sábado, 19 de dezembro de 2015

Feira do Livro em Minas Gerais – de 19 e 22 de dezembro de 2015 – Ouro Fino/MG

 

Será realizado nos dias 19 e 22 de dezembro de 2015 no Éden Clube de Ouro Fino/MG a 5ª Feira do Livro Espírita.

O evento é promovido pelo Centro Espírita Antonio de Pádua. No primeiro dia acontecerá das 14h às 20h e no segundo das 18h30 às 22h. Levando um quilo de alimento não perecível ou um pacote de fraldas de bebê o participante pode trocar por um livro em boas condições de uso.

O Éden Clube fica na Rua Treze de Maio, 603 - Centro, Ouro Fino/MG. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (35) 3441-5875.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Apelo aos Palestrantes: Menos Tecnicismo, Mais Simplicidade

artigo18122015Apelo aos Palestrantes: Menos Tecnicismo, Mais Simplicidade

Pedro Vieira

Querido amigo palestrante espírita,
A Doutrina Espírita é realmente apaixonante por sua organização, por sua clareza, por sua profundidade, mas também por sua aplicabilidade às diferentes situações da vida. Ela abre espaço para todos os tipos de abordagem: desde a pesquisa pura como ciência espiritual até a ação direta na caridade, passando pelos estudos participativos e pelas palestras de cunho mais expositivo.

Por que os Espíritos Superiores se deram ao trabalho de organizar esse maravilhoso compêndio de ensinamentos? De outra forma perguntando: quando o Espiritismo efetivamente cumpre seu papel: quando apenas gera teses ou quando transforma a vida do mundo para melhor?
O mundo atravessa um momento importante de disrupturas com posturas cristalizadas há séculos em 3 grandes eixos: com o meio ambiente, com a sociedade e consigo mesmo. As convulsões que vemos, os radicalismos, as doenças da alma, os descalabros sociais, refletem a ação da Lei de Destruição convidando o ser humano para um novo nível consciencial e de convivência nesses eixos, necessário para a construção de um mundo melhor.
E a Filosofia Espírita? Poderia ser uma alavanca, um guia, um suporte para ajudar a humanidade a entender e passar de forma mais efetiva e útil por essa crise? Certamente. Ela foi ditada com esse objetivo. Está sendo eficaz? Talvez, mas certamente há espaço de melhora. E parte desse espaço está nas suas mãos, caro palestrante!
É possível falar de perispírito para quem nunca ouviu falar de Espiritismo? E apresentar o capítulo de Astronomia Geral da Gênese para um público heterogêneo? Haveria possibilidade de falar sobre Mediunidade de Efeitos Físicos para crianças de 10 anos? Tudo isso é perfeitamente possível - embora não seja fácil.
É muito mais difícil sintetizar do que analisar. Aliás, os grandes gênios da humanidade foram os grandes sintetizadores, encontrando seu ápice no próprio Jesus, que trouxe as grandes verdades universais, cujos detalhes ele conhecia melhor do que ninguém, na forma de simples historinhas que o povo entendesse. Outros exemplos são encontrados na Ciência: prêmios Nobel como Einstein explicando a relatividade do tempo ou John Nash sua teoria econômica com situações cotidianas. Por que muitas vezes não vemos o mesmo esforço nas palestras públicas dos Centros Espíritas?
É preciso que haja o que corporativamente se conhece como "foco no resultado", ou seja, adaptar o processo para que o objetivo seja atingido. O que se espera de uma palestra pública? Que forme filósofos ou cientistas? Que sirva de demonstração de erudição do palestrante? Ou que as pessoas que ali estão saiam com alguma ideia nova, com algum motivo para reflexão, por menor que seja, de forma a melhorarem sua postura perante a vida? Será útil detalhar o modelo de deslocamento da cúpula perispiritual de Hernani Guimarães Andrade, ou o conceito de capacitância mediúnica de André Luiz para alguém que ainda não entende que existe o Espírito? Será que, num evento público e rápido como a palestra, perscrutar as estratificações perispirituais ou detalhar os nomes dos protagonistas e datas exatas de eventos históricos fará o que sofre e busca a Sociedade Espírita mais consolado, mais feliz? Ou será que há locais mais indicados para esse aprofundamento, como grupos de estudo?
O Espiritismo, caro amigo, é, antes, o Consolador Prometido. Seu codinome é também a indicação clara de sua missão. Ele pode ser também o Explicador Prometido? Claro. Para aqueles que desejarem mergulhar nos meandros da ciência do Espírito, ele tem vastíssimo material. Para os demais, deve ter sempre os braços, os ouvidos e os sorrisos abertos. Pela linguagem da fraternidade, do interesse, da orientação da existência da Vida Espiritual, a Doutrina Espírita poderá tocar os corações e despertar as mentes para quem resolve ficar e quem se vai.
Deixo algumas dicas a você para sua organização de uma palestra "espiriticamente eficaz":

