar casos onde a incansável busca pelo que foi estabelecido como padrão de beleza acaba por trazer casos de cirurgias exageradas.

O caso de hoje envolve a improvável disputa entre mãe e filha. Georgina (39) e Kayla (19) são obcecadas por procedimentos estéticos, de modo que já gastaram juntas aproximadamente 60 mil libras (algo em torno de R$ 300 mil).

Após repercutir na imprensa britânica, as duas vão participar de um reality show intitulado ‘My Mum’s Hotter Than Me‘ (Minha Mãe é Mais Sensual do que eu).

Com informações do Vírgula.

Notícia publicada no Portal Catraca Livre, em 7 de maio de 2016.


Humberto Souza de Arruda* comenta

Há muito tempo existe uma tendência de as mídias ditarem novas modas. E, cada vez mais, muitas pessoas vêm adotando estes padrões como certo, bonito e viável. Só que as modas estão indo além de roupas, dietas e comportamentos. Já incluem também o corpo das pessoas.

Muitos procedimentos estéticos-cirúrgicos são usados por pessoas que entendem precisar deste feito para tentar “reparar” uma parte do corpo. Seja por um problema causado por um acidente, uma patologia dermatológica, ortopédica ou outras. Mas existem casos em que estes procedimentos vão ficando repetitivos com práticas exageradas.

Por mais que a ciência tenha evoluído muito nesta área e continue evoluindo bastante a cada dia, não se consegue sempre o resultado esperado. Vindo assim as várias cirurgias reparadoras que precisam ser aplicadas às cirurgias reparadoras anteriores.

Esta “limitação” da ciência nos vem como uma grande ajuda para nos proteger dos abusos que possamos exercer para conseguirmos o corpo “perfeito”. Ou o corpo que gostaríamos de ter. Fazendo alterações que ficam marcadas na nossa vida.

Muitas marcas imprimimos em nosso perispírito através de agressões que fazemos ao nosso corpo. Para que façamos estas alterações no perispírito, depende é claro do quanto colocamos de energia nestas alterações do corpo material. Não é uma simples tatuagem ou plástica que marcará o perispírito. Mas sim o quanto nos revolta o corpo como Deus nos entregou e o quanto queremos mudá-lo. Deus escreve certo por linhas certas. Às vezes ainda entendemos que as linhas estão tortas.

Nós temos o corpo que necessitamos e merecemos para cumprirmos a nossa evolução neste plano material. Mas isso não quer dizer que se nascemos com uma determinada patologia ou limitação ortopédica não devamos procurar forma de tratar, curar ou melhorar a qualidade de vida por conta desta deficiência que bondosamente Deus nos deu por questões pertinentes à Lei de Causa e Efeito. Seja prova ou expiação. Mas nunca como castigo. Deus é infinitamente bom e justo.

Desta forma, se perdermos o foco na grandiosidade da bondade e justiça divina, podemos ficar à mercê das modas. Muito se houve dizer que somos frutos do meio em que vivemos. Mas lembremos do livre-arbítrio.

Vemos que uma emissora de TV simpatizou com o caso desta mãe e filha e oportunizou a elas um reality show intitulado ‘My Mum’s Hotter Than Me‘ (Minha Mãe é Mais Sensual do que eu). Esta postura é porque tem audiência. Os telespectadores passam a ser coniventes com a situação. Daí a importância em escolhermos bem o que assistimos.

Em cada fase da nossa idade corporal, temos a oportunidade de nos elevar espiritualmente de forma correspondente a este momento material. Todas as fases, sejam de bebês a idosos, sempre temos um objetivo não mais importante que em outras fases. Se tentarmos ficar em uma delas mais tempo que o normal, desequilibramos o processo que cientificamente está determinado para o nosso crescimento.

Não conseguiremos ser sempre bebês, nem crianças, nem jovens e tão pouco sempre idosos. O corpo é perecível e em uma escala contínua e providencial. Já o Espírito é imortal. Este não morre. Então, em cada existência, devemos aproveitar o nosso corpo material para a evolução do Espírito.

Daí a importância de cuidarmos bem do corpo que bondosamente Deus escolheu para nós. Mas que o cuidado com o Espírito seja maior. Só levaremos a outras existências nosso Espírito com os nossos melhoramentos. O corpo ficará.

Oremos por todos que ainda acreditam que o cuidado com o corpo deva ser maior que com o Espírito. O equilíbrio deve ser usado sempre e da forma mais caridosa possível.

* Humberto Souza de Arruda é evangelizador, voluntário em Área da Promoção Social Espírita (APSE) e colaborador do Espiritismo.net.