  • Não leia. Converse.
  • Use o mesmo padrão de vestimenta da assistência. Não vá de terno aonde todos vão de chinelo. Nem o contrário.
  • Não faça referências a si mesmo.
  • Use menos citações e mais aplicações na vida prática.
  • Use metáforas do dia a dia.
  • Conceitue primeiro de forma simples, dê exemplos depois.
  • Escolha no máximo 4 ideias/palavras para serem lembradas de sua palestra. Deixe-as visíveis. É o número de informações que o cérebro consegue guardar em nível consciente.
  • Sempre que for mudar de tema, avise. Conclua o tema anterior e introduza o novo.
  • Prefira os termos mais conhecidos aos termos técnicos espíritas. Se for obrigado a usar um termo técnico, explique seu significado.
  • Mostre a conexão do tema com outros conhecidos ou recentemente abordados para facilitar a construção do modelo mental na assistência.
  • Use, mas não abuse de recursos tecnológicos. Se for usar slides, prefira imagens a textos.
  • Use o quadro branco para construir um pensamento encadeado deixando marcado o que é importante.
  • Se for usar vídeos, prefira os curtos (máximo 5 minutos). Eles não devem substituir sua palestra.
  • O humor ajuda a fixar ideias, seu abuso tem o efeito oposto.
  • Conclua sempre com uma mensagem de esperança e uma proposta de exercício interior de reflexão daquele tema.
  • Se possível, deixe espaço para perguntas, ​uma ou duas são suficientes.


A palestra é o ambiente de preparar o solo, não de plantar a árvore inteira. Bom trabalho!

27 de Novembro de 2015

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Tem um outro ser humano vivendo dentro de você?

Tem um outro ser humano vivendo dentro de você?

Você é a fusão de vários organismos, potencialmente, até uma pessoa

por Isabela Moreira*

Somos formados pelos genes dos nossos pais e das nossas mães, certo? Certo. Mas os cientistas Peter Kramer e Paola Bressan, da Universidade de Pádua, na Itália, sugerem que nós seres humanos somos ainda mais complexos do que parecemos.

“O verdadeiro valor de um ser humano pode ser encontrado no grau em que ele deseja alcançar liberação do ser”, disse Einstein certa vez. O que Kramer e Paola sugerem é que essa visão do ser pode ser mais abrangente, englobando vírus, bactérias, micróbios e, potencialmente, até outros humanos. Logo, os seres humanos não seriam indivíduos, e sim superorganismos. “Um grande número de diferentes indivíduos humanos e não-humanos estão brigando incessantemente por controle dentro de nós”, disse Kramer à BBC.

Ao divulgar o estudo “Humanos como Superorganismos” na publicação científica Perspectives in Psychological Science, os autores fazem diversos questionamentos, buscando fazer com que psicólogos e psiquiatras considerem que esse aspecto pode influenciar no nosso comportamento.

Um conjunto de micróbios que vivem no nosso intestino, por exemplo, pode produzir neurotransmissores que podem alterar nosso humor. Outros tipos de micróbios podem também estimular ou aumentar a possibilidade de sermos afetados por doenças mentais. Por isso é necessário prestar mais atenção nessas outras formas de vida dentro nós.

Há ainda a possibilidade da existência de outras vidas humanas dentro de nós. Para entender, pense em gêmeos conjuntos, que compartilham o cérebro. Ou gêmeos comuns, que também podem ter dividido órgãos sem perceber. Durante o desenvolvimento no útero, as células podem transitar entre gêmeos ou trigêmeos. Tanto que 8% dos gêmeos não-idênticos possuem não um, mas dois tipos sanguíneos diferentes: um produzido pelas células de um deles, e outros produzido pelas células do irmão. Esses casos são conhecidos na ciência como quimeras humanas, fazendo uma referência à criatura mitológica cujo corpo é a mistura de partes de vários animais.

Isso pode ocorrer de outras maneiras. Bem no início do desenvolvimento, dois fetos podem se unir dentro do útero, formando uma só pessoa que, por conta disso, carrega dois códigos genéticos. “Você tem a aparência de uma pessoa, mas tem as células de outra pessoa dentro de você. Efetivamente, você sempre foi duas pessoas”, explica Kramer. Relatos também indicam que existe a possibilidade de as células de um irmão ficarem dentro da mãe e, quando o outro filho estiver se formando, o corpo as passe adiante.

“Não podemos entender o comportamento humano considerando somente um ou outro indivíduo. Basicamente, devemos entender como ‘nós’ nos comportamos”, diz Kramer.

*Com supervisão de André Jorge de Oliveira

Matéria publicada na Revista Galileu, em 18 de setembro de 2015.

Claudio Conti** comenta

O controle da mente do hospedeiro por parte de um verme, por exemplo, não é tão incomum quanto possa parecer.

Existe um tipo de verme que é transmitido pelas fezes de pássaros e um tipo de caracol que se alimenta destas fezes. Assim, o caracol contaminado passa por uma alteração no corpo em decorrência da ação deste verme que eclode dos ovos por ele ingeridos; esta alteração leva o caracol a cometer suicídio, isto é, faz com que busque por locais altos nas árvores, passando a presas fáceis de pássaros. Desta forma, o ciclo do verme se mantém, atingindo a maturidade no organismo do pássaro e se reproduzindo, infestando as fezes que irão contaminar outros caracóis.

O artigo em análise é decorrente de um artigo original publicado no site da BBC, em inglês, cujo “link" é apresentado no próprio artigo. Neste artigo original, maiores detalhes são apresentados e encontra-se a descrição de um processo semelhante com ratos, no qual são induzidos a procurarem por gatos.

Todos os seres vivos são expressões do princípio inteligente, desde o menor até o maior, mantendo uma rede de relação psíquica entre todos os seres relacionados com uma condição de existência, no caso em questão, este mundo de expiações e provas, atual estágio evolutivo do planeta Terra.

Desta forma, por que não poderia acontecer com humanos?

A complexidade da vida em um mundo de expiações e provas vai muito além do que podemos imaginar, as possibilidades são infinitas, tanto em uma direção, a da harmonia, quando em outra, a da desarmonia.

Os humanos necessitam de muitos seres para a manutenção de sua vida orgânica, o corpo é mantido com o auxílio de seres menores, sem os quais a vida orgânica seria impossível. Assim, não se pode conceber uma via unidirecional apenas, pois o resultado de suas atividades se refletem nesta mesma organização física na qual o espírito se expressa.

Mantemos uma relação profunda com todos os seres da Criação, em vários níveis, sendo que, entre os afins, esta relação é muito mais estreita. Somente a saúde psíquica viabilizará que os espíritos mais evoluídos mantenham sua posição de condutores daqueles que se encontram na retaguarda, inclusive os denominados “seres inferiores da Criação”, pois, é fundamental a interrelação entre todos os seres que lutam nas lides encarnatórias.