Famílias pedem autorização para matar filhas e evitar estupro em Aleppo

Famílias pedem autorização para matar filhas e evitar estupro em Aleppo

Mulheres sírias estariam cometendo suicídio antes de invasão
 
por O Globo com agências internacionais

LONDRES — Moradores do leste da cidade síria de Aleppo estão pedindo permissão a religiosos para que pais possam matar as filhas, mulheres e irmãs antes que elas sejam capturadas e estupradas pelas forças do regime de Bashar al-Assad, da milícia libanesa do Hezbollah ou do Irã, de acordo com relatos que circulam. As histórias ganharam força com a reprodução nas redes sociais da carta de uma enfermeira da área cercada da cidade explicando por que havia escolhido o suicídio diante da possibilidade de “cair nas mãos de animais do Exército sírio”. Outros postam mensagens desesperadas à medida que as tropas do governo se aproximam, trazendo para mais perto do mundo o drama vivido na área rebelde da cidade síria.
“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve serão violadas. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que as minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente”, diz a carta. O nome não foi divulgado e a veracidade não pode ser comprovada.
A carta era endereçada a líderes religiosos e da oposição e, segundo o jornal britânico “Metro”, o post foi compartilhado pelo trabalhador humanitário Abdullateef Khaled. Ela reforça os rumores de mulheres cometendo o suicídio para evitar o estupro à medida que as forças sírias avançam e surgem denúncias de execuções.
Outros relatos que circulam nas redes sociais dizem que pais estão pedindo a permissão de autoridades religiosas para assassinar as próprias filhas antes que sejam capturadas. As forças sírias executaram mais de 80 pessoas em Aleppo na segunda-feira, incluindo mulheres e crianças ainda em suas casas.
Muhammad Al-Yaqoubi, um conhecido líder religioso que fugiu da Síria, tuitou na terça-feira que estava recebendo consultas de Aleppo, incluindo algumas inquietantes: “Pode um homem matar sua mulher ou irmã antes que ela seja estuprada pelas forças de Assad na frente dele?”
Perguntas semelhantes surgiram no Facebook.

DESESPERO NAS REDES SOCIAIS
Uma trégua deveria ter permitido a saída de moradores da cidade. Mas com a retomada dos bombardeios nesta quarta-feira, a retirada foi suspensa. O desepero aumenta e, isolados por terra, moradores da área cercada enviam apelos pelas redes sociais.
Filmado pelo próprio celular, o professor de inglês Abdulkafi al-Hamdo aparece encolhido atrás de um muro. Afirmando que as forças de Assad estão chegando e que podem estar a 300 metros dali, ele resume a situação:
- Não há mais para onde ir. Este é o último lugar - diz no vídeo divulgado pelo Twitter. Espero que algo possa deter os massacres. Ninguém dormiu esta noite. Minha mulher, minha filha, todos os que conheço estão... - disse, até que o vídeo foi interrompido de repente.
Não se sabe a situação dentro de um dos últimos bolsões controlados pelos rebeldes na cidade. A última mensagem do jornalista americano Bilal Abdul Kareem na região veio na segunda-feira. Com o som de explosões ao fundo, ele disse poderia ser um de seus últimos vídeos.
- Talvez não possamos mais enviar mensagens à medida que o regime se aproxima cada vez mais.
Outros enviam mensagens de despedida, temendo a morte ou a captura. São agradecimentos a quem ajudou os sírios, pedidos para que habitantes de outros países protestem contra o que ocorre no país. Outras são reproduzidas por jornalistas que recebem mensagens de ativistas na cidade.
"Ativistas estão tuitando seus momentos finais. Eles quase certamente serão detidos/torturados/mortos após a captura. O aperto que se sente no estômago após ler as últimas mensagens de Aleppo. Que Deus nos perdoe por não ajudar essas pessoas", escreveu um jornalista no Twitter.
Notícia publicada no Jornal O Globo, em 14 de dezembro de 2016.

Marcia Leal Jek* comenta
 
É natural que nos sintamos abalados com essa matéria e, mesmo que tenhamos o conhecimento da Doutrina, nosso coração não é tão dinâmico quanto a mente e necessitamos muito, nestas horas, do auxílio daqueles que se encontram mais fortes que nós e preparados para lidar com estas dificuldades.
Por mais que as famílias de Aleppo optem por um caminho tortuoso, é importante lembrarmos, neste momento, a grande consolação que o conhecimento da vida eterna nos traz. Vivemos em um planeta de provas e expiações. Isso significa que o sofrimento permeia toda e qualquer vida humana. Por estarmos no início da escala evolutiva, temos ainda muito que aprender sobre a lei divina e temos muito débito a resgatar, daí o sofrimento. De acordo com Allan Kardec(1), a Terra se encontra no segundo degrau da evolução humana.
Sabemos a dificuldade que é passar por momentos de sofrimento, de decepção e de dor. Muitas vezes sentimos vontade de largar tudo, fugir.
Além disso, optar pela fuga é uma ilusão. Sempre levaremos conosco os nossos problemas, seja onde estivermos. O suicídio também é uma fuga, e, como toda a fuga dos problemas, uma ilusão. A morte não existe. Com o suicídio a pessoa só amplia seus problemas e dificuldades.
Veja o que nos diz Yvonne do Amaral Pereira,(2) sobre a morte:(3) “...a morte nada mais é do que a verdadeira forma de existir!...”
De acordo com o palestrante Alberto Almeida,(4) no Programa Transição, sobre tristeza,(5) “A vida é permanente! Ninguém sai da vida, só sai do corpo.”
E Emmanuel(6), no seu livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, na questão 154, nos diz:
– “Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio? – A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia. Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem das águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e, comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido. De todos os desvios da vida humana, o suicido é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia”.
Os espíritos que desencarnam pelo suicídio sofrem muito, por transgredirem uma lei de Deus tão importante. Mas Deus é tão justo que, até mesmo nestes casos, Ele encontra motivos para atenuar a dor de Seus filhos.
O sofrimento, por mais que doa, é passageiro. Perene mesmo é o amor que Deus tem e sente por nós.

Bibliografia e referências:
(3) Memórias de um Suicida;
 
* Marcia Leal Jek é espírita e colaboradora do Espiritismo.net.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Encontro Espírita em RJ - Tema central : “O Papel da Ciência na Gênese”.

Encontro Espírita em RJ

No dia 22 de janeiro de 2017 será realizado no Centro Espírita Léon Denis do Rio de Janeiro o 19º Encontro Espírita Sobre “A Gênese”.

O tema central é “O Papel da Ciência na Gênese”. O objetivo do evento é estudar o papel das Ciências e sua correlação com a Doutrina Espírita, no processo de desenvolvimento material e espiritual da Humanidade. O Encontro terá transmissão ao vivo no site da instituição.

O Centro Espírita Léon Denis fica na Rua Abílio dos Santos, 137 – Bento Ribeiro, Rio de Janeiro/RJ. Mais informações em www.celd.org.br ou pelo telefone (21) 2452-1846.

Confraternização Espírita no Maranhão - Tema central: “O Papel do Espírita na Construção da Pátria do Evangelho”.

Confraternização Espírita no Maranhão

De 26 a 28 de fevereiro acontecerá no Auditório da Faculdade Fama/Pitágoras a CONESMA 2017 – Confraternização Espírita do Maranhão.
 
O tema central é “O Papel do Espírita na Construção da Pátria do Evangelho”. Na programação, momentos de arte, palestras e dinâmicas. Paralelamente acontecerá a CONEJ – Confraternização Espírita Jovem – e o CONESMINHA, voltado para as crianças.
 
A Faculdade Fama/Pitágoras fica na Avenida São Luís Rei da França, 32 – Turu, São Luís/MA. Mais informações em www.femar.org.br ou pelo telefone (98) 3232-9907.

Feira do Livro - CELD - RJ/RJ


Congresso Espírita em Minas Gerais - Tema central: “Jesus, Evangelho e Família: a construção de um mundo melhor começa em casa”.

Congresso Espírita em Minas Gerais

De 27 a 29 de janeiro de 2017 acontecerá no Acrópole Centro de Eventos o 2º Congresso Espírita de Uberlândia.

O tema central é “Jesus, Evangelho e Família: a construção de um mundo melhor começa em casa”. Na programação, palestras de Alberto Almeida, Haroldo Dutra Dias, José Carlo de Lucca, Rossandro Klinjey, Sandra Borba e Simão Pedro de Lima. O evento é organizado pela webrádio Fraternidade.

O Acrópole Centro de Eventos fica na Rua José Resende, 4090 – Custódio Pereira, Uberlândia/MG. Mais informações podem ser obtidas em www.ceu2017.com.br.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Querem frear a mudança climática? Parem de ter filhos

Querem frear a mudança climática? Parem de ter filhos


Não é o dióxido de carbono que destrói os equilíbrios climáticos, são as pessoas, esse é o resumo do livro do professor de filosofia Travis Rieder

Por Eric Roston

Washington – Não é o dióxido de carbono que destrói os equilíbrios climáticos, são as pessoas. E o mundo estaria muito melhor com menos gente.

Esse é um resumo superficial de um livro sério e seriamente provocativo de Travis Rieder, professor de filosofia moral e especialista em bioética da Universidade Johns Hopkins.

Quando os economistas escrevem sobre mudança climática, muitas vezes falam da “identidade Kaya” — basicamente, um problema de multiplicação (não um romance de espionagem) que ajuda a estimar a quantidade de dióxido de carbono que pode estar chegando à atmosfera.

A identidade Kaya afirma que o ritmo da poluição climática é mais ou menos o produto de quatro fatores:

O teor de carbono dos combustíveis; A quantidade de energia que a economia precisa para produzir o PIB; O PIB per capita; e A população.

Após anos de falatório das autoridades sobre isso ou aquilo com pouco ou nenhum carbono, Rieder basicamente se concentra no fator que ninguém quer admitir: o número de pessoas no planeta — particularmente nos países ricos — é literalmente parte dessa equação.

Pense no argumento de Rieder como o que está à espreita caso o Acordo de Paris, firmado entre 195 países e que chegou bem perto da ratificação nesta semana, não resolver o problema.

A seguir, uma transcrição editada de uma entrevista com ele.

Pergunta: Qual é o problema?

Rieder: Existem 19 milhões de órfãos esperando adoção e uma mudança climática catastrófica no horizonte. Colocar uma criança no mundo piora a mudança climática e, se não nos organizarmos, isso pode não ser muito bom também para essa criança.

Há duas possibilidades. Você pode afirmar que a mudança climática é um grande problema estrutural que, portanto, requer uma solução estrutural.

Esta é uma questão de política pública. Ou você pode dizer que um problema como a mudança climática exige que modifiquemos nossa cultura de obrigação individual e que todo mundo precisa pensar em ter famílias pequenas.

P: Essa tarefa parece bastante difícil. As pessoas não querem pensar nem em comprar uma pipoca de tamanho pequeno no cinema.

R: Bom, o problema é esse: os seres humanos me mostraram que simplesmente não estão dispostos a abrir mão de seus brinquedos. Por isso precisamos colocar outra opção na mesa.

Você quer continuar morando em uma casa de 900 metros quadrados? Quer continuar viajando de jatinho e coisas do tipo? Então, isso significa uma quantidade muito menor de pessoas na face da Terra.

P: Pelo menos nos países que geram muito carbono? Você acha que isso poderia realmente acontecer?

R: Meu principal objetivo é colocar isso na mesa. A população é uma parte central da equação para definir o total de emissões, mas esse aspecto é meio ignorado porque as pessoas não gostam de falar sobre isso.

Matéria publicada na Revista Exame, em 23 de setembro de 2016.


Breno Henrique de Sousa* comenta

O Problema do Crescimento Populacional

A superpopulação é uma problemática muito séria, discutida há décadas, sobretudo a partir da afirmação do economista britânico Thomas Malthus, que disse que a produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a população cresce em progressão geométrica. Isso significa que o aumento da produção de alimentos é mais ou menos uma constante, que pode ser representado por uma reta que sobe de maneira regular, no entanto, o crescimento populacional é exponencial, ou seja, ele fica cada vez mais rápido. Basta lembrar que levamos mais de duzentos mil anos para chegar ao primeiro bilhão de habitantes e pouco mais de dois séculos para chegar a sete bilhões.