** Claudio Conti é graduado em Química, mestre e doutor em Engenharia Nuclear e integra o quadro de profissionais do Instituto de Radioproteção e Dosimetria - CNEN. Na área espírita, participa como instrutor em cursos sobre as obras básicas, mediunidade e correlação entre ciência e Espiritismo, é conferencista em palestras e seminários, além de ser médium pscógrafo

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Pobreza também é um fenômeno psicológico, diz professor

Pobreza também é um fenômeno psicológico, diz professor

João Pedro Caleiro, de EXAME.com

São Paulo - Pela primeira vez na história, a parcela de pessoas que vivem em extrema pobreza no mundo ficou abaixo dos 10%, de acordo com o Banco Mundial.

Mais de 1 bilhão de pessoas saíram da pobreza extrema desde 1990. A meta da ONU (Organização das Nações Unidas) é erradicar o problema até 2030.

As armas para isso são bem conhecidas: crescimento econômico com distribuição de renda e programas sociais com garantia de acesso a serviços básicos.

Ao invés da suposta oposição entre "dar o peixe" ou "ensinar a pescar", os últimos estudos têm pensado a pobreza como um fenômeno de várias dimensões - inclusive a psicológica.

Não significa dizer que os pobres são culpados pela pobreza, e sim que ela molda o cérebro com certos incentivos difíceis de entender por quem nunca passou por ela.

Alguns exemplos: o que significa pensar no futuro quando você não sabe se terá o que comer amanhã? Qual é o valor do chamado autocontrole quando suas recompensas são incertas? Dá para fazer boas decisões com fome?

"Quem não é pobre tem o luxo de pensar em resultados de longo prazo porque suas necessidades imediatas já estão supridas; as pessoas pobres, não", diz o professor de psicologia americano Elliot Berkman.

Como diretor do Laboratório de Neurociência Social e Afetiva da Universidade do Oregon, ele estuda como o cérebro é parte da armadilha da pobreza e pode prejudicar até quem já conseguiu escapar dela.

Por e-mail, Berkman respondeu a algumas perguntas de EXAME.com. Veja a seguir:

EXAME.com - Quais são as diferenças na estrutura psicológica de pessoas pobres e não pobres?

Elliot Berkman - Não são diferenças na estrutura, e sim nos fatores salientes para quem é pobre ou não pobre e que contam nas suas decisões.

Quem não é pobre tem o luxo de pensar em resultados de longo prazo porque suas necessidades imediatas já estão supridas; as pessoas pobres não tem esse luxo, ou pelo menos não no mesmo grau.

EXAME.com - Por que é difícil para um indivíduo na pobreza praticar o auto-controle?

Berkman - Isso depende da sua definição de autocontrole. Uma definição comum entre psicólogos é escolher o longo prazo em detrimento do curto.

Um exemplo disso é ver o que uma pessoa faz com 5 dólares - ela gasta agora ou guarda para depois? Se alguém está faminto e gasta isso para comer agora, é correto chamar isso de falta de auto-controle? É essencialmente o que muitas sociedades fazem.

EXAME.com - Você diz que a pobreza faz as pessoas viverem sempre no "agora". Isso não é algo positivo?

Berkman - Entre pessoas de classe média ou alta, existe uma idealização da ideia de "viver no momento" baseado em práticas de atenção e consciência.

Mas este foco no presente deve ser voluntário e não forçado; caracterizado por uma abertura à experiência e não por uma luta constante para sobreviver ao dia.

E mesmo entre quem tem recursos suficientes para não precisar pensar na próxima refeição, o foco no presente não é sempre a melhor ideia. Algumas horas você precisa pensar no futuro e antecipar obstáculos.

EXAME.com - Você pode dar alguns exemplos de barreiras psicológicas que se fazem presentes mesmo quando as pessoas conseguem escapar da pobreza?

Berkman - Muitas são relacionadas ao aprendizado. Uma criança que cresceu pobre pode não saber como guardar dinheiro ou se planejar para o futuro.

Não é algo que se aprenda na escola. Se os pais não te ensinarem a criar uma conta de popupança para a faculdade, não há porque esperar que alguém saiba como fazer isso.