É fácil prever as consequências desse panorama. Quando a população ultrapassa a produção de alimentos, temos fome no mundo. A resposta para essa ameaça foi um programa mundial de produção de alimentos, patrocinado por governos, bancos e pela indústria, chamado Revolução Verde. Esse movimento ganhou vulto a partir da década de 1960 e atingiu os objetivos de aumento na produção de alimentos, porém trouxe diversas consequências negativas.

Hoje, por causa da Revolução Verde, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Solos e águas foram contaminadas, a industrialização da agricultura gerou desemprego no campo e maior concentração de terras e de renda. Práticas comerciais injustas e políticas públicas que sempre privilegiaram as minorias abastadas não dão condições de o pequeno produtor competir com o grande, resultando em pobreza no campo e êxodo rural. Áreas imensas foram devastadas substituindo ecossistemas naturais por plantações e áreas de pasto. A agricultura se tornou mais dependente de combustíveis fósseis, de insumos externos e de produtos industrializados.

Poderíamos estender longamente a lista desses malefícios, porém, apesar deles, a humanidade não parece estar disposta a abrir mão desse modelo de produção de alimentos, pelo simples fato de que ele entrega o que promete: produção de alimentos em larga escala; e nesse aspecto específico, nenhum outro modelo é tão eficiente. O que se esconde por detrás dessa eficiência é alto custo econômico, social e ambiental que torna esse modelo insustentável.

Apesar da ampla produção de alimentos, o problema da fome não foi resolvido no mundo. Sabe-se hoje que esse problema está associado a inúmeros fatores de ordem social, política, climática e geográfica. Mesmo assim, apesar de a Revolução Verde haver retardado o limite da fome, a afirmação de Malthus é uma verdade incômoda para ruralistas e ambientalistas.

Os ruralistas dizem que é preciso intensificar a Revolução Verde para evitar atingir o limite de Malthus, os ambientalistas (ou agroambientalistas) dizem que essa é uma corrida finita que terminará com o esgotamentos dos recursos naturais; dizem ainda os ambientalistas que de fato o problema da fome não é falta de alimentos no mundo, de fato ainda não é, mas será um dia não muito distante. Parece que ambos os modelos de produção ignoram em seus discursos o problema populacional; os ruralistas vivem com a utopia dos recursos naturais infinitos e os agroambientalistas com a utopia de que o seu modelo produtivo é capaz de abastecer a demanda de alimentos no mundo.

Os governos decidiram que é mais simples mudar os meios de produção do que dizer às pessoas que elas devem ter menos filhos. Interferir sobre a liberdade individual é sempre mais complicado e nem eu estou afirmando que a população deve ser reduzida por decreto, como foi o caso da China, mas hoje sabemos que um dos fatores associados a esse crescimento populacional é a pobreza. Os números demonstram que quanto mais pobre e menos instruídas, mais filhos têm as famílias. Políticas públicas sérias voltadas para a redução da pobreza e educação para o planejamento familiar, além de estímulos à adoção - como foi dito no artigo, existem 19 milhões de órfãos esperando adoção -, são caminhos possíveis para a humanidade.

Vale ressaltar que aqui estou destacando apenas a problemática da produção de alimentos no mundo. Temos a problemática energética, econômica, sanitária, educacional e das mudanças climáticas provocadas pelo excesso populacional que foi destacada no artigo de Eric Roston. O crescimento desenfreado gera inúmeros problemas e não parecemos muito conscientes ou preocupados com o que pode acontecer.

Esta é, em poucas linhas, a problemática complexa de manter a humanidade sobre a Terra e ao mesmo tempo garantir que os recursos naturais estejam disponíveis para as gerações futuras, ou seja, viver de tal maneira que as gerações futuras disponham também de meios de sobrevivência. E essa discussão passa pelo problema populacional.


A visão espírita

Fazendo parte do meio espírita, tenho me deparado com algumas opiniões apressadas e, no meu entendimento pessoal, equivocadas sobre o problema do crescimento populacional e do desenvolvimento. Essas opiniões eu expressei em um artigo(1) onde eu discuto a ideia comum no movimento espírita de que existe uma fila de espíritos que querem reencarnar e por isso não devemos impedir a reencarnação deles. Conheço famílias que chegam ao extremo de não utilizar qualquer método contraceptivo.

De fato, acreditamos que existe uma população espiritual muito superior à população de encarnados, e muitos deles esperam a oportunidade de reencarnar. O fato é que, considerando a população de cerca de sete bilhões, essa oportunidade nunca esteve tão disponível como no atual momento da humanidade. Mesmo que reduzíssemos o número de filhos por família, a população continuaria a crescer e isso é o que de fato acontece hoje. As pessoas têm menos filhos, porém existem mais pessoas que têm filhos e por isso a população continua crescendo em ritmo exponencial, apenas diminuímos o ritmo de crescimento.

Diminuir o ritmo é importante porque dará tempo à humanidade de criar soluções para esse problema. Se o crescimento for mais rápido do que nossa capacidade de inovar e resolver esse desafio, então teremos uma catástrofe. Isso faz parte da lei de causa e efeito e do aprendizado coletivo da humanidade. Deus permite que aprendamos com nossos próprios erros e nos legou o livre-arbítrio. É certo que a espiritualidade conduz a nossa caminhada evolutiva, mas não para impedir que qualquer coisa de ruim aconteça. Se assim fosse, as guerras nunca teriam acontecido.

Outro dia um amigo contestou meu ponto de vista, dizendo que a Terra sempre produz o necessário para o sustento da humanidade e citou o seguinte trecho de O Livro dos Espíritos:

704. Dando ao homem a necessidade de viver, Deus ter-lhe-á fornecido sempre os meios de consegui-lo?

“Sim, e, se ele não os encontra, é que não os compreende. Deus não daria ao homem a necessidade de viver, sem lhe dar os meios de consegui-lo; é por isso que fez a Terra produzir o necessário a todos os seus habitantes, pois apenas o necessário é útil: o supérfluo nunca o é.”

705. Por que nem sempre a Terra produz o bastante para fornecer o necessário ao homem?

“É que o homem, ingrato, a negligencia! Ela é, entretanto, uma excelente mãe. Frequentemente, também, ele acusa a Natureza do que é resultado da sua imperícia ou de sua imprevidência. A Terra produziria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se com isso. Se o que ela produz não é suficiente para todas as necessidades, é porque o homem emprega no supérfluo o que poderia ser utilizado no necessário. Olha o árabe no deserto; ele encontra sempre do que viver, porque não cria para si necessidades factícias; porém, quando a metade dos produtos é desperdiçada, para satisfazer a fantasias, deve o homem se espantar, por nada ter, no dia seguinte? Tem razão de se queixar, por estar desprovido, quando chega o tempo da penúria? Em verdade, vos digo, não é a Natureza que é imprevidente, é o homem, que não sabe se controlar.”

Respondi ao meu amigo que esse trecho, ao contrário do que ele disse, vem prestar apoio ao meu ponto de vista. De fato, hoje não faltam alimentos no mundo, mas a grande oferta de alimentos não se dá porque aprendemos a aproveitar de forma racional os recursos da Terra, mas sim porque criamos um modelo predatório de produção, e o que é pior, sem resolver os problemas da distribuição desse alimento que é desperdiçado. Nós, espíritas, sempre somos entusiastas do desenvolvimento sem refletir que existem muitos caminhos e significados para essa palavra. Desenvolver, no sentido espiritual é sempre positivo, mas no sentido das coisas humanas essa palavra pode ser dúbia e esconder injustiças e desigualdades.

O Livro dos Espíritos critica justamente a cultura do supérfluo que é a cultura que embasa nosso modelo de produção e consumo. Dizem os Espíritos, em outras palavras, que o supérfluo não é sustentável. O fato é que vivemos uma corrida contra o tempo do limite de Malthus, uma corrida onde estamos atingindo o esgotamento dos recursos naturais e as pessoas não parecem dispostas a abrir mão do supérfluo. Diante disso, temos que discutir todas as alternativas e, dentre elas, ter menos filhos.

O crescimento e o desenvolvimento é sempre bom quando ocorre de maneira planejada e racional e é sob essas condições ideais que os Espíritos falaram de maneira otimista, porque sabem os Espíritos que o equilíbrio está na Natureza, porém quando o crescimento ocorre de forma predatória e insustentável, como tem ocorrido desde a revolução industrial, é preciso por um pé atrás. Esse é o entendimento de Kardec no comentário da questão 707:

"A desgraça, para muitos, é que enveredam por um caminho que não é o que a Natureza lhes traçou; é então que lhes falta a inteligência para obter êxito. Há um lugar ao sol para todo o mundo, mas com a condição de que cada um tome o seu lugar e, não, o dos outros. A Natureza não poderia ser responsável pelos vícios da organização social e nem pelas consequências da ambição e do amor-próprio".

A ambição e o amor próprio estão na raiz de toda essa problemática. São essas duas chagas que estão na raiz do nosso atual modelo de crescimento e é por elas que já estamos sofrendo as consequências dos nossos desmandos sobre a Natureza.


Referência:

(1) Métodos Contraceptivos e Planejamento Reencarnatório. Disponível em: <http://www.espiritismo.net/content,0,0,1367,0,0.html>.

* Breno Henrique de Sousa é paraibano, professor da Universidade Federal da Paraíba nas áreas de Ciências Agrárias e Meio Ambiente. Está no movimento Espírita desde 1994, sendo articulista e expositor. Atualmente faz parte da Federação Espírita Paraibana e atua em diversas instituições na sua região.

“As pessoas que menos contribuem para mudanças climáticas são as mais afetadas"

“As pessoas que menos contribuem para mudanças climáticas são as mais afetadas"

Conversamos com David Gelber, criador da série ‘O Planeta em Perigo’, sobre mudanças climáticas e como o governo Trump pode influenciar as políticas ambientais ao redor do mundo
por Isabela Moreira