Atletas profissionais nos Estados Unidos são um bom exemplo: muitos cresceram pobres, e mesmo sendo espertos de forma geral, muitos acabam torrando quantias enormes de dinheiro simplesmente porque não sabem economizar e se planejar.

EXAME.com - Isso tem relação com o conceito de "exaustão cognitiva", a ideia de que as preocupações graves da pobreza consomem os recursos mentais e levam a decisões ruins, como mostram alguns estudos importantes?

Berkman - Talvez. A "exaustão cognitiva" ou "esgotamento do ego" é sempre demonstrada em laboratório e geralmente não é comparando pessoas pobres ou não pobres.

O esgotamento do ego pode ter mais a ver com manter algum equilíbrio entre "trabalho" e "diversão", ou com pessoas sentindo que já satisfizeram o experimentador e perderam a motivação de trabalhar duro.

Em contraste, pessoas pobres frequentemente tem muita motivação para trabalhar duro e ter vários empregos. É que elas colocam o foco na sobrevivência no momento presente ao invés do sucesso de longo prazo.

EXAME.com - O que pode ser feito, de uma perspectiva de política pública, para ajudar as pessoas pobres a superarem estes obstáculos?

Berkman - A resposta mais óbvia seria garantir que ninguém precise se preocupar se vai sobreviver até o final do dia, o que significa garantir para todos comida, abrigo e talvez até uma renda mínima.

Libertar as pessoas da preocupação da sobrevivência diária é a melhor forma de garantir que eles foquem no futuro.

Educação sobre orientação futura também é um bom plano: literalmente, ensinar as pessoas a pensar e planejar para o futuro já seria um grande avanço.

Matéria publicada em Exame.com, em 22 de outubro de 2015.

Jorge Hessen* comenta

O problema da pobreza é muito diverso e complexo. Talvez o ser pobre significa ter falta de segurança e estabilidade, portanto não é só uma questão de carência de dinheiro. O mundo atual tem alguns vencedores e muitos perdedores. Os pobres se encaixam na categoria dos perdedores, daqueles que não podem surfar na onda de mudança e que, de certa forma, são esmagados por ela.

A palavra “pobre” deriva do latim pauper, radicado em paucus (pouco). No conceito original, “pobre” não era o deserdado, mas o terreno agrícola ou gado que não produzia o suficiente. Sob outro ponto de vista, entre alguns grupos, especificamente os religiosos, a pobreza é considerada como necessária e desejável, e deve ser aceita para alcançar um certo nível espiritual, moral ou intelectual.

Nesse aspecto, o papa Francisco assevera que a Igreja deve articular com a verdade e também com o testemunho da pobreza. Não é possível que um fiel fale de pobreza e dos sem teto e leve uma vida de faraó. Na Igreja há alguns que, ao invés de servir, de pensar nos demais, se servem da Igreja. São os arrivistas, os apegados ao dinheiro. Quantos padres e bispos deste tipo já vimos? É triste dizer, não? Pronunciei o pontífice ao jornal holandês "Straatnieuws", de Utrecht.

A pobreza é considerada como um elemento essencial de renúncia por budistas e jainistas enquanto que para o catolicismo romano, como vimos acima, é um princípio evangélico e é assumido como um voto por várias ordens religiosas e é entendida de várias formas. A ordem franciscana, por exemplo, abandona tradicionalmente todas as formas de posse de bens. Neste caso, a pobreza voluntária é normalmente entendida como um benefício para o indivíduo, uma forma de autodisciplina através do qual as pessoas se aproximam de Deus.

O professor de psicologia Elliot Berkman, diretor do Laboratório de Neurociência Social e Afetiva da Universidade do Oregon/EUA, estuda como o cérebro é parte da armadilha da pobreza. As pessoas pobres frequentemente têm muita motivação para trabalhar duro e ter vários empregos porque colocam o foco na sobrevivência no momento presente ao invés do sucesso de longo prazo. Libertar as pessoas da preocupação da sobrevivência diária é a melhor forma de garantir que eles foquem no futuro. Afiança Berkman.