Jack Black vai até Miami, no estado americano da Flórida. O ator, conhecido por filmes como Escola de Rock e Trovão Tropical, não está lá para interpretar um de seus personagens atrapalhados ou para curtir as férias, e, sim, entender como as mudanças climáticas podem afetar a cidade — cientistas estimam que ela fique submersa no futuro, possivelmente nas próximas décadas.
Essa é a premissa de O Planeta em Perigo, série documental da Nat Geo: fazer com que celebridades conhecidas participem de reportagens sobre o meio ambiente e incentivem o público a se engajar com o assunto. “As celebridades não especialistas, e, sim, cidadãos interessados em entender o que está acontecendo com o meio ambiente”, explicou o criador e produtor-executivo da série, David Gelber, à GALILEU.
Após ganhar um Emmy de melhor série de não ficção, a série retorna com uma segunda temporada. Desta vez, astros como o apresentador David Letterman, os atores Don Cheadle, Arnold Schwarzenegger (que também é um dos produtores do programa), Joshua Jackson, America Ferrara, e a modelo Gisele Bündchen, participam de reportagens nas quais apresentam como diferentes partes do mundo estão sofrendo com mudanças climáticas.
No terceiro episódio, por exemplo, Thomas Friedman, repórter especialista em meio ambiente do The New York Times, vai para a Nigéria e o Senegal conhecer os ‘refugiados climáticos’, pessoas que estão saindo de onde moram pelas temperaturas extremas. “Falamos muito sobre os refugiados políticos, mas cerca de seis milhões de africanos terão que deixar seus países de origem porque o solo deles, que antes era fértil, está se transformando em areia por conta da desertificação”, explica Gelber. “Não há dúvida de que as pessoas que menos contribuem para mudanças climáticas são as mais afetadas por elas.”
A série ganha uma importância ainda maior no contexto político atual dos Estados Unidos: o presidente eleito, Donald Trump, não acredita na ciência por trás das mudanças climáticas. Em diversas ocasiões, o ex-apresentador e empresário afirmou que o conceito de aquecimento global foi criado pelos chineses para deixar a produção industrial dos Estados Unidos menos competitiva.
“Nunca pensamos que isso fosse acontecer”, afirma Gelber, sobre a eleição de Trump. “Agora que aconteceu, a nossa série se tornou ainda mais importante.”
O produtor relembra ainda que o presidente eleito escolheu Myron Ebell, uma figura conhecida na mídia por negar pesquisas científicas, aquecimento global e mudanças ambientais, para liderar a transição para a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). “Não duvido que veremos o crescimento de um movimento bem poderoso nos Estados Unidos para expor a falta de noção do governo Trump em relação a questões ambientais”, diz. “Este será um dos principais temas de discussão no país ao longo dos próximos anos, e acho que O Planeta em Perigo será de grande ajuda em contar qual é a verdade sobre essas questões.”
A segunda temporada de O Planeta em Perigo estreia no domingo, dia 27 de novembro, às 23h45 no Nat Geo.
Matéria publicada na Revista Galileu, em 26 de novembro de 2016.

Jorge Hessen* comenta
 
Pesquisas indicam que a “mudança climática tem matado cerca de 315 mil pessoas por ano, de fome, de doenças ou de desastres naturais, e o número deve subir para 500 mil, até 2030”.(1) Quase 25% da população mundial estão ameaçados pelas inundações, em consequência do degelo do Ártico, segundo um estudo publicado há 8 anos, pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF). À medida que a extensão do gelo diminui, e que a superfície dos oceanos aumenta, a quantidade de energia solar absorvida, também, aumenta.
Urge que se crie uma mentalidade crítica, que permita estabelecer novos comportamentos com foco na sustentabilidade da vida humana. A sociedade deve formatar novos modelos de convivência, lastreados na fraternidade e no amor. A falta de percepção, da interdependência e complementaridade, entre os indivíduos, gera, cada vez mais intensamente, o desequilíbrio da natureza. O cientista Stephen Hawking, em seu livro "O Universo numa Casca de Noz", expõe, de forma curiosa, que: "Uma borboleta batendo as asas em Tóquio pode causar chuva no Central Park de Nova Iorque”.[2] Hawking explica que "não é o bater das asas, pura e simplesmente, que gerará a chuva, mas a influência deste pequeno movimento sobre outros eventos em outros lugares é que pode levar, por fim, a influenciar o clima.”[3]
Desde o início da revolução industrial, em 1750, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram mais de 30% e os níveis de metano cresceram mais de 140%. A concentração atual de CO2 na atmosfera é a maior registrada nos últimos 800 mil anos. Quais serão as consequências disso? A escala do impacto pode levar à escassez de água potável, trazer mudanças grandes nas condições para a produção de alimentos e aumentar o número de mortes por decorrência de ondas de calor e secas.
As nações, frequentemente, lutam para ter ou manter o controle de matérias primas, suprimento de energia, terras, bacias fluviais, passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. "Esses conflitos tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a competição por eles".[4] Precisamos nos adaptar ao meio como os demais entes vivos neste momento.
Realmente, a consciência de proteção ambiental cresce com o nosso desenvolvimento intelectual e moral. Os recursos “renováveis” que se consomem e o impacto sobre o meio ambiente não podem ser relegados a questões de menor importância, principalmente levando-se em consideração a utilização da água potável, cuja posse no futuro pode ser o motivo mais explícito de confronto bélico planetário.
"A Natureza é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos".[5]
A vida no planeta depende da convivência pacífica entre o homem e a Natureza. E nós, espíritas, o que fizemos, ou o que pretendemos fazer? Mahatma Gandhi afirmou certa vez que toda bela mensagem do Cristianismo poderia ser resumida no Sermão da Montanha, que nos serve de exemplo quando diz: sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo.

Referências:
(1) Trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro "Nosso Futuro Comum";
(2) Cf. Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa-EUA;
(3) Texto de Marcos Tadao Mendes Murassawa. Aquecimento Global - Ficção x Realidade, acessado em 01/01/2008;
(4) Trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro "Nosso Futuro Comum";
(5) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, questão 121.
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Conversando com Léon Denis - Cumprimento do Dever


Vozes Interiores Reflexões


Conversando com Léon Denis - O Pensamento


Revista Espírita - Setembro 1863 - O Verdadeiro


REVISTA ESPIRITA
JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
SETEMBRO 1863

O Verdadeiro.

(Thionville, - Médium, Sr. doutor R...)

Um poeta disse:

Nada é belo quanto o verdadeiro, só o verdadeiro é amável.

Reconhecei nesse verso uma das mais belas inspirações que hajam jamais sido dadas ao homem. O verdadeiro, é a linha direita; o verdadeiro, é a luz, cujo esplendor não tem necessidade de ser velado pelos homens justos, cujo Espírito é maravilhosamente disposto a compreender seus imensos benefícios. Porque, na vossa sociedade atual, a luz tem tanta dificuldade para ser percebida pela maioria dos homens? Por que o ensino da verdade é cercado de tantos obstáculos? É que, até o presente, a Humanidade não fez progresso bastante notável, desde a origem do cristianismo. Desde o Cristo, que teve que velar seus admiráveis ensinos sob as formas da alegoria e da parábola, todos aqueles que tentaram propagar a verdade não foram mais escutados do que seu Divino Mestre; é que a Humanidade devia progredir com uma sábia lentidão, para que sua marcha fosse mais segura; é que ela tinha necessidade de um longo noviciado para estar apta a conduzir a si mesma.

Mas tranquilizai-vos! O sol da regeneração, há muito tempo na sua aurora, não tardará a derramar sobre vós sua ofuscante claridade; a verdadeira luz vos aparecerá, e sua influência benfazeja se estenderá a todas as classes da sociedade. Quanto, então, se espantarão de não terem acolhido mais cedo essa verdade, que data da mais alta antIguidade, e que um sentimento de orgulho lhes fez sempre costear, sem vê-la!

Desta vez, pelo menos, não tereis que sofrer nenhum desses assustadores cataclismos que parecem como tantos marcos destinados a marcar, através dos séculos, a marcha da verdadeira luz; os homens, mais instruídos, compreenderão que os transtornos que deixam após si um rastro de fogo e de sangue não poderiam adaptar-se hoje com os nossos costumes abrandados pela prática da caridade. Compreenderão, enfim, a importância desta palavra sublime que o Cristo os fez ouvir outrora: "Paz aos homens de boa vontade!"

Não haverá mais outra guerra do que aquela que será feita às más paixões; todos unirão suas forças para expulsar o espírito do mal, cujo reino desastroso não tem senão detido, por muito tempo, o vôo da civilização. Todos se deterão a este pensamento de que a verdadeira luz é a única conquista legítima, a única que devem doravante ambicionar, a única que poderá conduzi-los à felicidade.

À obra, pois, todos vós que tendes a bandeira do progresso! não temais arvorá-la alto e firme, para que de todos os cantos do globo os homens possam acorrer e se alinhar sob sua égide. Pedi ao nosso Pai celeste a força e a energia que vos são indispensáveis para essa grande obra, e, se não deveis desfrutar nesse mundo da felicidade de vê-la se realizar, pelo menos, morrendo, levareis a convicção de que a vossa existência foi útil a todos, e que a mais doce recompensa vos espera entre nós: a alegria de ter cumprido a vossa missão para a maior glória de Deus.

ESPÍRITO FAMILIAR.

ALLAN KARDEC.
 
Enviado por: "Joel Silva"

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – CONCLUSÃO - A024 – Cap. 9 – Reencontro com o passado – Segunda Parte

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A024 – Cap. 9 – Reencontro com o passado – Segunda Parte

CONCLUSÃO

QUESTÕES PARA ESTUDO

 

1 – O grupo de desencarnados desloca-se em busca de Henriette, encontrando-a em um leprosário. Hoje, estas instituições foram abolidas, primeiro como consequência da cura da doença e segundo porque afrontam os princípios legais de dignidade da pessoa humana. Segundo o ensino do benfeitor Glaucus, quem eram os pacientes naquele lazareto?

O benfeitor Glaucus afirma que aquele leprosário se assemelhava a um purgatório, porém já na vida material. Reunidos ali, estavam espíritos que na última reencarnação aplicaram mal seus recursos/talentos (conforme ensina a parábola de Jesus), utilizando-os a benefício pessoal em prejuízo do próximo: poderosos que esmagaram os mais fracos, criminosos, ociosos, caluniadores, etc. Ali, estavam, segundo a advertência cristã, presos na prisão da carne enferma para pagarem até o último ceitil de seus crimes.

2 – Segundo o benfeitor Glaucus, apenas o sofrimento propriamente dito não é condição para o progresso da criatura. Que é então o bem sofrer e o mal sofrer?

Jesus nos ensinou que "bem aventurados os aflitos, porque serão consolados." Porém, é fundamental que o espírito aprenda a tirar a boa parte do sofrimento, porquanto a dor somente, pela dor, não é garantia de progresso para a criatura. Bem sofrer é, portanto, o sofrimento que produz crescimento espiritual através da convocação que faz à resignação, paciência, tolerância, fé e esperança. Mal sofrer, por outro lado, é o sofrimento que cega o sujeito, predispondo-o à acusação indébita à Justiça Divina, ao inconformismo e à lamentação.

3 – Conforme temos estudado, o conceito de justiça para Dr. Teofrastus era limitado, pois sua visão apenas enxergava o momentâneo: daí sua revolta perante a condição de Henriette e sobre o que lhe aconteceu na Inquisição. O que o Espiritismo nos ensina sobre Justiça e que podemos utilizar para compreender estas duas situações?

O Espiritismo nos ensina que a vida atual no mundo físico é apenas um elo de uma imensa corrente que se perde no passado. Isto é, o espírito é um viajante que iniciou sua jornada de progresso em um momento desconhecido; no entanto, o passado vem sempre produzindo suas consequências sobre o hoje. Deste modo, a vida atual é reflexo das escolhas que fizemos no passado remoto, ora nos garantindo méritos, ora nos cobrando responsabilidades.