Para o Espiritismo, a pobreza, tal como a riqueza, nada mais é que uma prova pela qual o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação.

Ao que nasce na pobreza é dado aprender o valor do trabalho árduo, resistir às tentações do ganho fácil, descobrir os valores reais do espírito, e não raro se vê entre os pobres as mais dignas demonstrações de solidariedade. Na pobreza aprendemos a nos compadecer dos males alheios fazendo-nos compreendê-los melhor.

É evidente que a desigual repartição de bens materiais, culturais e políticos exclui um vasto número de pessoas deserdadas dos processos de participação e consente a coexistência em formas inumanas de sobrevivência e de insignificante protagonismo social. Por isso mesmo, diante dos deserdados, a nossa primeira e obrigatória ação deve ser a do auxílio.

Mas primeiramente suavizemos o sofrimento dos pobres, abraçando-o fraternalmente, manifestando de tal modo o nosso sentimento de acolhida a fim de estabelecer o laço de confiança essencial e poder ajudá-los. Em seguida, nos informemos a respeito da situação transitória de seu sofrimento. Dessa forma, não cairemos nas armadilhas que consideram o pobre como “coitadinho’, não vendo nele as potencialidades de Espírito imortal e de indivíduo capaz de, com as devidas oportunidades, prover dignamente a própria existência.

Aliás, a síndrome do “coitadinho” é uma das moléstias oportunistas mais comuns da sociedade atual, onde muitos deserdados têm medo de encarar a vida de frente e de cabeça erguida, sendo maduros e responsáveis. A principal característica de uma pessoa que sofre da síndrome do “coitadinho” é colocar-se como “vítima” das circunstâncias, e como tal passa a ideia de que a culpa de sua pobreza é dos outros. Aliás, os arautos das ideias do socialismo ATEU adoram fazer isso!

Diante dos pobres, procuremos nos informar de suas lutas materiais e verifiquemos se a oferta de trabalho e de orientação espírita não será mais eficaz do que a aviltante doação da esmola em seu favor. Recordando aqui que a esmola dentro da lógica assistencialista é uma ação que atende a deficiência material sem o móvel educativo e que envilece a humanidade do sujeito, adestrando-o à condição da mendicância ou da dependência. Como tal, não atende ao projeto regenerador do Espiritismo para Humanidade.

Não se pode esquecer que a Lei do Trabalho e do Progresso, promulgada em O Livro dos Espíritos, relata justamente a importância de o indivíduo romper com o acomodamento e ultrapassar os obstáculos existenciais, o que inclui buscar sair também da penúria material (pobreza) através de seu esforço.

* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB–1970–CONCLUSÃO - A012 – Cap. 2 – Socorro espiritual

 

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A012 – Cap. 2 – Socorro espiritual – Primeira Parte

CONCLUSÃO

1. O que fez Mariana após o desentendimento com o seu pai?

Mariana pretendia fugir de casa e ir de encontro a seu namorado Adalberto em busca de conforto.

2. Como os Espíritos protetores ajudaram Mariana?

Inicialmente, a espiritualidade procurou desviar Adalberto do encontro com Mariana, provocando-lhe súbito mal-estar. Em seguida, os Bons Espíritos inspiraram D. Aureolina que a sair a rua e encontrar Mariana.

Em seguida, D. Aureolina leva Mariana a sua casa e lhe trata com carinho e como se fosse sua filha. Através das inspiração amiga do benfeitor Ambrósio, D. Aureolina consegue ajudar Mariana e convencê-la a retornar ao lar.

3. Por que razão D.Aureolina aceitou facilmente a sugestão do Espírito Protetor?

D. Aureolina nutria grande afeição por Mariana e naquele momento, mantinha-se em condições de receber a boa influência espiritual.

4. Qual a importância do Sono na visão espírita?

Através do sono, o corpo repousa, mas o Espírito é livre para visitar outros locais e entrar em contato com outros Espíritos. O sono pode ser um momento em que os Benfeitores Espirituais aproveitam para nos aconselhar a tomarmos boas decisões e orientar nosso futuro.