Tanto a condição dolorosa de Henriette, quanto a morte trágica de Dr. Teofratus nas fogueiras da Inquisição guardam suas causas justas em escolhas que ambos fizeram livremente no passado. Há por trás destas aparentes anormalidades a Lei de Causa e Efeito.

Espiritirinha... Fartura


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Espiritirinha... Justiça


Espiritirinha... Doações


Estudo dirigido: O Evangelho segundo o Espiritismo

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EESE – Cap. XVII – Itens 1 e 2
Tema: Caracteres da perfeição
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A - Texto de Apoio:
Caracteres da perfeição
 
1. Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. - Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? - Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? -Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
 
2. Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: "Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial", tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.
Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: "Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem." Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.
Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos, reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobreexcita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: "Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial."
 
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
 
1 – Por que a busca da perfeição implica amarmos, inclusive, nossos inimigos e fazermos o bem aos que nos odeiam, perseguem ou caluniam?
 
2 – Em que consiste a perfeição a que a humanidade é capaz de atingir e que mais a aproxima da Divindade?
 
3 – Que regra máxima nos concede Deus para, mais rapidamente, conquistarmos a perfeição?
 
4 – Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Reflexão(2)...


Reflexão...


Mural reflexivo: Convites da Vida


CONVITES DA VIDA

 

Para onde te voltes, onde quer que te encontres, defrontarás os incessantes convites da vida. Uns se dirigem aos fulcros do espírito idealista

estimulando à ascensão; outros gritam nos recônditos do ser atormentado, convocando ao abissal mergulho no sofrimento evitável.

Os arrojos tecnológicos facultam celeremente altas cargas de informações que te pesam constritoramente, debilitando as forças do teu ideal. Simultaneamente alargam horizontes para excelsas cogitações cuja magnitude transcende a tua capacidade de apreender.

A litania do desespero chama-te a atenção.

A balbúrdia sexólatra desperta-te a observação.

O brado de revolta convoca-te ao exame das situações.

As mercadorias do prazer espicaçam-te os sentidos.

A loucura generalizada convida-te à alucinação marginalizante.

O medo envolve-te em angústia injustificável.

Ocorre que a Terra transita de “mundo de expiação” para “mundo de regeneração”, consoante as felizes informações, recolhidas por Allan Kardec, da Espiritualidade Superior.

Concomitantemente a paz necessita da tua cooperação.

A cruzada do amor e da caridade inspira-te passos gigantescos na direção da liberdade plena.

O bem de qualquer denominação abrasa-te, guiando tuas aspirações nos rumos infinitos.

A esperança, embriagando tua alma, conduz as claridades divinas aos teus painéis íntimos.

Convidam-te: a reflexão a sublimes colóquios, a humildade a total desprendimento, a fé a mudança de paisagens, o dever à luta incessante pela sublimação, a paciência a cuidadosas realizações em profundidade, em suma, o Cristo, ao inexcedível serviço da luz.

Ainda ontem homens e mulheres célebres fizeram-se notáveis porque aceitaram os convites da vida, como desafios que aceitaram e dos quais se liberaram com resultados felizes, mediante os quais se engrandeceram, renovaram outros homens, outras mulheres e o mundo.

Milton, cego e pobre, após a morte de Cromwell, de quem era secretário, esqueceu-se da limitação e ditou à esposa e filhas, em poesia de lirismo ímpar, o seu “Paraíso Perdido”.

Steinmetz, não obstante a deformidade física, revelou-se a penosos esforços cientista insuperável.

Roberto Luiz Stevenson, tuberculoso, olvidou as penas e tornou-se esteta da literatura.

Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, apesar das dores cruéis que experimentava em face da terrível enfermidade que sofria, esculpiu a pedra com arte primorosa.

Eunice Weaver aceitou o desafio da lepra e, após admiráveis contribuições sociais de outra natureza, levantou os Preventórios para os descendentes sadios dos hansenianos, fazendo baixar a incidência do terrível mal, no Brasil.

Martin Luther King não temeu a discriminação racial e “colored” encabeçou as “marchas da paz”, inspirado na resistência pacífica, logrando inestimáveis conquistas para os irmãos perseguidos pelo vil preconceito.

Estigmatizados por estranhas enfermidades ou livres delas, tocados pelo ideal do amor e da beleza, incontáveis servidores da Humanidade atenderam os convites da vida.

Olha em derredor, aprofunda observações, ausculta as vozes inarticuladas em melodias sublimes em a Natureza e faze algo que te assinale positivamente a passagem pela Terra.

Qualquer contribuição de amor ao próximo e aprimoramento próprio, vale mais do que coisa nenhuma.

Não te escuses.

A vida é um sublime convite. Este livro apresenta-te alguns. (*) Medita neles. É modesta contribuição que te trazemos quando a nacionalidade brasileira evoca o sesquicentenário da sua emancipação política.

Lembra-te de emancipar-te, também, das algemas escravocratas de qualquer natureza.

Liberta-te da opressão do mal, ainda hoje, agora.

Viver na Terra é honra que ninguém pode subestimar.

Um dia, o Rei Estelar, compreendendo a necessidade de elevar o homem às culminâncias da felicidade no Seu Reino, aceitou o convite-desafio do mundo em crescimento e desceu à Terra, erguendo-a, de tal modo que em breve a dor e a miséria baterão em retirada, definitivamente, a fim de que se instalem nela os chegados dias da “Jerusalém libertada” em plenitude de paz.

 

Joanna de Ãngelis

 

Curitiba, 5 de maio de 1972.

(*) Diversas das presentes mensagens foram oportunamente divulgadas.

Para formarem o atual volume nós mesma fizemos a revisão de todas,

atualizando-as a fim de oferecerem melhor harmonia de conjunto.

— Nota da Autora espiritual.